Oi povo,
Esta história segue o estilo de "herança sanguínea", "novos poderes", "busca de companheiro" e "novos problemas".
Este primeiro capítulo pode ser um pouco confuso, mas lembrem que é a introdução de uma nova história. Vou me esforçar ao máximo para amarrar todas as pontas.
Leiam os alertas!!!
Disclaimer: A franquia Harry Potter está sob direitos autorais de J. K. Rowling. Todos os personagens e lugares aqui descritos pertencem a ela, a não ser alguns que eu criei por conta própria.
Alerta 1: Está fanfic é Slash com cenas Lemon. Se lhe ofende de qualquer maneira, por favor, peço que não prossiga a leitura. Haverá tanto Draco/Harry como Harry/Draco.
Alerta 2: A fanfic se passa depois de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, porém com algumas modificações: Draco não estava presente na morte de Dumbledore, Snape chegou antes e cumpriu a promessa, dessa forma o loiro continua na escola; não existem os horcruxes.
Alerta 3: NÃO contém spoilers do livro 7
Betagem: Tety Potter-Malfoy.
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Capítulo 1 – Tempo de Despertar
Faltava apenas quinze minutos para dar meia noite, iniciando o dia 31 de Julho. Entretanto, na Rua dos Alfeneiros, mais exatamente na casa de número quatro, um garoto não conseguia dormir.
Harry Potter estava deitado em sua cama, olhando para o teto. A luz do poste iluminava o teto e a parede oposta à janela, dando um aspecto sombrio ao lugar. O garoto virou-se de lado, tentando achar uma posição mais confortável, sem sucesso. Ele estava sentindo muito calor e gotas de suor escorriam por seu corpo. A janela estava aberta e até mesmo uma brisa noturna balançava as cortinas, não era possível estar tão quente naquele quarto.
"Eu vou cozinhar se continuar deitado" pensou ele agitado.
Levantou-se apressado e foi até a janela, o calor cedeu um pouco com o contato do vento em sua pele úmida. Olhou para baixo e por um segundo pareceu ver uma forma se movimentar do outro lado da rua. Rapidamente buscou seus óculos no criado-mudo e tentou enxergar a coisa que tinha chamado sua atenção, mas não obteve sucesso. Tudo parecia calmo, mas Harry não se deixava enganar tão facilmente; já havia provado diversas vezes como 'parecia' era diferente de 'estar'.
As palavras de Dumbledore ecoaram em sua memória. Ele estava protegido enquanto pudesse chamar a casa dos Dursleys de lar. A sua odiada família estava viajando, mas a nova diretora de Hogwarts, Minerva Mcgonagall, havia requisitado a permanência de Harry na casa. Valter havia resistido a idéia de deixar o bruxo sozinho na casa, pois ele podia roubar algo, mas Petúnia o convenceu, pois seria por um breve tempo.
Sim, Harry Potter logo faria 17 anos e seria um bruxo maior de idade. A proteção se desmancharia e ele estaria vulnerável a qualquer ataque de Lorde Voldemort. A Ordem da Fênix iria tirá-lo de lá assim que o feitiço se esgotasse, eles estavam no andar inferior com uma chave-portal pronta para transportá-los.
"Eu queria sair logo deste lugar" Pensou ele irritado ainda tentando descortinar a escuridão distante "Mas o Professor Lupin tem razão, Dumbledore queria que eu permanecesse até o último instante, talvez algo aconteça".
Olhou para o relógio na cabeceira da cama, faltavam 10 minutos para ele atingir a maioridade. Decidiu que não conseguiria descansar mais e desceu para conversar um pouco com os membros da Ordem. Nenhum estava muito a fim de conversa, pois a tensão estava quase palpável no ambiente. Distraiu-se um pouco conversando com o Senhor Weasley que parecia intrigado com o microondas.
- Então eles colocam a comida nessa caixa e depois de alguns giros ela está quente? – Perguntou o bruxo mais velho fascinado.
- Sim, mas tem a ver com moléculas de água vibrando – Disse Harry devagar, lembrando de um documentário que Tio Valter estava assistindo – Não sei direito.
- Os trouxas são tão criativos. Eu acho que vou tentar conseguir um desses – Disse ele entusiasmado – Tem certeza que está bem Harry? Está tão suado e pálido, talv...
- Dois minutos – Anunciou Tonks, interrompendo Arthur.
Todos os bruxos correram para a sala, reunindo-se em volta de uma pá enferrujada.
- Pegou tudo Harry? – Perguntou Kingsley Shacklebolt.
- Sim – Respondeu o garoto revisando mentalmente suas coisas – Espere, minha varinha está lá em cima.
- CORRA – Gritou Olho-Tonto, com seu olho mágico girando desenfreado na órbita.
Harry nem precisou ouvir o ex-auror, pois já estava indo em direção as escadas. Subiu apressado e entrou em seu quarto. Ainda estava escuro, mas podia ver claramente sua varinha no criado-mudo. Correu ao seu encontro e no momento que a tocou, a luz do poste começou a piscar e enfraquecer. Ele sentiu uma tontura súbita, o quarto parecia girar e então uma escuridão profunda foi tomando conta de sua visão; por fim tudo desapareceu e seu corpo caiu no chão.
Do lado de fora da casa, vinte figuras encapuzadas se materializaram. Suas máscaras apontavam para a casa ainda invisível aos seus olhos, mas que logo deixaria de sê-lo. Entre eles, uma figura pálida, com pupilas verticais e narinas em forma de fenda aguardava a meia noite ansiosamente.
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- Bem vindo, Harry Potter – Saudou uma voz feminina doce.
O garoto ouviu a voz, mas não conseguia associar com ninguém conhecido. Como ele poderia descobrir quem era essa pessoa se ainda estava de olhos fechados?
- Quem é? Não consigo te ver – Disse ele confuso.
- Então abra os olhos – Disse ela calmamente.
"Claro" pensou ele sentindo-se estúpido "Porque não pensei nisso antes? O que está acontecendo?"
- Abra os olhos – Pediu a voz mais uma vez – Tudo vai ficar mais claro se você abri-los.
Harry finalmente abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi um céu azulado. A dona da voz estava debruçada sobre ele e lhe sorria. Era uma mulher de pele alva, loira, parecia ser alta, usava um vestido branco com detalhes pratas, seus olhos eram azul-petróleo. Era muito bonita e a proximidade dela fez Harry corar.
- Ainda sente-se confuso, jovem Desperto? – Perguntou ela, ajudando-o a levantar – Foi sua primeira viagem. É normal que sua mente fique tão confusa que as ações mais óbvias sejam difíceis de ser concretizadas.
O garoto não entendia o que estava acontecendo. Quem era aquela mulher? Onde ele estava? O que havia acontecido quando tocou a varinha?
Então sua memória voltou com força total.
- Os membros da Ordem da Fênix – Disse ele de forma urgente – Eu preciso ajudá-los, Voldemort pode tê-los pego. Onde está minha varinha?
- Calma agora Harry – Disse a mulher, olhando-o nos olhos. Sua voz continuava doce, mas continha uma ponta de autoritarismo – Eles estão bem. Sua varinha não veio com você, apenas confie em mim.
Harry imediatamente perdeu a fala e sentiu seu corpo relaxar um pouco, a voz dela transmitia confiança. Além disso, quem poderia ir contra a dona de olhos tão convincentes?
- Por favor, o que está acontecendo? – Perguntou Harry – Como você sabe meu nome?
- Suas perguntas já vão ser respondidas, mas não por mim – Disse ela – Primeiro, peço que olhe ao seu redor, grave bem este lugar em sua memória.
Ele obedeceu e olhou a sua volta. Os dois se encontravam a margem de um grande lago que emanava um leve brilho prateado, toda sua extensão era cercada por árvores altivas, cujos troncos se inclinavam sobre as águas límpidas. Apenas um pequeno trecho da clareira estava livre de árvores, mas uma grande quantidade de gramíneas e flores crescia ali; exatamente onde os dois estavam.
- Este é o Lago do Despertar – Anunciou ela sorridente - Onde os Filhos acordam. Meu nome é Elza, a guardiã da primeira entrada.
Harry voltou seus olhos para a mulher mais uma vez, parecia que uma aura branca a iluminava. Mas logo a impressão se desfez e ela voltou ao normal.
- Venha comigo, Harry Potter. Há muito tempo nós o aguardamos. Siga-me e conhecerá um novo mundo aberto apenas a poucos. Aqui não precisa temer Voldemort ou qualquer outro bruxo malévolo.
O garoto de olhos verdes não soube o que o fez seguir aquela estranha mulher, talvez tenha sido o fato dela ter pronunciado o nome do Lorde das Trevas sem medo; ou de sentir que aguardou sua vida toda para chegar naquele lugar. Estava prestes a descobrir.
Ela segurou a mão do outro e o conduziu por um caminho ladeado por árvores. Não trocaram palavras enquanto cruzavam o lugar, pois Harry não sabia o que dizer, mesmo tendo milhões de perguntas na cabeça. Elza não deu importância ao desconforto do jovem bruxo, pois parecia ocupada em cantarolar uma canção bonita, mas sem palavras, apenas sons indistintos.
- Agora você verá nossa cidade – Disse Elza, apressando-o – Eu não a vejo muito, pois normalmente fico no Lago, esperando os novos Despertos.
- Cidade? Aqui no meio da floresta? – Perguntou ele.
- Sim. Demétria, a residência dos Espíritos – Informou ela.
A mulher notou a expressão confusa dele e pediu que esperasse mais um pouco. Tudo seria esclarecido.
Andaram mais alguns metros e o caminho abriu-se em uma nova clareira, no centro dela uma grande colina se erguia acima da copas das árvores. Do lugar onde estava, Harry só podia ver uma torre branca solitária no centro da colina.
- A cidade está lá em cima? – Perguntou ele.
- Sim.
- Vamos ter que escalar a colina?
- Não, vamos voar.
Sem avisar, Elza flutuou acima do chão e levou Harry consigo. O garoto apertou com mais força a mão dela ao ver o chão se distanciar rapidamente.
- Novatos – Resmungou ela brincalhona.
Logo eles chegaram ao topo e Harry contemplou Demétria. Para os padrões trouxas, aquilo não era uma cidade, parecia mais um vilarejo. Cerca de trezentas casas se encontravam ali; elas eram feitas de pedra esculpida dando um ar medieval ao lugar. No centro da cidade se erguia um castelo de pedra branca e logo o garoto pôde perceber que a torre mais alta dele, era a mesma que ele tinha visto da base da colina. Um forte muro encarcerava o local, três portões davam acesso ao interior.
Elza deixou Harry ver o lugar por um tempo, mas logo o puxou para baixo, aterrissando em frente ao portão mais próximo. Um homem de cabelos escuros e pele morena os recebeu. Vestia uma armadura brilhante, mas não tinha nenhuma arma visível ou elmo.
- Vejo que tudo ocorreu tranquilamente, guardiã do Lago – Disse ele com uma voz poderosa.
- Sim. Trouxe comigo o mais novo Desperto. Harry Potter – Respondeu ela.
O homem arregalou os olhos e encarou o garoto. Como esperado, seus olhos viajaram para a cicatriz na testa do garoto. Ele não fez mais nenhum comentário, apenas fez uma reverência aos dois e bradou para que abrissem o portão.
- É... – Começou Harry sem jeito.
- Elza. Me chame de Elza, por favor – Pediu ela.
- Elza, você pode voar? – Perguntou ele, enquanto atravessavam o portão.
- Alguns de nós podem. Talvez até mesmo você – Respondeu ela, mas acrescentou apressada ao ver a expressão dele – Só que demora um tempo até descobrir isso. Então não se jogue da primeira janela que ver.
Ele deu uma risada tímida e continuou com suas perguntas.
- Para onde vamos?
- Para o castelo. Você conhecerá nosso regente e ele irá responder suas perguntas.
De repente, Harry sentiu-se mais deslocado ainda. Não estava disposto a entrar em um lugar da realeza vestindo as roupas velhas e largas de seu primo, além de nem saber como deveria agir.
- Você não falará com o regente agora. Primeiro irá trocar de roupa, então será conduzido até ele.
Harry se perguntou se Elza não seria capaz de ler pensamentos, mas preferiu não incomodá-la mais com perguntas e passou a admirar o local.
A cidade realmente era bonita, só existiam casas, não havia sinal de comércio, hospital ou até mesmo escolas. As pessoas se vestiam com roupas simples, parecendo ter saídos dos livros de história antiga. Harry notou que a população era misturada, havia tanto crianças de colo até mesmo idosos. Pelo que tinha visto quando voava com Elza, deveriam morar cerca de 500 pessoas na cidade.
Outra coisa que chamou sua atenção foi a quantidade de animais que trafegava pelo lugar. Existiam desde animais comuns, como coruja e cachorro; até mesmo os mais incomuns como Rês-ma¹ e Briba². Eles circulavam livremente e pareciam acompanhar uma pessoa especifica, menos as crianças.
Mais uma vez o garoto se lembrou de seus amigos que ficaram na casa número quatro da Rua dos Alfeneiros, uma pontada de dor atingiu seu coração. Mas a lembrança de Elza falando para ele não se preocupar, acalmou-o mais uma vez.
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Finalmente eles chegaram ao portão do castelo, dois guardas de rosto severo os receberam. Os dois soldados admitiram a entrada deles depois de Elza dar uma senha que Harry não conseguiu escutar.
- Agora Harry eu me despeço de você por enquanto. Logo virão te preparar para o encontro com o regente – Anunciou ela calmamente.
Ele não gostou daquilo, a mulher mesmo sendo desconhecida havia ficado ao seu lado o tempo todo, não queria ficar sozinho.
- Elza, você precisa ir mesmo?
- Sim, mas nós vamos nos ver em breve – Disse ela sorridente – Até logo.
- Até – Respondeu ele vendo ela se distanciar.
Ele olhou para o salão a sua volta. Era grande e vazio, apenas um tapete vermelho enfeitava o chão e um imenso quadro adornava a parede do seu lado direito. A figura mostrava uma multidão de seres em volta de uma grande luz, elas pareciam saudar aquele brilho intenso. Como nos quadros bruxos, todos se moviam.
- Todos devem agradecer a Gaia o dom de existir – Disse alguém do lado de Harry, assustando-o.
Um garoto mais ou menos da altura dele, com cabelos e olhos castanhos escuros o encarava de volta com uma expressão arrependida.
- Me desculpe se o assustei. Devia ter anunciado minha presença. Mas eu vi você olhando para o quadro então eu não quis interromper, só que eu não pude deixar de comentar sobre o quadro. Eu não sei controlar minha boca, às vezes eu começo a falar e não consigo parar, então.. – O garoto falava apressado com as bochechas vermelhas.
- Não, tudo bem – Disse Harry rapidamente, interrompendo-o – Eu estava distraído. Não se preocupe.
O garoto sorriu aliviado por ele não estar bravo.
- Meu nome é Abel, estou aqui para te levar ao quarto de trocas.
- Onde?
- No lugar onde você recebe uma roupa – Disse ele de maneira mais informal.
- Agora você está falando minha língua – Brincou Harry.
- No começo vocês Despertos não entendem muita coisa. Mas logo você se acostuma. Vem comigo, não é bom deixar o regente esperando.
Os dois seguiram por um corredor. Abel era muito conversador e parecia se esforçar para responder algumas perguntas de Harry.
- Porque estão me chamando de Desperto? – Perguntou o bruxo.
- Porque você veio do outro mundo – Respondeu o outro.
- Como assim?
- O lugar que você sempre viveu é um mundo diferente deste.
- Então eu fui transportado até aqui?
- Mais ou menos, sua alma e mente vieram. Seu corpo ainda está lá.
Harry lembrou-se do plano de fuga da casa dos Dursleys e pensou com pesar nos Comensais. Será que haviam conseguido capturá-lo ou a Ordem conseguiu fugir com ele?
- Então meu corpo está desprotegido?
- Sim e não.
Harry olhou interrogativo para o outro que notou seu olhar.
- Bom, se você deixou o seu corpo desprotegido, então ele está desprotegido. Mas o tempo que passa aqui é diferente do seu mundo. O tempo passa mais devagar lá, enquanto você estiver aqui. Então não importa muito se você deixou seu corpo desprotegido, contanto que não demore muito, você ficará bem.
- O quanto é 'demorar muito'? – Perguntou Harry, sentindo uma pontada de esperança.
- Eu não sei. Pergunte ao regente, ele sabe de tudo – Declarou Abel, entrando em uma porta a esquerda do corredor onde andavam – Aqui é o quarto de trocas. Luna vai te ajudar com as roupas.
"Luna? Será que..."
- Olá Harry – Disse Luna Lovegood, surgindo de trás de uma divisória.
- Luna? Você está aqui? – Harry estava espantado, a garota era a última pessoa que ele imaginava encontrar.
- Me disseram que você despertaria em breve – Disse ela com uma expressão sonhadora.
- Vocês já se conhecessem? – Perguntou Abel surpreso.
- Me diga o que está acontecendo – Pediu ele olhando para a garota – Ela é minha amiga – Acrescentou para Abel.
- Você não sabe? Estava em um artigo do Pasquim. Por falar nisso, meu pai está trabalhando muito. As histórias sobre aquele-que-não-deve-ser-nomeado estão cada vez mais freqüentes.
- O que...eu não leio O Pasquim...frequentemente. Onde estamos?
- Estamos em Demétria – Disse ela, pegando um embrulho de uma prateleira.
- Eu sei. Eu quero dizer que lugar é este?
- Aqui é o lugar de onde vem os Narguilés.
"Uma vez Luna, sempre Luna" pensou Harry "Ela nunca se importa muito com o que acontece, mas pelo menos ela é conhecida".
- Luna, você já esteve aqui antes?
- Algumas vezes – Respondeu ela separando algumas roupas – Desde que fiz quinze anos eu consigo vir para este mundo.
- Então me expli...
- Harry, eu não quero interromper sua conversa, mas o regente o está esperando – Disse Abel.
- Ah sim, ele é muito bondoso, mas um pouco impaciente. – Disse Luna, checando as peças que separou – Tome aqui Harry, vista isso.
O garoto aceitou a roupa que lhe foi entregue e entrou atrás da divisória. Despiu-se das roupas velhas do primo e colocou as novas. Agora estava usando uma blusa verde e marrom sem mangas, a calça era das mesmas cores. Substituiu o tênis por um calçado leve que ia subia um pouco pelas canelas. Quando terminou de trocar-se, ele saiu de trás da divisória.
- A roupa de caça está ótima – Disse Abel.
- Caça? – Perguntou Harry espantado.
Abel deu uma risada baixa e o puxou para fora do quarto. Luna apenas sorriu para ele e voltou a mexer distraída nas roupas das prateleiras.
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- Eu não posso seguir adiante – Disse Abel parando em frente a uma porta em forma de arco – Só com a autorização do regente. É só seguir reto, até mais Harry.
O garoto não esperou resposta dele e voltou pelo caminho que havia feito. Harry respirou fundo e abriu a porta.
Um grande salão estava do outro lado. Vários quadros enfeitavam as paredes que era cheia de janelas. Um lustre pendia do teto, iluminando mais ainda o lugar. Um tapete azul ia até uma escadaria e no topo dela estava um trono. Um homem idoso estava sentado e imediatamente Harry reconheceu o poder dele, uma aura dourada brilhante emanava do regente.
- Bem vindo Harry James³ Potter – Disse o senhor sorrindo ao avistar o garoto – Se aproxime, por favor.
Harry andou até próximo do inicio da escadaria e ficou sem saber o que fazer.
- Não tema, meu rapaz. Eu sei que tudo isso é muito novo, mas está na hora de responder as suas perguntas. Faça-as e eu as responderei.
- O que aconteceu comigo? - Perguntou Harry reunindo coragem.
- Você acaba de receber sua herança – Falou ele simplesmente - O que você sabe sobre a família Potter?
- Não muito – Respondeu o garoto – Meus pais, eles...faleceram quando eu era muito novo.
- Sim, Alvo Dumbledore me contou isso.
- Você conheceu o Professor Dumbledore? – Perguntou Harry, esquecendo por um momento com quem falava e lembrando da morte do ex-diretor.
- Ele era um de nós, agora está em paz – Disse o regente sorrindo gentilmente.
Harry abaixou a cabeça, lutando com a tristeza. Depois de alguns minutos, voltou a erguer os olhos e o regente continuou.
- Potter é uma família especial, assim como outras. Há quatrocentos anos do seu mundo, cerca de 5 famílias bruxas fundaram uma seita secreta e invocaram uma magia poderosa: a magia da natureza. Seus membros acabaram por virem aqui, no nosso mundo.
- E qual é este mundo?
- Gaia – Disse ele com os olhos brilhando – Nós acreditamos que tudo foi criado por uma força poderosa, nós a chamamos de Gaia. Esse lugar foi batizado em homenagem a ela.
- De qualquer maneira, aquelas cinco famílias viveram um tempo aqui e iniciaram uma cidade secreta, Demétria – Prosseguiu o regente – Mas eles sentiram falta do mundo deles e voltaram. Ao perceber que pouco tempo se passara, começaram a viver entre os dois mundos. Uma dessas famílias era os Potter.
Harry ouvia atentamente a história não ousando interromper o homem a sua frente.
- O problema surgiu quando os primeiros bebês nasceram aqui. Ao contrário dos adultos, eles não podiam ir para o mundo deles, o que gerou uma confusão entre as famílias sobre como deveriam agir. Depois de uma grande briga que quase culminou em um conflito armado, ficou decidido que duas famílias ficariam aqui e outras três iriam embora para propagar o sangue com magia da natureza e permitir que mais bruxos pudessem morar aqui.
- Mas eu nunca ouvi falar sobre este lugar – Disse Harry.
- O sangue foi disperso por várias famílias, mas o segredo não foi passado adiante – Explicou o regente – Por isso nós sempre vigiamos o Lago do Despertar. Lá é de onde saem os jovens que acabaram de acordar, como eles não sabem de nada, nós os instruímos.
- Eu posso voltar para casa? – Perguntou Harry, aquela pergunta já lhe queimava a garganta há muito tempo.
- Sim. Mas, não se preocupe com isso agora. Doze horas aqui significa cerca de meio minuto lá. Apesar disso, nós envelhecemos na contagem do tempo de seu mundo.
Harry suspirou aliviado, até sua cabeça começou a aceitar que aquilo não era um feitiço confundus exagerado.
- Senhor regente, por que eu só despertei agora? – Perguntou ele – Luna Lovegood é mais nova que eu e já está aqui.
- Ah sim, a senhorita Lovegood. Ela é bem incomum, mas o sangue dela é bem puro. Ela recebeu a Herança no tempo certo – Disse o homem – Normalmente vocês despertam com quinze anos, mas você é um caso especial. A sua cicatriz o ligava a um bruxo sem o sangue certo, por isso você teve que envelhecer um pouco mais até ser capaz de vir para cá.
- Meu pai também conseguia vir aqui? – Perguntou Harry.
- Não. O fato de ter o Sangue, não significa que a pessoa consegue despertar. Gaia escolhe apenas alguns, por isso nossa cidade é pequena, além do mais, os bruxos passam pouco tempo aqui, preferem estar no próprio mundo. Mas é necessário fazer um voto de segredo antes de sair, preferimos manter nossa existência oculta, por isso Alvo não lhe contou isso.
- Bom, mas vamos agora a sua Herança. Não achou que só ganharia o direito de vir para este mundo quando quisesse, ou achou? – Disse o regente com uma piscada – Você ganhará alguns poderes que todos temos e mais algum único sobre um dos elementos da natureza: Terra, Fogo, Água e Vento. Além disso, você também ganhará um espírito guardião. Um Familiar como é mais conhecido.
- Um guardião?
- É. Você deve ter notado vários animais na cidade, eles são os espíritos guardiões das pessoas. Tanto as pessoas que nascem aqui quanto os Despertos recebem o espírito com 15 anos. O espírito é um guardião que sempre está presente para proteger o seu dono.
- Mas eu nunca vi Dumbledore ou Luna com eles – Argumentou Harry.
- No seu mundo eles ficam invisíveis para pessoas comuns, apenas Despertos os enxergam. Mas não significa que não possam proteger seu mestre quando necessário.
- Mas eu falei com Luna há pouco tempo e ela estava sozinha.
- No castelo eu peço que os Familiares sejam guardados em seus mestres. Você não imagina a confusão que eles fazem quando ficam soltos – Disse o regente com um sorriso divertido.
De dentro do peito do homem, surgiu uma esfera de luz que pairou por alguns instantes e depois mudou de forma, transformando-se em um Leão. O animal encarou Harry por alguns instantes e depois se deitou aos pés do regente.
- Você também ganhará o seu – Começou o regente hesitante – Está disposto a ter um?
- Claro – Falou Harry.
"Um espírito guardião seria uma grande ajuda contra Voldemort" pensou ele empolgado.
- Que bom, pois vejo que já está vestido para isso – Disse o regente.
- Como as...Não...
Harry lembrou do que Abel havia dito: Roupa de caça.
- Eu vou ter que caçar meu guardião?
- Bem...mais ou menos – Disse o mais velho, segurando o riso. Os novatos sempre protestavam – Você entrará na Floresta Limite sozinho e irá vagar por ela. Terá armas comuns para se defender. Você não achará seu guardião, ele te achará.
- Eu vou...ter que machucá-lo? – Perguntou Harry engolindo em seco.
- Não, você vai capturá-lo apenas. Só precisará ter cuidado com algumas criaturas que poderão te atacar. Todos os animais existentes habitam a Floresta, então não se surpreenda se um dragão te perseguir. Pense no lado positivo, da mesma forma que ele pode querer te atacar, ele também pode ser seu Familiar.
Uma coragem invadiu o peito de Harry. De repente, entrar naquela floresta pareceu algo simples. O seu sangue fervia com determinação. Seus músculos ficaram tensos, estava preparado para a ação.
- Eu vou.
- Muito bem – Disse o regente – Vejo que o sangue dos Potter está lhe dominando, normalmente demora um tempo. Vá agora e deixe suas dúvidas de lado por um instante. Na Floresta você também descobrirá seus poderes, esteja preparado.
Abel retornou, parecendo ter ouvido um chamado e se surpreendeu. Havia deixado um garoto confuso na porta do Salão Real e agora encontrava um homem disposto a uma boa caçada...visitas ao regente normalmente tinham esse efeito.
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O garoto conduziu Harry pelo castelo e depois pela cidade, levando-o a um dos outros portões de entrada de Demétria.
- Este é o Portão da Floresta – Explicou Abel – Existem mais dois portões, um que você já viu, aquele é o Portão Principal. O terceiro é o Portão da Estrada, ele se abre para uma estrada que ninguém sabe aonde vai dar. Quando eu for mais velho, irei seguir a estrada e...
Um guarda se aproximou, saudando-os e interrompendo o menino. Conferiu a identidade dos dois e então abriu o portão de ferro. Além dele, uma estradazinha descia a colina em direção a uma imensa floresta.
- Daqui a alguns anos, serei eu – Disse Abel – Você se sairá bem Harry.
- Você tem quantos anos? – Perguntou Harry curioso.
- Pouco mais de vinte mil, o que dá uns 14 anos no seu tempo – Disse ele rindo com a expressão do outro.
O soldado reapareceu e amarrou na cintura de Harry um cinto de couro e prendeu uma bainha com espada.
- Você está pronto para a caçada Desperto – Disse o homem – Boa sorte.
Harry agradeceu e sentiu um pouco de sua coragem sumir. Uma voz chamou seu nome e ele se virou, avistando Luna que vinha em sua direção.
- Eu soube que você já estava indo caçar – Disse Luna – Boa sorte e que um bom Familiar te escolha.
- Luna, qual o seu? – Perguntou ele, mas já sabia a resposta.
Do peito de Luna, uma bolinha prateada saiu e logo tomou a forma de um animalzinho verde, com asas de inseto e com três olhos, além de um par de antenas azuis.
Sim. Daquele lugar vinham os Narguilés.
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Coffe Break:
1 – Rês-ma é um boi gigantesco de couro dourado que dá super-força a quem beber seu sangue. Mais informações vide Animais Fantásticos e Onde Habitam.
2 – Briba é um largarto verde-prateado que se encolhe o quanto quiser. Mais informações vide Animais Fantásticos e Onde Habitam.
3 – Eu preferi manter o nome em Inglês, pois eu acho que combina mais.
Por favor, revisem e me digam o que acharam.
N/B: Ainnn que excitante! Num parece uma mistura de Harry Potter, Senhor dos Aneis, Irmão urso e mais algum aí? Nossa, tô supeeer curiosa! Ao contrario do que pensam, beta não tem privilégios, pois espera tanto quanto vcs! Ai meu merlin, adeeeus unhas! E atualiza logo, Vilonzinho! Amei a ideia geral, apesar de estar super confusa. Ahh, e não deixei meus N/Bs espalhados, porque não sei se querem. Sei lah, com todas essas aventuras, talvez meus ridiculos comentarios atrapalhem. Bomm, vcs que sabem. O proximo eu comento e vcs pesam. :D Reviseeeem, viu?
Próximo capítulo: Harry conquista seu Familiar, mais revelações serão feitas pelo regente (como o nome dele huahua) e o menino-que-sobreviveu volta para seu mundo. Nome provisório do capítulo – Prata
