Inbox Romance
Quando um romance começa virtualmente e se perde pela fibra ótica do tempo.
Capítulo 1 – No messages to display
"Warbler" – (04/08/2009)
Você respondeu meu tópico sobre o filme Matrix. Eu devia anexar o link, mas não estou mandando esse e-mail de casa e estou com preguiça de procurar pelo link no fórum agora, mas você SABE que eu não estava falando sério sobre achar que o Agente Smith era apaixonado pelo Neo, não sabe?
Ps.: É impressão minha ou você criou uma conta apenas para responder ao tópico? Seu perfil é absurdamente escasso no quesito "informações pessoais"
~x~x~x~
"Neo" – (15/08/2009)
Seu tópico dizia "Embora eu queira arduamente acreditar que o Agente Smith não era apaixonado pelo Neo, ele procurava por ele incansavelmente como se a vida dele não fizesse sentido nenhum se não fosse pela existência do Neo, então porque matá-lo?". É claro que eu entendi, não sou idiota. Entendi que você estava defendendo o Agente Smith e a sua teoria louca de que ele deixou o Neo viver de propósito no final da trilogia.
Agora, convenhamos? Seu argumento para defender essa teoria foi o mais gay já visto na face da Terra, passarinho.
Ps.: Sim.
~x~x~x~
"Warbler" – (15/08/2009)
Teoria louca? Você chegou a assistir ao filme, pelo menos? Eu só fiz uma piadinha para dar um tom mais descontraído à Teoria, ok? E mesmo se eu estivesse falando sério, qual seu problema com o fator "homossexualidade" da minha argumentação? Você sabe que isso é bem infantil para alguém que entra num fórum que tem como principal objetivo reunir pessoas que queiram dividir teorias sobre os mais diversos filmes, não sabe? Isso inclui pessoas que talvez estejam além do universo legido por mesquinhez e hipocrisia de gente que não sabe aceitar as diferenças em paz.
A propósito, o fato de você ter escolhido "Neo" como nickname me faz crer que seu problema é que você deve ser um dos maníacos que só queria ver cenas de sexo entre ele e a Trinity. E ela é a pessoa mais masculina daquele filme depois do Morpheu, se é que você não percebeu. E o agente Smith é o melhor personagem. E você precisa parar de fazer comentários preconceituosos.
Ps.: Seu doente. Vá ler um livro.
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"Neo" – (20/08/2009)
Você respondeu ao e-mail com uma velocidade tão absurda que me fez pensar que você estava apertando F5 na sua caixa de mensagens por nove dias ininterruptos esperando pela minha atenção. Que adorável! Soa um pouco nerd e exagerado, mas tudo bem. Agora, vamos voltar à discussão...
Primeiro: Não. Eu nunca assisti ao filme. Só vi o trailer e li um resumo rápido na Wikipédia. Tenho mais o que fazer do que ficar com essas nerdices, sério. Segundo: eu tenho nada contra sua argumentação gay, deixa de ser complexado. Terceiro: Acabei de jogar no youtube "Matrix Sex Scenes Neo and Trinity" e a primeira sugestão já me fez rir o suficiente por três semanas. Obrigado por achar que sou um desses maníacos, mas isso realmente não me excitou muito. Escolhi Neo como nickname porque me pareceu justo defender o fato de que o pobre rapaz talvez não fosse gostar de estar em suas fantasias gays. Agora meio que estou frustrado, porque depois do que vi naquele vídeo, estou começando a acreditar na sua teoria louca.
E sua notável Crush pelo Agente Smith é adorável, passarinho. Mas você tem consciência de que se ele fosse real, ele não se importaria de matar você, certo?
Ps.: Indique algum.
~x~x~x~
…continua…
~x~x~x~
06/02/2012 – Dalton Academy – Westerville, Ohio.
O uniforme ficava bem nele, pelo menos fora o que seu espelho dissera antes de ele sair de seu novo quarto da Dalton Academy. O lugar era espaçoso, não tinha que dividir quarto – o que era um avanço para um internato naquele fim de mundo, na sua opinião – e as chances de ficar entediado eram poucas a considerar a quantidade de belos rapazes desfilando pelos corredores. Riu de si mesmo à margem daquele pensamento.
Há aproximadamente dois anos Sebastian Smythe fora obrigado pelas circunstâncias a assumir sua homossexualidade para os pais. Lembrança tenebrosa, de fato. Ainda sentia um calafrio ao lembrar-se de como aquilo havia acontecido e esperava não manter a lembrança em sua mente durante seu primeiro dia na nova escola.
Sabia que havia um grupo Acapella na Dalton e música sempre lhe parecera encantadora. Foi impossível não rir quando ouviu de um dos garotos quando fora conhecer o local, semanas antes. The Warblers. O nome lhe trazia tantas recordações que era como se de repente seu cérebro se tornasse uma caixa de entrada de um fórum online lotada de conversas com um maníaco viciado em criar teorias absurdas para filmes dos quais não se ouviam mais teorias surgindo. The Warbler. Nostálgico.
Entrar no grupo não fora difícil, tendo em vista que ele tinha uma ótima voz e dançava bem. Não que a dança fosse algo realmente importante num grupo Acapella, mas tinha de admitir que era um atrativo e tanto para um rapaz alto e de olhos penetrantes como ele.
Porém era necessário admitir que ouvir os integrantes do grupo dizerem que agora ele era um "Warbler" provoca-lhe uma sensação de formigamento no estômago e uma saudade inexplicável de um tempo que agora parecia irrecuperável e perdido no tempo.
Num dos encontros dos Warblers, Sebastian teve sua segunda grande surpresa na nova escola. Um nome. Um simples nome que fez com que seus pés perdessem a sensibilidade e o obrigassem a sentar antes de ouvir qualquer informação adjacente referente a ele.
- Blaine Warbler, sinto a falta dele – comentou por alto um dos rapazes, durante o almoço. – Ele era o melhor, a voz dele era perfeita.
- Blaine Warbler? – a voz de Sebastian estava embargada e pesada, como se a pronúncia daquele nome lhe fosse um fardo ainda muito poderoso para carregar. – Ele... era?
- Ele mudou de escola. Blaine Warbler não é nome dele, ok? É Anderson. Blaine Anderson, o Warbler. Ele foi o nosso vocal por um bom tempo, mas esse ano mudou de colégio.
- Anderson? – Sebastian riu, acomodando-se na cadeira como se o mundo subitamente tivesse passado a fazer sentido em sua mente e todas as respostas sobre o universo tivessem acabado de despencar em seu colo. – Blaine Anderson, Warbler... Anderson, como Thomas A. Anderson, o Neo, The One...
- Você está bem?
A pergunta era certamente perfeita para a ocasião, pois Sebastian tinha a mais plena certeza de que ele não estava bem. Aquele era o nome do Warbler. Do seu Warbler, o Warbler de dois anos atrás, o Warbler que lhe mantinha ocupado por horas num fórum tosco falando absurdos e provocando-lhe as mais absurdas e impossíveis sensações do mundo. Não, ele não estava bem. Sebastian Smythe estava naquele momento flutuando sobre seu passado e recuperando cada migalha do que restara em sua mente das mensagens que nunca abandonaram sua alma.
- Eu estou bem. Desculpe. Fale mais sobre o tal Blaine Warbler.
- Extremamente sexy. Todas as garotas babavam por ele por onde quer que fôssemos. Ouvi-lo cantar era como... era como ouvir o Oráculo dos Anjos, Smythe. Era incrível. De verdade.
- Estou detectando uma crush, aqui? – ele brincou, ainda saboreando as informações recém recebidas.
- Você me pediu para falar sobre ele. Estou falando.
- Ele parece ser apaixonante, de fato. Por que ele mudou de colégio?
- É aqui que qualquer crush sofre um abalo sísmico, Smythe. Não sei exatamente o motivo. Talvez por amor, por loucura... talvez cansou de ser o centro das atenções por aqui e foi reconstruir a fama em outro lugar... Vá saber? Você acha que eu descreveria o cara indefectível? Ele certamente deve ter seus motivos ocultos.
A expressão de Sebastian parecia severamente alterada àquela altura. Talvez fosse uma divertida sequência de coincidências. O fato de ele se chamar Blaine Anderson, o fato de ele ter sido o líder no vocal de um grupo chamado The Warblers e o fato de ele ser como um sonho em forma de homem... tudo uma incrível sequência de coincidências. Se Sebastian fosse religioso, rezaria para que fosse isso mesmo. Mas sabia que seria coincidência demais e embora a esperança de que seu passado pudesse retornar com a potência de uma prensa hidráulica, também tinha uma suave vontade de que ele permanecesse no passado.
- Garoto misterioso e interessante, não é?
- É. Mas sabe, Smythe... no fundo todos os Warblers ainda esperam que um dia o Blaine apareça na porta dizendo que voltou e que não tem a intenção de ir embora de novo. Ele não é só um ótimo cantor, entende? Ele é mesmo uma pessoa incrível.
Sebastian balançou a cabeça em afirmação, esboçando um sutil sorriso, como se no fundo quisesse dar sua própria opinião e dizer sobre o que mais além daquilo tornava Blaine Anderson incrível. E sabia que estaria falando do Warbler com quem conversava há alguns anos. Sabia que estaria falando do mesmo Warbler.
~x~x~x~
O fato de que alguém chamado Blaine Anderson, codenome Blaine Warbler, fora algum tipo de lenda viva na Dalton ainda perturbava a mente de Sebastian. Depois daquela conversa era como se o nome de Blaine estivesse em cada canto da escola, em cada Warbler do grupo, em cada situação cotidiana era como se alguém fosse capaz de lembrar um acontecimento incluindo Blaine e o fantasma de seu nome estava tão presente que Sebastian já sentia como se convivesse com ele diariamente.
Porém Blaine Anderson continuava sendo apenas um nome e uma caixa de e-mails. Nunca vira uma foto sequer do Warbler. Era absurdo. Trocaram tantos e-mails e mesmo mantinham-se como os maiores segredos um do outro. Tanto a ponto de guardarem seus nomes, seus rostos por tanto tempo.
Naquela manhã de quinta-feira mais uma dos segredos se dissolveria.
Naquela manhã Sebastian Smythe viu Blaine Anderson pela primeira vez.
Os Warblers estavam cantando. Rotina natural, aliás. Cantavam uma ou duas músicas, depois conversavam, trocavam idéias, formavam novos arranjos, cantavam mais. Porém naquele dia a música ganhou uma cor e um sabor diferente para Sebastian. Ele estava sentado, acompanhando como se aquilo realmente não fosse importante no momento, mas então aquilo aconteceu.
Um rapaz parou à porta da sala, o cabelo bem penteado, a roupa alinhada, a figura de um bom garoto e um sorriso suave no rosto. Havia um quê de nostalgia em seu olhar e no momento em que seus olhos encontraram os de Sebastian, aquele momento único em que suas íris se chocaram a distância e permaneceram unidas, ele soube... Sebastian teve a certeza de que aquele, parado à porta com a expressão mais angelical da qual ele poderia se lembrar ter visto em alguém, era Blaine Anderson. Blaine Warbler. The Warbler. Seu Warbler. E não houve nenhuma atitude que parecesse menos correta que não fosse a de levantar, elevar o tom da voz para se fazer ouvir por todos – ele incluso – e ir a seu encontro.
Enquanto caminhava, embora o tempo tivesse parecido retroceder dois anos e parado ali, como se de alguma forma ele pudesse retomar tudo exatamente de onde pararam, Sebastian sabia que era inevitável que o contato visual se quebrasse e eles voltassem ao presente. Porém quando suas mãos se tocaram e Sebastian viu a si mesmo o trazendo para participar da música, tempo nenhum no mundo parecia suficiente.
Durante toda a performance seus olhos não conseguiram desviar da imagem dele. Aquele sorriso, o jeito com que ele olhava de volta, sua espontaneidade. Era como se seus e-mails ganhassem uma forma humana, viva, e Sebastian não sabia mais a diferença entre passado e presente, só sabia que queria ir até ele ao fim da música.
E foi.
- Olá, Sebastian Smythe – disse sem rodeios, oferecendo a mão para cumprimentá-lo.
- Blaine Anderson – apresentou-se, depois de um sorriso breve ao ouvir o sobrenome Smythe.
O coração de Sebastian deu um rápido solavanco. O sorriso se expandiu no rosto e uma límpida sensação de flutuar percorreu seu estômago numa vertigem prazerosa. A voz dele, assim como ouvira dizer, era angelical. Soava um pouco piegas pensar assim, mas não havia uma descrição mais plausível no momento. E o fato de ouvi-lo pronunciar aquele nome era como se aquele fatídico dia em que Blaine lhe disse seu nome tivesse ganhado uma versão animada e real.
- É um prazer finalmente conhecê-lo.
- Ahn... Finalmente? – Blaine liberou um riso rápido e curioso.
- Que tal sentar pra um café?
~x~x~x~
Blaine gostava de sorrir. Fora o que Sebastian concluiu talvez minutos depois de conhecê-lo. Não era diferente da imagem que montara na sua mente um dia. Mas ele era certamente mais bonito do que ele imaginara. Para ser honesto ele quase tinha medo de que Blaine fosse algum típico nerd estranho e nervoso escondido por trás de um óculos de grau, embora a sua personalidade fosse interessante o suficiente para não parecer do tipo que se escondia por trás de um estereótipo de nerd estranho em fóruns da internet.
- Ouvi falar de você. Você tem uma fama e tanto por aqui.
- Estudei aqui por uns dois anos. Acabei criando raízes bem sólidas. Até sinto falta, para ser honesto. Você não estava aqui no começo do ano...
- Eu me transferi recentemente - ele fez uma pausa e estreitou os olhos. - Eis que surge o momento perfeito para que eu exponha a minha curiosidade, Blaine... Porque você deixou a Dalton? Vir algumas aulas e depois subitamente partir... Há algum motivo oculto por trás dessa fuga repentina? Algum coração partido que você queira evitar? Alguns, talvez...
Blaine baixou a cabeça, corado e embaraçado. As palavras pareciam se perder em seus lábios e Sebastian saboreava aquela timidez como se já estivesse habituada a ela. Na verdade cada mínimo detalhe de Blaine parecia estar à superfície. Era como se Sebastian já o conhecesse o suficiente para saber o que o fazia perder o equilíbrio e a pose de quem está no controle da situação.
- Não há nenhum coração partido. Eu mudei de escola por causa... de uma pessoa. Alguém de quem eu não quero me afastar, que merece minha atenção integral.
Sebastian respirou fundo. Talvez fosse querer demais que Blaine não tivesse alguém, mas no fundo ele desejara isso desde o momento em que o viu entrar na sala. Desejou que ele ao olhar em seus olhos tivesse a mesma certeza de quem Sebastian era, que sorrisse como sorriria pra ele há dois anos, que o dissesse o quanto sentia falta dos e-mails trocados e dos estúpidos pseudônimos. Sebastian agora entendia o porque de Blaine sempre anexar uma gargalhada ao chamá-lo de "Mr. Anderson", isso meio que se tornara engraçado ao descobrir que era o sobrenome de Blaine.
Pena que ao descobrir não tivera tempo de rir da piada. Pena que o tempo se encarregou de enterrar as gargalhadas e providenciar mudanças drásticas na vida de ambos. E agora Blaine era o cara que mudara de colégio por alguém que o merecia por inteiro. Alguém que ele provavelmente não conhecia apenas por e-mails anônimos.
- Mudou sua vida inteira por um namorado? – indagou, impessoal, enquanto Blaine não escondeu sua surpresa ao ouvi-lo falar "namorado" com aquela naturalidade, como se o conhecesse mais do que o que havia mencionado.
- A vida inteira é um tempo um pouco exagerado, não acha? Mas admito que foi uma mudança bem radical, sim. É por uma boa razão. Eu não teria feito isso se não fosse por alguém que realmente é importante pra mim.
Sebastian assentiu com a cabeça, entregando-se ao copo de café por alguns segundos. Agora Blaine tinha alguém que não era apenas um pseudônimo. Alguém que podia tocá-lo, beijá-lo, experimentar todas as sensações possíveis com um segundo quis que aquele não fosse o seu Blaine Anderson, mas cada vez mais tinha certeza de que ele não poderia ser outro. Era o único.
- Como queira, Mr. Anderson.
Blaine riu. Uma risada descomprometida e natural, como se tivesse acabado de ouvir a mais velha e boba piada do mundo, que de tão velha arranca um riso fácil e sincero. Mordeu o lábio inferior e depois encarou o olhar curioso de Sebastian.
- Desculpa... eu só... lembrei de uma bobagem.
Sebastian suspirou e sorriu, internamente desejando que a lembrança fosse a mesma que o fizera chamar assim.
~x~x~x~
Blaine se jogou na cama e abriu os braços, liberando um longo suspiro. Seu olhar fixo no teto vagava por lembranças longínquas que insistiam em não sair de sua mente. Girou pelo colchão e fitou o computador ligado à frente. Fazia, aproximadamente, um ano e meio desde a última vez que buscara por uma resposta ao seu último e-mail enviado. Resposta essa que nunca chegara até então. Não sabia o porquê de estar lembrando aquilo agora. Talvez o simples "Como queira, Mr. Anderson" dito mais cedo por alguém de nome Smythe fosse o suficiente para despertar sua lembrança. Não é como se aquilo fosse realmente importante agora, mas era ele quem costumava usar aquela frase, rindo como se fosse algo deveras original.
Levantou da cama e sentou ao computador. Fazia tempo demais desde a última vez que entrara naquele fórum. Decidira se afastar e não devia quebrar seu pacto consigo mesmo. Era para não se torturar. Mas talvez uma vaga olhada no passado já não surtasse mais o mesmo efeito. Talvez fosse exatamente o que ele precisava para se desapegar finalmente daquilo, agora que tinha tudo que precisava em Kurt, seu namorado. Não precisava mais se prender a idéia de alguém que parecia ter deixado de existir para ele no rápido intervalo de um segundo.
Entrou no velho e-mail – surpreendeu-se por lembrar da senha – e colocou no campo de busca uma expressão "Mr. Anderson." Seus olhos se iluminaram com os resultados, ele abriu um aleatóriamente.
"Neo" – (15/02/2010)
SÓ ACRESCENTANDO ALGO AO ÚLTIMO E-MAIL: Aquilo sobre gostar de dormir pelado me excitou, se é que você me entende. Nessas horas eu meio que quero entrar na Matrix e me projetar aí para checar embaixo do seu lençol.
Desconsidere meu lado pecaminoso, mas foi a primeira coisa em que pensei quando imaginei isso. Não é o tipo de comentário que se faz sem esperar um feedback.
Ps.: Até quando vamos usar PS?
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"Warbler" – (16/02/2010)
Santa mãe de Deus! Agora estou sentindo a necessidade de chamar meus pais e dizer que você é algum tarado querendo me seqüestrar!
Ok, Mr. Anderson (ainda rio quando chamo você assim, piada interna individual é ótima), vamos parar com isso de me imaginar pelado. Eu não sou desse tipo... E pare de usar a Matrix para seus trocadilhos sexuais!
Ps.: AO INFINITO E ALÉM!
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Ele riu, mas um riso sutil, sem muita empolgação. Fechou como se fosse algum vírus do qual precisasse se livrar. Talvez apagar fosse o melhor a fazer, mas sentia que não havia necessidade disso. Ele não era mais o garoto levado que acreditava nas coisas que o então "Mr. Anderson" dizia. Ilusões daquele tipo não tinham mais espaço em sua vida. Agora tinha de manter o pé no chão.
No canto inferior direito da tela, uma janela familiar subiu. Kurt mandara uma mensagem simples, porém que significava bem mais que promessas vazias agora.
"Ansioso pra ver você hoje. Não vou dizer que te amo aqui, ok? Pessoalmente soa mais original. Beijo."
Ele sorriu e liberou um suspiro, decidindo mentalmente tomar um banho e gastar o resto do dia pensando em mil opções do que fazer com Kurt. Planejar tornara-se uma prioridade absurda em sua vida nos últimos tempos. Devia muito a Kurt por isso. Devia a maioria de seus melhores momentos a ele, na verdade. Isso lhe parecia maior do que qualquer lembrança.
N/a: Então. Duas coisas:
Primeira: Essa fic ficou melhor que a outra. Why, God?
Segunda: Eu sei que o capítulo ficou pequeno (eu achei pequeno), mas para uma introdução, acho que está fix.
Créditos ao dookperkins pela plot da fic. Sim, a idéia brilhante não é minha, lamento. Então posso dizer que o tenho como meu co-autor, já que a idéia central da troca de e-mails no passado foi dele. Acho que a introdução não ficou muito clara sobre a plot central, mas no decorrer da fic vocês entendem. É que nem novela das nove, não dá pra explicar tudo no primeiro capítulo, né?
Os e-mails antigos sempre iniciarão os capítulos, ok? Fiquem de olho nas datas para não se embananarem todos.
Be gentle.
ps.: Eu tinha acrescentado e-mails adoráveis para eles na frente dos nicknames dos e-mails, mas o FF despreza o arroba e os cortou na hora que fiz upload do documento. Era algo tipo "awesomewarbler (arroba) secretsdotcom .com" e "theone (arroba) secretsdotcom .com" Podem rir da minha bizarrice. Mas ficou lindo aqui no Word. Chorando sangue porque o FF é filho da puta e não curtiu. :(
