Bones não é meu, e bla bla, é do Hart e da Kathy, e bla bla bla whiskas sachê.

n/a: essa fic foi inspirada em um vídeo B/B que eu assisti, muito lindo. Ela foi, na verdade inspirada na música que toca no vídeo, tipo, bem diva.

Enjoy!

Metade.

They say behind every man is a good woman

(Dizem que atrás de todo homem há uma grande mulher)

But I think that's a lie

(mas acho que isso é uma mentira)

'Cause when it comes to you I'd rather have you by my side

(porque prefiro você do meu lado)*

- Cheguei, Bones! – Booth disse, fechando a porta de casa e deparando-se com Brennan segurando Christine em seu colo, sentada em uma poltrona. Um sorriso genuíno brotou dos lábios do homem e ele andou em direção as duas.

- Ei, olhe quem está aqui, querida. – Brennan disse, com uma voz um tanto fina. – Veja, é o papai. – A pequena garotinha abriu os olhos, focando em Booth, que ainda sorria. Preguiçosamente, ela espreguiçou-se e esticou os bracinhos, pedindo o colo do pai.

- Olá, princesa. – Booth pegou Christine nos braços um tanto desajeitadamente, balançando-a um pouco e fazendo o bebê rir. – Gosta disso, sim?

- Sim, Booth, os bebês geralmente gostam de um pouco de desorientação espacial. – Brennan disse e o homem percebeu que ela estava com os olhos marejados.

- Bones, está chorando?

- Pesquisas comprovam que mulheres pouco após o parto, ainda são afetadas com os hormônios da gravidez, o que pode causar certo descontrole sentimental. – Ela afirmou, os olhos ainda marejados.

- Oh, Bones, se houver algo, precisar conversar, sabe que estou aqui. – Booth assegurou-a.

Longos minutos de silêncio passaram-se, e o silêncio tomou conta do local, exceto por Christine, que ainda ria das palhaçadas de Booth.

Brennan observava pai e filha em um momento íntimo, imaginando se poderia estar mais feliz. Ela sabia que sim. E então lembrou-se, do Natal, de seus pais, do sistema.

Lágrimas brotaram novamente em seus olhos, mas agora, com um motivo certo, e elas desceram pela sua face livremente, sem serem barradas de algum modo pela antropóloga, que não importou-se de estar chorando na frente do parceiro.

Ao ver a mulher chorando, Booth colocou Christine cuidadosamente deitada na poltrona, antes ocupada por Brennan, e limpou as lágrimas da cientista, que não o impediu.

- Bones? – Chamou o homem.

- Sim. – Brennan respondeu, sem uma convicção exata do que estava falando.

- Sabe que eu estou aqui, não sabe? – Ele perguntou, e ela acenou com a cabeça afirmativamente. – E sabe que eu nunca deixarei vocês, certo? – Ela acenou novamente. – Porque eu amo você. E amo a Christine. Você sempre terá nós dois, nunca mais estará sozinha. Você é aquela mulher, Bones, que eu amarei hoje, amanhã, e daqui 50 anos. – Ele segurou firmemente o rosto da parceira, depositando um beijo em sua mandíbula. – Eu amo você. – Repetiu. – Como amiga, como parceira, e como mulher. Você me faz dar o meu melhor, porque você é a melhor metade de mim.

Booth olhou nos olhos da mulher que tanto amava. Aqueles olhos que o fazia perder-se, apenas vislumbrando por um curto tempo, as íris brilhantes, que o passava a segurança e verdade, uma das únicas partes do corpo decifráveis de Brennan.

Eles eram, na verdade, o ponto fraco da mulher. Sua resistência acabava ali. Ali ela se entregava.

E ele abraçou-a. Porque seus olhos pediam. Ela pedia. E ele se perdia.

*Trecho da música "You're My Better Half" da banda Keith Urban