N/A: Eu tinha publicado esta fic em outra conta do Fanfiction, porque, a princípio, pensei que seria bom separar as histórias a partir dos gêneros e livros nos quais me baseava, mas há pouco tempo decidi que era mais difícil fazê-lo assim, porque eu tinha que cuidar de duas contas ao mesmo tempo, e, depois, eu esquecia as contra-senhas, motivo pelo qual vou apagar a outra conta e ficar somente com esta. É a primeira fic que escrevo em terceira pessoa. Assim, para aqueles que lá leram e para os novos leitores, aqui está a minha primeira fic de Nárnia.

N/A 2: Eu tinha pensado em escrever esta fic há muito tempo, e finalmente me animei. Sinceramente, não li os livros das Crônicas de Nárnia, mas adorei os filmes.

Disclaimer: Nenhum dos personagens me pertence, eu só os tomei emprestados para criar esta história...


N/T: Esta fic também não me pertence, ela é uma tradução da fic "Volviendo a Ti", de M. Cullark. A autora me autorizou a traduzi-la.

N/T 2: O trecho em itálico trata-se de um flashback.


VOLTANDO PARA VOCÊ

Capítulo 1: Retorno a Nárnia

Susan olhava pela janela, sem ver nada em particular. A atenção dela não estava concentrada em nada deste mundo, mas sim em um que havia deixado para trás há duas semanas. Mais exatamente, na pessoa que governava o mundo em questão. O Rei Caspian.

Desde que tiveram de ir embora de Nárnia, ela não tinha conseguido deixar de pensar nele, lembrava-se sempre de todos os momentos vividos, desde que se conheceram, até aquele beijo de despedida que dividiram. Mas havia um fato em particular que ela jamais esqueceria, aquela noite da coroação, na qual tinham acontecido coisas das quais ninguém sabia.

Todo o local estava em festa, não havia telmarino ou narniano que não estivesse celebrando aquele dia memorável, em que a paz foi restaurada e um novo rei foi coroado.

Tanto Peter quanto Edmund e Lucy estavam dançando na pista previamente preparada para essa finalidade. A única dos Pevensie que estava afastada era Susan. Olhava de longe a alegria dos outros, e embora também estivesse repleta de felicidade pela vitória conseguida, ela sentia uma certa melancolia dentro de si. Pressentia que logo teriam que retornar, que teriam de ir embora daquele mundo ao qual não pertenciam e não eram reconhecidos. Por que teriam de ficar em Nárnia, se seu propósito para estar ali, já tinha acabado ? Ela queria ser otimista, mas também tinha que ser realista, e era pouco provável que Aslan os deixasse ficar. Ela estava tão submersa em seus pensamentos que não percebeu quando alguém mais chegou ao seu lado.

- Susan, você está bem ? - perguntou Caspian.

- Eh, sim, por que está me perguntando isso ?

- É que me surpreende que você esteja aqui parada, ao invés de estar dançando com os seus irmãos.

- E que eu não sou muito boa dançando - ela mentiu, sabendo que, se dissesse a verdade, seria interrogada sobre mais coisas.

- É mesmo ? Isso não é o que os livros diziam sobre você. Sem ser descortês, eu, sinceramente, tinha uma informação diferente.

- Às vezes, os livros podem mentir, sabia ? - aquilo o fez sorrir.

- É verdade - ele pensou por um instante, e depois acrescentou: - Mas, se você me permite, eu gostaria de comprovar isso por mim mesmo - Susan surpreendeu-se diante de tal comentário e ficou ruborizada. Caspian era o único que causava aquele efeito nela.

- O que você quer dizer com isso ? - Caspian não respondeu, mas, ao invés disso, fez-lhe uma pequena reverência e estendeu-lhe a mão.

- Você me concede esta dança ? - Susan, embora não estivesse com vontade de dançar, não conseguiu rejeitar tal oferta e tomou-lhe a mão para, em seguida, caminhar até a pista de dança.

Quando a outra mão de Caspian tocou a sua cintura, ela sentiu como se uma pequena corrente atravessasse o seu corpo. Aos poucos, eles começaram a se mover ao compasso da música, e ambos não conseguiam deixar de olharem-se com intensidade. Caspian sempre fora fascinado por aquela mulher valente e leal que lutara ao seu lado e ela não conseguia deixar de sentir admiração por ele, pela atitude que ele tomava diante da vida, apesar de tudo o que havia perdido.

- Você está muito linda esta noite, Susan - isso fez com que ela voltasse a se ruborizar.

- Você também está ótimo.

- Obrigado - ele lhe sorriu - Mas agora o que eu quero saber é, por que você mentiu para mim ? - ela olhou-o, confusa, sem entender a pergunta - Você me disse que não sabia dançar, mas, pelo que estou vendo, você é a dama mais hábil do lugar.

- É que eu estava com muitas coisas em mente - ela admitiu, finalmente.

- Há algo em que eu possa ajudar ? - perguntou ele, com verdadeiro interesse.

- Não, o único que pode tomar alguma decisão a respeito é Aslan - como se tivesse lido os seus pensamentos, Caspian soube exatamente ao que ela estava se referindo.

- Você acha que ele vai fazê-los voltar ? - perguntou ele, preocupado.

- Eu não acho, eu sei.

- Talvez ele deixe vocês ficarem, como da última vez.

- Eu gostaria de acreditar nisso. Sei que não é verdade, mas gostaria de acreditar.

- Tudo vai ficar bem - assegurou Caspian, tentando animá-la.

- Eu sei - ela sorriu debilmente - Aslan sempre faz o que é melhor para nós - e, sem falarem mais nenhuma palavra, continuaram dançando, até que a festa finalmente terminou. Depois disso, cada um foi para o seu respectivo quarto, mas, como Susan não conseguia conciliar o sono, decidiu caminhar pelo castelo.

Bem quando ela estava passando pelo maior corredor do lugar, alguém que ela conhecia muito bem a chamou:

- Susan ? O que está fazendo ainda acordada ?- perguntou Caspian, aproximando-se dela.

- Eu poderia fazer a mesma pergunta a você.

- Eu não conseguia dormir - ele simplesmente respondeu.

- Eu também não - ela suspirou.

- Você não conseguiu deixar de pensar nisso, não foi ? - Susan sabia que, mais do que uma pergunta, era uma afirmação, por isso não se preocupou em responder - Venha, eu vou lhe mostrar algo - ele ofereceu-lhe a mão, e, embora ela não soubesse o que ele queria lhe mostrar, tomou-a sem hesitação.

Dirigiram-se à biblioteca, e, uma vez ali, Caspian começou a procurar algo entre as estantes, e, quando encontrou o que procurava, aproximou-se dela.

- Você reconhece isto ? - claro que ela reconhecia, era um dos livros que adorava ler quando eles governavam Nárnia. Tinha se passado muito tempo desde a última vez que o lera.

- Como você soube ? - agora foi Caspian quem se ruborizou um pouco.

- É que... e que uma vez, na sepultura, escutei você conversar com Peter sobre como você ansiava voltar a ter este livro, e lembrei-me de que tínhamos um exemplar aqui, e pensei...

- Obrigada - ela o interrompeu, dando-lhe um sorriso sincero.

- Não há de quê, e realmente lamento por ter escutado a conversa. Foi inapropriado.

- Não se preocupe, Caspian. Não houve danos permanentes - isso fez com que ambos sorrissem, e, pouco depois, sentaram-se para ler aquele livro que Susan tanto amava. Ela o lia em voz alta, enquanto ele escutava-a com atenção, embora o seu interesse não fosse realmente pela história, mas sim pela voz da narradora. Estar tão perto de Susan sempre o afetava.

Ela por sua vez, tinha muitas dificuldades para concentrar-se, com ele ao seu lado, podia sentir a respiração dele sobre o seu pescoço e o seu corpo próximo. Foi tão intimidante a presença dele, que houve um instante em que ela não conseguiu continuar a ler.

- O que há, Susan ? Por que você parou ? - ele sussurrou no ouvido dela, e ela não conseguiu evitar suspirar - Susan ?

Ela olhou-o nos olhos, e foi como se ambos tivessem sido enfeitiçados naquele instante, admirando-se, como tinham feito no baile, mas dessa vez não havia ninguém ao redor deles para interrompê-los, e, sem nem sequer raciocinar, depois de alguns segundos, começaram a se aproximar aos poucos um do outro, até que os seus lábios se uniram. Nenhum dos dois tinha beijado outra pessoa antes, mas, apesar da sua inexperiência, deixaram-se levar pelo fogo que os consumiu. Deixaram-se levar pelas emoções que os dois sentiam, e seus beijos subiram de nível, até que Caspian voltou à razão.

- Me perdoe - ele separou-se dela e ficou de pé - Eu não devia ter feito isso, Susan, foi muito desrespeitoso de minha parte. Beijei você sem o seu consentimento, e... - Susan se aproximou dele e pôs um dos deus dedos sobre os lábios dele.

- Claro que foi com o meu consentimento, porque, se você não notou, eu correspondi - Caspian pensou um pouco e começou a acariciar gentilmente a bochecha dela, antes de dizer:

- Susan, você me permitiria beijá-la de novo ? - Susan analisou as suas palavras, e sentiu uma enorme alegria ao saber que ele também tinha gostado daquele beijo, mas de repente, lembrou-se deque aquilo não estava bem, ela logo iria embora, e ambos poderiam ficar muito machucados. Mas, ao ver os seus penetrantes olhos castanhos esperando por uma resposta, ela decidiu que era melhor desfrutar de tudo o que pudesse antes de partir, decidiu amar, mesmo que fosse por pouco tempo.

Sem nem mesmo lhe responder, ela beijou-o com força e outra vez ambos deixaram-se levar, mas as coisas, desta vez, começaram a fugir de controle quando Caspian colou-se a Susan, na borda da mesa, e sentou-a sobre a mesma. Separou-se de seus lábios para começar a beijar-lhe o pescoço, e, quando chegou à aresta do vestido, desceu-o cuidadosamente, para deixar-lhe os ombros expostos.

Susan mal conseguia respirar de prazer ao sentir os lábios de Caspian sobre a sua pele, e lentamente foi pondo as mãos por baixo da camisa dele, acariciando-lhe o acentuado ventre. Nenhum dos dois se deu conta do momento em que a camisa foi parar no chão da biblioteca, mas também não se importaram muito.

Caspian começou a subir as suas mãos até tocar a curva em que começavam os seios dela. Susan, naquele momento, do jeito que pôde, começou a desabotoar o seu vestido, e imediatamente Caspian afastou-se dela.

- O que há ? - perguntou ela, confusa e agitada por causa da falta de ar.

- Susan, você não percebe o que nós estamos fazendo ? Acho que nós dois sabemos muito bem no que isto vai dar, e embora eu realmente esteja morrendo de vontade de tê-la, eu não posso lhe desonrar dessa forma.

- Para mim isso não é desonra, sabe ? Porque, se eu decido me entregar a você, é porque... - não sabia se devia confessar ou não, fora há pouco tempo que descobrira os seus verdadeiros sentimentos por Caspian, mas, se não o fizesse agora, então, quando ? - Porque eu te amo - os olhos dele abriram-se surpreendidos, após ele ter escutado isso, e Susan sentiu que tinha cometido um grave erro - Mas talvez você tenha razão e fazer isso não seja correto, porque, uma vez que eu me vá, seria algo muito difícil de esquecer - com isso, ela levantou-se rapidamente da mesa e caminhou até a porta, mas, antes que girasse a maçaneta, uma mão em seu braço obrigou-a a se virar, e o que sentiu a seguir foram os lábios de Caspian sobre os seus.

- Você tem certeza disso ? - ele perguntou, sem parar de beijá-la.

- Só se você também tiver - ela tocou a linha da calça dele, e Caspian a interrompeu.

- Não aqui, venha - ele segurou-lhe a mão e levou-a até o seu novo quarto.

Assim que fecharam a porta, eles beijaram-se novamente, mas desta vez muito mais devagar, ambos queriam desfrutar do momento tanto quanto possível. Caspian a carregou e a levou à sua cama, deitou-a lentamente no centro e pôs-se sobre Susan, sem deixar cair todo o seu peso. Aos poucos, ambos começaram a se descobrir, começaram a aprender as sensações que provocavam um no outro, até que ficaram totalmente nus e prontos para se entregarem. Ele posicionou-se na sua entrada, e Susan percebeu que havia preocupação no olhar dele.

- O que há ? - perguntou ela, acariciando levemente os seus cabelos.

- Susan, eu não quero machucar você. Sei que isto provavelmente vai doer .

- Será só por um momento. Eu prometo - embora não admitisse, ela também tinha um pouco de medo da dor que iria sentir, mas sabia que não queria isto com ninguém que não fosse Caspian.

Depois de trocarem um terno beijo, ele a penetrou devagar, e, ao sentir a barreira, olhou-a nos olhos. Susan apenas assentiu, encorajando-o a continuar, e, assim que o seu hímen se rompeu, ela sentiu muita dor.

- Me perdoe - ela escutou Caspian dizer, aflito.

- Eu estou bem.

Deixou que ela se acostumasse a ele, antes de começar a se mover, e, em pouco tempo, ambos começaram a sentir muito prazer, até o ponto em que não sabiam onde um terminava e o outro começava, seus olhares nunca se separavam e expressavam mais que mil palavras. Pouco antes de chegar ao clímax, Susan sussurrou para Caspian:

- Eu te amo - e, com isso, ambos tocaram os céus.

Caspian caiu, exausto, e acomodou-se de modo que pudesse atrair Susan para o seu lado. Ela começou a dormir, mas podia jurar que, pouco antes de submergir-se em seus sonhos, tinha escutado-o sussurrar.

- Eu também te amo, Susan.

Ela suspirou ao lembrar-se daquela noite, pois tinha sido o melhor momento da sua vida e jamais se repetiria, o que lamentava muito era o fato de ter ido para o seu quarto sem sequer despedir-se de Caspian, porque, depois disso, tudo aconteceu tão rapidamente que ela não teve tempo de voltar a falar com ele a sós. Lembrou-se da conversa com Aslan, da despedida, do retorno à Inglaterra, da viagem aos Estados Unidos... desde então, ela sentia um grande vazio que lhe invadia o peito e não lhe deixava respirar. Às noites, chorava pela perda do seu único amor, e ansiava por outra oportunidade para voltar a vê-lo, embora soubesse que Caspian provavelmente já tinha morrido, por causa do tempo que se passara.

- Susan, minha filha, você não quer ir à cidade conosco ? - perguntou sua mãe, da porta do quarto.

- Não, mamãe, eu me sinto muito cansada para sair.

- Filha, tem certeza de que você está bem ? Estamos aqui há quase duas semanas, e você não sai de casa para nada.

- É que eu ainda não estou acostumada com o horário, isso é tudo - sua mãe não estava convencida com aquela resposta, mas não insistiu mais. Achou simplesmente que era por ela estar com saudade de seus irmãos, e da Inglaterra.

- Está bem. Neste caso, nos veremos à noite, filha, cuide-se bem - assim que fechou a porta, Susan não conseguiu mais se conter e pôs-se a chorar. Não estava certa do tempo que se transcorreu, até perceber que já tinha escurecido, e, embora não quisesse, ela tinha que comer algo.

Muito lentamente, ela foi até a cozinha, mas, ao passar ao lado de um espelho que estava no corredor, lhe pareceu ver a figura de certo leão que conhecia muito bem. Rapidamente, seu olhar voltou-se para o espelho, mas não havia nada mais do que o seu simples reflexo. O reflexo de uma jovem destroçada. Ia continuar o seu caminho, quando escutou a voz de Aslan dizer:

- Susan... - ela percebeu que, no fundo do espelho, surgiu aquele imponente ser, com um olhar de tristeza - Susan, por que você está fazendo isso ? Por que tem ferido a si mesma dessa forma ?

- Aslan, eu... eu não sei, acho que já não tenho razão para seguir adiante - ela admitiu.

- Mas você tem muitas dádivas pelas quais continuar.

- Eu sei, porém grande parte de mim, eu deixei em Nárnia, e não posso recuperá-la - ela suspirou - Eu não poderia, mesmo que tentasse.

- Susan, eu os trouxe de volta porque considerava que tinham aprendido tudo o que podiam sobre Nárnia, considerei que estavam prontos para enfrentarem este mundo, mas, ao que parece, você não deseja fazê-lo - Susan baixou o seu olhar, envergonhada, ante as palavras dele - Por este motivo eu vim perguntar-lhe isto: você realmente quer voltar ?

- Sim.

- O que você tanto deseja ?

- Mais do que você pode imaginar.

- Você estaria realmente disposta a deixar sua família ? - para Susan, essa foi a pergunta mais difícil que ela teve de considerar. Apesar de ser muito unida com a sua família, sabia que não podia ficar ali, precisava preencher aquele vazio que a atormentava. Além do mais, sabia que sua família poderia ficar bem sem ela, e estava certa de que, em algum momento, iria voltar a vê-los.

- Sim, estou - Aslan assentiu.

- Muito bem, se você tem certeza, eu lhe darei a oportunidade de voltar a Nárnia - pela primeira vez em dias, Susan sorriu - Mas, se você o fizer, não poderá retornar a este mundo - ele advertiu-a - Por isso eu lhe peço para refletir bem sobre a sua decisão.

Susan não tinha nada para pensar, ela sabia o que queria e não mudaria de opinião.

- Eu escolho ir a Nárnia.

- Assim será, você estará lá quando menos esperar. No entanto, quero dizer-lhe uma última coisa, Susan. Nárnia não será exatamente como você se lembra.

- Caspian ainda vai estar vivo ? - ela finalmente atreveu-se a perguntar.

- Mandarei você a uma época na qual ainda esteja.

- Obrigada, Aslan - agradeceu ela, de coração.

- Só espero que você encontre o seu caminho, Susan.

- Eu encontrarei - assegurou ela, e Aslan começou a desvanecer-se no espelho. Viu, através dele, a paisagem começar a mudar. As luzes tornaram-se mais tênues e a parede azul tornou-se uma parede branca. Surgiram móveis que ela jamais encontraria na Inglaterra, e Susan imediatamente soube onde estava.

- Voltei - ela mal podia acreditar, finalmente sentia-se em casa. Rapidamente saiu do quarto, e não demorou nem um pouco a reconhecer o castelo em que estava. Andou pelos corredores à procura de alguém, até que, ao longe, conseguiu identificar Trumpkin.

Ela aproximou-se lentamente, e, quando ele percebeu a sua presença, sua expressão de assombro não demorou a aparecer. Ele fez uma pequena reverência e disse:

- Rainha Susan ? Não posso acreditar. O que você está fazendo aqui ?

- Que espécie de boas-vindas são essas, Trumpkin ? - ela brincou, mas ele levou o comentário a sério.

- Me desculpe, Sua Majestade, é que me surpreendi ao vê-la aqui depois de tanto tempo, principalmente porque Aslan disse que vocês não voltariam.

- Eu sei, mas consegui fazer uma negociação com ele, e ele permitiu que eu voltasse - ela justificou o comentário anterior e acrescentou: - Quanto tempo se passou desde a última vez em que nos vimos ?

- Três anos - três anos ? Era muito tempo, embora fosse menos do que Susan imaginava que tinha se transcorrido.

- Não é tanto quanto eu imaginava - ela comentou - O Rei Caspian ainda vive aqui ?

- Sim, porém esteve ausente por algumas semanas, por causa de uma viagem que fez, e exatamente anteontem ele acabou de voltar.

- Você sabe onde eu posso encontrá-lo ?

- Errr... sim - Susan percebeu um toque de nervosismo na voz dele - Mas, Sua Majestade, acho que há algo que deveria sa...

- Trumpkin - foi escutada uma voz que Susan reconhecia perfeitamente, e ela virou-se para poder vê-lo - Você acha que pode enviar estes pergaminhos a...? - Caspian engoliu em seco ao reconhecer a pessoa que estava à sua frente. Tão grande foi o seu espanto, que ele soltou os papéis que tinha na mão.

- Susan ? - seus olhos não acreditavam no que viam, depois de ter aceitado que ela jamais voltaria - O que você está fazendo aqui... pensei que... não achei... - ao que parecia, ele não conseguia formular uma frase completa, pois ainda sentia-se muito consternado com o que estava acontecendo.

- Aslan permitiu que eu voltasse - disse ela, enquanto notava as mudanças que havia nele, não eram muitas, mas ele parecia mais maduro do que antes.

- Mas ele disse que você e Peter nunca voltariam.

- Ao que parece, ele mudou de opinião, e isso me alegra, porque o principal motivo pelo qual eu voltei foi porque eu...

- Caspian ? - uma voz estranha interrompeu a conversa, e Susan viu que provinha de uma jovem muito peculiar que se aproximava deles. Nunca tinha visto ninguém igual antes, era uma mulher realmente linda, que tinha, literalmente, um brilho próprio. Tinha a pele branca e os cabelos amarelos que chegavam-lhe quase até a cintura - Lamento interromper, eu só queria perguntar uma coisa. Ao perceber que o olhar de Caspian estava fixo em outra pessoa, se deu conta da presença de Susan.

- Ela é a Rainha Susan - comentou Caspian, e o rosto dela finalmente mostrou compreensão.

- Você é a irmã dos Reis Edmund e Lucy ?

- Sim, isso mesmo - Susan pressentia que havia algo de errado.

- É um prazer conhecê-la, eu sou Liliandil. A noiva de Caspian.


N/A 3: Este foi um golpe baixo para Susan :P...


N/T 3: Continua no Capítulo 2.