Fringe não me pertence.


Ele está experimentando diversas provas/ações, enquanto a memória o oculta.

A primeira é o labirinto grego: sinistro, clássico, com múltiplos corredores,

tendo na única porta, Ariadne e em seu centro, o Minotauro.

Terrível ser, o Minotauro.

Enquanto ela, carrega em si o novelo/ verdade e mas de nada desconfia.

Ela confia apenas, não consegue ser de outro modo.

Olha assustada as muralhas de pedra que nasceram velhas,

E que se calam sobre as mortes e os sustos.

Ela costuma temer mas nunca recua.


Um pai é o Minotauro que não mostra os chifres

Mas a cabeça irônica e cruel aterroriza e impressiona.

O medo dos outros o alimenta.

A vida dos outros é sua moeda de troca.


Seu outro pai se vê como Dédalo,

Mas se ele é Dédalo, o filho é Ícaro, e sua ambição será sua morte

O sol/verdade é o seu horizonte, mas jamais será alcançado

A fuga é a morte

a morte, a liberdade.


A outra memória é a Máquina

Colossal, monstruosa, enigmática

seus corredores atravessam o tempo, o espaço, a alma humana

e percorrem os infinitos e sucessivos universos

Ela é híbrida:

uma extremidade é de metal frio e duro,

a outra é carne, é sangue, é respiração

Ponto final.

Não há o que argumentar

Não há saída possível

Só há a submissão.


A terceira é feito de espelhos

(Coisas terríveis os espelhos e labirintos que assombravam o poeta cego com toda a razão)

Perfiladas ao longo deles

estão duas Ariadnes, duas Esfinges, duas Eurídices, duas versões de tudo o que existe

de belo e inimaginável

na criação

na imaginação

Tudo ali se duplica, inexoravelmente

A mesma face espelhada ora em ouro, ora em fogo.

E o que o leva à perdição

é não saber quem é quem

pois o outro é o mesmo,

mas o mesmo é outro totalmente diverso...


A última memória não tem forma,

Desordenada, reúne sangue, tulipas brancas, balanços flutuando no espaço,

À qual ele se submete e espera.

Esperança.