- Ayume? - Mikuno Hisaishi bateu com os nós dos dedos na porta do quarto da filha. Sua resposta foi o silêncio triste vindo do quarto de Ayume.

- Ayume-chan? - Ele chamou mais uma vez.

Mais silêncio.

O habitualmente pétreo coração de Hisaishi acelerou, o velho médico dissera a ele que seria logo, mas ele não imagainava que logo fosse tão breve assim. As lágrimas já começavam a brotar em seus olhos quando quando ele ouviu Ayume dizer:

- Entre, pai.

Ele deslizou a porta apenas o suficiente para que ele pudesse entrar no quarto. Ayume estava sentada em seu lugas habitual , em frente a janela, seus longos cabelos negros estavam presos numa única trança em suas costas. Hisaishi não conseguia ver os olhos da jovem, mas supunha que seus lindos olhos azuis estivessem tão úmidos quando os dele.

- Sua carruagem a espera. - Ele disse. Ayume anuiu distraidamente.

- Eu me pergunto - falou ela num tom etéreo - como os preparativos para minha viagem estavam prontos antes mesmo que o prazo se findasse.
- Ayume, já sabíamos que ele não viria.

- Eu não sabia, pai, o senhor tinha certeza que ele não viria. Eu fico me perguntando por quê...
Hisaishi suspirou. Como ele queria que sua filha o entendesse...

- A carruagem a aguarda. - Ele repetiu num tom frio.

Ayume virou-se para fitar seu pai, ela sorria de um jeito tão cativante quando falso. Seus esforços em parecer feliz cortou o coração de seu pai.

- Já estou indo. - Sua voz delicada soou como um cristal se partindo. - Não quero deixar meu marido esperando, não é mesmo?