A Segunda parte de Endless Waltz
Parte I:


- Wufei, você sabe onde estão Quatre e Trowa?
- Não, Heero. Eles não estão na sala deles?
- Eu vou procurar... E você vá se aprontar.


~ FLASHBACK ~


Eles tinham evitado que Dekin, comandando Mariméia, dominasse a Terra e com isso, eles esperavam que tivessem impedido uma nova guerra. Todos agora estavam livres para seguirem seus rumos. Eles, porém, também haviam sido chamados para trabalharem para os Preventers e estavam para aceitar ou não a nova proposta.
Heero, que não tinha outra coisa a fazer a não ser continuar a ser um guerreiro, aceitou de imediato. Chang, que também não tinha para onde ir e ainda por cima era um guerreiro nato, também aceitou. Trowa também concordou em trabalhar para os Preventers em contrapartida, trabalhar no circo. Quatre, que apesar de ser o herdeiro da empresa dos Winner ficou preocupado com o fato de algo ruim da guerra ter continuado e não descansaria até que todos os vestígios fossem erradicados: logo, aceitou ser agente.
- Duo... O que você pretende de agora em diante? - Perguntou Quatre, já que Duo era o único que ainda não havia se decidido sobre o rumo de sua vida.
- Eu acho que... Eu...
- Anda logo Duo! - Era Wufei, que já estava exasperado com a indecisão de Duo.
Todos acreditavam que Duo diria sim, afinal de contas, ele amava seu DeathScyth e ainda mais seus amigos, mas eles se surpreenderam.
- Não... Obrigado, mas não vou aceitar... Vou levar uma vida normal. - Ele já se sentia vingado. Não sentia mais a necessidade de estar lutando e... Matando. Isso era o pior. Justo ele, que teve uma "formação" religiosa estava com suas mão sujas de sangue por causa de uma guerra. Agora que a guerra acabou, ele não tinha porquê continuar a lutar e... A derramar sangue. Sem contar que ele pretendia seguir e concluir aquilo que ele havia deixado inacabado. Tanto por ele quanto por Padre Maxwell.
Ninguém ali, porém, podia acreditar no que estavam ouvindo... Nem Heero. Eles apenas acreditavam (e desejavam) que aquilo não passasse de uma brincadeira de mau gosto de Shinigami... Mas ao olharem para ele, e, ouvirem sua conclusão, eles acreditaram... E ficaram chocados também.
- Eu vou... Vou virar padre.


~ FIM DO FLASHBACK ~


- Trowa, eu ainda estou abismado com o que o Duo disse, sabia? Eu não consigo acreditar... Na verdade, eu não consigo engolir isso... Duo... Padre? Não, não dá!!!
- Quatre... Isso já tem seis meses! Você acreditando ou não... Aliás, N"S acreditando ou não ele já está lá na igreja, como diácono: ele vai virar padre.
- É difícil de acreditar, mesmo assim... Eu... Sempre pensei que ele e Heero pudessem ter algo em comum... Que eles tivessem uma afinidade... Que eles se gostavam! E, de repente, ele diz: "vou virar padre."! Sem mais nem menos...
- Não foi sem mais nem menos, você sabe que ele foi criado por um padre que iria torná-lo padre também! Você tira isso por suas roupas e por onde ele viveu...
- E se ele tiver se tornado padre para fugir de algo?
- Duo Maxwell fugindo? Pode ser... Mas de quê?
- Do que ele sente...
- Fugindo dele mesmo? Definitivamente... Não creio.
- Mas qual seria a outra explicação?
- Ele resolveu seguir o caminho que tinha começado a ser trilhado pelo Padre Maxwell antes dele morrer e da igreja ser destruída... Isso é suficiente para você?
Quando Quatre ia abrir a boca para falar, Heero entra na sala dos dois.
- Ah, vocês estão aqui. É melhor irem se apressar, pois temos uma missão de última hora para realizar. - Disse Heero aos amigos assim que entrou na sala em que eles se encontravam.
- Risco? - Perguntou Quatre.
- Elevado. Bastante elevado. Parece que uma frota de MS está prestes a atacar uma região próxima daqui. - Respondeu Heero preocupado. Algo lhe dizia que iria acontecer alguma coisa. Ele estava tendo um mau pressentimento.
- MS? Serão aqueles que nós rastreamos há algum tempo atrás? - Ponderou Quatre, achando estranho o fato de MS estarem sendo produzidos numa era em que a paz reinava e, ainda por cima, terem relação direta com a nova missão.
- Era uma produção em larga escala... Isso significa que... - Desconfiou Trowa, seguindo o raciocínio lógico de Quatre e concordand com este.
- Sim... Pode acontecer outra guerra. - Concluiu Heero.
Os três se entreolharam e correram em direção à pista de lançamento. Por que uma nova guerra... E justo agora???





- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Que o Senhor Deus vos abençoe: em nome do Pai, Filho e Espírito Santo.
- Amém.
- Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
- Graças a Deus.
Ao término da missa, o Pe. Thomaz veio lhe dar as boas graças.
- Que celebração bonita o senhor fez hoje diácono Duo.
- Muito obrigado Pe. Thomaz... Espero me tornar logo padre para realmente celebrar uma missa.
- É difícil encontrar jovens assim como você que queiram se entregar totalmente a Deus.
- Sim... Foi uma forma que eu encontrei de expiar meus pecados e ainda assim fazer o bem às crianças...
- Oh... O senhor gosta de crianças?
- Sim! Não existe criatura mais pura e doce do que uma criança... E ainda assim tão frágil. Por isso eu gosto de crianças, e também as protejo...
Nesse momento eles foram interrompidos por uma verdadeira algazarra...
- Senhor Duo! Senhor Duo! Vamos brincar... O senhor prometeu!
- É... Tem que ter muita energia para conseguir agüentar essas crianças...
- Nem me fale. Bem, obrigado de novo e até padre!!!
- Até meu filho...
Após a despedida, o Pe. se retirou e caminhou até a frente da igreja. Quando já estava sozinho, ele tirou um aparelho do bolso... Uma espécie de comunicador.
- Asa Negra falando: o terreno já está livre, câmbio... Não se preocupe, aqui só tem uns pirralhos sem teto e um garoto que quer acabar com a vida, câmbio... A qualquer momento, câmbio final.





- Mikado... Cuidado para não cair! Chei, Annet[1], vocês também!
- Ah, irmã Celina, são crianças...
- Mas Sr. Duo, elas podem se machucar!!!
- E qual é a graça de ser criança e não ter nenhuma cicatriz? Essa é a delícia da infância...
- Tá com o senhor Duo! - Apareceu, de repente, um garoto atrás de Duo dando-lhe uns tapinhas nas costas.
- Ora, seus engraçadinhos... Agora vocês vão ver!
- Ah, meu Deus... Só podia ser ele mesmo. - Falou a freira olhando para Duo enquanto ele corria atrás das crianças.
- Irmã Celina! A irmã já falou com o Sr. Duo?
- Oh, perdão Madre. Eu acabei me esquecendo, mas eu já vou falar com ele. - Ir. Celina saiu correndo atrás de Duo para que ele pudesse ouvi-la, antes que a Madre superiora lhe chamasse a atenção.
- SENHOR DUO!!!
- O... O que foi irmã??? - Falou Duo com as crianças em cima dele.
- A Madre pediu para que o Sr. fosse até a paróquia para pegar os documentos para a festa da semana que vem...
- Ah... Agora???
- Sim... Agora...
- Tudo bem... Eu já vou. Crianças, eu espero que vocês se comportem, viu? Já volto.
E com isso ele saiu.
Duo gostava muito de lá. Ele vivia junto às freiras, às crianças e aos outros padres e diáconos. Era como se fosse em 180 AC, quando ele mesmo fora acolhido pela igreja pelo Pe. Maxwell e pela Irmã Hellen. Eles eram felizes... Muito felizes e o Padre tinha um futuro programado para ele... Um futuro decente, bom e feliz... Mas alguns bastardos gostavam de guerra e ele foi obrigado a não apenas enterrar os corpos de seus entes queridos, mas também a presenciar o inferno de camarote e ainda por cima participar dele no segundo ato. Ele foi obrigado a entrar na guerra, a matar pessoas... Ir de contra seus ensinamentos. Ele sempre quis ser uma criança normal, mas nunca pode: órfão, desde que se lembra, vivia nas ruas roendo coisas velhas para não morrer de fome; se enfiava em qualquer abertura para evitar morrer de frio. Matou pessoas... Sempre ouvia em seus pesadelos a voz do padre Maxwell e da irmã Hellen em seu ouvido chorando e perguntando o porquê daquilo tudo ter acontecido. Do porquê dele TER virado Shinigami. E ele não sabia por onde começar...
Sua salvação foi seus amigos. Quatre, Trowa, Wufei com certeza se empenharam para fazê-lo feliz, pois eles se tornaram mais do que companheiros. Eles eram quase como irmãos... Bem, já Heero... Na verdade, de acordo com as regras da Igreja católica, ele estaria pecando, pois ele amava Heero. Sim, ele amava outro homem, e isso era um grande pecado. Ele, porém, sabia que, pecando ou não, Heero nunca olharia para ele. No mínimo, o Soldado Perfeito devia amar Relena, e ele esperava que eles fossem felizes juntos.
O que restara a ele então? Se ele fosse um civil normal, certamente ele se alistaria na Legião estrangeira... Mas ele já era um soldado... Por que não, então, tornar-se apenas de Deus? Ele protegeria as crianças que são como ele fora: se esse deus realmente ama as pessoas, e nunca havia feito nada por ele, ele esperava que pelo menos por estas crianças Ele fizesse algo. E Duo estava lá para ser testemunha disso. Era o melhor que ele poderia fazer...





- Aqui é a central, alguém na escuta?
- 01 na escuta.
- Heero, esperamos que vocês tomem cuidado. Não sabemos ao certo qual a intenção deles e muito menos quem são. Mas sabemos que tem um alvo e que vão destruí-lo. Evitem a destruição e descubram que é.
- Onde fica o alvo, aproximadamente?
- O ponto fica próximo à Nova Igreja. Mais uma vez, tomem cuidado.
- OK. Eu passo aos outros. - Depois de ajustar os controles e comandos do Wing 0, ele contatou os outros pilotos.
- 01 falando. O alvo fica próximo à Nova Igreja.
- Nova Igreja? O que tem lá aperto de tão interessante para um ataque? - Falou Wufei.
- Aparentemente nada. - Respondeu Trowa. - Essa região já serviu de alguma coisa para alguém?
- Não... - Falou pausadamente Quatre, chegando a uma estranha conclusão, que, de fato os chocou. - Essa região é virgem. Ela nunca foi explorada antes, de forma alguma!!!
- DROGA! A IGREJA É O ALVO!!!!!!! - Assim que terminaram a conclusão, eles ouvem um estrondo.





- Obrigado.
- De nada, senhor diácono.
Duo estava voltando para a igreja com um enorme sorriso. Eles fariam uma festa para arrecadar dinheiro em prol do natal, que não estava próximo, mas eles queriam beneficiar muitas pessoas que não teriam onde passar essa época, e ainda por cima, com fome. Tanto que ele nem reparou no papel em sua mão. Quando estava a alguns quarteirões da igreja, ele pode ouvir um grande estrondo, muita fumaça e pedaços de pedra e tijolo voando em todas as direções. Com o coração na mão, ele correu até a igreja e pode perceber que o pior aconteceu. Suas lembranças voltaram em 180AC, quando ele presenciara a mesma cena. A igreja tinha sido destruída. Totalmente. Por quê? Por que ele não poderia viver normalmente? Ser feliz? Por que essas crianças têm que morrer por motivo tão absurdo e fútil?! Por que elas não podem ser felizes?!?! E...
- POR QUE ELAS NÃO PODEM VIVER?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?! - Berrou descontrolado, não acreditando que estava passando por tudo aquilo de novo. Duo caiu de joelhos no chão, com a cabeça baixa e olhos molhados. Quando percebeu o corpo da irmã Celina ele engatinhou até ela e percebeu que ela estava viva... Mas não por muito tempo.
- Senhor Duo... Eu não consegui salvar as crianças. Perdoe-me.
- Não se preocupe com isso. A irmã não tem culpa de nada.
- Obrigada... Tome... Tome isso. Senhor Duo, que Deus tenha piedade da alma do senhor.
Ela fechou os olhos e acabou por falecer.
- NNNNNNNNNNNNÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!





- Droga! Chegamos tarde demais! - Bufou um zangado Wufei.
- Nem me fale... - Falou Quatre se abaixando com lágrimas nos olhos ao ver uma bonequinha que tratava de pegar. - O pior é saber que essa igreja servia como orfanato para muitas crianças e como abrigo nas noites frias para outros...
- Esperem: o Duo estava em qual igreja? - Perguntou Trowa.
Eles se entreolharam e Heero apreensivo respondeu.
- DROGA!!! ERA ESSA IGREJA!
- NNNNNNNNNNNNÃÃÃOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quando eles iam começar as buscas, eles ouvem um grito. Ao olharem mais para frente, puderam divisar um rapaz com um corpo nos braços.
- DUO! - Gritaram todos juntos enquanto eles iam ao encontro dele aliviados pelo amigo estar vivo.
Ao ouvir seu nome, Duo volveu sua cabeça para onde havia sido chamado, então ele percebeu quatro rapazes vindo em sua direção. Mas ele estava tão atordoado, que ele não conseguiu identificar os jovens, mesmo aparentando conhecê-los. A única coisa para a qual teve forças foi:
- Me levem daqui... Por favor. Eu não agüento mais isso. - E com isso desmaiou.





CONTINUA...





[1] Chei e Annet são os nomes de dois intercambistas que eu conheci esse ano: o primeiro veio da Austrália e a segunda da Alemanha. Resolvi colocá-los porque queria nomes bem diferentes, para mostrar que a igreja pegava crianças que vinham de qualquer lugar. (bastava pegar o seu Otaku....)

E aí povo?! Eu resolvi postar aqui no WickedAngels antes de postar em outro site, e espero que vocês gostem muito das minhas fics, principalmente essa que é a recente e ainda está em andamento. Eu realmente espero que vocês, que pelo menos são pessoas que com certeza gostam de yaoi e ainda por cima me conhecem então, garanto a vocês o cargo de análise da fic. Por favor, digam se ela está legal ou não, tá? Espero mesmo que ocês gostem.
Beijoquinhas,
Otaku Chan#_# (a míope)