Estranho. Parecia que havia algo errado comigo. A conversa entre você e eu ainda estava aberta em uma aba do computador. Li e reli várias vezes. Nada. Nenhuma dor, nenhum frio na barriga, nem o costumeiro vazio no peito. Será que havia aprendido a superar a dor? Observei o diálogo atentamente. Eu me abri com você, contei o que sentia sem esconder nada. E você riu de mim. Não disse nada, apenas riu abertamente. Preferi não responder á tal grosseria. Mas o que mais me surpreendeu não foi sua reação, e sim a minha. Nenhuma lágrima morna brotou em meus olhos, nenhum soluço rouco saiu de minha garganta, nenhum aperto em meu coração fraco, sem falta de ar em meus pulmões. Tudo continuava igual, sem problemas. Será que eu estava me tornando fria? Ou significava apenas que eu havia aprendido a sustentar a dor? Um dia eu descobriria.