Pois é, só pra avisar, mais um Ice & Poinson, pra quem não gosta eu só lamento.
Se não curte o casal, não curte yaoi ou lemon, por favor não leia.
Para quem gosta, Boa leitura!
Saint Seiya non me pertence e sim a Massami Kurumada,
Estava em uma mesa de bar tomando o milésimo copo de whisky. A tristeza era tão intensa que achava que não ia suportar a dor se não estivesse sedado. Então resolveu beber, e quem sabe assim poderia sobreviver ate o amanhecer, afinal não conseguiria resolver nada durante a madrugada mesmo.
O que causava tanta dor? Simples: rejeição. Mas não qualquer rejeição. Fora preterido pelo homem amava.
A história deles não era nada convencional, afinal eram dois homens. E pior, seu amado era comprometido, e ele era nada mais que o outro. Aceitara aquela situação por amor, mas pelo visto naquela relação o amor era unilateral. E ele não podia amar sozinho. Não mais. Já fizera isso por muito tempo, agora era o fim.
Havia dado chance para o ruivo se decidir, e ele o fez. Mais lagrimas acariciaram o belo rosto do grego ao relembrar as ultimas palavras trocadas com Camus.
-Flashback-
– Você consegue entender que eu não quero e não consigo mais te dividir com ninguém?
– E você consegue entender que antes de você eu já tinha a ela, e não a abandonarei por você? Eu quero estar contigo, mas não posso abandoná-la. Ela sofreria muito, não agüento vê-la sofrer. Se quiser ficar comigo vai ser assim. Se não... – o ruivo fez um gesto com a mão indicando a porta de saída do apartamento.
Milo estava com olhos cheios de lagrimas, seu coração em pedaços, mas não podia mais viver naquela situação. Não podia continuar sendo o outro pra de vestir-se e juntou os resquícios de dignidade que ainda possuía rumando para longe daquele com quem dividia a cama e desejava dividir a vida.
-fim do flash back-
Milo continuava no bar, pretendia beber até não sentir mais, queria afogar todas as suas magoas de uma única vez... quando já não tivesse mais lagrimas pra chorar seria o fim. Ou talvez o começo.
Recomeçaria sua vida longe de Camus, daria a chance para que o ruivo fosse feliz ao lado da mulher que escolhera. Se daria uma chance de ser feliz ao lado de alguém que o quisesse e o amasse.
Mas por hora, só queria não sentir.
oOo
Após a saída de Milo, Camus deixa-se cair de joelhos no chão, enquanto uma lagrima lhe acariciava a face delicada. Ficou um tempo assim, até que deitou-se no chão frio da sala, perdendo-se em pensamentos e sentimentos. Estava confuso, atordoado e sentindo um certo vazio no peito.
Acabara de abrir mão de Milo. Não tivera escolha. Não podia abandonar a noiva assim, do nada. Ela era muito importante para ele, não queria fazê-la sofrer. Não suportaria ver o sofrimento de uma pessoa tão doce como June, e um sofrimento causado por ele. Ela era frágil, delicada, meiga e apaixonada por si.
Seria justo abandoná-la para viver uma paixão avassaladora? Não seria muito egoísmo de sua parte por seus sentimentos acima dos dela? Além do mais a amava. Sentia-se bem na companhia dela, gostavam dos mesmos programas, se divertiam sempre que saiam, o sorriso dela o fazia bem, era lindo. E pensar que não veria mais aquele sorriso, imaginar que sua querida June se afundaria em dor e sofrimento e que ele seria o causador de tudo isso lhe partia o coração. Não poderia fazer isso com ela.
Estava decidido, se Milo não queria mais dividi-lo com june era um direito dele, não poderia obrigá-lo a permanecer ao seu lado. Sabia que o grego sofreria com o fim do relacionamento deles, mas acabaria superando. Milo era jovem, lindo, sensual e inteligente, logo encontraria alguém que o amasse e que pudesse viver com ele o romance de contos de fadas que jamais pode oferecer ao grego.
Sentiu uma pontada no peito... Imaginar seu Milo nos braços de outra pessoa doía. Não queria perder o loiro, não queria que outro alguém tivesse seu grego, que pudesse ver a expressão de deleite no rosto bronzeado enquanto recebia caricias intimas, ouvir os gemidos de prazer, sentir o corpo e o sabor dos beijos do loiro. Queria Milo só para si, mas não estava disposto a abrir mão de sua familia para isso.
Sim. June não era o unico motivo que o impedia de assumir um relacionamento com Milo. Havia sua familia. Eles jamais aceitariam um filho homossexual. Seus amigos o rejeitariam.
Para ficar com Milo publicamente teria que abdicar de sua vida, abrir mão das pessoas que amava, lutar contra toda uma sociedade preconceituosa. Era demais para si. Não estava preparado para dar um passo tão grande.
– Ah, Milo por que você não aceita as coisas como elas são... por que quer mudar tudo agora?– murmurou o ruivo ainda deitado, com os olhos já inchados por conta das lagrimas que insistiam em cair. Logo foi vencido pelo cansaço físico e emocional e acabou adormecendo ali mesmo, no chão frio de sua sala, o mesmo local onde amara Milo pela ultima vez.
Continua...
