Por Leona-EBM
Os Ensinamentos de Yagami
O odor daquele vestiário estava enojando o moreno, ele olhou para sua direta vendo um vaso sanitário entupido, deixou seus orbes erguerem-se levemente e logo voltou sua atenção para o lado contrário, não podia olhar muito ou realmente ficaria perturbado.
Kyo passou as mãos por seus fios castanhos escuros, sentindo que sua textura estava oleosa. Ele precisava de um banho urgente, pois havia acabado de encerrar mais um torneiro e no momento suas condições de higiene estavam péssimas.
O lutador se ergueu do banco de madeira, retirando uma toalha de algodão de sua mochila, ele se aproximou da pia e tratou de lavar seu rosto repetidas vezes até sentir sua temperatura facial esfriar um pouco, ele se secou e se olhou no espelho, sentindo um calafrio correr por seu corpo ao ver a imagem que estava atrás.
As madeixas cor de sangue lhe davam calafrios, todavia jamais admitiria que Yagami lhe passava esse tipo de sensação. Os lábios do ruivo se encurvaram num sorriso provocante, talvez ele soubesse através dos orbes castanhos qual era o sentimento de Kusanagi sempre que se encontravam.
- Vim te dar os parabéns. – disse Iori, mantendo o mesmo sorriso.
- Eu agradeço. – falou, arrastando as palavras, não sentia anseio de manter um diálogo com o ruivo. Ele fechou a torneira quando se deu conta que ainda escorria água limpa e filtrada para o desperdiço.
- Você está tão sério. Até parece que nunca conversamos antes. – comentou, encostando-se ao armário de metal, cruzando seus braços ligeiramente, enquanto seus orbes azulados mantinham-se preso ao reflexo de Kyo no espelho.
Kusanagi ficou enlevado com aquele comentário, ele sabia muito bem ao que o outro estava se referindo. Há mais ou menos um mês, eles haviam se encontrado em um barzinho noturno e desse encontrou resultou uma noite vergonhosa e cheia de arrependimento para Kyo. Eles haviam bebido demais, a empolgação os levou para um beco escuro, onde seus corpos se amassaram, mas felizmente, para os sentimentos de Kyo, apenas não passou de um amasso.
- Ficou com saudade e veio se rastejar? – indagou Kyo, começando a tomar controle de seus sentimentos. Ele virou seu corpo contra o ruivo que ainda lhe sorria. Parecia que o sorriso de Yagami foi dado pelos Deuses, pois ele era irritantemente perturbador e ainda por cima dificílimo de se desmanchar.
Yagami se desencostou do armário e caminhou demoradamente até o moreno, que cruzou seus braços e ergueu seu queixo, mostrando-se desafiador.
- Quer deixar de bancar o durão e falar que ficou choramingando pelos cantos durante minha ausência, Kusanagi? – sugeriu, num tom rouco e baixo.
- Como se eu fosse o tipo de gente que você costuma ficar, Yagami. – falou no mesmo tom, acabando por sorrir em seguida.
O ruivo rodeou o menor, olhando-o de cima a baixo como se fosse uma presa preste a pegar sua vítima, contudo não fez nenhum movimento brusco, ele parou na frente de Kusanagi após dar duas voltas.
- Não seja tão arisco, – pediu – não precisa fingir ser o que não é na minha presença.
- Como se você fosse alguém apresentável, – falou rapidamente – eu vou embora. Fique nesse vestiário, ele é a sua cara.
Kyo saiu em passos acelerados, batendo a porta do vestiário. Iori olhou ao seu redor, vendo o chão úmido e sujo, ele riu baixinho de acordo com sua insanidade e saiu do vestiário em passo acelerado, guiando-se pelo som de passos que vinha do corredor. E logo encontro Kyo à frente, andando sozinho.
Kusanagi olhou de esgueira para trás e viu que estava sendo seguido pelo ruivo que caminhava com as mãos no bolso e a cabeça baixa, deixando seu tronco inclinado para frente. Será que ele não conseguia andar ereto? Parecia um louco sedento de sangue a lhe seguir. Mas isso não era totalmente mentira.
Quando alcançou a rua, Kyo olhou para trás, não encontrando mais o seu perseguidor. Ele colocou a mochila nas costas e começou a caminhar até o estacionamento, e para sua surpresa lá estava Iori, sentado na sua própria moto, enquanto fumava um cigarro em silêncio.
- Chegou rápido – comentou Kyo, abrindo a porta de seu carro esporte vermelho, jogando sua mochila no banco de trás.
O ruivo não disse nada o que de fato incomodou um pouco o moreno, ele podia ir embora e não dizer mais nada, mas também tinha o péssimo hábito de provocar um de seus maiores rivais. Se não encontrasse Iori nos torneiros de luta, sentia-se vazio e sem vontade de continuar em frente. Isso pelo fato de serem rivais há tempos.
- Não se adaptou ao vestiário? – indagou buliçoso, apoiando seu cotovelo no teto metálico do carro.
- Eu percebi que se eu ficasse lá por mais tempo, você ficaria sem alguém para conversar no estacionamento – disse, soltando a fumaça do cigarro por entre nas narinas e a boca – eu sei o quão carente de atenção você é.
Kyo engoliu em seco, não sabia como podia se mostrar tão inseguro na frente do ruivo, mas não conseguiu disfarçar seu descontentamento e surpresa ao ouvir aquele comentário. Ele entrou no carro e fechou a porta, abrindo o vidro no controle automático.
Yagami logo apareceu ao seu lado, encostando-se a porta, deixando o seu hálito de cigarro invadir o carro. Kyo nem sequer o olhou, ele queria ir embora, o ruivo tinha o dom das palavras e sabia muito bem como usá-lo.
- Vai para casa ficar assistindo televisão como um bom Kusanagi? – indagou sussurrante.
- Sim. – respondeu com um largo sorriso – e isso não te...
- Claro que me interessa. – interrompeu, fazendo uma pausa para tragar seu cigarro – poderia ser uma noite proveitosa – falou, enquanto a fumarada saia de seus lábios finos.
- Quer tanto que eu coma você, Yagami? – indagou com uma leve irritação.
- Que boca suja – riu alto, descontroladamente, amando a irritação que crescia no interior de seu doce rival – seus pais morreriam de desgosto.
Iori deu a volta pelo carro, fazendo Kyo suspirar, finalmente ele estava livre daquela presença que tanto lhe incomodava. Mas sua felicidade foi momentânea, a porta de seu carro foi aberta e Yagami entrou, jogando-se no banco, colocando seus pés em cima do painel.
- Dirija – ele disse, sem sequer olhar para Kyo.
O moreno ergueu as sobrancelhas, rindo baixinho daquela ordem. Todavia ele ligou o carro e saiu cantando pneu. Seu desejo era parar num local deserto e despejar o lixo que estava ao seu lado.
- Está indo para um lugar afastando... – comentou com malícia, olhando a avenida principal ser deixada.
- O que quer de mim, Yagami? – indagou, olhando o pequeno trânsito de carros a sua frente.
- Além de te ver morto? – indagou.
- Sim, além disso. – respondeu sem se importar.
- Seu corpo. – respondeu seriamente, olhando com magnetismo para Kusanagi, que se deixou se perder naqueles orbes infernais para depois voltar sua atenção ao trânsito.
- Naquela noite... – começou a falar, jogando o toco do cigarro pela janela, chamando a atenção do motorista – eu ouvi suas lamentações. Você leva uma vida sistemática e cheia de regras.
- E você ficou comovido? – indagou com divertimento.
- Não seria essa a palavra, mas eu fiquei surpreso, – disse – sinto tanta pena de você e ainda lembro dos seus gemidos enquanto eu te amassava. Sinto sua carência por atenção.
Kyo não respondeu, sentindo seu sangue ferver, ele logo pararia o carro e jogaria Yagami na primeira esquina.
- Sempre seguindo regras, – falou baixinho – não sente vontade de fazer coisas que gosta?
- Eu faço o que eu gosto, – respondeu em tom elevado – não venha se fazer de psicólogo para cima de mim.
- Falando sério, sem provocações, – disse – não sente vontade de fazer o que gosta? Agora mesmo, não sente vontade de passar a noite num lugar sem avisar a ninguém e voltar para casa quando sentir vontade?
Kyo não respondeu, mas ficou pensativo. Na verdade vivia uma vida cheia de repressão, ele pouco saia e sua família lhe cobrava o tempo todo como se fosse um adolescente.
- Sei que quer fazer isso, quer ser livre. – disse – eu posso ajudá-lo com isso.
- Como? – indagou, fingindo desinteresse.
- Apenas pare o carro.
- O que?
- Pare o carro.
- Não vou parar. – falou.
- Pare o carro, logo! – disse com autoridade.
Kusanagi encostou o carro numa rua silenciosa, olhando para o seu passageiro que se mantinha calado.
- O que tem vontade de fazer? – indagou o ruivo.
- Além de te matar? – indagou.
- Sim, além disso. – respondeu com um leve sorriso.
O moreno abaixou a cabeça por um instante, pensando no que queria fazer. E por ter a liberdade de pensar, ironicamente nenhum desejo povoou sua mente, ele estava se afogando no desespero silenciosamente. Não sabia o que responder, sentia-se patético na frente de Yagami.
E vendo a confusão que estava brotando no outro, o ruivo começou a rir loucamente, chamando sua atenção. Kyo abriu a boca para começar a xingá-lo, contudo Yagami foi mais rápido, ele puxou o maxilar de Yagami contra sua boca, começando a devorá-la. O beijo saiu meio desajeitado no começo, mas Iori logo comandou as ações, deixando sua língua esmagar a língua de Kusanagi, enquanto seus lábios pressionavam com bestialidade.
- Em sete dias te mostro como é viver. – falou Yagami, encerrando o beijo – aceita?
- Você está doido, eu...
- Aceita? – o interrompeu.
- Eu...
- Diga apenas que aceita. – sorriu, passando a mão com certa delicadeza pelo rosto do moreno.
- Tudo bem. – falou derrotado, sentindo seu coração acelerar.
- Então se prepare para quebrar as regras, – sorriu maliciosamente – agora, o que você sente vontade de fazer?
- Eu não sei. – respondeu com firmeza – diga-me você.
- Assim não sairemos do lugar. – falou – o que gostaria de fazer que com certeza seria repreendido?
Kyo sorriu ao pensar em um dos seus desejos mais primitivos.
- Quero beber muito, fazer muito sexo e depois dirigir até a praia – respondeu, voltando sua atenção para Yagami.
- E assim será. – sorriu divertido – agora dirige até um bar, para começarmos.
Momentos mais tarde, a dupla estava parada na frente de um bar, eles adentraram no local, olhando as mesas lotadas. Por sorte encontraram um lugar e logo se sentaram. Quando o garçom se aproximou, Yagami começou a fazer os pedidos, pedindo por ambos.
- O que pediu?
- Apenas o melhor. – respondeu, deixando seu olhar correr por todo o ambiente.
A bebida chegou ligeiramente, havia dois copos minúsculos na frente dos dois com um líquido branco e ao lado um pouco de sal e uma rodela de limão. Yagami foi o primeiro a tomar a tequila e depois olhou para seu companheiro que copiou seus movimentos.
- "Forte." – pensou Kusanagi, sentindo seu corpo esquentar. Ele retirou sua jaqueta jeans e a amarrou na sua cintura, voltando sua atenção para Yagami, que começou a se servir da caipirinha de vodka que também foi colocada à mesa.
- Nessa semana, fará o que eu sugerir, não vai se arrepender. – comentou.
- Não vou te obedecer. – falou.
- É para o seu bem, – riu baixinho – precisa arrancar as fraldas.
- E você é bem vivido, suponho. – falou com divertimento.
- Certamente. – respondeu.
De repente o celular de Kusanagi começou a tocar, ele puxou o aparelho do bolso e viu que era de sua casa. Ele fez a menção de atender, mas o ruivo arrancou o celular de sua mão, desligando-o em seguida.
- Sem prestação de contas, – falou – você devia morar sozinho. Está com quantos anos?
- Vinte e quatro. – respondeu com certo constrangimento.
- O ano da revelação. – riu alto, terminando de tomar sua caipirinha, pedindo mais para o garçom, além de mais uma rodada de tequila.
O tempo foi passando e Kusanagi estava realmente bêbado, ele olhou para o ruivo, que apenas lhe sorria. Começou a sentir receio de ficar assim perto de seu maior rival, mas não conseguia ser racional. De repente o ruivo se ergueu, ele havia pagado a conta e agora puxava o moreno para fora do bar.
- Onde... estamos...
- Vamos ao segundo item que desejou, – falou – que eu achei mais interessante.
Kusanagi nem sequer se lembrava do que havia desejado, ele sentiu seu corpo ser jogado no carro. Yagami deu a volta e sentou-se no banco do motorista, começando a dirigir até sua casa. Ele olhava a todo instante para o moreno, sentindo sua excitação aumentar.
Ele havia desejado a embriaguez do outro desde que havia entrado no barzinho e felizmente havia sido rápido.
Minutos mais tarde, o carro parou na frente de uma casa de eixos velhos e escurecidos pela sua longa data. Yagami saiu do carro e puxou Kyo para fora, começando a arrastá-lo até a casa, passando pelo portão de madeira que cobria toda a fachada pela sua altura.
Eles entraram na moradia do ruivo. Não era uma casa grande, era térrea, havia uma sala grande, uma cozinha média, banheiro e um quarto. O destino da dupla foi o quarto, onde Yagami tratou de jogar Kusanagi na cama.
Kyo se sentou lentamente, olhando o cômodo que estava, sentindo sua cabeça rodar. Havia uma cama grande de casal que estava desarrumada, tinha roupas sujas jogadas pelos cantos, os móveis eram encanecidos.
Kusanagi sentiu um cheiro alentado, ele olhou para o lado e viu que havia várias velas acesas. Era a cara de Yagami: escura, móveis antigos e havia uma grande janela de madeira, que dava vista a uma pequena árvore sem folha. Parecia à casa de alguma bruxa.
- Quer beber mais?
Kyo olhou para o lado, assustando-se com a proximidade de Yagami, ele não havia notado que ele estava tão perto. O moreno passou a mão pela cabeça, sentindo que suava um pouco.
- Não. – respondeu.
O ruivo parou na frente do menor e começou a retirar suas roupas lentamente, dando um show particular para Kyo que não resistiu em observar o corpo definido de Iori.
- Gostou da visão, não é? – riu baixinho – sabia que gostava.
O acanhamento de Kusanagi deixou Yagami bem-disposto com o que fazia. Ele se aproximou e começou a puxar as roupas do moreno.
- O que está fazendo?
- Disse que queria fazer muito sexo. – respondeu – estou atendendo seu desejo, fique feliz.
O corpo desnudo de Kyo estava despertando os desejos ocultos do ruivo, ele empurrou o peito do lutador para trás com força, ouvindo a cama ranger. Logo subiu em cima de Kyo e começou a puxá-lo para cima, a fim de se aproximar da cabeceira de madeira.
- Já transou antes, Kyo? – indagou, segurando o rosto do moreno.
- Sim. – respondeu, um pouco atordoado.
- Já transou com um homem?
- Sim... – fechou os olhos.
- Hum... interessante. E quem foi o comedor?
- Eu, é claro. – respondeu rapidamente.
- Hoje eu irei comer você. – sorriu.
Kyo arregalou os olhos ao ouvir aquilo, ele começou a recobrar sua consciência, ele se sentou abruptamente na cama, mas logo foi empurrado para trás.
- Sem escapatória. – disse – vamos quebrar todas as suas regras, Kusanagi. Eu vou violar seu corpo, você vai deixar e depois pedir por mais.
O protesto de Kyo foi anulado, ele abriu a boca apenas para gemer baixo de susto ao sentir seu membro ser agarrado pela mão forte de Yagami. Os olhos do moreno se arregalaram, ele levou sua mão para baixo, a fim de puxar a mão de Iori, mas não conseguiu.
A masturbação com a mão deixou o corpo de Kusanagi em estado de torpor, ele gemia baixinho e se contorcia na cama, enquanto Yagami apenas observava extasiado. Os movimentos foram intensificados, até que o sêmen do moreno escorreu pela mão de Yagami, que sorriu satisfeito.
- Esse foi seu primeiro orgasmo. – falou – quantas vezes você já gozou numa transa? – indagou.
- Não... lembro. – falou, com a voz ofegante.
- Vamos, claro que lembra. – disse, puxando o rosto de Kyo, aproximando-se perigosamente dos seus lábios.
- Umas... cinco. – respondeu.
- Só?
- Sim...
- Então hoje te farei gozar seis vezes, – sorriu – depois serão sete e assim por diante, até você implorar para eu parar.
Yagami segurou os pulsos do rapaz a sua frente e os levou até o alto de sua cabeça, prendendo os dois braços com uma única mão. Os lábios do ruivo não acariciavam a pele de Kyo, não era essa a intenção dele, ele queria marcar aquele corpo.
Os dentes afiados mordiam a carne, arrancando gemidos agoniados de Kyo que se remexia na cama, sentindo-se debilitado pela tonteira da bebida, contudo Yagami não lhe arrancava pedaços, ele apenas se divertia com leves beliscões.
- Deixe-me ir... – pediu num gemido sofrível.
- E não cumprir seu segundo desejo? – indagou, erguendo seu rosto.
- Eu não queria transar com você. – falou rapidamente.
- Ah, que pena! Você não especificou com quem! – riu baixinho.
Yagami voltou sua atenção para o peito do moreno, enquanto suas unhas afiadas arranhavam ligeiramente seus braços. A mão livre de Yagami voltou a tocar no membro que já começava a despertar, ele sorriu ao constatar que seu doce rival estava excitando-se com tudo aquilo.
As habilidades de Iori eram irrevogáveis. Seus dedos apertavam com certa pressão a glande, causando um gemido extenso e aprazível no moreno. O divertimento do ruivo podia ser constatado através de suas risadas insanas.
Num movimento rápido e forte, Yagami virou o corpo menor e deitou-se em cima dele em seguida. Kusanagi protestou, disse alguns palavrões e começou a se remexer, querendo sair daquela posição tão mortificante. Jamais ficaria de quatro para um Yagami.
- Pare de fingir que não quer. – Iori pediu, puxando os dois braços de Kusanagi para trás, voltando a prendê-los com uma mão.
- Solta! – gritou.
A velha e sarcástica risada ecoou pelo quarto, Kusanagi suava frio, ele estava tonto pela bebida e sabia que ia se arrepender disso pelo resto de sua vida, mas não conseguia fugir dali. O moreno arregalou suas pálpebras ao sentir um toque no meio de suas nádegas.
- Não mesmo! – gritou.
- Veio até aqui comigo para se fazer de santo? Ora! Todos sabemos que você é um puto, só precisa de espaço para se soltar. – comentou.
Kyo bufou e começou a se concentrar, reunindo forças para tentar sair daquele lugar, daquela situação tão desconfortável, mas se ele tinha força mesmo estando bêbado, a força de Iori era superior. O ruivo não havia bebido quase nada, ele tinha toda consciência da situação e não permitiria que sua presa saísse tão facilmente.
O dedo indicador de Iori ficou circulando a região que desejava invadir até que começou realmente fazê-lo, inserindo lentamente, ouvindo o menor gemer, mas o gemido era abafado pela risada insensata de Yagami.
- Viu como seu corpo me recebe bem? – indagou provocante, movendo seu dedo por todo o interior.
Kyo não disse mais nada, ele abaixou sua cabeça, sentindo aquele dedo se mover e o que lhe deixou ainda mais incomodado era que seu pênis estava duro e lhe doía. Seu prazer era visível e isso o constrangia, talvez fosse o motivo de Yagami estar rindo tão loucamente.
O dedo saiu do corpo de Kusanagi, mas ele não era ingênuo, sabia que viria mais e veio, o outro dedo se somou e a dupla voltou a pressionar sua entrar, adentrando com uma leve dificuldade.
- Como eu estou sendo delicado, – zombou – eu deveria abrir você todinho de uma vez.
- Iori...
- Hum?
- Solte meu braço. – pediu.
- Não vai ficar com frescura? – indagou.
- Não, solte-me.
- Peça: por favor. – pediu.
- Ora! Solte-me logo! – gritou.
O ruivo apertou os pulsos de Kyo com mais força, mantendo-se irredutível.
- Por favor. – sussurrou.
- Não ouvi direito. – disse – repete.
- Por favor! – gritou, com irritação.
Os braços de Kyo foram soltos, ele os colocou para frente sentindo vontade de virar seu corpo de barriga para cima e começar a massagear seus pulsos, mas sentiu o braço de Yagami se fechar na sua cintura, puxando-o mais para cima.
- Apóie as mãos no colchão. – pediu num sussurro, próximo a orelha de Kyo, e nesse instante o corpo do moreno se arrepiou, despertando o interesse de Yagami.
O ruivo soprou levemente seu ar na região do pescoço e Kyo se contorceu. Yagami havia descoberto o que tanto lhe interessava, o ponto de excitação de Kusanagi. Ele colocou sua língua para fora e começou a resvalá-la por todo o pescoço, indo até a orelha e voltando.
Kyo se contorcia, movendo seu corpo de um lado para o outro, gemendo baixinho. Yagami começou a ficar verdadeiramente excitado sempre que sentia o quadril de Kusanagi se mover, como se chamasse por ele.
Yagami segurou na base de seu pênis e começou a guiá-lo até o meio das nádegas, inserindo lentamente. O choque inicial fez Kyo se abalar, ele se moveu para frente, todavia estava muito bem seguro pelo braço do ruivo, que continuava a investir no corpo menos.
- Relaxa, Kusanagi. – pediu com seriedade.
- Tira, tira! – pediu ou melhor, implorou.
- Eu não vou tirar, só se for para enfiar com mais força, – riu baixinho – agora abre mais essas pernas para facilitar para você.
Kusanagi obedeceu pela primeira vez de primeira, ele abriu mais suas pernas, contudo a dor era latejante. Sua boca se abriu por um momento e não fechou mais até que Yagami empurrasse seu membro por inteiro.
- Espere... espere um pouco. – pediu um Kyo ofegante.
- Não quer que eu me mova? – indagou com divertimento, passando sua mão pelas costas suadas do moreno.
- Não... por favor. – pediu.
- Eu vou esperar um minuto. – disse.
Kusanagi puxou todo o ar a sua volta, sentindo o cheiro da parafina queimada, aquilo o deixava enjoado. O moreno sentia o braço de Yagami na sua cintura e sabia que não ia conseguir escapar dali, seus pensamentos eram voltados para o alívio de toda aquela dor.
- Pronto. – disse Yagami, despertando Kyo de seus devaneios.
O quadril do ruivo foi para trás e no instante seguinte voltou contra o corpo menor, causando um estrago interno que apenas Kyo sentia. O moreno gemia alto, agarrando-se aos lençóis escuros. Ele parecia estar levando uma surra, e em todo o caso, não era muito diferente.
As pálpebras do ruivo se fecharam por um instante, toda aquela situação lhe estava sendo única. Ele estava possuindo Kyo Kusanagi em sua casa, enquanto ouvia os gemidos desesperados dele, pedindo para que parasse ou fosse mais devagar.
- Geme... continua gemendo. – falou num tom elevado – é assim que eu gosto, de ouvir você chorando.
Yagami levou sua mão até o membro do moreno, voltando a masturbá-lo e para sua surpresa o gozo de Kusanagi veio rápido, o que lhe provocou mais divertimento. O ruivo se inclinou e começou a beijar o pescoço de Kyo, voltando a massagear o seu membro, desejando que ele subisse logo.
O coração de Kusanagi parecia querer sair de seu peito, ele só conseguia gemer e ainda sentia as carícias de Yagami em seu corpo. Os seus fios castanhos grudavam em sua testa, ele ergueu sua mão e retirou a franja de seus olhos.
Os gemidos de Yagami começaram a se misturar com os de Kusanagi que prestou mais atenção neles. A voz de Iori era baixa e rouca, ele acelerou os movimentos que dava e acabou gozando dentro do moreno.
Kyo agradeceu quando sentiu o membro sair de seu corpo, ele desabou na cama quando o braço que prendia sua cintura saiu. O moreno virou seu rosto para o lado, a fim de respirar.
Yagami se sentou logo atrás, com um joelho flexionado, admirando o corpo a sua frente com o olhar. O que despertou a atenção do ruivo foi um filete de sangue que escorria pela coxa do rapaz à frente.
O ruivo puxou um pouco do lençol e passou pelo seu membro que estava todo enlambuzado, começando a limpá-lo com cuidado. Quando terminou sua tarefa, Yagami se aproximou do moreno que parecia querer dormir, mas não permitiu, virando o seu corpo para cima.
- Agora... coloque essa boca aqui. – pediu, segurando seu pênis com uma mão, balançando-o de modo pervertido.
- Não mesmo. – respondeu esgotado.
Kyo foi erguido por um puxão brusco de cabelo, ele se sentou na cama e sua cabeça foi direcionada para baixo, mais precisamente até o membro de Yagami.
- Vamos logo. – falou com urgência.
E mais um torção de cabelo e Kyo resolveu ceder, ele fechou seus olhos e abriu a boca a contragosto, deixando o grande volume entrar ligeiramente. Ele fechou os lábios sentindo a carne rija, começando a chupá-la lentamente.
A mão que machucava resolveu ceder também, Yagami começou a acariciar a cabeça do moreno, fazendo um carinho convidativo na cabeça do moreno, ele não podia ser brusco, pois Kyo podia muito bem mordê-lo.
- Assim mesmo... – falou com um leve sorriso. – chupa bem gostoso para eu colocar bem molhado em você.
O ruivo jogou a cabeça para trás, a fim de saborear aquele momento, contudo logo voltou a observar Kyo. Ele estava segurando seu rival mais cobiçado pelos cabelos, enquanto ele lhe chupava. Aquela era uma visão dos deuses para Yagami, ele não podia perder num lance sequer.
A cabeça de Kyo foi puxada para trás e ele se afastou rapidamente, não queria demorar no que estava fazendo. Yagami sorriu e o beijou na boca, deixando sua língua escorregar para a sua bochecha, emendando no seu pescoço.
- Agora senta no meu colo, vem. – pediu ao pé da orelha.
- Iori...
- O que foi?
- Acho melhor pararmos.
- Por quê?
- Está... ardendo. – confessou.
A doce risada de Yagami era uma resposta negativa, ele segurou o rosto de Kyo com as duas mãos e balançou a cabeça lentamente.
- Você vai se acostumar, – disse – tem que fazer sempre para não sentir mais dor.
- Eu não quero fazer sempre – disse num tom baixo, exibindo um olhar amuado. Aquela expressão era nova para Yagami que se derreteu, sentindo vontade de beijá-lo novamente, mas se conteve.
- Você vai ver como amanhã será melhor.
- Amanhã? – indagou com assombro.
Yagami começou a puxar o corpo de Kyo para cima de modo desajeitado, pois o moreno não colaborava em nada. Após muita insistência e boa vontade, Yagami o fez se sentar no seu colo de frente.
O ruivo puxou seu membro ereto para cima e mordeu o lóbulo da orelha do moreno.
- Senta, Kyo. – pediu.
- Não.
- Será que vou ter que insistir em tudo que eu peço? – indagou com agastamento – está na cara que você quer. Pare com isso!
A cintura de Kusanagi foi puxada para baixo, até ele sentia a cabeça do membro voltar a pressionar sua entrada. Kyo sentiu mais dor que antes, ele olhou para os orbes azuis piscina de Yagami, sentindo calafrios pelo seu corpo.
- Você é muito medroso. – provocou o maior.
- Então senta no meu pau, valentão. – falou com irritação.
- Você é muito irritadiço. – riu.
Aos poucos Kusanagi começou a ser preenchido, ele sentou no colo de Yagami e não sabia aonde segurar, ele fechou os olhos e abraçou o pescoço do maior, desejando que ele não lhe provasse por isso.
Iori se incomodou um pouco com aquela proximidade, Kusanagi estava lhe abraçando e ele lhe abraçava a cintura. Era um momento demasiado romântico.
Yagami começou a erguer seu quadril, voltando o ritmo incessante, enquanto Kyo gemia baixinho na altura de seu pescoço. O ruivo lambeu o pescoço à frente, abraçando o moreno com mais força, adorando ouvir aqueles gemidos.
O membro de Kyo ficou a raspar entre o abdômen definido do ruivo e o seu próprio corpo, e com essa fricção, ele acabou gozando pela terceira vez naquela madrugada. Yagami jogou seu corpo para frente, caindo por cima do moreno, assim podia se mover melhor e sair daquele abraço perturbador.
Nesse ritmo o ruivo gozou novamente e quando terminou, começou a chupar o membro de Kusanagi que repetiu a dose. Quando Kusanagi pensou que teria fim, ele foi virado novamente de costas e tomado pelo ruivo. O ritmo que era tomado lhe deixou atordoado, ele mal gemia, e nem mais sentia dor, apenas cansaço.
Após gozar pela sexta vez, Kusanagi agradeceu aos Deuses e desabou na cama, sentindo o corpo pesado de Yagami sobre o seu. Os dois estavam deitados de costas.
- Quando acordarmos... vamos a praia. – disse Yagami.
Kusanagi resmungou alguma coisa e fechou os olhos, dormindo. O ruivo ficou a observar o moreno por um longo período, em certo momento até retirou a franja que cobria parte do rosto de Kyo para observá-lo melhor. Yagami estava incomodado, ele sabia que seus sentimentos estavam lhe levando para um lugar que sempre lutou contra.
Não podia criar uma paixonite pelo homem a sua frente. Seria uma vergonha para sua vida, mas não estava resistindo. Em certo momento ergueu o braço a fim de golpear a garganta daquele que dormia, a fim de dar um final aos seus tormentos, todavia se conteve.
- "Onde eu estou com a cabeça?" – indagou em pensamento.
Yagami fechou os olhos, aproximando-se mais do moreno, deixando seu braço envolver sua cintura, prendendo-o junto ao seu corpo.
A madrugada cedeu seu lugar a grande bola de fogo que começou a nascer na linha do horizonte. Os tons claros povoaram a abóbada celeste, o som dos pássaros eram os despertadores naturais.
O primeiro a abrir os olhos foi Yagami, ele encontrou o hálito quente de Kyo bem próximo ao seu rosto. Eles haviam dormido abraçados. O ruivo se afastou sem nenhuma delicadeza e foi até uma poltrona, vestindo uma calça jeans preta.
O corpo do moreno estava desnudo e virado de barriga para baixo. A visão que Yagami tinha era única, a luminosidade do sol contornava cada pedacinho daquele corpo. O ruivo suspirou e saiu do quarto, indo até sua cozinha preparar um café preto.
Iori sentou-se numa mesa de madeira e ficou esperando a água ferver, ele ouviu som de passos no quarto e sorriu. Sua donzela havia acordado. Yagami se levantou e foi rapidamente até o cômodo vizinho encontrando Kyo terminando de se vestir.
Os dois se encararam com seriedade, Kyo abaixou a cabeça e ficou ruborizado. Yagami riu alto, encostando-se ao batendo da porta, mas ele logo se desencostou e foi até o seu hóspede, arrancando o tênis que ele tentava calçar de suas mãos.
- O que você...
- Venha tomar um café. – disse com seu habitual sozinho – depois iremos à praia, mas antes, vamos buscar minha moto no estacionamento.
- Ah?
- Vou ter que repetir? – indagou – eu tenho uma semana para te passar meus ensinamentos, – riu baixo – tire essa cara de idiota, você não consegue manter-se com dignidade após uma noite de sexo?
- Olha, eu não quero falar sobre isso. – disse.
- Não seja infantil. Comporte-se como um adulto. – falou seriamente – fizemos sexo, não tem nada demais. Agora vá se lavar, eu estou na cozinha.
- "Esse foi mesmo Yagami?" – indagou em pensamento.
Yagami saiu do quarto, deixando Kyo de boca aberta. Aonde havia surgido aquele Iori compreensivo? Todo o ar zombeteiro e carregado de escárnio havia fugido daquele homem que lhe tratou com atenção e maturidade.
Minutos mais tarde, Kyo apareceu na cozinha, ele se aproximou da mesa redonda e se sentou numa das cadeiras, observando o seu anfitrião terminar de coar o café. Yagami se aproximou e colocou dois copos em cima da mesa.
- Qual praia quer ir? – indagou Iori, sentando-se à mesa, começando a servir um pouco de café nos dois copos.
- Qualquer praia do Norte, – respondeu – gosto das águas cristalinas.
- São duas horas daqui com minha moto. – disse.
- Não acho seguro viajar de moto. – disse, sorvendo um gole do café.
- Comigo será, – disse confiante – vamos buscar minha moto.
Kusanagi não disse mais nada, terminando de tomar seu café. Ele estava vivendo uma loucura e com o seu pior inimigo. Mas tinha que admitir que aquilo lhe excitava.
A dupla saiu de casa, Kyo sentou-se à direção do carro e começou a se dirigir até o ginásio do grande torneiro. Quando chegaram, Yagami montou na sua moto e pediu para que Kyo o seguisse, e assim eles retornaram até a casa do ruivo.
Kyo se encostou ao portão de madeira, ligando seu aparelho celular. Ele mandou uma mensagem aos seus pais dizendo que ia viajar, afinal precisa avisar algo, senão eles iriam na polícia lhe procurar.
- O que está fazendo?
- Avisando que vou viajar. – respondeu.
- Pensei que não queria mais prestar contas. – falou.
- Mas no mínimo falar que estou vivo. – disse – quer a polícia atrás de mim? – indagou, erguendo suas sobrancelhas.
- Tem razão, fale para não te perturbarem também.
- Como?
- Daqui isso aí. – pediu com rispidez, arrancando o aparelho da mão de Kyo, começando a digitar uma mensagem malcriada para a família Kusanagi. Depois devolveu o aparelho já desligado para Kyo.
Uma mochila pequena foi preparada por Yagami com alguns itens, ele deu para Kusanagi que colocou nas costas. O ruivo montou na moto e olhou para Kyo, enquanto colocava seu capacete. O moreno suspirou e se sentou atrás, segurando-se no ferro que fica na traseira.
- Pode segurar minha cintura, Kusanagi. – disse provocante.
- Não. – disse.
- Ontem você não negou em me abraçar.
- Ontem eu fiz coisas das quais me arrependo. – confessou.
- Como quiser. – riu baixinho.
E o som alto do motor invadiu o ouvido dos lutadores. A moto saiu em disparada, cortando os ventos daquela manhã fresca de verão.
OoO
Continua...
E esse é o meu primeiro fanfiction de KOF, que é um jogo que eu gosto muito. Aliás, o meu pseudônimo é Leona, e nada mais digno de eu me atrever a fazer um fanfiction desse jogo ou anime.
Acho que serão seis a sete capítulos, não tenho certeza. Com muito lemon e situações que deixarão os lutadores cada vez mais confusos com seus sentimentos. Será que eles se manterão juntos depois desses sete dias?
Eu agradeço pela atenção de todos. E peço que enviem comentários caso gostarem da fanfiction, lembrem-se que eu não mordo.
Obs: Eu vou viajar hoje mesmo para a praia, então demorarei um pouco a postar meus trabalhos.
30/12/2008
Por Leona-EBM
