Disclaimer: Não sou a dona de Sukisho; escrevo por pura diversão.
Notas da autora: Acabei de ver Sukisho e logicamente me apaixonei perdidamente. Só que foi muito triste o Yoru ter ido embora! Então, nessa história, ele está aqui de volta com a gente. Essa fic se passa depois do final da série. Espero que gostem. E espero atualizar em breve.
Por favor, reviews, a opinião de todos é muuuuuuuuuito valiosa pra mim
Aproveitem;
Pri
Culpa – cap.I
Ponto de vista do Yoru
Tudo começou porque Ran abriu os olhos.
Sora ainda estava dormindo profundamente, e não viu quando olhos vermelhos e assustados se abriram subitamente. Ran mexeu-se, inquieto, e tentou livrar-se do braço de Sora, que o envolvia pela cintura. Só conseguiu ser mais puxado para perto e irritou-se.
- Sora?
Nenhuma resposta.
- Sora!
Olhos azuis ainda sonolentos se abriram e piscaram algumas vezes até Sora estar completamente acordado. Então, viu que o garoto ao seu lado o observava, e sorriu.
- Nao-kun! Já acordou?
- Não tá vendo que não é ele?
Sora arregalou os olhos por um instante. Depois, procurou ajustar a vista à escuridão do quarto. E deparou-se com olhos vermelhos que o censuravam.
- Ran!
- Você é um lerdo mesmo...
- Espera aí, cadê o Fujimori? Porque você está aqui?
Ran cruzou os braços e virou-se para o outro lado.
- E você pensa que eu sei?
Fez-se um silêncio desagradável. Sora não soube o que dizer. Difícil lidar com a teimosia do Ran.
Arriscou mais uma vez.
- Er... Ran, você não lembra de nada mesmo?
- Já te disse que não – Ran gritou, sem encará-lo. Isso encurtou consideravelmente a paciência do Sora. Mesmo que não fosse culpa do Ran, ele não estava contribuindo em nada. E recusava-se a encará-lo. Suspeito.
- Que coisa... como é teimoso...
Sora levantou-se, coçando o cabelo, intrigado, pensando no que fazer. Olhou meio de lado para Ran, que continuava emburrado e recusando-se a falar. E seu olhar tornou-se mais gentil ao lembrar que Sunao, seu Sunao, era igualmente difícil. Sentiu uma incontrolável vontade de afagar aqueles cabelos, de inalar o aroma familiar, adocicado que vinha daquelas mechas. Mas não podia, não sabia lidar muito bem com esse lado do Sunao. Não o conhecia muito bem, e além disso, o garoto parecia odiá-lo.
Ran não parecia nem um pouco à vontade. Sora notava bem a tensão no rosto dele, tensão que não combinava com aquele rosto delicado. Ran tinha também os punhos fechados com força, e, de repente, levantou-se com um salto.
- Ei, aonde você vai?
- Não é da sua conta – Ran retrucou, já com a mão na maçaneta.
Sora aborreceu-se, avançou uns passos e parou. Então, eu apareci sem mais nem menos.
- Ran. Volte.
Ele parou de costas pra mim e virou-se.
- Yoru! – gritou e atirou-se nos meus braços. Segurei os pulsos dele e o afastei. Tentei ignorar o rostinho magoado que ele fez.
- Ran. O que está havendo?
Os braços dele envolveram meu pescoço, mas o olhar ele desviou. Tentou pousar a cabeça no meu peito, mas eu ergui o rosto dele e o forcei a me encarar. Estreitei os olhos. Pra mim, ele não mente. Sora é gentil demais.
- Yoru... eu não sei...
- Mentiroso!
Ele olhou com raiva pra mim e me empurrou. Jogou-se num canto do quarto, abraçou as pernas. E ficou ali, desamparado, olhando pra baixo.
Na mesma hora, surgiu com força meu instinto de sempre, de proteger Ran.
Mas isso não deveria acontecer... Nós, juntos de novo... Não era mais para ser...
Sentei-me ao lado dele e o puxei para mim. Ran não resistiu. Encostou a cabeça no meu ombro e ficou ali, encolhido, enquanto eu lhe afagava os cabelos, e lembrava como era bom, o cheiro deles, a textura macia. Abracei-o com mais força. Ah, Ran... Não devia ter voltado...
Depois de um tempo assim, com Ran mais calmo, arrisquei novamente.
- Ran... Não vai me contar o que sabe?
Não respondeu. Mas senti ele tremer levemente e afundar mais ainda a cabeça no meu ombro.
- Ran... O que há com o Sunao?
Bruscamente ele ergueu o rosto e me encarou com um brilho decidido nos olhos.
- Sunao não quer que eu fale sobre isso!
Fiquei olhando espantado para ele. Depois, pensei bem. Então Ran sabe de alguma coisa. E não pretende contar.
- Sora está preocupado.
- Não é culpa minha! O que eu posso fazer?
- Podia começar me contando o que tem de errado com o Sunao.
Ran olhou para mim como se eu o tivesse ofendido. Virou o rosto e cruzou os braços.
- Não contei ao Sora, e não contarei a você.
- Ran! Porque está fazendo isso? – perguntei, segurando-o pelos ombros. Ele não respondeu, quis se afastar, e eu o apertei com mais força. Ele reclamou de dor e olhou para mim. Algo em minha expressão fez com que ele baixasse os olhos.
- Yoru. Não torne as coisas mais difíceis.
- E você pretende agir como? Fingir que nada aconteceu? – exigi saber, não acreditando no que Ran disse. Eu dificultava as coisas? Sem perceber, eu o estava apertando mais ainda.
- Yoru! Está machucando!
Na mesma hora eu o larguei e abracei. Afundei o rosto na cabeça dele.
- Me desculpe. Mas você tem que fazer um esforço.
Ele ficou um tempo quieto no meu abraço, apenas respirando um pouco alto, como se lutasse contra algo. Depois, olhou para mim e passou a mão no meu rosto.
- Ao menos, estou feliz por encontrá-lo, meu Yoru...
Hesitei, coloquei minha mão sobre a dele. Fechei os olhos, pensando nas palavras dele. E antes que eu pudesse responder, ele falou.
- Eu sei que você não deveria voltar... Não deveria estar aqui... Me desculpe, Yoru.
- Ran – respondi, segurando o rosto dele para cima – é verdade o que você disse. Não posso ficar aqui. O Sora já me superou.
Esperei para ver a reação dele. Ran tremia um pouco. Beijei-lhe a testa e prossegui.
- Então, daqui pra frente, você terá que resolver isso com o Sora.
Quando ouviu isso, ele me agarrou. Escondeu o rosto no meu peito. Pude sentir as lágrimas começando a umedecer minha camisa.
A cada segundo que fico aqui, estou piorando as coisas.
E assim, lutando contra o impulso de consolar Ran até conseguir um sorriso dele, dei lugar a Sora.
