Harry Potter e as Fênixes da Magia.

Disclamair: Harry Potter não me pertence, essa fic é feita apenas para diversão, não estou ganhando nada com isso.

Sinopse: Na Câmara Secreta o veneno de basilisco rompe a horcrux em Harry. Porém as lembranças e conhecimento de Riddle permanecem.

OBS : Harry e Gina cinzentos e independentes. Novos poderes, viagem no tempo, Dumbledore manipulador (ainda em dúvida se vai ser bom ou mal). Menção à temas 'tabus' para 90% da população, como sado-masoquismo e abuso sexual; menção a rituais de sangue(como sangue menstrual e etc).

OBS 2 : Eu Costumo ler muitas fics, então se eu colocar algo parecido ou igual a sua fic ou de alguma que você tenha lido, por favor me avisem para que eu possa ou modificar ou dar os devidos cré

CAP: 01- Resgate, desconfiança e oráculo.

Dor fina invadiu seu corpo no momento em que a presa do rei das serpentes afundou em seu braço. Ele puxou o pedaço de osso do braço e cambaleou até a garota ruiva, o veneno subindo quente pelo seu braço. Ao fundo ele podia ouvir Riddle zombando da sua tentativa patética de salvamento.

Harry sentia a cabeça pesando cada vez mais. O veneno agora queimava a base da nuca e logo a dor estava mil vezes pior do que quando Quirrell tentou matá-lo no fim do seu primeiro ano. Era uma dor como se milhares de agulhas quentes afundassem em sua cabeça e logo álcool e sal fossem jogados em cima. Poderia ter sido mil anos ou mais, ou até mesmo alguns segundos, ele não teria como saber quanto tempo a dor o afligiu, mas quando parou, somente o trinado de Fawkes podia ser ouvido.

Ainda zonzo e sentindo a garganta arder, Harry ouviu o fantasma de Riddle expulsar a fênix de perto dele. O jovem grifinório rolou sobre si mesmo e olhou para a figura fantasmagórica que agora era rodeada e aos poucos absorvia uma névoa negra. Então, uma ideia surgiu como um flash de memória em sua mente, e ele então cravou o dente de basilisco no centro do diário.

O fantasma de Tom soltou um grito estridente a medida que a tinta jorrava das páginas, Harry voltou a cravar a presa mais algumas vezes. O ser começou a rachar como uma estátua quebrada, o jovem bruxo jogou-se sobre o corpo de Gina e a protegeu com o dele, quando o fantasma explodiu em uma forte onda de magia.

Uma sensação de calor agradável o preencheu e escoou pelos seus braços. Ele ergueu um pouco o rosto e viu uma enorme gaiola de luz rodeando ele e a ruiva. A fênix do diretor trinava e voava em volta cada vez mais rápido, tão rápido que logo somente um anel de fogo era visível. Um gemido chamou sua atenção e ele afastou-se da irmã do seu melhor amigo rapidamente, mas ainda ficando dentro da redoma.

-Harry? -ela perguntou piscando rapidamente e olhando em volta assustada. –O que? Como você? - ela ofegou e sentou-se rapidamente. -Harry você tem que sair... Tom ele...

-Shi... Calma Gina. –ele a acalmou. –Ele se foi, ele não é mais uma ameaça.

-Harry... Ele me obrigou, eu não conseguia, eu tentei...Eu... Eu vou ser expulsa...Eu fui tão idiota, tão fraca, tão estúpida... –a ruiva rosnou passando a mão com força pelo rosto, para tentar parar as lágrimas.

-Não você não foi. –ele a contradisse com força. –Gina, ele foi a versão jovem de Voldemort. –ele disse, segurando as mãos dela nas suas.

-Voldemort? -ela ofegou, o moreno piscou surpreso que ela disse o nome do bruxo sem gaguejar como a maioria dos adultos. –Tom, foi...Eu fui possuída por... –ela balbuciou olhando aturdida para os lados, a respiração ficando ofegante e o corpo começando a tremer.

-Calma, calma, já acabou. –ele tentou acalma-la, trazendo-a para seus braços e afagando suas costas suavemente.

A ruiva ainda balbuciava coisas inteligíveis, seu corpo continuava a tremer, mas aos poucos foi se acalmando, Harry prometeu silenciosamente que a ajudaria a explicar tudo o que ocorreu, ele sentiu novamente a sensação de calor agradável, a redoma envolta deles acendeu-se em uma redoma de fogo de todas as cores do espectro.

"Não se preocupem crianças, tudo ficará bem". Uma voz dupla soou das chamas. "O perigo passou por enquanto, não temais, pois nós vamos guiar vocês no antigo caminho".

E com um flash de luz as chamas sumiram e no lugar dois ovos surgiram aos pés deles, um branco com leves tons de lilás, azul e dourado e um preto com detalhes em prata, e diferentes tons de vermelho. Fawkes parou de voar em círculos e pousou no ombro de Harry. Os dois grifinórios se soltaram um do outro e se olharam. Eles pegaram os ovos, Harry pegou o branco e Gina pegou o negro.

-Vamos sair daqui. –Harry disse se levantando e guardando o ovo no bolso das vestes, ele ofereceu a mão para ajudar a menina a levantar-se.

-Obrigada. –ela agradeceu guardando o ovo negro nas vestes dela. –O que você vai fazer com ele? -ele perguntou indicando o basilisco.

-Como assim? -perguntou confuso.

-É seu por direito. Você o matou, então é seu. –ela explicou. -Bem, o veneno, pele, dente... Tudo pode ser usado em poções raras e muito, muito caras. Até mesmo poções para curar problemas nos olhos. –ela disse ficando na frente dele e tirando os óculos.

Harry olhou para o objeto nas mãos dela e só então viu as hastes sem o vidro.

-Não percebi que estava quebrado. –ele disse.

-Será que aquilo...Aquela...Redoma ou seja lá o que fosse, curou você? -ela perguntou franzindo as sobrancelhas.

-Talvez. –respondeu, ele a observou, alguma coisa havia mudado na caçula dos Weasley.

Quando fora para A Toca no verão antes das aulas, Gina Weasley era tímida e corava no mais breve olhar dele, sem falar nos acidentes e mudez. E ali estava ela agora, falando normalmente com ele. Ele realmente se sentia bem com isso. Fawkes trinou e levantou voo do ombro dele balançando a calda entre os dois grifinórios.

A fênix os levou até Ron e Lockhart em uma explosão de fogo e depois de breves explicações, eles seguraram novamente na cauda da ave e com uma segunda explosão de fogo eles se viram dentro da sala da professora McGonagall. O Sr. e Sra. Weasley estavam lá, juntamente com professor Dumbledore.

Harry explicou sem muitos detalhes o que aconteceu e devolveu a espada para o diretor, algo dentro dele dizia para não olhar o velho bruxo nos olhos, era um instinto tão forte quanto o que sentiu ao se dar conta que Murta era a última vítima fatal do basilisco, então ele seguiu esse instinto.

Mas quase falhou quando o ouviu admitir que sabia que Gina era inocente e estava sendo controlada por Voldemort. O moreno mostrou o diário e Gina explicou que ela havia o encontrado em suas coisas, e achando que era um presente de seus pais, o usou. Quando os pais dela começaram a brigar com ela, ele pulou em seus pés.

-Gina não pode controlar, havia essa coisa... Sensação que não deixava falar sobre ele com ninguém! -ele disse. –Ela tentou se livrar dele, mas eu achei, se não fosse por ela ter tomado de mim, eu é que teria sido possuído.

-Vocês deveriam ter falado com um adulto! -a senhora Weasley falou.

-Nós não conseguíamos. –ele praticamente rosnou colocando-se na frente da menina ruiva. –Eu queria ver a senhora tentando lutar com ele dentro da sua cabeça durante todo o tempo e também contra seus feitiços. Gina é a garota mais corajosa e forte que eu conheci até hoje e a senhora ainda briga com ela por que ela usou algo que pensou ser um presente de vocês? Porque ela deveria desconfiar de algo que vocês deram pra ela? -ele perguntou com os olhos fixos na matriarca que abria e fechava a boca sem emitir som.

-Harry está certo, Molly. – disse. –Nossos filhos não deveriam desconfiar de nada que damos a eles. Mas também não devem apenas confiar em algo que não se vê o cérebro, está bem Gina, Harry? -ele aconselhou.

-Sim papai. –a menina respondeu.

-Sim, senhor Weasley. –ele respondeu e relaxou um pouco soltando a respiração que nem notou que estava segurando. –Desculpe a minha reação senhora Weasley.

-Está tudo bem querido. –a ruiva mais velha disse com um sorriso. –É bom saber que minha menina tem um amigo que vai defendê-la até mesmo dos pais dela. –ela disse fazendo-o corar.

-Bem, bem, já que as explicações já foram dadas, acho que a senhorita Weasley apreciaria um pouco de chocolate quente na enfermaria. –o diretor disse, os pais de Rony acenaram com a cabeça e levaram a caçula. –Ah, Gilderoy, tão discreto...

-Houve um acidente professor. –Ron disse corando sob o olhar do bruxo mais velho.

O ruivo explicou sobre o que ocorreu depois que eles foram atrás do professor de Defesa e a tentativa dele de apagar a memória deles. Dumbledore fez um trocadilho sobre ele ser pego pelo próprio truque, o que tocou um alarme no interior de Harry mais uma vez. Dumbledore pediu para professora McGonagall levar Ron e o bruxo desmemoriado para a enfermaria e pediu para falar a só com Harry.

Harry colocou as mãos nos bolsos das vestes e olhou para a espada, que agora estava sobre a mesa da professora de transfiguração, enquanto o professor andava até a calmamente pela sala e sentou-se no lugar da professora McGonagall.

-Devo agradecer, Harry. –ele começou, mas ele não tirou os olhos do objeto, ele ainda sentia que não devia olhar nos olhos do diretor. –Se você não tivesse mostrado lealdade a mim, frente ao perigo, Fawkes não teria ido até você. –ele disse, mas de alguma forma o moreno sabia que aquilo não era verdade ou pelo menos não totalmente.

-Hum...Certo... Hum... Já posso ir senhor? -ele perguntou o mais calmo que pode.

-É claro, vá até ao Salão Principal, acho que todos já foram avisados da festa fora de hora que ordenei para comemorar a recuperação dos alunos petrificados. –o velho bruxo disse.

Harry crispou os olhos levemente. Festa? Quando pelo menos três alunos e um professor estavam desaparecidos e pelo que sabiam, mortos? Ou Dumbledore sabia onde eles estavam e que já estavam voltando? O jovem bruxo deu um aceno rápido com a cabeça e virou-se para a porta ao mesmo tempo em que um tempestuoso Lúcio Malfoy entrava pela porta.

O ex-sonserino não gostou da presença do velho bruxo e depois de algumas farpas, onde Dumbledore declarou a ele que Harry era o responsável por frustrar os planos da memória de um jovem Voldemort, e ameaçou Lúcio a não deixar mais nada do Lord das Trevas chegar a escola. O bruxo loiro saiu ainda mais furioso, chutando Dobby, o elfo doméstico. Um plano rapidamente se formou em sua mente e Harry, depois de pedir o diário ao diretor saiu atrás do outro bruxo.

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Gina caminhou com seus pais ladeando-a em cada um dos seus ombros. Sua mãe oscilava entre arrulhar sobre "seu pequeno bebê" e brigar por ela ter sido tola em confiar em algo que pensava sozinho. Ela jamais admitiria, mas ela se deixou levar pelo objeto principalmente pela aura pesada que ela sentia envolta dele, era a mesma aura que ela sentia lutar contra a aura de Harry antes de ser levada para aquele lugar.

A magia do castelo a ajudou por um tempo, mas ela havia se exaurido a tal ponto que tudo o que podia fazer era pedir ajuda para que o castelo usasse sua magia para desviar os alunos do monstro do castelo. Agora ela sentia a magia pulsar das pedras com um brilho tênue, o castelo estava feliz que ela estava bem. Suspirou baixinho ao forçar suas lembranças daquele lugar.

Na câmara o fantasma de Tom contou o que ele era e como havia sido feito. Ela tinha e iria contar a Harry, mas não a frente dos adultos. A ruiva tinha a sensação de que se ela contasse, ela seria obliviatada e eles nada fariam sobre isso e nem contariam, até que fosse tarde demais. Mal notou quando sua mãe a levou até uma das camas da enfermaria, tão perdida como estava em seus pensamentos.

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Harry viu Malfoy sair pelas escadas, com sua capa voando atrás dele, devia ser algum truque sonserino, pois a capa de Snape tinha o mesmo efeito, ele pensou rindo levemente. O moreno foi em direção à enfermaria e entrou sorrateiramente parando na porta. Os pais de Gina estavam um pouco afastados conversando com a enfermeira da escola. Ele não viu nenhum dos alunos petrificados e muito menos Ron. Vagando o olhar pelo local ele viu a menina ruiva se esgueirando para fora da Ala Hospitalar, ele afastou a porta um pouco mais e a ajudou a sair.

-Obrigada. –ela disse sorrindo levemente, Harry notou que ela parecia um pouco mais... Triste.

-Problemas? -o moreno perguntou enquanto andavam em direção o Salão Comunal da Grifinória.

-Pode-se dizer isso. –a ruiva respondeu vagamente e suspirou olhando em volta, só então ele notou os quadros acompanhando-os com olhos curiosos.

-Entendo. –acenou brevemente.

-Batata Frita. –Gina deu a senha e eles entraram no Salão Comunal vazio.

-Dumbledore mandou preparar uma festa no Salão Principal. –ele explicou ao ver o olhar dela, provavelmente procurando pelos irmãos.

-Uma festa? -ela perguntou. –Quando três alunos e um professor provavelmente estariam mortos?

-Foi o que eu pensei também. –admitiu.

-Harry, eu acho que vou subir. –ela disse cansada. –Preciso de um banho e deitar, minha cabeça ta latejando com umas idéias que eu...

-Eu entendo, também tenho essas sensações estranhas. –ele disse. –Podemos conversar amanhã?

-Claro... Boa noite, Harry.

-Boa noite Gina.

Harry ficou observando-a subir a escada quando ela sumiu de vista ele começou a subir em direção ao dormitório dos meninos. Ele empilhou as roupas sujas em um canto e tomou um banho. Seus óculos quebrados estavam sobre a pilha, assim como o ovo, o moreno desviou o olhar do objeto e encostou a testa contra a parede fria do banheiro enquanto sentia a água morna descer por suas costas.

Sensações de dejavú passavam por ele como ondas na beira da praia, não que ele já tivesse ido a praia antes, seus parentes nunca iriam alegrá-lo assim, mas uma vez seu professor de ciências da escola trouxa levou um filme sobre animais marinhos. Foi o mais próximo que ele já esteve do litoral. Depois de certificar-se que estava realmente limpo, Harry secou-se e colocou um pijama. Pegando as roupas sujas as colocou dentro de uma blusa velha de Duda e a guardou no fundo do malão. Enrolou o ovo na velha capa do seu pai e logo em seguida ele deitou-se para dormir.

A noite foi repleta de sonhos com imagens desconexas e sem sentido. O dia seguinte chegou com o barulho dos seus colegas aparentemente discutindo, Harry correu a cortina da cama e as vozes pararam. Ele olhou para cada um dos seus companheiros de dormitório e suspirou cansado, era como se ele não tivesse dormido quase nada.

-O que foi? -ele perguntou quando percebeu que nenhum deles ia falar.

-Cara, você está com uma cara péssima. –Ron disse.

-Valeu. –resmungou para o amigo. –O que houve? -voltou a perguntar.

-Queremos saber para onde vocês foram ontem, mas Ron não quer dizer. –Simas disse corajosamente.

-E eu já disse que isso não é da conta de vocês! -o ruivo disse com as orelhas vermelhas.

-Porque não? -o moreno quis saber, se dando conta o quanto ele era isolado das outras pessoas da escola.

Ele então se deu conta que se as pessoas realmente o conhecessem, jamais teriam pensado que ele era o herdeiro de Slytherin. Ele podia simplesmente culpar os outros por não se aproximar dele e tentar fazer amizade, mas ele também podia culpar a ele mesmo já que ele nunca fez nenhum esforço em falar com outras pessoas que não fosse Ron e Hermione. Ele estava tão centrado em correr na direção dos problemas que apareciam em sua frente que ele se esquecia de simplesmente ser um garoto comum.

-...E eles não entenderiam pelo que passamos. –ele voltou sua atenção para o amigo ruivo que estava divagando sobre os motivos de não querer contar a verdade para os outros garotos.

Harry crispou os olhos e interrompeu o amigo, resolvido a começar a fazer mudanças naquela ultima semana na escola. Pedindo para Dino, Simas e Neville sentarem ele começou a contar o que houve. É claro que ele escondeu várias partes do ocorrido, como Gina ter sido possuída por todo o ano e aberto a câmara e o que ocorreu depois que a memória de Riddle se foi. Mas contou como Hermione descobriu que animal era, como ele e Rony foram até a Murta para interroga-la e acharam a entrada. Sobre Lockhart tentando obliviatar suas memórias para ficar com os créditos e deixar Gina lá embaixo para morrer. E a conversa com Dumbledore e Lúcio Malfoy, mas escondendo o fato que ele deu um objeto de Voldemort para uma estudante é claro.

-Uau! -Dino e Simas exclamaram. –Cara como vocês conseguem se meter nessas confusões? -Dino perguntou.

-Eu também queria saber. –Harry suspirou e levantou-se indo para o banheiro, uma pequena parte da sua mente pegou Rony com as orelhas vermelhas e outros ruivos na porta do dormitório.

Harry desceu algum tempo depois para o Salão Principal, o ovo guardado no bolso das vestes novamente. As pessoas começaram a cochichar e apontar pra ele quando ele entrou no lugar. Ele resolveu ignorar e sentou-se com seus amigos na mesa. Ron ainda estava zangado por ele ter divido sua aventura com os outros garotos, ele realmente não sabia o motivo, mas não perguntaria agora, o deixaria primeiro esfriar a cabeça. Hermione deu um olhar questionador e ele deu de ombros. Harry comeu bem mais do que o de costume e fez questão de manter a boca ocupada para não responder as perguntas que ele via que sua amiga queria fazer.

Ele procurou Gina com os olhos pelo Salão e a viu entre os gêmeos, mas parecia que diferente da noite anterior, ela não parecia que queria falar muito. A viu sair apressadamente da mesa ao mesmo tempo que sentiu o ovo branco esquentar dentro das vestes. Ele terminou de engolir e deu uma desculpa qualquer.

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Abriu os olhos sentindo como se houvesse um buraco no lugar do seu coração, ela sabia de alguma forma, que não era um simples sonho, ela sabia, sentia que eram visões de algo que ela ainda iria viver.

Gina enxugou as lágrimas que corriam livres e silenciosas por seu rosto. Ela quase podia sentir a dor física que seu futuro sofreria. Era um segredo na família Weasley que a última mulher que nasceu em sua família, há sete gerações atrás, era uma oráculo. Oráculos eram extremamente raras, por seu poder de ver o futuro e se lembrar exatamente do que vira além de poder ter filhos sem perder seu dom de predição, diferente das videntes que tinham que manterem-se virgens e não se lembravam das visões e profecias que viam.

Ela havia achado o grimório de Genevive Weasley dentro do seu malão, escondido em uma parede falsa no porão juntamente com um malão de sua avó Cedrella Black Weasley e outros quatro malões que ela ainda não havia aberto para descobrir de quem eram. A ruiva podia sentir a magia sob sua pele, queimando morna e correndo juntamente com seu sangue, ela podia sentir o fluir da magia no seu corpo junto com o sangue que manchava a cama. Ela sentou na cama e afastando os lençóis olhou para suas pernas, manchadas pelo seu primeiro sangrar, seu primeiro fluir.

O sangue morto e não fecundado que agora a marcava como uma mulher quase completa, o sangue que liberava parte de seus poderes herdados. Mais lágrimas caíram pela vida que não viria do ventre, mesmo que ela soubesse que ela não tinha idade para tal ato na sociedade atual. Respirou fundo e secou o rosto, tentando lembrar de algumas das palavras no grimório de Genevive.

'Minha primeira visão veio pouco depois da minha décima primavera, no dia do meu primeiro sangrar. A morte em meu ventre, que me marcava como apta para o casamento, também me marcava como um oráculo. '

Pegando a varinha debaixo do travesseiro, fez um feitiço de limpeza nos lençóis. Ela ia precisar de ajuda, sua mãe não achava que ela ia precisar de nada para sua primeira menstruação, pois ela só tinha onze anos. Resolveu então improvisar até ir à enfermaria. Pegando tudo o que precisava foi em direção o banheiro, enquanto fazia feitiços de limpeza no chão que se manchava com seu sangue.

Terminou de vestir-se e pegando o ovo negro, o colocou em suas vestes. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo curto na altura da nuca e saiu do dormitório. Suspirou pesadamente quando sentiu os gêmeos a aguardando no fim da escada. Forçou um sorriso quando finalmente eles entraram em seu campo de visão e ofegou baixinho quando foi puxada para um abraço entre eles, ela podia ver todas as cores de sua aura mágica e alma.

Ela afastou-se resmungando algo sobre sentimentalismo barato e saiu pelo buraco do retrato, com Fred e George em seus calcanhares, ela precisava pensar sobre o que vira, Genevive não falou nada sobre ver a aura das pessoas. Uma coisa era ela ver a magia de Hogwarts, mas isso devia ser pelo tempo que a magia do castelo a ajudara, certo? Resolveu pensar nisso depois. Olhou de relance para os dois ruivos, agora mais do que nunca ela poderia diferenciá-los.

Ela sempre soube quem era quem dos dois. Mas era somente por sentir a magia deles que ela poderia diferenciá-los, mas sentir e ver tinha uma diferença gritante. Quando ela sentia, era apenas como um vibrar em sua pele em diferentes intensidade e ritmo, mas agora ela poderia ver o que ela sentia.

Fred era mais protetor e mais impulsivo, sua aura era vibrante em tons de vermelho alaranjado em sua maioria, George era um pouco mais controlado, mais racional, ele também tinha tons de vermelho alaranjado, mas que se mesclava em tons de lilás e azul nas bordas.

Ela estremeceu ao pensar no Salão Principal lotado e sua explosão de cores em um caleidoscópio desnorteante, respirou fundo a cada passo que se aproximavam do lugar. Cada passo que dava, ela podia sentir as ondas de magia avançar mais forte do que ela sentiu durante todo o ano. Ela sabia que era dos alunos, pois a magia do castelo ela tivera todo o ano para se acostumar. E embora a magia da escola estava brilhando em suas paredes, teto e piso, ela era constante. Não era influenciada pelo humor de centenas de adolescentes hormonais e temperamentais.

A caçula Weasley parou a poucos passos da porta. Seus irmão a seguraram pelo ombro e perguntaram se ela estava bem, ela apenas acenou com a cabeça e tentando acalmar seu coração, ela entrou no local. Foi como ser atingida por algo maciço na cabeça e ficar vendo as cores dançando na sua frente. Gina sentiu-se enjoada e desesperada para sair do local, deixando seus irmãos a guiarem para a mesa, ela tentou ajustar sua visão fechando os olhos e respirando profundamente várias vezes.

-Gina você está bem? -ela ouviu um dos gêmeos perguntar, ela não podia saber quem era, com tanta magia em sua volta. –Gina?

-Só não dormi bem. –ela se forçou a responder, era uma verdade incompleta, mas era verdade.

Ela abriu os olhos e viu as cores diminuindo e 'se ajustando' envolta de cada pessoa, ela forçou um sorriso para Fred e George e tentou comer um pouco de ovos e torrada, tentando não olhar muito ao redor e nem fazer movimentos bruscos ela conseguiu comer metade do pouco que colocou, mas seu estômago não parecia querer aceitar muito e logo estava revolto, murmurando algo como precisar de um banheiro ela saiu do lugar rapidamente e correu para o banheiro da Murta.

Poucos minutos depois ela estava curvada sobre a pia, a testa contra o material frio parecia aliviar um pouco o enjoo. Lavou o rosto com água fria e fez um feitiço de limpeza e hálito refrescante na boca. Olhou-se no espelho, estava pálida e em volta dos olhos estava levemente arroxeado. Ela olhou em volta do próprio corpo e estranhou sua aura mágica, ela parecia mais velha do que ela deveria, como se houvesse crescido separada dela.

Os tons de vermelho, era diferente dos seus irmãos. A sua aura era mais escura, em um tom de vermelho sangue, roxo, grafite e negro. Um soluço escapou dos seus lábios, sua alma estava manchada pelo fantasma de Tom. Ela olhou em seus olhos no espelho, vazio negro a puxou para uma visão de uma Hogwarts em chamas, gritos soavam por todo o castelo enquanto uma horrível nuvem esverdeada pairava sobre o castelo. A Marca Negra.

N.A:Na idade média a menarca era o sinal de a menina estava pronta para casar e ter filhos, não importava a idade, pois a expectativa de vida era por volta de 40 anos. Esse era um dos principais motivos para a alta mortalidade materna na época. Um exemplo disso é que Shakespeare escreve em Romeu e Julieta, que a família dela queria casá-la aos 13 anos, e a mãe de Julieta diz na cena III que na idade dela (13 anos) ela já era mãe.