"I just need you now,
I just need you now.
Oh, baby I need you now."
Lady Antebellum – Need you now.
Levantei do sofá depressa. Fui até o meu quarto e entrei já me dirigindo ao armário. Estique meus braços e peguei uma caixa grande, redonda e verde.
Sentei na cama de casal que havia ali e a abri.
Dei de cara com fotos sua. Fotos nossa.
Peguei uma e ri quando a vi. Nela estávamos eu e você deitados na cama enrolados em lençóis brancos e alguém tirou a foto de cima. Mas, quem a tirou?, perguntei-me, ah, sim, foi um book que fizemos antes do casamento!, concluí.
Sorri, beijei-a e a guardei.
Peguei um álbum enorme com a capa verde e escrito Lembranças em letras cursivas e dourada. Não estava empoeirada, velha ou feia. Estava limpa e conservada.
O abri e vi uma foto minha quando era criança. Apenas sorri e fui direto para o meio, quase final, do álbum.
Lá tinham fotos nossa.
Uma vontade imensa de chorar surgiu quando as vi. Tinha tudo quanto é tipo de foto de nós dois ou acompanhados por pessoas especiais.
Deu-me uma vontade que acho que se eu a realizasse me arrependeria muito, mas a realizei.
Olhei para o meu lado direito e vi o telefone ali. Fiquei tentada em te ligar e assim o fiz.
Enquanto eu escutava o cansativo e nervoso bip, eu me perguntava se ainda você pensava em mim depois que nos separamos. Se eu ainda passava pela sua cabeça, não de uma forma odiosa ou ruim, mas de uma forma boa e agradável. E eu me perguntava isso porque você não deixava de passar pela minha cabeça um segundo se quer! E isso está me deixando doida, me corroendo.
-Alô?
Ouvi sua voz e... e me derramei em lágrimas.
-Alô? – Perguntou um pouco mais impaciente. – Olha, se for trote, desista! Não estou para brinc-
-Sou eu! – O interrompi. Uma coisa que ele odeia é ser interrompido.
-Eu quem?
-Sakura. – Disse chorando nervosamente.
-Aconteceu alguma coisa? – Não ouvi preocupação em sua voz, mas o conhecer, como eu conheço, sabia que está muito preocupado.
-Vo-você p-pode v-vir aqu-qui em ca-casa?
-Sakura, respira! – Ele sempre me dizia isso quando eu estava muito nervosa. Desligou.
Peguei o gancho do telefone e olhei confusa e chorando muito para ele. Como ele desliga dessa forma?
Joguei o telefone contra a parede tremendo de raiva e levantei indo pegar uma grande dose de uísque.
Droga!, parei para pensar, Estraguei mais um telefone!. Bebi um gole grande de uísque. E não olhava para lugar nenhum a não ser a porta.
Antes, quando te ligava dizendo que precisava de você, e você vinha correndo. Não tocava a campainha e entrava arrebentando a porta.
Agora não tenho muita certeza que você vá fazer isso, mas fico aqui, mergulhada e me iludindo com a expectativa de que você vem. Mergulhada e me iludindo com a possibilidade de que você necessite de mim tanto quanto necessito de você.
Uma hora se passou e nada de você vir.
Estou destruída, bêbada e fora de mim.
Chorando, quebrei tudo que tinha em casa e depois fui até meu quarto.
-Você não passa de um grande... – solucei - ... babaca!
Só lembro-me de ter me jogado na cama e mergulhado no sono mais profundo.
Mergulhado no sono mais profundo... precisando de você.
Ally-chan.
25/12/2011.
