De ponta cabeça
Resumo: Isabella Swan é uma famosa autora de livros juvenis, e para chegar a tal posto, ela teve de abdicar um futuro totalmente diferente. Agora, com quase trinta anos, suas emoções vem a tona e sua vida muda completamente.
Lembrando que nada me pertence. Eu só estou me divertindo um pouco :D
Nota da Autora: Essa foi uma idéia que eu tive há poucos dias atrás. Nessa história eu misturarei de tudo um pouco. Com ela, eu procurei mostrar um pouco mais sobre as escolhas que fazemos na vida, que mudam a nossa vida.
Edward vai demorar um pouquinho para aparecer, mas ele virá. Ao longo dos capítulos eu respondo suas dúvidas e desenvolvo melhor a história. Boa leitura! Beijos.
Capítulo Um
Era uma rua bem iluminada e tranquila, algumas crianças corriam de casa em casa, e algumas conversas podiam ser escutadas de longe. Ela deu vários passos, seus pés a guiavam para a mesma casa, as janelas eram grandes, e a porta de carvalho era pintada de branco, na varanda havia um largo banco de madeira e um gato olhava para ela com curiosidade. Como toda vez, a cada vez, ela dava um passo. Dois. Três. Alcançava o primeiro degrau da estreita escada e dava mais alguns passos até encostar na porta até...
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BZZZ. BZZZ. BZZZ.
BZZZ. BZZZ. BZZZ.
"Deixe sua mensagem após o bipe", eu ouvi a minha própria voz ao longe, e olhei por entre todos os papéis espalhados pela mesa. Há mais de meses eu vinha tendo o mesmo sonho, com a mesma rua, com a mesa casa, que tinha as mesmas janelas, a mesma porta e, estranhamente, o mesmo gato.
Mas eu nunca havia chegado a abrir a tal porta branca.
BIP!
"Isabella Swan!", eu ouvi após de alguns segundos. A voz de Angela soava um tanto quanto desesperada. "Espero que você não tenha caído no sono novamente, e esteja saindo de casa NESSE MINUTO! Caso você não se lembre, estamos nos encontrando com os produtores de 'Meia Noite', ham? Então faça o favor de aparecer aqui NESSE MINUTO!"
Eu gemi, olhando para o meu computador, eu ainda estava na metade do primeiro capítulo. Depois de escrever uma série de três livros, um atrás do outro, e atingido a lista de Best Sellers com cada um deles chegando a ocupar o primeiro lugar por pelo menos algumas boas semanas, minha editora havia estendido nosso contrato e concordado em publicar pelo menos mais dois livros até o final do ano. O único problema é que estávamos em dezembro já e eu mal havia começado o primeiro livro, e Angela vinha me ajudando tentando contornar nossos editores, da forma que ela podia.
Angela Webber, minha amiga desde os tempos que eu havia me mudado para o Alasca, há quase sete anos atrás, havia se tornado minha agente logo depois que eu assinei um contrato com uma das maiores editoras do país, antes disso eu havia publicado apenas dois livros infantis para uma editora insignificante de Washington - oh! E, é claro, uma poesia no jornal da cidade de Portland. Desde então, ela era minha amiga mais próxima, por razões óbvias.
Em menos de vinte minutos, eu já estava pronta para enfrentar a fúria de Angela. O frio do Alasca atingiu minhas bochechas e eu senti meu nariz congelar.
"Frzzzzzzzzzzz! Maldito dezembro!" Eu odiava frio. Desde que me lembro, quando pequena, sempre morei em lugares calorosos, no Arizona. Quando fiz dezessete anos, porém, e minha mãe casou-se novamente, eu me mudei para Forks, Washington. Se comparado com o Phoenix, Forks era um gelo. Porém, comparar qualquer outro lugar com o Alasca era ridículo. Simplesmente porque não existe nenhum lugar mais frio do que esse, especialmente em dezembro.
Parei em frente a editora e olhei no espelho, meus cabelos batiam abaixo dos meus ombros, bem abaixo, meus olhos estavam cansados e parecia que eu não dormia há anos. Forcei um sorriso e ajeitei minha touca. "Patética", murmurei para mim mesma e abri a porta do carro, correndo para dentro do prédio a minha frente o mais rápido possível. Era seis da ates de uma sexta feira, e várias pessoas estavam saindo do prédio, retirei meu casaco e minha touca e ajeitei meu vestido preto da melhor maneira que pude, antes de entrar no elevador.
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"Bella! Ainda bem que chegou!", Angela agarrou meu braço assim que entrei na sala de reunião. "Todos estão aqui. Olhe bem, eu decidi tudo com eles, e eles me disseram que contratarão um autor para adaptar o script de 'Meia Noite', e tudo terá que passar pelas suas mãos. Além disso, a quantia ficará em torno disso aqui"ela me estendeu um papel. A quantia era exorbitante. Eu ofeguei.
"Não se preocupe, a editora ficará com um terço só. Além disso, Bella, eles já estão com o elenco escalado"
"Já?", foi tudo o que eu disse.
Há cerca de três meses atrás eu fui procurada pela editora, a fim de ceder os direitos autorais para transformarem meu livro em filme. Eu nunca achei, porém, que tudo isso aconteceria tão depressa.
Um homem entrou no aposento, seus cabelos eram louros e seu sorriso amigável. "Olá, pessoal, é um prazer estar aqui no Alasca com todos vocês. Realmente, é incrível"
"Sr. Harris," Angela se apresentou, "Gostaria que conhecesse Isabella Swan, a autora"
"Oh, sim, a grande autora!", o homem estendeu a mão para mim, e eu tentei sorrir.
"É um prazer, senhor", eu disse timidamente. "Ouvi dizer que quer fazer um filme?"
Todos na sala riram com minha afirmação. "É o que pretendo", ele disse, sentando-se em uma das cadeiras. "Agora, vamos falar sobre o contrato..."
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"Todas as locações tem que ser originais", eu respondi. "Em cidades, eu quero dizer. Eu cito várias cidades em Washington, e quero realmente que elas apareçam"
"Okay..." Sr Harris sorriu, anotando algo em sua pasta. "Acredito que estamos de acordo então? Semana que a senhorita voa até Nova York para conhecer o elenco e assinamos o contrato final?", eu acenei com a cabeça. As coisas passavam rapidamente pela minha mente, e eu esperava estar fazendo as coisas da maneira certa. Eu nunca fui muito fã de adaptações de obras para o cinema, quero dizer, isso pode arruinar a vida de uma pessoa (veja o Hagrid, por exemplo, alguém sabe o nome do cara que interpreta ele em Harry Potter? Para mim - e muitos outros - ele sempre será Hagrid) e/ou uma obra boa pode passar a se tornar ruim, apenas com um filme. Mas o fato é, desde que vazou na Internet a notícia que eu poderia estar negociando o lançamento do filme, recebi milhares de mensagem dos fãs para que isso fosse verdade. Eu não poderia, simplesmente, desapontar meus fãs. Eu sabia o quão difícil era ser fã de alguém e ser desapontada.
Após meia hora havíamos todos trocado apertos de mão e sorrisos civilizados, e quando eles fecharam a porta Angela sentou-se em uma das cadeiras da sala de reunião e suspirou audivelmente. "Até que enfim, eu não aguentava mais! Você sabe há quantas semanas eu vinha tentando convencer esse cara de pegar um avião para o Alasca?!"
Eu ri suavemente. "Eu imagino, An. Mas foi válido, não é mesmo? E eu aposto que ele só aceitou se eu fosse para Nova York"
"Claro", ela deu um sorriso para mim e empurrou alguns papéis - mais papéis - em minha direção "Aí está a lista de nomes do elenco, da produção, quem vai cuidar da luz, da música, dos figurinos, e de algumas outras coisas!"
Eu olhei para os papéis. "Obrigada, Angela, eu vou ler isso hoje a noite. Acho que preciso ir para casa agora"
"Oh, sim, eu estou indo também!", ela pegou sua bolsa e seguimos em direção a saída, os elevadores. "Ah! Falei com Richard hoje" Richard era um de nossos editores-chefes. "Ele estava estranhamente feliz. Acho que é todo esse espírito pré-natalino ou algo assim. Enfim, ele estendeu o prazo para o seu livro"
"Não acredito!", eu abri um sorriso. Só Deus sabia o quanto eu estava tentando escrever aquele livro.
"Isso mesmo! Mas ele tem que sair até março do ano que vem, nem um dia a mais, Isabella", ela disse seriamente.
"Claro! Se não sair até lá eu me mato!", eu sorri levemente para ela.
"Certo, Bella. Vejo você na segunda então, para decidirmos quando iremos para Nova York!", eu abracei Angela antes de colocar meu casaco.
"Até segunda, An"
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Aquela semana passou em um instante e, antes que pudesse parecer, já estávamos aterrissando em Nova York.
"Eu juro para você que odeio aviões, Webber", prendi minha respiração e fechei meus olhos, em menos de dez minutos senti alguém tocar meu ombro.
"Swan, já chegamos", Angela disse com um sorriso. "Ah, Bella, pelo amor de Deus, você tem vinte e oito anos! Às vezes parece que você tem três!" ela riu alto, atraindo o olhar de várias pessoas.
"Haha. Muito engraçado", eu disse secamente.
Nova York sempre foi uma cidade muito, muito, bonita. Enquanto passávamos por todas aquelas ruas movimentadas, eu me lembrei da última vez que estive lá, quando completei vinte e um anos. Com um suspiro, fechei meus olhos e balancei minha cabeça. Não era hora de pensar nisso agora.
"O que foi, Bella?", Angela perguntou, cutucando meu braço gentilmente.
"Nada", eu tentei dar um sorriso, mas não consegui.
Ela soltou um risinho, mimicando. "Mais alguma lembrança do passado misterioso de Isabella Swan!"
"E quanto a Ben? Vai passar o natal com você, afinal?" eu resolvi mudar de assunto.
Angela namorava Ben desde a faculdade, e há cerca de um ano eles namoravam a distância, ele em Seattle, e ela em Valdez, onde morávamos. Havia sido um ano um tanto quanto difícil para os dois, mas eles haviam lidado com isso de uma maneira boa, ela havia me dito que o salário como minha agente era bom demais para desistir de tudo e ir para Seattle. E, por mais que pareça estúpido e egoísta de minha parte, eu me sentia bem por tê-la ao meu lado.
"É, eu vou para Seattle, rever meus pais e ele estarão por lá também, com os pais dele... Nós daremos um jeito", ela sorriu para mim.
"Fico feliz por vocês dois, Angie", eu disse vagamente.
"E quanto ao Tyler? Você não comentou nada sobre o encontro de vocês na semana passada", ela disse.
Isso é uma das coisas sue eu mais gosto em Angela. Durante todos os anos que nos conhecemos, ela havia escutado todas as histórias sobre mim, e quando eu havia dito para ela que não queria mais tocar em nenhum daqueles assuntos novamente, ela havia me respeitado. Porém, mesmo assim, mesmo sabendo de tudo que havia acontecido, ela ainda acreditava em mim. Ainda acreditava que eu poderia ficar com outra pessoa.
Eu suspirei e sorri. "Angela, você sabe que..."
"Eu sei Bella, eu sei de tudo o que aconteceu e sei também que você já está maior, e já sabe que tudo o que fez foi para o seu próprio bem, querida. Você já tem quase trinta anos e já está na hora de seguir em frente", ela me disse com um olhar sério. "E Tyler parece ser um cara legal"
"Eu sei", eu sorri fracamente. "Ele é".
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"E então? Presumo que agora tenho o seu aval para as filmagens começarem?" Sr Harris começou.
"Claro. Eles são perfeitos. Ótimos"
Era surreal. Era como estar em um aposento com todos os meus personagens. Ali, bem na minha frente, todos conversando, todos rindo e interagindo. Exceto que todos viam em minha imaginação, em um lugar especial, bem longe de todos. Porém, naquele momento, era como se todos estivessem ali. Comigo, com Angela e com os produtores do filme.
"Então, o que achou?", Angela veio até mim com um sorriso. "Alice Whitlock, que cuida do figurino, está atrasada, mas deve chegar em alguns minutos"
"Eu... Nossa! Ela fez um trabalho ótimo", olhei para os atore a minha frente, conversando com Matt Henry, o diretor. Eles todos estavam vestidos a caráter. Meu livro falava sobre o amor de uma jovem meio-vampira por um humano. Era um livro sobre arrependimentos, perda, amor, paixão e chances. Mais especificamente sobre segundas chances.
"E não fez?!" Angela riu. "Eu acabei de trombar com James Allen e, meu Deus!", eu ri levemente. James era o humano. Elle era a meia-vampira. O James que eu havia criado era uma imagem estendida do meu par ideal, era um espelho de quem eu...
"Eu sei", eu sorri fracamente.
"Ele lembra ele mesmo?" Angela sussurrou.
"Quem?", eu perguntei, tirando o meu olhar do jovem alto há poucos passos de nós. Seu cabelo era meio castanho, mas meio avermelhado, suas feições lembravam ligeiramente...
"Edward", Angela disse em um sussurro. Imediatamente meu olhar encontrou o dela.
"Angie, por favor, eu já disse", suspirei levemente. Mesmo depois de anos era difícil pensar no assunto.
"Eu sei, Bella, me desculpe", ela pediu licença no instante seguinte para falar com Sr Harris.
Eu me dirigi ao bar do hotel. Harris havia sugerido a reunião no mesmo hotel em que eu e Angela estávamos hospedadas, para causar menos problemas, afinal, era dia dezenove e todo mundo estava se preparando para o natal, o que significava uma palavra para o trânsito nova-iorquino: caos.
"Um martini, por favor", eu pedi para o barman. Ele acenou. Ao beber o primeiro gole, levantei minha vista, Angela estava vindo em minha direção, seguida por uma mulher baixinha. Ela devia ter alguns bons centímetros a menos que eu, seu cabelo era curto e sua feição era doce e seu sorriso era amável.
"Veja quem chegou!", Angela disse com um sorriso. "Isabella Swan, essa é a responsável pelos figurinos das personagens... Alice Whitlock"
Amável e inesquecível.
Era Alice.
"Bella!", ela disse, com o mesmo sorriso de sempre.
"Alice?"
Minha melhor amiga de todos os tempos, Alice Cullen. A primeira garota a falar comigo quando eu cheguei em Forks; Alice Cullen. A primeira a me apoiar quando disse que tinha uma queda por se irmão; Alice Cullen. A única que me apoiou quando disse que iria para o Alasca; Alice Cullen. A melhor amiga de todos os tempos: Alice.
Nota da Autora: Eu sei, muitas perguntas. Vale a pena deixar uma Review? Por favor! :) Volto semana que vem com respostas e mais um capítulo!
Beijos. xx
