Pecados
por Ireth Hollow
Ela era Weasley, mas não ruiva.
Ele era Potter, mas não Gryffindor.
Sozinhos, eram a excepção à regra, o ponto que se desvia da linha. Juntos, ditavam as próprias regras, construíam as próprias linhas.
Rose era a primogénita, no entanto, era Hugo quem se comportava como tal, sempre empenhado em proteger a irmã de tudo e de todos.
Albus era filho de quem era, contudo, não jogava Quidditch. Não por não ser talentoso, mas porque, simplesmente, não lhe dava prazer.
Eles eram diferentes do que era esperado e agiam em conformidade com tal estatuto. Por isso, seria de supor que ninguém se admiraria com as suas jogadas. E, contudo, ninguém parecia estar disposto a entrar naquele jogo…
Rose amava Albus e Albus amava Rose.
Era algo tão simples… porque é que ninguém compreendia?
As mesmas pessoas que, no passado, tinham criticado os Malfoy pelo seu preconceito relativo aos filhos de Muggles eram, agora, incapazes de admitir o porquê da sua recusa. Era difícil confessar a sua própria intolerância, depois de se ter vivido toda uma vida de luta contra o preconceito, não era?
A isso, chama-se hipocrisia.
Essas pessoas deveriam ter pensado que, para resolver o "problema", não bastava separar os jovens. Esqueceram-se de que os sentimentos não morrem assim, de um momento para o outro. Não, aquele amor estava escrito nas estrelas, estava marcado em cada pedra, em cada galho, em cada folha.
Hermione, sempre racional, logo argumentou que aquela proibição só iria espicaçar a sua revolta. Sábias palavras… pena que ninguém lhe tenha dado atenção. Nem mesmo Ginny, aquela que tanto tentara esquecer a sua única paixão, sem nunca conseguir.
Quem diria que Harry Potter, o famoso Eleito, aquele que derrotou o Lord das Trevas, exerceria uma tão terrível tirania, no seio da sua tão amada família? Quem poderia adivinhar que Ronald Weasley, ao invés de se regozijar pelo facto de a sua filha não corresponder o amor que Scorpius Malfoy parecia nutrir por ela, mostrar-se-ia tão vermelho de fúria?
Albus não compreendia.
Rose não gozava da mesma sorte.
Era difícil ser feliz quando as palavras pecado e obscenidade insistiam em ecoar na sua cabeça, como se ouvisse a voz do pai a gritá-las em cada esquina. Contudo, era ainda mais complicado saber o porquê dessas acusações e continuar a negá-las.
A ignorância é mesmo uma bênção, não é?
Ele era abençoado. Ela, não.
N/A: Para quem estava farto de TG, uma Albus S./Rose xD
Fic escrita para o Amigo Secreto de Ravenclaw, do 6V, para a Mag. Flor, foi de coração, espero que tenhas gostado, menina :D
