Eu vou morrer. Sei disso. Na verdade, eu sempre soube. Esse é um fato sobre a vida: a única certeza é a morte. Paradoxal. Mas eu costumava amar paradoxos. Agora, eu só amo a Hazel Grace. Eu não queria morrer pra não precisar deixá-la sozinha, porque eu não queria que ela sofresse. Mas eu sei que isso é inevitável. Ou ela morre antes, ou eu. E não é preciso ser matemático pra saber que as probabilidades de eu ir primeiro são infinitas vezes maior. Aliás, eu já estou indo. É isso. Morrer. Eu sempre tive tanto medo desse verbo, porque ele é a nossa última ação. Tinha medo do que vinha depois. Sabe, ser enterrado e virar pó e ser esquecido. Eu não queria ser esquecido. Mas ela me ensinou que as pessoas deixam marcas nas outras e que, enquanto elas existirem, eu também existirei. Eu existo por causa de você, Hazel Grace. Você se tornou parte de mim, agora eu me tornarei parte de você. Me desculpe por deixar você sozinha, eu juro que não queria isso, mas eu também não queria ter câncer e eu tive. A culpa não é minha, sabe-se lá de quem é, se é que alguém a tem, pra ser sincero. Você foi a melhor coisa que aconteceu comigo. Desculpa. Por favor. Eu. Amo. Você. Okay?
