Natsume Yuujinchou pertence a Yuri Midorikawa.

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~ Gosto de café

Para FranHyuuga

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Natori Shuuichi tomava um café sentado em seu canto favorito da cafeteria, a despeito dos olhares curiosos e, no mínimo, animados das pessoas – francamente falando, das garotas – ao seu redor. Ser um ator famoso não era, exatamente, a segunda profissão mais convencional para um exorcista. Mas um olhar, em especial, era mais significativo.

Por trás de sua máscara, Hiiragi mantinha seu olhar sempre vigilante. Era sua serva youkai, afinal de contas. Mesmo que Natori já houvesse dispensado seus serviços inúmeras vezes, Hiiragi não saía de sua posição – imaginava que agora ele o fazia mais por costume do que, propriamente, para ficar sozinho.

E Hiiragi gostava de observar aquele pequeno youkai que tatuara-se no corpo de seu mestre. Era interessante observar aquela sombra de lagartixa passeando por toda a pele visível dele, dava-lhe uma sensação confortável de "estou em casa".

- Se vai ficar aí – ele disse, a beira da xícara suavemente encostada aos lábios -, pelo menos sente-se.

Ele realmente estava aprendendo uma ou duas coisas com Natsume.

Hiiragi sentou-se de frente para Natori, disfarçando muitíssimo bem seu acanhamento. Ele olhava distraidamente pela janela, segurando a xícara entre os dedos pálidos de uma mão enquanto os da outra seguravam o queixo e se enrolavam mais ou menos no cabelo.

- Que gosto tem isso? – perguntou Hiiragi.

Natori fitou-a com algo de surpresa, algo de diversão. Ele sempre tinha aquele olhar denso e penetrante, cheio de convencimento e charme convicto.

- Tem gosto de café – ele respondeu. – Você quer experimentar?

Hiiragi assentiu e abaixou a máscara quando Natori deslizou a xícara em sua direção. Hesitante, tomou um pequeno gole e recolocou a máscara no lugar.

- Você gostou? – perguntou Natori.

Hiiragi balançou a cabeça e ganhou um sorriso de seu mestre, que voltou a olhar pela janela. Sim, ela tinha gostado. Tinha um sabor estranho, amargo, mas com uma calidez reconfortante disfarçada lá no fundo. Tinha gosto de Natori.

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Sendo de Natsume Yuujinchou, eu realmente queria que fosse algo terno e intenso, como o próprio anime é. Mas isso aqui é uma mistura de "beira da pia, lavando louça" – tive de largar a jarra da cafeteira e vir correndo para escrever - e Bon Iver.

Fran, minha flor, sou obrigada a dizer que comecei a assistir essa história linda por influência sua. E eu acho que nunca comentei isso - relapsa ingrata. Espero imensamente que tenha sido do seu agrado.

Eu mais do que recomendo que assistam Natsume Yuujinchou. A história é de uma suavidade tamanha, com boas lições intrínsecas sobre relações com outras pessoas e respeito às diferenças. Céus, estou enrolando para terminar de assistir a quarta temporada justamente por que não quero que acabe!

Até a próxima.