Título: You don't see me that way
Autor: Marcia Litman
Categoria: missing scene, 3ª temporada (3X2 – Sound and Vision), 2ª pessoa, Annie's POV, songfic (You don't see me - Safetysuit)
Advertências: spoilers da temporada, angst como me gusta
Classificação: PG-13
Capítulos: 1 (one shot)
Completa: [X] Yes [ ] No
Resumo: You don't see me that way...
You don't see me that way
Você mordeu seu lábio inferior, encarando-o. Esse gesto estava sendo muitas vezes repetido por você. Era como reprimir suas palavras, aquelas que você queria dizer, mas das quais perdera completamente a coragem. Porque você olha para ele, sem que ele possa saber que você o observa. Mas ele não sente o mesmo, e você sabe.
Ele disse a você hoje que a pediria em casamento.
Jamais você pensou que tais palavras seriam tão difíceis de ouvir. Era Auggie, seu amigo, e você deveria estar feliz por ele. Você não deveria ter dito que ele estava sendo precipitado, ou ter reprovado o fato dele ter achado alguém em quem se agarrar, especialmente com aqueles dias loucos que eles estavam vivendo desde a morte inesperada de Jai Wilcox.
Mas nada disso foi possível a você, porque sequer era possível acreditar que ele havia achado outra pessoa, e ele era feliz com ela. E essa pessoa não era você.
E você queria ser a amiga que se alegraria pela felicidade dele. Mas você não pode. Não pelo fato de não querer que ele seja feliz, porque sim, você quer. Mas algo dentro de você diz que aquela felicidade deveria ser encontrada em você, e em ninguém mais. Porém ele conseguiu achar uma outra garota a quem amar. E você sabia, não, agora tinha a certeza, que ele não pensava em você de outra forma. A não ser como amiga.
Como ele nunca percebeu, pelo modo que você apressava os passos pelo corredor, de forma a alcançá-lo? Porque não, você não fazia isso com mais ninguém além dele. Ou o modo como a sua voz muda quando falava nele, como disse Danielle. Como ele nunca notou isso em você?
Porém ele não pensava em você dessa forma, e talvez por isso não tivesse percebido todos os sinais emitidos por você. Ou não pensasse nas possibilidades entre vocês, coisa que havia cruzado sua mente algumas vezes. Várias, para ser mais exata.
Você o abraça na despedida no aeroporto. Você precisa fazer isso. Você queria que ele ficasse ali, em seus braços, seguro. Assim como em Barcelona, quando você não hesitou em deixar o pen drive para ir protegê-lo. Não por ele precisar disso. Não, ele não precisava. Muitas vezes foi você que precisou da proteção dele. Mas você precisava da sensação de ser a pessoa de quem ele precisava, pelo menos naquele instante. Mesmo que, em seguida, ele corresse para outra. Não importava, naquele segundo ele estava em seus braços.
Mas ele vai e, repentinamente, você se vê sem ter o que fazer ou para onde ir. Você queria ter feito algo para fazer com que ele ficasse.
Porém ele não a vê dessa forma. Então você não pode dizer o que tanto deseja.
