Ok, há tempos eu estava a fim de fazer uma AU de Faberry, então saiu essa. Espero que gostem. Não vai ser uma fic grande. Talvez uns 3 capítulos, com um epílogo no final. Perdoem-me se houver erros.
Bem, como eu disse, é AU ou UA (universo alternativo), como queiram. O rating M é para linguagem inapropriada e, claro, coisinhas a mais. Então... aí vai!
Rachel Berry estava feliz. Começava a engatar um namoro com um cara do trabalho. Noah Puckerman era o mais assediado por todas, mas ele havia preferido ela, Rachel. Tinham saído algumas vezes, nada muito sério, mas Rachel achava que eles tinham algum futuro, apesar de Noah haver furado seus dois últimos encontros.
Hoje ele a havia parado no corredor do escritório para convidá-la para sair naquela noite. Havia dito que seria uma noite especial. Ela aceitou logo. Ia ser a oportunidade de usar a lingerie nova que havia comprado. Aproveitou então e, na saída do trabalho, foi direto a uma loja da 5ª Avenida e comprou um vestido lindo que estava de olho há um tempo. Ele custou uma pequena fortuna, mas valia a pena. Era preto, curto, com uma generosa fenda atrás, que deixava parte de suas costas à mostra. Perfeito. Pensou também em sapatos novos, mas decidiu se segurar, pois só o vestido era uma facada no seu orçamento.
Ela tomou um banho demorado de banheira, com sais perfumados. Arrumou-se e maquiou-se com cuidado. Olhou-se no espelho.
- Até que não está mal, Berry! – ela disse a si mesmo, com um sorriso.
Borrifou seu perfume favorito e sentou no sofá para aguardar Noah. Olhou para o relógio. Ele já estava um pouco atrasado. Neste momento ela viu a luz da secretária eletrônica piscando. Foi até lá e ouviu a mensagem:
"Alô... ah... Rachel... sou eu... É, bem... desculpe, mas... assim..., surgiu um imprevisto. Não vai dar para gente sair. Depois..., depois a gente conversa. Beijo, linda.
- Linda... – ela disse ironicamente – Filho da puta! – ela exclamou.
Pensou por um segundo. Era a terceira vez seguida que ele furava. Toda sua preparação para nada? Nem pensar! Então decidiu.
- Quer saber? Se ele não está a fim, vou achar alguém que esteja! – e saiu.
Não muito longe dali...
- Quinn, o que acha dos spots nestas posições? – perguntou Finn.
- Acho que estão legais aí. Acenda-os para ver como vai ficar.
Finn acendeu-os, iluminando o pequeno palco.
- Uau! Ficaram ótimos!
- Ficaram mesmo! – disse ele orgulhoso, olhando para sua sócia.
- Tomara que esteja à altura de Mercedes Jones.
- Eu senti sarcasmo na sua voz?
- Ah, Finn. Todo mundo sabe que a Mercedes, depois que começou a fazer sucesso, passou a se comportar como uma diva. Nem parece aquela Mercedes que estudou conosco. Você sabe que ela exigiu Dom Pérignon no camarim?
- Sério? Ela sabe que nosso Pub não tem camarim?
- Claro que não! – disse ela rindo – Ela vai ter que se contentar com o escritório lá dos fundos.
- O pior é ela descobrir que o escritório é multifuncional: escritório, sala de reunião, pequeno depósito, lugar para dormir e agora... camarim. - Finn disse rindo com ela.
- Finn Hudson, toca aqui sócio! – ela levantou a mão – Hoje vai ser inesquecível!
- Com certeza! – ele bateu a mão espalmada na dela. – Vamos, está na hora de abrir o pub. A fila lá fora está enorme!
Rachel chamou um táxi. Não tinha a mínima idéia aonde ia, mas entrou nele mesmo assim.
- Aonde vai, senhorita? – perguntou o taxista.
- Vamos ao.. à... ah, sei lá! Toca para o Village!
- Onde exatamente no Village?
- Hein? – ela perguntou distraída - Assim... algum lugar da moda. Algum lugar para ver gente, se divertir.
- A senhorita vai sozinha?
- Sim! Algum problema?
- Não, não! Claro que não! – ele olhou para frente e arrancou com o táxi.
De vez em quando olhava para a moça pelo retrovisor. Uma moça muito bonita. Era uma pena que estava sozinha. Esses rapazes de hoje em dia são mesmo uns idiotas. Ela parecia triste. Ele pigarreou para chamar sua atenção. Ela olhou para ele.
- Se me permite, senhorita, meu enteado é sócio de um pub no Village. O local é relativamente novo. Não sei se já ouviu falar. O nome é F&Q.
Rachel puxou pela memória. Achava que já tinha lido alguma coisa sobre eles na internet, mas não tinha certeza se era esse o nome.
- Então, eu soube que vai haver um pocket show hoje lá e vai bastante gente.
- É mesmo? Show de quem?
- Uma tal de Mercedes alguma coisa.
- Mercedes Jones?
- Eu acho que é essa mesmo.
- Pode me levar lá então, Sr... – ela tentou ler o nome na licença presa no retrovisor.
- Hummel, meu nome é Burt Hummel.
- Obrigada Sr. Hummel! – disse-lhe sorrindo.
Quinze minutos depois, Rachel Berry estava na frente do F&Q. Tinha uma pequena multidão na porta, com um loirinho tentando organizar a entrada das pessoas. Havia também uma longa fila na bilheteria. Ela respirou fundo e entrou nela.
- Caraca Quinn! Está bombando! – disse Finn, chegando perto dela.
Quinn só sorriu por trás do balcão do bar.
- Você não deveria estar aí, já disse isso a você.
- Eu gosto, Finn! Além do mais, se eu sair, quem vai ficar no meu lugar? Fora que os clientes adoram meus drinks.
- Ok, então deixa eu dar uma olhada como está lá fora.
O lugar já estava bem cheio. Eles tinham vendido uns 400 flyers pela internet e ainda tinha uma fila bem longa na bilheteria. Finn não pretendia super lotar o pub, afinal ele não era tão grande.
- Artie, quantas entradas você já vendeu?
- Umas 350.
- Acho melhor dar uma segurada.
- Ei! – disse uma moça na boca da bilheteria – Exatamente na minha vez você decide fechar? Não é justo!
Finn mirou a pequena morena, de boca carnuda e pernas estonteantes. Ele sorriu.
- Ok, Artie. Ela é a última!
Rachel pegou seu ticket e entrou no pub. O local estava lotado. Ela deu uma olhada geral, admirando a decoração. O pub era bem espaçoso, mas não era grande. Tinha dois andares, uma iluminação perfeita. As mesas eram bem distribuídas, o piso, as paredes, tudo no ponto do bom gosto. Em um dos cantos do local, estava um pequeno palco. Com certeza, onde Mercedes Jones se apresentaria. Em outro canto, uma pequena pista de dança. No centro do pub, o bar. Era um círculo, com as garrafas de bebidas no meio. Em volta, diversos bancos.
- Então, valeu à pena a insistência para entrar? – perguntou Finn, sorrindo.
Rachel se virou e encarou o homem alto a sua frente.
- Sim, com certeza!
- Espero que se divirta. Se precisar de algo, meu nome é Finn Hudson.
- Ok, Finn Hudson. – ela sorriu – Não vou esquecer.
Finn se afastou e Rachel se dirigiu ao bar. Todos os lugares estavam ocupados. Como não queria ficar vagando pelo local, esperou por ali. Assim que a primeira pessoa se levantou, ela sentou. Imediatamente procurou o barman. Avistou-o do outro lado do bar, de costas, servindo uma pessoa. Ele vestia uma calça preta e uma camisa prateada, sem mangas. Na cabeça, uma bandana colorida. Rachel decidiu esperar ele se aproximar para que pedisse uma bebida. Olhou então para o homem ao seu lado. Ele era um gato! Ela pensou. Corpo, cabelos, mãos, roupas, perfeito.
- Nossa, está bem cheio aqui! – ela puxou assunto.
Ele apenas concordou com a cabeça, quase sem se virar.
- Você vem sempre aqui? – ela insistiu – É a minha primeira vez, mas não será a última, com certeza!
- É... o local é legal. – disse seco.
- Já escolheu seu drink, senhorita? – Quinn chegou perguntando.
Rachel se virou para a loira que sorria para ela, percebendo que o barman, na verdade, era uma mulher. Ela ficou alguns segundos encarando os olhos verdes e brilhantes dela.
- E então? – Quinn insistiu, acordando-a do transe.
- Eu... ah...eu acho que eu vou beber o mesmo que meu amigo aqui. – e deu um sorriso ao estranho – E então... – disse colocando a mão no ombro dele – Que veneno é este que está tomando? – brincou.
O homem olhou-a sem expressão alguma.
- Com licença. – pegou a bebida, levantou e afastou-se.
Rachel olhou-o surpresa, depois se virou para Quinn.
- Um bolo e uma esnobada no mesmo dia... É... acho que estou perdendo meu charme. – ela comentou sorrindo da própria situação – Ou então meus feromônios me abandonaram e eu estou exalando algum tipo de repelente contra os homens.
Quinn olhou bem para ela. Linda e com um corpo que... uau!
- Seu repelente deve ser só contra os homens então. – disse num sussurro.
Com o barulho do pub, Rachel não ouviu.
- O quê? – ela chegou mais perto para ouvi-la.
- Eu disse que você não perdeu charme algum. O Blaine é gay!
- Quem? O cara que estava aqui?
- Sim. Ele é gay. Eu o conheço há um tempo. Ele namorou o irmão do meu sócio. Está sempre por aqui atrás dele.
- Você é uma das donas no pub? – Rachel arregalou os olhos.
- Sim! – ela enxugou as mãos em um pano – Quinn Fabray. – disse estendendo a mão para cumprimentá-la.
- Uau! Parabéns por tudo aqui! – Rachel segurou em sua mão e sentiu uma quentura subir pelo seu corpo. E ela nem tinha bebido nada ainda – Rachel Berry. – se apresentou.
- Então, Rachel, você vai ou não vai escolher seu veneno? – brincou Quinn, usando as próprias palavras da morena.
- Bem, se a própria dona do pub é quem vai preparar, então vou entregar nas mãos dela. Que drink combina comigo?
- Humm... eu adoro inventar novos drinks, novas misturas. Acho que... espere aí!
Rachel viu a loira pegar vodka, uma bebida que não conseguiu identificar, canela em pó, leite condensado e umas gotas de algo que também não soube dizer o que era. Ela bateu tudo com gelo na coqueteira e serviu a ela em um copo comprido, de forma elíptica.
- Eu não vou cair dura, vou? – Rachel perguntou rindo e dando um gole.
Imediatamente a bebida assentou em sua língua. Gelada na temperatura e quente ao descer pela garganta. Doce e azeda, na medida certa. Perfeita.
- Uau! – ela exclamou – É deliciosa! – Qual é o nome deste drink?
Quinn sorriu para a morena de olhos penetrantes e lábios convidativos.
- Rachel Berry!
- Sim? – ela franziu a testa – E então? Qual é o nome do drink?
Quinn riu.
- Acabei de batizá-lo.
- Eu... você ... o drink se chama Rachel Berry?
- Sim. – Quinn falou sorrindo.
- Nossa, quanta honra! – ela olhou bem para a loira estreitando os olhos – Ah, você está brincando. Esse drink deve ter um nome.
- Rachel, eu acabei de criar o drink para você. Acho que merece o seu nome.
A morena piscou, fixando o olhar na linda loira atrás do balcão.
- Eu... eu nem sei o que dizer.
- Não diga nada. Beba!
Enquanto Rachel bebia, Quinn encheu o copo de um cara do lado oposto e deu uma cerveja a outro. Ela retornou ao local onde Rachel estava, mesmo ouvindo alguns clientes a chamando. Não conseguia desgrudar os olhos da morena.
- Aposto que você vai esquecer rapidinho os ingredientes dessa bebida. – Rachel brincou.
Quinn fez que não com a cabeça.
- De forma alguma! Rachel Berry já está gravada aqui na minha mente – disse ela - Será impossível esquecê-la.
As duas mulheres se encaravam sorrindo, sem piscar. Nem perceberam que Finn estava chamando a sócia.
- Quinn! Quinn, caramba! Você está me ouvindo? – ele teve que cutucar a loira.
- O que é Hudson? – disse sem desviar o olhar de Rachel.
- Mercedes Jones!
- O que tem ela?
- Ela não vem!
Quinn se virou para ele.
- O quê?
- Você ouviu. Ela não vem! Acabou de ligar dizendo que a gata dela deu cria e ela vai ficar lá. A banda dela chegou, mas ela não vem!
- Deus! Por que ela não coloca a gata em uma casa veterinária ou em um abrigo para animais? Só por esta noite. Ou então, por que ela não traz a gata e a ninhada para cá? Mas que merda!
- O que faremos, Quinn? Olha quanta gente veio ver a Mercedes cantar! – disse Finn.
Rachel olhava de um para o outro, vendo o desespero de ambos.
- Com licença. – disse ela timidamente.
Quinn se virou para ela.
- Eu acho que posso ajudar. – disse a morena.
- Só se você for bruxa e enfeitiçar todo mundo para que esqueçam porque vieram aqui. – disse Finn.
- Bem, eles não vão ver Mercedes Jones, mas podem ver Rachel Berry.
- E quem diabos é Rachel Berry? – perguntou ele impaciente.
- Rachel, por favor, estamos numa situação delicada. – disse Quinn, educadamente.
- Eu entendo. Também vim aqui para ver a Mercedes. Só que ela não vem. Os clientes podem sair sem nada, ou ver outra cantora.
- Você canta? – perguntou Quinn.
- Sim.
- Ah, ok, acabou a brincadeira! – disse Finn – O que vamos fazer, Quinn?
- Cala a boca, Finn! – disse exasperada – Mike! – ela chamou seu funcionário – Fique aqui por enquanto e só faça o básico! Não invente, por favor! – ela saiu do bar - Rachel, vem comigo!
- Quinn, você não está pensando seriamente em colocar esta moça...
- Pelo menos eu estou pensando. E você? – e saiu puxando Rachel para o escritório, nos fundos do pub.
Finn foi atrás.
- Senta, Rachel, por favor! – disse Quinn apontando o sofá.
- Quinn... – tentava Finn.
Quinn ignorou-o.
- Rachel, então, você canta profissionalmente? – a loira perguntou.
A morena olhou para Finn e depois focou em Quinn.
- Bem... não profissionalmente, mas porque me falta a oportunidade.
- E é aqui que você quer a oportunidade? – perguntou Finn com ironia.
Quinn revirou os olhos e ele continuou:
- Não pense que porque você á uma gata que nós vamos...
- Cala a boca, Finn! – exclamou Quinn – Rachel, o que você canta?
- Tudo! – respondeu ela.
- Tudo mesmo? – Quinn arqueou a sobrancelha.
- Sim. Olha, minha especialidade são os musicais da Broadway, mas eu posso cantar rhythm & blues e soul, que são as especialidades da Mercedes, ou então pop, rock, qualquer outra coisa.
Do lado de fora as pessoas começaram a entoar um coro de "Mercedes Jones! Mercedes Jones! Mercedes Jones!"
- Quinn, eu vou lá fora falar a verdade. É melhor que enrolar esta gente. Vou falar que a Mercedes preferiu ficar com a gata a cumprir o compromisso dela.
- Finn Hudson – começou Rachel - acho que se você falar mal do ídolo deles, vai ser bem pior.
- Escute aqui garota...
- Cala a boca, Finn! – Quinn ordenou mais uma vez, arrancando um riso discreto da morena – Rachel, o que você faz para se preparar, se aquecer, sei lá?
- Geralmente eu gargarejo água morna com limão, mas uma certa loira me fez uma bebida que esquentou minhas cordas vocais na medida certa. – ela deu um sorriso para Quinn, que devolveu o sorriso.
Finn olhou de uma mulher para outra e revirou os olhos.
- Quinn! – ele chamou – Quero falar com você em particular!
Ela se virou para Rachel.
- Vai se concentrando que você vai entrar em 15 minutos. – disse antes de ser puxada para fora dali.
- Ok, Quinn, o que está havendo? Se você fosse homem, eu diria que você está pensando com a cabeça de baixo. O que não é muita mentira, apesar de você não ter outra cabeça no meio das pernas.
- Finn, você está passando dos limites!
- Quinn, meu Deus! A tal de Rachel é linda, ok. Tem um corpo de babar e uma bunda...
- Finn, por favor!
- Mas isso não quer dizer que ela cante! Você quer levar ela para sua cama. Ok, é compreensível, mas caramba!
- Para com isso! Eu não quero dormir com ela! – disse Quinn.
- Aham, sei. Eu conheço você há muito tempo, Quinn. Ela faz o seu tipo! Mas você não mentiu. Realmente você não quer dormir com ela. Você quer ficar bem acordada com ela!
Rachel ouvia as vozes altas do lado de fora, mas não entendia o que falavam. Ela, então, chegou mais perto da porta.
- Ok, Finn, vou fazer o que você está pedindo! Eu vou dispensar a Rachel e você vai lá entreter o pessoal. Acho que você pode começar contanto aquelas piadas "engraçadíssimas" que nem uma hiena conseguiria rir delas. Depois você pode fazer um strip-tease. Para ficar bem legal, eu boto uma música da Mercedes de fundo para sua dança sensual. Aí você mostra esse seu corpo "saradão" para a mulherada. E para os caras também. Tem muito gay aqui hoje. Talvez o Blaine dê um descanso ao seu irmão e se interesse por você. – ela suspirou – Você está usando cueca boxer, certo? Só te peço para não tirar tudo, para não sermos processados por propaganda enganosa!
Finn estava mudo. De dentro do escritório, Rachel não conseguia segurar o riso.
- Você não está querendo dizer que o meu... meu...
- Eu não estou querendo dizer nada. Você está vestindo a carapuça. Ou a camisinha, tanto faz, já que você, ao contrário de mim, tem outra cabeça no meio das pernas.
Finn fuzilou Quinn com o olhar.
- Pergunte à Santana! Ela pode dizer...
- Finn, a Santana virou gay depois de transar com você. Isso te leva a que conclusão?
- Eu... isso não quer dizer que o meu...
- Chega, Finn! A Rachel vai cantar e acabou! Seja o que Deus quiser!
Quinn abriu a porta do pequeno escritório e Rachel se afastou rapidamente.
- Ok, Rachel. Vamos bater um papo com a banda da Mercedes. Vem!
Finn decidiu que deixaria as coisas por conta da sócia. Que se dane! Ela quer afundar tudo? Eu estou fora! – se afastou e ficou encostado no balcão do bar.
Quinn apresentou Rachel à banda e elas ficaram conversando com eles alguns minutos. A loira então disse à Rachel:
- Então, eu vou apresentar você a todo mundo e...
- Não, não! Pode deixar que eu falo com eles.
- Mas...
- Confie em mim, Quinn!
- Ok. – Quinn assentiu. Desceu do palco e foi se juntar ao sócio – A sorte está lançada, Finn!
Ela fez um sinal para o DJ parar de tocar. As luzes se apagaram e o palco se iluminou. As pessoas vibraram.
Rachel respirou fundo e foi até o microfone.
- Boa noite gente! – ela cumprimentou – E aí pessoal, estão gostando? F&Q é o máximo, não é? Meus amigos Quinn e Finn capricharam, não foi?
- Cadê a Mercedes Jones? – gritou um.
- É! Cadê a Mercedes?
Começou um pequeno burburinho.
- Então, pessoal – ela subiu o tom de voz e eles se calaram – Vocês conhecem a banda incrível da Mercedes? Aqui estão eles! – Ela apresentou um a um e eles deram uma pequena canja instrumental de quase um minuto.
O pessoal vibrou.
- Pois é, galera, a banda dela veio para arrebentar!
Todos aplaudiram, então Rachel decidiu ir ao assunto.
- Bem gente, a Mercedes teve um pequeno imprevisto e não pôde vir.
Alguns começaram a vaiar.
- Ei, ei! – ela cortou as vaias – Vocês acham que estes caras aqui merecem vaias? Sério? A Mercedes não veio, mas eles estão aqui! Vamos aplaudi-los!
Alguns vaiaram, mas a vibração da maioria abafou.
- Ela está com a platéia na mão, Finn. – Quinn comentou com um sorriso.
- Agora é que a cobra vai fumar. Vamos ver! – disse Finn.
Rachel continuou:
- Ok, chega de falatório, certo? Que tal música? E das boas! – ela fez um sinal para a banda, que deu os primeiros acordes da famosa música do Led Zeppelin: Stairway to Heaven.
Só o solo inicial da guitarra fez a platéia delirar. Rachel retirou o microfone do suporte, respirou fundo e soltou sua voz:
There's a lady who's sure all that glitter is gold
And she's buying a stairway to heaven
When she gets there she knows if the stores are all closed
With a word she can get what she came for
Ooh Ooh Ooh And she's buying a stairway to heaven
There's a sign on the wall but she wants to be sure
'Cause you know sometimes words have two meanings
In a tree by the brook, there's a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiven
Ooh, it makes me wonder
Ooh, it makes me wonder
A banda trocou a batida e já era uma música do Queen. Rachel mudou a expressão, recolocou o microfone o suporte e cantou:
Buddy you're a boy make a big noise
Playin' in the street gonna be a big man some day
You got mud on yo' face
You big disgrace
Kickin' your can all over the placeSingin'We will
we will rock youWe will
we will rock you
Buddy you're a young man,hard man
Shoutin' in the street gonna take on the world some day
You got blood on yo' face
Y' big disgrace
Wavin' your banner all over the placeWe will
we will rock youSingin'We will
we will rock you
Ela batia as palmas das mãos no alto e a platéia fazia o mesmo.
- Quinn... ela é..., é... – Finn balbuciava boquiaberto.
- Fantástica! – completou Quinn, sorrindo abobada.
Novamente a música mudou e assim se seguiu um pout pourri de músicas dos Anos 70, 80 e 90. A platéia acompanhava, vibrava e aplaudia. Rachel os fazia interagirem com ela.
Após quase 1 hora de show, ela disse:
- Que tal fecharmos com nossa diva Mercedes Jones?
Ela virou-se para banda e sussurrou o nome da música. Eles então começaram a tocar o principal hit da Mercedes. Rachel, mais uma vez, arrasou nos vocais. Quando acabou, ela curvou o corpo em agradecimento, diante da ovação da platéia. Virou-se para banda e aplaudiu-os também.
Quinn subiu ao palco e deu um abraço forte nela.
- Obrigada! Você foi demais! – sussurrou no ouvido dela, fazendo os pêlos de Rachel se eriçarem.
Quinn pegou delicadamente o microfone dela e falou a todos.
- E aí, gente? O que acharam? – perguntou apontando solene para a morena, que acabou enrubescendo – Mercedes não pôde estar aqui, mas acredito que a substituta foi mais do que a altura! – Rachel sorria para Quinn - Rachel Berry, pessoal! Guardem bem o nome dela: Rachel Berry!
Enquanto todos aplaudiam, Quinn puxou Rachel do palco e levou-a novamente ao escritório, nos fundos.
- Uau Rachel! Você foi maravilhosa! Arrasou! Impressionante!
- Ah, para! – disse a morena sem graça.
- Ela está dizendo a verdade. – disse Finn, chegando – Peço-lhe desculpas por ter duvidado de você. A Quinn tem mais sensibilidade para isso. – e piscou para a sócia – Obrigado, você foi o máximo!
- Obrigada.
- Bem, a noite ainda continua. Deixa eu voltar lá. – e saiu deixando as duas.
Quinn virou-se para a morena.
- Nem sei mais como agradecer. O cachê que pagaríamos à Mercedes é seu. Só tenho que dar uma porcentagem para a banda dela.
- Quinn, eu não fiz isso por dinheiro.
- Tenho certeza que não, mas eu faço questão. Você merece!
- Bem... quem não precisa de dinheiro, não é?
Quinn sorriu.
- Você deve estar com sede, fome, sei lá! – disse a loira.
- Eu beberia uma cerveja agora, mas... você me faria outro "Rachel Berry"?
A loira riu.
- Claro! Vem! Vou fazer um para você e um para mim.
Quinn e Rachel chegaram ao bar. Enquanto a loira preparava os drinks, a morena respondia às dezenas de pessoas que vinham falar com ela.
- Há quanto tempo você canta?
- Onde posso comprar seu CD?
- Você tem músicas para baixar na rede?
- Parabéns, você é demais!
- Gente, gente, deixa a Rachel respirar! – pediu Quinn.
Mais algumas perguntas e o pessoal foi dispersando.
- Desculpe. – disse Quinn.
- Pelo quê?
- Pelo pessoal ficar sufocando você. Eu posso chamar o Sam, meu segurança, se você quiser.
- Ei, você não tem culpa de nada. E eu até que gostei. – disse timidamente – Não são todos os dias que a gente recebe tantos elogios.
A loira entregou o drink a ela. – A você e à sua voz! – Quinn ergueu o copo e elas brindaram. – Você merece ouvir elogios sempre! – completou Quinn.
- Merece mesmo! – disse um homem que se aproximou.
Ele era bonito, pensou Quinn. Mas o que mais chamou a atenção dela foi o cabelo com um corte moicano.
- Noah! – exclamou Rachel.
- Rachel... quem diria? Eu não sabia que você ia cantar aqui. E o impressionante: Nenhuma música da Barbra. Caramba!
Rachel franziu a testa.
- O que você está fazendo aqui? Então o tal imprevisto para não sair comigo era ver a Mercedes cantar?
- Desculpe, Rachel, mas achei que você não se interessaria.
- Você nem tentou me perguntar se eu queria. É música, Noah! Você sabe que eu adoro música!
- É, bem...
- Puck! Estava te procurando, meu amor! – disse uma ruiva chegando e se pendurando no braço dele.
Então ela viu Rachel.
- Uau! Você é a cantora! Você foi incrível!
Rachel olhou de Noah para a ruiva.
- Obrigada. – ela agradeceu.
- Vamos, gato! Vai ficar tarde! – a ruiva disse e completou – E eu ainda quero ver aquela tatuagem nova que você disse que fez perto do Big Puck!
Quinn fez cara de nojo e Rachel ficou sem expressão alguma.
- Aham, claro, vamos! – disse ele sem graça – Tchau, Rachel! – e saiu puxado pela ruiva.
Quinn viu os olhos da morena se encherem de lágrimas, mas ela não derrubou nenhuma, se fazendo de forte.
- Rachel – começou a loira – você acha realmente que esse carinha merece que você chore por ele?
- Essas lágrimas são de raiva, Quinn! – disse olhando para a bebida.
- Mesmo assim! Esses caras são uns idiotas e eu já tive cota suficiente deles. Por isso é que agora eu prefiro as garotas.
Rachel levantou os olhos intrigada para ela e deu um sorriso discreto.
- Então vou beber a isso! – Rachel levantou o copo – Aos gays, lésbicas, bissexuais e todo o resto! – e virou a bebida – Humm, deliciosa. – Ela virou-se para Quinn – Me dá outra, Quinn!
A loira fez outro drink para ela. E depois outro. E mais outro...
- Faz mais um, Quinn!
- Você ainda nem acabou esse! É melhor parar!
- Não, não! Você devia beber comigo. Você só tomou um!
- Não posso, tenho que controlar as coisas por aqui.
- Ah, mas já foi quase todo mundo embora. Cadê o Fenn... Finn? – ela piscou forte – Ele pode ficar no controle.
Quinn fez outro drink e entregou a ela.
- Esse é o último, mocinha!
- Boba, eu não estou bêbada! Só... assim... um pouco alta! – ela sorriu – Só bebendo mesmo para eu ficar alta. – ela riu da própria piada boba – Pode descontar do tal cachê!
- Nananinanão! – disse Quinn.
- Droga! – ela olhou sua bebida com os olhos apertados – Rachel Berry, você é muito gostosa! – riu e depois fechou a cara – Pelo menos uma pessoa tem que achar isso... eu!
Quinn olhou-a e pegou uma garrafa gelada de água com gás.
- Ok, gente, o bar fechou. – disse ela aos pouquíssimos clientes que ainda estavam por lá – Rachel, vem comigo! – e saiu arrastando a morena para os fundos.
- Quinn, eu quero dançar. – disse ela.
- Deixa de ser criança, Dona Rachel Berry! Olha, toma essa água aqui! – abriu e entregou a garrafa a ela.
- Água? – Rachel fez uma careta.
- É, água sim, senhorita. Toma logo, vai!
Rachel tomou a água e fez outra careta. Quinn pegou a garrafa vazia e depositou em uma cesta de lixo no canto da sala. Quando se virou, viu que a morena estava chorando. Quinn revirou os olhos.
- Rachel, vem cá! Senta aqui! – e sentou ao lado dela.
- Por quê? Só me diz o porquê, Quinn! Eu sei que eu não sou a mais bonita das mulheres e posso ser meio teimosa às vezes, mas... ele... ele me trocou por "aquilo"?
- Você é linda, Rachel! E teimosia às vezes é muito bom!
Ela sorriu triste.
- Eu acho que eu sei porque ele me trocou. – ela fungou – Quando eu tinha 13 anos, eu beijei um menino no Colégio. Depois ele espalhou para o Colégio todo que eu beijava muito mal. Ele só esqueceu que aquele era meu primeiro beijo. E eu usava aparelho nos dentes. Ele foi muito mau.
- Rachel, você não pode estar pensando...
- O Noah devia estar me beijando por pena, só pode! – ela segurou no braço de Quinn e puxou-a para mais perto – Eu devo ser péssima de beijo! – ela concluiu – Foi por isso que ele preferiu a ruiva – disse balançando a cabeça.
Quinn se sentiu quente com a proximidade da morena.
- Olha, Rachel, você precisa descansar. Pense depois na besteira que você acabou de dizer. Você ainda vai rir disso.
- Quinn... – ela olhou-a triste – É o beijo! – ela enxugou o rosto - Se eu pudesse... assim... tirar a prova... – disse, ainda segurando o braço de Quinn e encarando os lábios dela.
- Rachel... você... – ela respirou fundo – Por favor, não faça nada que fará você se arrepender. – Quinn disse sem muita convicção.
- Eu preciso de outra opinião... alguém que me diga... – Rachel foi aproximando sua boca da boca da loira.
Quinn sentiu a respiração quente da morena bem junto à sua. Ela desconfiava que Rachel não sabia o que estava fazendo, mas não conseguiu desviar o rosto. A morena então fechou o espaço entre elas, grudou suas bocas e começou a escorregar os lábios por sobre os dela, colocando a pressão perfeita no beijo.
A loira sabia que Rachel havia abusado da bebida e, das duas, uma: ou Rachel esqueceria tudo no dia seguinte, ou iria se arrepender daquilo. Por isso a consciência de Quinn a fazia permanecer estática, apenas sentindo os lábios da morena, quentes e macios. Simplesmente maravilhosos.
Puta que pariu! O tal do Noah é um perfeito idiota! Ou então não corre sangue nas veias dele, pensou a loira. Diferentemente das dela, onde o sangue estava totalmente desgovernado, a mil por hora.
Quando Rachel chupou seu lábio inferior e passou a língua sobre ele, a consciência de Quinn se calou. Não mais resistindo, ela segurou a nuca de Rachel, aproximando-as mais. Abriu a boca e chupou a língua dela, arrancando um gemido da morena. O gosto de Rachel Berry, o drink, ainda estava lá. E, misturado ao gosto de Rachel Berry, a mulher, era totalmente intoxicante.
Rachel, aproveitando que a resistência da loira se fora, enfiou a língua na sua boca de vez, aprofundando o beijo definitivamente. Ela sentiu imediatamente que havia uma grande diferença entre beijar um homem e uma mulher. Quinn tinha a boca suave, os lábios macios e a deixava tomar as ações. Naquele momento ela soube o que preferia. Era muito mais gostoso beijar Quinn do que qualquer outro cara que ela já havia beijado. Ela então puxou Quinn pela cintura, colando os corpos e sorriu intimamente ao ouvir um gemido vindo da garganta da loira.
Definitivamente não havia nada de errado com o beijo de Rachel. Muito pelo contrário. Em poucos segundos de lábios e línguas se acariciando, Quinn já sabia que estava louca por aquela mulher. Com a mão ainda segurando a nuca de Rachel, ela começou a percorrer com a ponta dos dedos o pescoço dela, o contorno da orelha e entranhou-os dentro dos cabelos da morena, enquanto sua outra mão fazia o mesmo nas costas dela. Quinn agradeceu mentalmente que o vestido de Rachel tivesse uma fenda generosa na parte de trás, o que lhe permitia um contato direto com sua pele quente.
Rachel sentia que a coisa estava se avolumando além do esperado, mas ela não conseguia parar e nem queria que Quinn parasse. Ela subiu a mão da cintura da loira até a altura de sua cabeça e puxou a bandana dela para baixo, jogando-a no chão. As mechas loiras caíram lindas sobre os ombros de Quinn. Rachel se afastou um segundo apenas para vê-la. Deu um genuíno sorriso de apreciação. Quinn, então, voltou à sua boca e, desta vez, tomando as rédeas do beijo, o que fez a morena amar ainda mais aquilo. De repente a loira largou sua boca e desceu para seu pescoço. Rachel sentiu o corpo arrepiar de uma forma impressionante. Sua calcinha estava encharcada. Como pode? Quinn não a conhecia, mas sabia exatamente onde tocá-la com os lábios, língua, dentes e mãos.
Com Noah totalmente esquecido, ela decidiu que queria sentir mais da loira e levou sua mão ao seio dela, por cima da blusa. Quinn gemeu.
- Rach... – ela balbuciou ofegante e se afastou um pouco.
Encarou Rachel por um momento, com os olhos vidrados de desejo. Ela ainda pensou em perguntar à morena se ela tinha certeza do que queria, mas ao ver a expressão de puro tesão nela, Quinn não hesitou e levou a mão à coxa de Rachel, puxando a lateral do vestido para cima e acariciando a pele macia dela. Voltou a beijá-la, esfomeada. Rachel não tentou pará-la. Muito pelo contrário. As mãos da morena foram direto ao botão da calça de Quinn e abriram-na, puxando o zíper para baixo.
A intimidade de ambas latejava. Quinn então sentiu os dedos de Rachel tateando o elástico da sua calcinha, buscando um espaço onde pudessem entrar.
- Quinn, nós temos que fechar o caixa! – Finn disse, entrando no local.
As duas se afastaram rapidamente. Quinn levantou de imediato, ficou de costas para o sócio e fechou sua calça. Rachel permaneceu sentada, muito vermelha, ofegante e com os lábios inchados. Ajeitou o vestido para baixo e tentou arrumar os cabelos.
Finn estava com os olhos arregalados.
- Eu...ah... vocês... porra! Eu não sei o que dizer... eu... caraca, me desculpem! Eu não...
- Ok, Finn, já entendemos! – disse Quinn.
- Eu devia ter... assim... batido antes.
- Aham, devia! – Quiin disse, também vermelha.
Rachel não conseguia encarar Finn. Não conseguia nem olhar para Quinn. Ela levantou abruptamente e pegou sua bolsa, que estava caída no chão.
- Eu vou embora! – e saiu correndo, envergonhada.
- Espere, Rachel! Precisamos conversar! – Quinn disse, arrancando atrás dela – Rachel! Rachel!
Mas a morena foi mais rápida, saindo para a noite de Nova York sem olhar para trás. Quando Quinn alcançou a porta, Rachel já tinha virado a esquina e sumido das vistas da loira.
