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Droga.

Droga de ar... Por que eu precisaria de ar quando já o tinha?

Reabri os olhos, sentindo o peito frágil subindo e descendo contra o meu, desritmado. Um retrato idêntico ao meu.

Curvei-me, encostando a testa à dele, tendo uma visão privilegiada dos lábios vermelhos, um tanto inchados e ainda úmidos.

Não resisti ao impulso de mordê-los com força suficiente para escutá-lo ofegar.

Oh, eu sabia que ele gostava de dor.

E até certo ponto aquilo não me incomodava.

Senti um leve soco no meu ombro, e passei a fitá-lo com algum espanto.

- Desgraçado... – Murmurou contra meus lábios.

E me permiti provocá-lo como tanto gostava.

- Isso tudo é ciúme, pequeno?

Um soco mais forte me atingiu e não consegui conter o riso ao escutar o resmungo que o seguiu.

- Acha que só porque eu beijo você, que mantemos algum tipo de relacionamento? – Murmurou raivoso.

Ótimo.

Era aquilo que eu precisava. Vê-lo arredio, me testando.

E eu sabia que ele não daria passo algum sem saber onde estava pisando.

O soltei, recuando alguns passos, livrando-o do aperto contra a parede, o fitando.

E vi sua face confusa ao correr os olhos pelo enorme sorriso que dançava em meus lábios.

- Fome?

Arqueou uma sobrancelha, fitando-me em dúvida por aquele convite mudo, repentino.

E em instantes, vi-o girar os olhos nas órbitas, cedendo.

- Não, mas aceito algo para beber.

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Observava-o girar impacientemente a colher em uma das mãos, fitando o cardápio que segurava com a outra, bufando, e contive o riso, não com tanto sucesso quanto esperava.

Era tão típico dele...

Abaixou o cardápio, observando-me com a sobrancelha arqueada.

Provavelmente havia escutado o riso.

Mantive o queixo sobre a mesa e o olhar fixo ao dele, uma pequena batalha de olhares se formando.

- Nani? – Perguntou, impaciente, a sobrancelha quase sumindo sob os fios loiros que caíam sobre a testa, enquanto cruzava os braços. – Olha aqui, se for pela demora, se talvez você tivesse me trazido em algum lugar decen...

- Aishiteru. – Escutei a minha própria voz interrompê-lo.

Firme.

E o assisti parar de respirar.

Meus lábios se curvaram em um sorriso sacana.

Naquele jogo eu sempre venceria.

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