Milionário do mês: Edward Cullen

Origem da fortuna: Empresa de tecnologia

Lema: Acredite no sucesso, rejeite o fracasso

Após ter sua herança roubada pelo irmão gêmeo, Edward jurou que dedicaria sua vida a atingir dois objetivos; sucesso e vingança. E, quando ele menos espera, em seu mês de isolamento na casa de Damon, a noiva de seu irmão, Isabella Swan, surge como o instrumento perfeito para seu acerto de contas. Basta uma simples troca de identidade para que Bella se entregue a ele cegamente... Mas Edward não havia previsto um pequeno detalhe: que seu coração tomasse as rédeas da situação!


CAPÍTULO UM

A única coisa que faltava no chalé era uma mulher sexy sobre a cama de casal da suíte. Uma mulher sexy e nua. Morena . Voluptuosa. Curvilínea.

Muito curvilínea.

Cabides com pernas não atraíam Edward Cullen. Ele gostava de mulheres com corpo sedutor e próprio para o prazer. O prazer dele.

— Disse algo, sr. Cullen?

Sobressaltado, desviou o olhar da cama e franziu o cenho para a zeladora, que mostrava a casa que seria dele pelo próximo mês. Teria falado em voz alta? Edward colocou as mãos nos bolsos e deu um sorriso evasivo antes de segui-la até o banheiro.

Até que ela era atraente, com 20 e poucos anos e cabelos alourados. Mas não fora ela que despertara sua imaginação. Fora a cama luxuosa, concluiu, olhando para a peça de mobília por cima do ombro. A cama cujo colchão era grande a ponto de se comparar à área do Edward Cullen visível pelas grandes janelas.

Havia uma lareira de pedra perto do pé da cama, com lenha empilhada dentro. Edward podia imaginar a lenha ardendo intensamente, provocando brilhos dourados na pele nua e clara de sua mulher imaginária. Ele acompanharia o reflexo da luz com a língua, sentindo-lhe o gosto...

— Sr. Cullen?

A atenção dele voltou para a zeladora, e Edward reparou que ela estava de pé e congelando de frio no meio do quarto.

— Pode me chamar de Edward — falou.

— Como? — A zeladora franziu a testa. — Estávamos esperando Antony Cullen este mês.

Edward olhou para ela, perplexo. Antony?

Ah. Antony. Tony. Aquela cama luxuosa estava fazendo com que se esquecesse de tudo. Edward Cullen não esquecia seu maldito irmão gêmeo, Tony, com freqüência. E também nunca fazia favores para ele.

Exceto agora.

Maldito Tony.

Quando a secretária dele ligara para sua secretária, Edward desejara poder recusar o que o filho da mãe pedia. "Seu irmão tem que cuidar de negócios inesperados e quer saber se você pode trocar com ele", Elaine comunicara, como se não fosse estranho que gêmeos idênticos se recusassem a se falar.

Mas, pela primeira vez, Edward não pudera negar o pedido do irmão.

— Desculpe. Pretendia avisar assim que cheguei — Edward falou para a zeladora. Pelo visto ela não notara que o bilhete enigmático que Emmett deixara era para ele. — Houve um imprevisto e meu irmão e eu tivemos que trocar os meses de estada. — A famosa troca entre gêmeos.

— Acho que está tudo bem — a mulher respondeu, e sinalizou para que continuassem. — Como eu dizia, Edward, você tem que passar o próximo mês no chalé para preencher os requisitos do testamento de Damon. Seu amigo Emment ficou aqui no mês passado e seu irmão Antony deverá vir em seu lugar no quinto mês.

Edward já sabia de tudo isso. Há algum tempo, cartas foram enviadas a cada um dos remanescentes dos Sete Samurais, como se denominavam na faculdade. Os seis perderam contato depois da morte de Damon Salvatore e da formatura, mas as cartas os lembraram da promessa que fizeram quando estavam próximos de receber os diplomas. Apesar de virem de famílias distintas e ricas, todos estavam determinados a causar impacto no mundo. Fizeram a promessa dez anos antes.

Sobre uma mesa cheia de garrafas de cerveja vazias, se comprometeram a construir um chalé às margens de Lake Tahoe. Dez anos depois, cada um ocuparia a casa por um mês. Ao fim do sétimo mês, iriam se reunir para comemorar a amizade e o sucesso alcançado.

Mas a doença e a morte de Damon representaram também a morte do sonho.

No entanto, para Damon não fora assim. Mesmo sabendo que não poderia estar lá para compartilhar de tudo, ele providenciara para que o chalé fosse construído. As cartas que escreveu a cada um dos amigos diziam que esperava que cumprissem a promessa feita anos antes.

A zeladora lhe deu passagem quando atravessaram outra porta.

— Este é o banheiro principal.

Quando Edward entrou, a morena imaginária voltou a dominar seu pensamento. A luz do fogo iluminava a pele dela, aquela pele linda, enquanto ela entrava na grande banheira de porcelana cercada de ardósia e próxima a outra lareira. As pontas dos cabelos escureceram ao se colarem nos ombros molhados. Bolhas brincavam de esconder com os mamilos rosados.

— Acha que ficará confortável?

Distraído mais uma vez pela visão sedutora, Edward sobressaltou-se com a voz da zeladora.

Maldição! Tentou imaginar qual seria seu problema, afastando a imagem da beleza molhada de seu cérebro, repentinamente obcecado por sexo.

— Ficarei ótimo, obrigado — No entanto, isso aconteceria três meses antes do previsto, graças ao irmão.

O pensamento deve ter provocando um olhar de fúria, pois as sobrancelhas da zeladora se elevaram.

— Há algo errado?

— Não. Claro que não. — Não havia motivo para lavar roupa suja da família na frente de uma estranha. — Estou apenas pensando em... Damon.

A mulher baixou o olhar.

— Desculpe. — Ela pareceu concentrada nos próprios sapatos. — Acho... que ele pretendia fazer algo simpático.

— Damon Salvatore era uma ótima pessoa. — O melhor entre os sete. Muito melhor. Edward se permitiu lembrar do largo sorriso de Damon , de sua risada contagiante, do modo como convencia o grupo a fazer qualquer coisa, desde pregar toda a mobília do dormitório dos calouros no teto a organizar o torneio beneficente de trios de basquete no último ano.

Damon fora do time de Edward. Eles ganharam tudo. Que time, aquele! Damon, Edward... e Tony.

Somente naquela época e em mais nenhuma outra, Edward e Tony jogaram no mesmo time.

E foi em Damon que Edward pensou quando concordou em trocar com o irmão. O último pedido do falecido amigo fora que os seis passassem um tempo no chalé que construíra. Se cumprissem o pedido, vinte milhões de dólares e o próprio chalé seriam doados à cidade de Hunter 's Landing, à beira de Lake Tahoe.

Edward não seria o motivo para isso não acontecer, independente de como se sentia em relação ao irmão.

Ele então seguiu a zeladora pelos outros cômodos, afastando a mente da morena imaginária ao pensar na troca entre os gêmeos e em como estava substituindo Tony Cullen, o imbecil n° 1. Passou pouco tempo olhando as fotos dos samurais na parede do segundo andar. Se fosse se passar por Tony, Edward pensou, teria que manter a gravata bem apertada, o sorriso gelado como neve e a mente alerta para tirar vantagem de qualquer situação, sem consideração com amigos ou parentes.

Era assim que o irmão trabalhava.

Finalmente a zeladora entregou-lhe as chaves e saiu, deixando Edward sozinho na casa, tendo apenas seus pensamentos amargos como companhia. O lugar estava silencioso e não havia sinais de Emmett McCarty, ocupante do mês anterior, exceto pelo bilhete escrito às pressas para Edward. Mas Emmett não estava longe. Ele se apaixonara pela prefeita de Hunter's Landing, Rosalie Hale, e agora eles revezavam entre esta cidade e a ensolarada Barbados, onde seu velho amigo aparentemente misturava negócios e prazer.

Livre do paletó e da gravata, Edward achou uma cerveja na geladeira cheia e se sentou perto da janela da saía. No meio das árvores era possível vislumbrar outra vista espetacular do lago. O céu não estava de um azul cristalino no momento, não só porque estava escurecendo, como também porque havia algumas nuvens negras.

Nuvens negras que refletiam o humor de Edward.

O que ele faria durante um mês?

Emmett se saíra bem, pelo visto. O bilhete dizia que o lugar não era "exatamente o buraco que se pensava" e que ele se ocupara mergulhando de cabeça em um caso amoroso. Edward não desejava tal situação para si mesmo, mas uma visita daquela morena imaginária adorável poderia fazer o mês passar mais rápido. Pena que ela não podia sair da fantasia diretamente para aquela sala.

Aí sim os trinta dias seriam mais interessantes.

Isso só aconteceria se Tony tivesse convidado alguém para se juntar a ele. E mesmo se o irmão tivesse convidado alguém, morenas adoráveis não eram o tipo de Tony. Gêmeos idênticos nem sempre têm o mesmo gosto para mulheres.

Ele puxou a poltrona para mais perto da janela no exato momento em que as primeiras gotas de uma forte chuva de primavera começaram a bater no vidro e descer como lágrimas. Certamente ele choraria também se a mulher que ele visualizara aparecesse na porta procurando Tony.

Não desconsideraria essa hipótese, no entanto. O irmão podia muito bem armar algo assim só para abalar Edward. Tony gostava de pregar peças em Edward sempre que podia.

Para ser justo, Edward tinha que admitir que fora o pai, Carlisle Cullen, que alimentara essa rivalidade entre os irmãos. Ele conduzira a infância dos dois como uma eterna temporada de O Aprendiz, na qual ele próprio fazia o papel de Donald Trump, sempre organizando competições cruéis entre os dois filhos.

A rivalidade diminuiu na faculdade. Mas depois que Damon morrera, o pai deles também se fora, deixando uma última disputa que reacendeu o fogo da competitividade. O gêmeo que primeiro ganhasse um milhão de dólares herdaria os negócios da família. Ambos trabalhavam com o desenvolvimento de comunicação sem fio: Edward com a mão na massa, usando sua formação de engenheiro, e Tony usando sua inegável perspicácia em contratar quem trabalhasse para ele.

Quando o assunto era aparelhagem técnica, o irmão era um desajeitado. Mas se fosse a montagem de uma equipe de sucesso, Tony era um mestre.

E Tony garantiu a liderança ao subornar um fornecedor e tirar Edward da disputa. Tony ganhou o primeiro milhão e ficou com o patrimônio da família.

Edward não falava com o irmão desde então. No entanto, acabara por se sair muito bem com sua própria empresa, uma versão mais sofrida e mais simples do que Tony construirá ao incorporar a fortuna da família Cullen. Essa era a essência de Edward: uma versão mais simples... certo, apenas um pouco... e com certeza mais sofrida de seu irmão Tony.

O trabalho árduo faz isso com um homem, Edward pensou. E traz amargura também. Não podia negar.

A chuva estava forte agora, e a casa esfriou. Ele se levantou e acendeu o fogo na enorme lareira que ocupava uma parede de pedra inteira, e as chamas o fizeram pensar mais uma vez na loura.

Quando voltasse a seu apartamento na baía de São Francisco, teria que dar uns telefonemas, pelo visto. Essa mulher imaginária estava se tornando uma obsessão. Normalmente só pensava no trabalho, além, é claro, do desejo de descobrir como se vingar do irmão; sua vida sexual era menos freqüente do que as pessoas imaginavam. No entanto, ao que tudo indicava, teria que prestar mais atenção às necessidades físicas.

Ou talvez a culpa fosse da casa, pensou. Ou das lareiras. Da cama.

A morena continuava a se insinuar nos pensamentos dele. Praticamente sentia o cheiro dela. Tinha cheiro de chuva, limpa e fresca, e ele sorveria as gotas de sua boca, de seu pescoço, de seus ombros.

Fechou os olhos e apoiou a cabeça no encosto da poltrona. A fantasia prosseguiu, e o coração bateu forte.

Mas não foi o coração.

Abriu os olhos repentinamente. Olhou pelas janelas, tentando descobrir se a chuva ou as árvores estavam provocando aquele barulho tão alto.

Concluiu que não era nada disso.

Edward colocou a cerveja na mesa e se levantou, seguindo o som até a porta da frente. Quem estaria ali agora, no meio da tempestade?

Ele abriu a porta. Enquanto percebia o contorno escuro de uma pessoa na varanda, o vento e a chuva fria o alcançaram. Controlando um tremor, Edward procurou pelo interruptor. A luz dominou a varanda e a entrada da casa.

Era uma mulher.

A blusa branca estava grudada no corpo. A calça jeans molhada colava-se às coxas.

Ela levou a mão aos cabelos e tentou ajeitar as mechas encharcadas. Algumas delas mostravam cachos ensopados com brilhos avermelhados.

Edward olhou para as roupas mais uma vez.

Para ser honesto, ele olhou mesmo foi para as curvas evidenciadas pelas roupas molhadas.

Os mamilos eram como botões rígidos anunciando seios espetaculares.

Mesmo olhando rapidamente Edward suspeitava que ela tivesse o corpo voluptuoso, exatamente como gostava.

Ela era exatamente como ele gostava.

Perplexo, ele continuou a encará-la como se tentasse entender como a combinação de cerveja, chuva e imaginação desenfreada trouxera tal visão até sua porta.

Seria ela real? E se fosse, a quem teria que agradecer por um presente tão surpreendente?

Ela franziu a testa. Os lábios eram carnudos, também.

— Antony, não vai convidar sua noiva para entrar? Noiva? Antony?

Edward passou mais alguns momentos olhando fixamente para a morena molhada na porta da casa. Quando outra rajada fria de vento e chuva o atingiu, ele piscou e finalmente deu um passo para trás a fim de permitir que a noiva de seu irmão entrasse.

Enquanto ela caminhava, perguntas dançavam na cabeça dele. Seria uma piada? Estaria Antony armando alguma coisa? Ou será que o irmão estava realmente noivo? Se estava, era novidade para Edward. Achava que o irmão era um solteirão viciado em trabalho, como ele. E desde quando Tony gostava de morenas?

Dentro da casa, com a porta fechada, a jovem cruzou os braços e passou a língua pelo lábio inferior em um gesto nervoso.

— Eu sei que não me esperava. Foi um... impulso.

— Foi?

— Foi. Entrei no carro e antes que percebesse, já estava quase aqui. Então a chuva começou e agora... —A voz foi sumindo e ela deu de ombros, olhando para os pés. — E agora estou pingando sobre esse lindo tapete.

Ela estava certa. Estava tão molhada quanto a fantasia da banheira, e provavelmente com frio também. Ele apontou para a sala com a lareira estalando.

— Vamos aquecer e secar você.

Ele tentou ser um cavalheiro e manter o olhar acima dos ombros dela enquanto ela se dirigia à sala. Mas que diabos, ele sabia que não era um cavalheiro. Então confirmou aquilo que suspeitava, deixando o olhar percorrê-la do pescoço aos calcanhares. Era exatamente o seu tipo.

Mas era noiva do seu irmão. Era mesmo? Ainda podia ser armação...

Parada em frente ao fogo, ela o encarou de novo. Mais um turbilhão de palavras saiu de sua boca, sugerindo que ela falava demais quando estava nervosa.

— Minha mãe me mataria se soubesse que vim aqui. "Isabella", ela diria naquele tom desaprovador, "está tendo outra Idéia Ruim?" É assim que ela fala, com letra maiúscula. I maiúsculo de Idéia. R maiúsculo de Ruim. "Mais uma Idéia Ruim de Isabella. — Deu uma risada nervosa antes que as mãos tentassem abafá-la.

Isabella. O nome dela era Isabella. Não fez Edward se lembrar de nada, mas ele não acompanhava a vida social de Tony . Talvez devesse, já que o irmão parecia querer o mesmo tipo de mulher que ele. Pelo amor de Deus, Antony não devia poder ter tudo que Edward queria.

Ela tremeu e Edward viu uma manta de lã dobrada sobre uma cadeira. Pegou-a e a levou para ela. Ao pegar a manta, ela olhou para ele com grandes olhos castanhos. A língua rosada umedeceu o carnudo lábio inferior.

— Deve estar se perguntando por que estou aqui, Antony.

— Não sou... — Antony. Algo fez com que não falasse o nome. Passou a mão pelo cabelo, ganhando tempo. — Estou apenas um pouco surpreso de vê-la.

Ela deu outra risada e se virou para o fogo.

— Essa história de noivado tem sido surpreendente, não acha?

— Acho. — Ele podia ao menos ser honesto sobre isso. — Acho sim.

Ela continuou a olhar para o fogo.

— Quero dizer, não nos conhecemos tão bem. Você já trabalha com meu pai nas Indústrias Swan há anos, claro...

Droga, Edward pensou. Ela era filha de Swan. De Charlie Swan. O primeiro a se aliar a Antony depois que ele trapaceou e Edward perdera a chance justa de ganhar o patrimônio da família Cullen.

— ... mas também não conversamos muito e nem ficamos realmente... a sós.

O quê? Edward olhou fixamente para a cabeça e para os cachos achocolatados que estavam secando. Seu irmão estava noivo de uma mulher com quem nunca ficara sozinho? Edward imaginava o que isso significava, e se estivesse certo, significava que Tony não desenvolvera repentinamente um desejo por belas morenas voluptuosas.

Em vez disso, Tony desenvolvera um desejo de fortalecer ainda mais sua relação com as Indústrias Swan . A mente de Edward disparou enquanto imaginava as implicações que traria para a Mansen Wireless, sua própria empresa. Com o "casamento" das Indústrias Swan com a Cullen Ltda., a Mansen teria muita dificuldade para achar seu nicho no mundo da comunicação sem fio.

Mas que maldição!

Bella se virou para ele novamente, agarrada à manta.

— Não me falou o que acha disso, Antony.

Porque Edward não pudera refletir sobre a situação. Ele limpou a garganta.

— Acho que algumas pessoas devem achar estranho que nós não... — Como não sabia exatamente o que Tony e Bella fizeram, deixou a frase no ar.

— Nos tocamos? — ela completou. — Nem mesmo nos beijamos, na verdade? — As bochechas dela ficaram rosadas de rubor. — E certamente não fizemos amor.

Ao olhar para aqueles grandes olhos castanhos, Edward era capaz de se visualizar em detalhes fazendo exatamente aquilo. Viu na tela de alta definição de sua mente os dois fazendo amor na banheira do andar de cima, as coxas macias e molhadas de Isabella em volta de seus quadris. Ou sobre aquele edredom da cama, os cachos achocolatados espalhados sobre o travesseiro.

Uma sombra tomou conta do olhar dela e ela respirou fundo. Estaria lendo os pensamentos dele?

Ou ela sentia a mesma forte atração que ele?

Será que ela conseguia ver as imagens que se formavam na mente dele como um jogo erótico?

A morena e voluptuosa Isabella e Edward, o gêmeo sofrido.

O gêmeo passado para trás.

Ele levantou a mão e passou o dedo pela bochecha macia dela, imaginando se o gosto era tão bom quanto a aparência. A ponta do dedo encostou ao lábio inferior de Isabella e ele viu que os olhos dela se abriram mais.

A mensagem naqueles olhos deixava claro que ela também se sentia atraída. E a perplexidade que viu ali mostrou que ela nunca sentira isso com Tony.

Edward passou o polegar pelo lábio inferior dela, de modo que pudesse ver um pouco da parte úmida de dentro de sua boca. Ela estava paralisada, presa entre o fogo e o toque dele. No silêncio pesado ele podia ouvir a respiração rápida e ofegante dela. O rubor subia-lhe pela face.

Deus, ela era linda.

E certamente não fizemos amor.

Foram palavras dela, e nesse aspecto o irmão de Edward deu mancada. Se ela pertencesse a Edward, ele não perderia tempo algum em levar o noivado, mesmo um motivado pelos negócios, a um nível mais sério.

Certo, seja honesto. Não teria conseguido se controlar.

A pulsação dela estava disparada, implorando por um toque dos lábios dele. E agora que o cabelo dela começava a secar, sentiu o cheiro do xampu, floral mas não enjoativo. O cheiro dela era fresco, e ele queria se encostar nela. Queria sentir o cheiro dela na própria pele.

Resumindo, tudo era bem simples. Ele desejava a futura esposa do irmão.

— A-Antony? — ela sussurrou.

Edward não recuou ao ouvir o nome errado. Em vez disso, ajeitou uma mecha úmida atrás da orelha de Isabella. Ao ver o arrepio que percorreu o pescoço dela, ele sorriu, procurando esconder a expressão de lobo mau.

Mas ele se sentia O lobo mau. Convencido, satisfeito e pronto para devorar de uma dentada só. Iria querer fazer tudo de novo depois, lentamente, para apreciar o sabor de cada mordida.

A mão dele ficou parada perto da orelha dela. Não importava. Lauren certamente era linda, e Edward não se sentia assim, como um predador, havia muito tempo.

Prendendo a atenção de Isabella com seu olhar, ele tocou de leve na bochecha dela com o polegar.

Bella soltou a manta, que caiu a seus pés. Ela o segurou pelo pulso para afastá-lo.

— O que pensa que está fazendo?

Ao contrário do que pensara, Bella ainda não estava pronta para experimentar o colchão de penas. Mas não havia problema. Ele também precisava de tempo para assimilar tudo.

— Nada que você não queira — ele garantiu, dando um passo para trás e sorrindo.

Ela tremeu novamente.

De cenho franzido, ele a examinou com o olhar e reparou que as roupas molhadas ainda estavam grudadas. Pôs as mãos nos bolsos para disfarçar o efeito que as curvas dela causavam nele e pigarreou.

— Por que não toma um banho quente? Vai aquecê-la.

E ele poderia esfriar. Refletir. Decidir o que fazer com a dinamite sexual, que ainda por cima estava tão perto do fogo.

Especialmente porque a mulher saída de suas fantasias era a futura esposa de Antony.

— Tomar um banho aqui? — Ela já estava negando com a cabeça — Não, não, não. Só vim conversar e...

— E o quê? — Edward a interrompeu. — Voltar nesse tempo? — Ele gesticulou em direção às janelas, à tempestade e à escuridão profunda do lado de fora da casa. — Isso seria uma Idéia Ruim, Isabella.

Ela fez uma careta.

— Muito obrigada pela lembrança. Ele se permitiu sorrir um pouco.

— Um aviso menina. Nunca me mostre suas fraquezas. Usarei contra você.

— Menina... — Ela fez a careta de novo, mas ele pôde ver que ela já estava mais relaxada. — Tenho 26 anos.

— Seja adulta, então. Suba e tome um banho quente. Colocaremos suas roupas na secadora, farei um jantar e depois vamos reavaliar.

Ela apertou os olhos.

— Reavaliar o quê?

Ela era muito desconfiada, mas Deus sabia o quanto isso era sensato. Ele deu de ombros.

— Vamos reavaliar o que vier à cabeça. — Como, por exemplo, se ele devia ou não contar quem realmente era; se a deixaria ir embora naquele dia.

Ela olhou de novo pela janela e pareceu decidir.

— Tudo bem. — Abaixou-se para pegar a manta. Bella a entregou a ele, que a usou para puxá-la contra si.

— O que foi? — disse ela, alarmada. Olhos redondos e azuis. Cachos trêmulos.

— Não demos nosso beijo de reencontro — ele murmurou.

E então, curioso para saber como seria, pôs os lábios sobre os dela.

Com o toque, o coração de Edward saltou no peito. O calor se espalhou pela carne, fazendo-o arder da cabeça à virilha. Bella tinha os lábios mais macios e suaves que já encontrara em seus 31 anos de vida e 18 anos de beijos. Os bíceps estavam contraídos ao levantar as mãos para segurar o rosto dela.

Ele respirou fundo para se preparar, e colocou a ponta da língua na dela.

Cabum.

Ambos deram um salto para trás depois da doce e quente explosão.

Ela recuperou o fôlego primeiro.

— Vou... tomar aquele banho — disse ela, com o olhar preso ao rosto dele como se estivesse com medo de virar de costas.

— Claro, vá em frente — ele conseguiu falar, quando devia ter dito "Corra, Bella. Corra para o mais longe e o mais rápido possível."

Como se não fosse persegui-la se ela tentasse...


continua?