Era a primeira vez que Kurt ia ao parque depois da morte de sua mãe e estava realmente animado. Seu pai não era muito fã do ambiente, preferia o lugar fechado da oficina, mas concordou em dar esse momento de alegria a seu único filho.

O garoto logo correu até a caixa de areia e viu um menino moreno construindo um castelo de areia.

"Olá." Disse Kurt brevemente.

"Oi, quer me ajudar?" O outro perguntou.

"Adoraria, eu tenho umas pás bem legais e... Ah!" Kurt limpou a mão já suja de areia e a estendeu. "Eu sou o Kurt."

"Blaine." O moreno apertou sua mão, meio relutante.

Os dois mal haviam continuado a construção de Blaine, quando eles ouviram uma voz jovem chamar.

"Blaine! Vamos embora." Disse o adolescente.

"Esse é o meu irmão, Cooper. Eu preciso ir."

"Podemos brincar de novo amanhã?" Kurt perguntou sorridente.

"N-Não." O outro respondeu sem olhar o outro nos olhos, enquanto guardava seus brinquedos.

"Por quê?" Kurt perguntou e Blaine foi obrigado a encarar as íris azuis que mais pareciam o reflexo do céu.

"Eu... Eu não gostei de você." Blaine disse, desviando o olhar, e saiu correndo na direção de seu irmão mais velho.

Kurt desatou a chorar e seu pai correu até ele, perguntando se o outro menino o havia lhe feito mal. O pequeno apenas disse que havia entrado areia em seus olhos e pediu para ir embora. Estava acostumado a ser desgostado pelos outros meninos. Mas, por alguma razão, sentiu uma pontada de dor em seu coração. Ele não sabia o que sentia, apenas que aquele não era um menino qualquer para ele, disso ele sabia muito bem.

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Blaine passou o resto da tarde sentado à janela, observando o céu. Era verdade. Ele não havia gostado de Kurt, havia amado. Mas isso era algo muito confuso para um garoto de seis anos.