Disclaimer: Harry Potter & Co. não me pertencem. Não ganho nada escrevendo sobre o que não é meu...
N/A: Fanfic não indicado para menores de 16 anos por conter cenas de tortura física intensa e violência. Caso sinta aflição, é bom voltar uma página no seu navegador, porque a bondade não toca este coração. Ignorado o epílogo de DH e alguns detalhes do sétimo livro também.
Kloster¹
Por Lally Y K
Beta-reader: Kikis (Minha eterna florzinha)
Prólogo
(All that I am living for – Evanescence – acoustic french version)
05 de dezembro de 1999, Flensburg, Alemanha.
"Pare!"
Ele apenas sorria. Apontou a varinha novamente em direção ao rapaz loiro e os olhos azuis chisparam com ódio.
"Quantas pessoas você ouviu pedir a mesma coisa?" A tez pálida formava uma careta medonha , as vestes ensopadas com suor, o rosto sujo e cheio de cortes, além das olheiras profundas de noites sem dormir com pesadelos. "Crucio!"
Ele gritou de novo, de novo e de novo. As vestes negras balançavam suavemente a cada movimento elegante do braço para lançar um feitiço, e o vento frio que anunciava tempestade não amenizava as dores do homem semi-nu com seus trapos de camisa e calças curtas.
"Onde está toda sua arrogância?" A voz arrastada de sotaque sorriu outra vez e lentamente o rapaz parou de gemer e ficou muito, muito quieto. "Levante-se."
Ele obedeceu quase sem conseguir. As pernas tremiam com a fome e fadiga dos músculos doloridos. A sua cabeça latejava e, além de tremer com o maldito vento úmido que soprava naquela região. Finalmente, quando conseguiu endireitar-se, os olhares dos dois se encontraram.
Cinza e azul travavam uma batalha por mais raiva, mais ódio, mais amargura. O último sorriu com escárnio e ousou traçar o indicador nas laterais do rosto suado. A esta hora, o primeiro já tinha o controle de sua respiração, que acelerara com a dor e os gritos, e vestiu uma máscara impassível no semblante, contradizendo a dor latente em todo seu corpo.
"Vejo que precisa de mais uma sessão já que sua prepotência volta assim que consegue ficar de pé." Naquela vez, o cinza não se arregalou ou encolheu de medo. Apenas encarava de volta, em um esboço cínico de revanche. "Responda-me... Quantas pessoas passaram o mesmo? Quantas morreram pelas suas mãos e gritaram por misericórdia?"
"Todos os trouxas e sangue-ruins que mereciam."
O eco do tapa no rosto não fez os olhos relampejarem com a raiva que sentia por dentro. Continuou lá, como se conversasse com o homem a sua frente sobre o tempo irritante da Alemanha. Os ventos gelados, a neve, qualquer coisa nesse sentido.
"Estenda o braço."
Ele estendeu. Sabia o que viria a seguir, que doeria, que sangraria. Mas odiava os trouxas, os sangue-ruins, os mestiços sujos. E odiava aquele sangue-puro na sua frente também. Mais que todo o resto, e o que sentia não era pouco.
"Flagello² Morsmorde."
O loiro apenas fechou os olhos. O sangue escorria da tatuagem, emergindo como em uma fonte macabra, desenhando as feições da serpentes rubras que desciam pela sua pele clara. Doía muito mais que um Cruciatus ou Sectumsempra. Até Doholov parecia ameno perto daquela dor.
Não se ouviu gritar, já que em sua consciência tinha perdido a voz com a agonia. Finalmente, a luz prateada cessou da varinha que foi logo em seguida guardada dentro das vestes, e fitou de relance o rapaz ferido. Ele mantinha-se de pé e não ousava tocar a tatuagem sangrenta; seria muito pior.
"Que Deus perdoe os seus pecados com a dor do seu espírito."
A capa esvoaçou com o vento e o homem deixou-se ficar ali por instantes, com a mente e o físico fraco. Não tinha como fugir de lá, sem varinha, sem dinheiro, sem prestígio. Só loucos ou mortos saíram de Kloster. Foi a primeira lição que aprendeu.
"Ele não perdoará os seus, Bernhard." Ele retrucou irônico para o ar antes de entrar. "Se esse merda existisse, mataria pessoas como você."
A ser continuado...
Essa fanfic se originou de mais um surto no MSN, mas ela vai ficar tão bonitinha que decidi postá-la logo, como lembrete que preciso melhorar minha adaptação com prazos. O prólogo ta pequeno, mas prometo que o próximo capítulo será maior... Eu espero.
A você, caro leitor, cabe o papel de julgar se esse fanfic é digno ou não de um review.
Lembrete: ¹ Mosteiro, do alemão. ² Maldição, do italiano.
