Nome: Cura
Descrição: Talvez... se ele continuasse a ser esse [...]que está sendo agora, ele possa me curar dessa dor.
Disclaimer: Harry Potter não me pertence.
Shipper: Hermione/Draco


Era o final de minha ronda noturna como monitora. Tudo estava normal fora alguns alunos mais velhos com suas namoradas em algumas salas, o que era comum, devo admitir. Tudo estava bem... exceto eu.
Meu coração doía só de pensar em Ron. E não tinha como fugir: a cada segundo do meu dia, eu tinha que aguentar a cena de Lilá e ele agarrados. Harry andava disperso e eu quase não tinha chance de desabafar com ele durante o dia. As mágoas se acumulavam e não tinha ninguém para me ajudar a tirá-las de mim. Só precisava de um abraço.
Andava tão distraída que só percebi que tinha alguém me seguindo quando a pessoa tossiu e o cheiro de menta veio em minha direção. Sabia exatamente quem era e, sinceramente, queria distância.
— Granger.
— O que você quer, Malfoy?
— Nada. Só acho uma grande irresponsabilidade fazer sua ronda tão... dispersa. E, pelo amor de Merlin, abaixe essa varinha. Está fazendo nevar.
Havia um rastro de poeira branca e fofa atrás de mim e na minha frente. Com um floreio de varinha, tudo desapareceu.

E, de repente, me veio uma vontade tão grande de chorar que não pude evitar. Percebi o quanto estava ficando a margem da vida, só porque Ron estava longe. Malfoy me olhava com desdém e me senti completamente tola por permitir que ele me visse em tal estado.
— Ahn... Granger, você está bem?
Olhei assustada para ele. Ele parecia quase... humano. E antes que eu pudesse me controlar, já estava contando tudo para ele.
— É o Ron. É difícil ter que vê-lo todo dia com Lilá. — Disse, soluçando logo depois.
— Idiota. — Malfoy murmurou bem baixinho.
Não havia escutado muito bem mas logo depois me perguntei porque diabos estava falando com ele. Nós nos odiamos!

Meu cérebro deu comando aos meus pés para sair dali. Mas eles não o obedeceram. Estava tão quebradiça que até Malfoy parecia ser uma boa companhia.
Mas... quem ele tinha chamado de idiota?
— O que você disse? Não prestei atenção.
— O Weasley é um babaca.
Abaixei o olhar e sorri discretamente. O que deu nesse garoto?
— As vezes. Mas a gente sempre gosta de quem não merece.
Malfoy olhou pra mim, parecendo assustado. Piscou algumas vezes e deu um passo, se aproximando.
— É. Pior quando amamos alguém que nos odeia.
Meu coração pulou do peito. O que ele estava dizendo? Seria possível que...?
— Malfoy, o que v...
— Draco, por favor. Me chame de Draco.
Todo o ódio que sentia por ele derreteu levemente. Ele não era Ron. Estava longe, muito longe de ser. Ele se aproximou de mim até estar bem perto e passou os dedos por minha bochecha. Num ato que tentei fazer parecer discreto, virei meu rosto delicadamente para o lado contrário de suas mãos.
— Malf... Draco, não posso. Não seria justo. Eu pertenço ao Ron.
— Tenho certeza que posso dar um jeito nisso.
Ele disse sorrindo, enquanto puxava meu queixo para um beijo. Eu não tinha forças para me afastar. A sensação de sua mão em minha nuca, o cheiro de menta invadindo minhas narinas e o suposto carinho que emanava de seus gestos, estavam me fazendo retribuir o beijo e com mais avidez do que jamais poderia imaginar. Não me sentia culpada mas sim, reconfortada. Talvez... se ele continuasse a ser esse Malfoy, quero dizer, Draco que está sendo agora, ele possa me curar dessa dor. E como se ele estivesse lendo meus pensamentos, ele segurou meu rosto entre as mãos, me deu um último beijo nos lábios e sussurrou junto a eles:

- Eu vou te curar, Hermione.


N/A: Oieeee! Tudo bem com vocês? Tô numa fase meio down... É, corações partidos podem resultar em fics boas, rs.
Pensei em continuá-la... ou não. Fica na mão de vocês, ok?! Reviews me deixam muuuuito feliz! =)
Beijinhos