MILAGRES DO PLATÔ
Autora: Morrighan
Gostaria de agradecer a CrisKrux pela força.
O Encontro
A oscilação de tempo continuava, porém Verônica segurava fortemente seu Trion. Com isso, salvou Challenger de ter seu cérebro extraído, salvou Roxton de levar um tiro de Perez, salvou Finn de ser atropelada por um carro na Nova Amazônia, porém não conseguiu evitar que o sacerdote druida prosseguisse com a facada no abdômen de Marguerite.
Challenger e Finn apareceram no centro da Casa da Árvore. Malone apareceu a alguns metros da casa. Roxton estava distante, mas quando olhou em volta notou que voltara para o Platô.
A alguns metros estava Marguerite, Roxton a viu e gritou:
"Marguerite, Marguerite, você está bem?"
Marguerite não respondia. Roxton apertou o passo, e se deparou com a herdeira imóvel. Viu seu ferimento, receou, mas tomou coragem de verificar o pulso de Marguerite. Constatou o pior: a herdeira estava sem seus sinais vitais.
Roxton gritava, chorava, ficou lá por horas. Depois, enxugou as lágrimas que caíram sobre o rosto de Marguerite, as lágrimas quentes esfriavam no rosto já frio dela. Ele a tomou em seus braços e caminhou de volta até a Casa da Árvore.
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Enquanto isso, Marguerite acordou em um lugar estranho, cercado de pedras, e viu à sua frente uma mulher idêntica a ela. A herdeira disparou:
"Quem é você? "
"Eu? Eu sou o espírito de Morrighan, venha, você tem que ver algumas coisas."
A mulher estendeu a mão para a herdeira, ela hesitou, mas depois seguiu a sacerdotisa. Ela a levou a um conjunto de pedras que se assemelhava a Avebury, e a sacerdotisa começou a falar:
"Reconhece este lugar?"
"Sim, me parece familiar, eu brincava nessas pedras quando era menina."
"E nunca se perguntou por que gostava de brincar nelas?"
"Não, eu e meu amigo sempre vínhamos aqui"
"Bom, Marguerite, está na hora de saber alguma coisa sobre seu povo."
"Meu povo?"
"Sim, seu povo. Nosso povo jamais deixou registros escritos, apenas o que passamos entre as gerações, que se perdeu no tempo, quando os romanos chegaram."
"Então era verdade, mas o corpo que eu e John achamos era meu? Estou morta?"
"Marguerite, essas perguntas você mesma responderá no final de tudo."
"No final de que?"
"No final de tudo que eu lhe falar e lhe mostrar." Morrighan caminhava entre as pedras e começou a explicar. "Você sabe que os druidas ocupavam o posto mais alto da sociedade celta, eram considerados semidivinos... Você nunca se perguntou como podia entender escritas antigas?"
"Sim, é sempre tão estranho, as palavras se formam na minha mente como um giz escrevendo em um quadro negro."
"Marguerite, você é uma druidisa, e aprendeu com os mais sábios sacerdotes a ler e escrever."
"Você quer dizer que eu terei todas as minhas respostas? As respostas que procurei por toda minha vida?"
"Infelizmente, querida, você terá uma decisão para tomar, eu apenas poderei lhe dar algumas respostas, o resto dependerá de sua escolha."
"E que escolha é essa?"
"Você descobrirá quando a hora chegar"
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Na Casa da Árvore
Malone chegou na casa e foi recebido com muita emoção.
Algum tempo depois, Roxton chegou com Marguerite no colo. Ele não disse uma palavra. Com o rosto ainda inchado, desceu diretamente para os aposentos de Marguerite.
Roxton colocou o corpo de Marguerite sobre a cama. Desta vez ele não chorou, não gritou, apenas ficou lá admirando a herdeira, ali, naquela cama onde sempre sonhou estar, onde planejava ter seu ninho de amor com ela.
Challenger tentou consolar o amigo, chegou até a escadaria do quarto de Marguerite, mas não se atreveu a descê-la. Viu seu amigo ao lado de Marguerite, deu meia volta e voltou para sala.
Roxton estava lá, segurando a mão da herdeira. Ele pensava em como a vida era cruel com ele. Depois de perder seu irmão tão tragicamente, e logo depois seu pai, ele perdera a única mulher que realmente amara, a única que realmente aprendera a admirar, a única que lhe tirava o sono, a única por quem ele daria sua vida, a única que ele deixaria ir se isso a fosse faze-la feliz. Roxton estava lá, uma lágrima escorreu sobre um discreto sorriso, lembrando as caretas de Marguerite.
Verônica e Malone também tentaram descer até Roxton, mas não conseguiram. Finn, com seu jeito estabanado de ser, também tentou descer, chegou no primeiro degrau, mas parou, girou sobre os calcanhares, e subiu novamente.
Roxton estava ali parado, ao lado do corpo inerte de Marguerite, não era mais um lord, um caçador de fama renomada, era apenas ele, John, um simples homem que acabara de perder o amor de sua vida.
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Marguerite caminhava com Morrighan pelas pedras, chegaram em um bosque. Encontraram uma mulher, em um lindo cavalo branco e com um arco na mão, uma tiara com uma lua prateada no centro. Morrighan se curvou lentamente, Marguerite estava pasma, mas repetiu o gesto da sacerdotisa.
"Arduína."
A mulher apenas balançou a cabeça e disse:
"Pode seguir em paz, Morrighan."
"Obrigada."
Morrighan se ergueu, pegou no braço de Marguerite, e seguiram em frente. A herdeira nada perguntou, e continuou a conversa com Morrighan:
"Onde estamos indo?"
"Vamos passar pelo bosque sagrado, estou levando você ao meu templo, vamos pegar algumas oferendas que me fizeram no ritual de Beltane, para visitarmos outros Deuses. Marguerite, você poderá escolher um desejo, pense muito bem no que mais quer, terá todo o caminho para decidir, e no final você o terá realizado."
Continua...
Arduína: Deusa celta das florestas, vida selvagem, caça e lua.
Beltane: É o festival celta do Deus da Luz, é comemorado em 1º de maio, sendo equivalente na primavera ao Halloween no hemisfério Sul. É comemorado com danças, fogueira, pães dos mais diversos tipos.
DISCLAIMER Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
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