Senhor da noite.
Prefácio.
Escrito por MrsEloi;
.
.
.
Há respectivamente 2686 a.C. – Império Antigo.
A calamidade obscura cobria o céu, Uchiha Sasuke sempre manteve a noite como seu estado predileto; até aquele fatídico dia.
― Por qual motivo aprisionas o rei? ― as mãos do jovem majestade estavam atadas por correntes e algemas fixadas na parede moldada de tijolos, outrora, aparentava um local no subsolo, em grandes chances o porão de uma pirâmide qualquer. Estava sendo tratado como um animal.
― Sou um homem mercenário, vossa alteza ― o sujeito se aproximou, trajava uma túnica negrume, longa a ponto de arrastar a cauda pelo chão imundo, sua cabeça era coberta por um chapéu comprido e pontiagudo, mantendo a tonalidade da roupa e dos compridos fios negros da cabeleira oleosa. A pele pálida e os olhos dourados davam-no um ar macabro, no entanto, a vara brilhante entre seus dedos esguios realmente chamava atenção. ―, e muito bem pago pelos meus serviços. ― completou com aspereza e deboche.
Sasuke nunca fora de acreditar em lendas, porém não podia negar o quão assustador era estar diante de uma criatura personalizada como tal. Os processos de Sístole e Diástole, proporcionadas no átrio e ventrículos do coração, responsáveis pela contração e dilatação do enchimento do volume de sangue nas câmaras cardíacas, estavam anormais devido à afirmação do suposto mago. Ele sempre se considerou um bom rei, apesar do curto período de sua ascensão, acreditava que todos os seus súditos o adorassem. Era inacreditável imaginar que alguém comprou os serviços de um psicopata para torturá-lo.
― Meu nome é Orochimaru, acredito que irá se lembrar de minha imagem durante todos os dias de sua medíocre eternidade. Apenas desejo sua sabedoria a respeito de que não é nada pessoal, entende?!
― Eternidade, do que está falando?
― Desde o amanhecer até a meia noite ― Orochimaru ergueu a mão direita para o ar e então a luz eminente da varinha ganhou força. ―, eu lhe condeno a uma eternidade como fera, outrora, serei generoso a ponto de enaltecer sua característica como rei.
A visão de Sasuke ficou turva.
― Seja bem vindo à sua nova ascensão, Uchiha Sasuke.
Atualmente.
― Sakura-chan, você acha mesmo uma boa idéia? ― o loiro se remexeu pela milionésima vez no assento do avião.
― Cale-se Naruto, seu tapado. ― a loira retrucou, desapontada por borrar seu delineador no instante em que o amigo resmungou.
― Por favor, não estou obrigando ninguém a vir comigo. ― a garota de fios exóticos de tonalidade rosa pastel retrucou, amarrando o cadarço do coturno de couro marrom.
― Coloquem os cintos, a viagem será um tanto extensa. ― alertou o piloto do pequeno avião.
― Lá vamos nós! ― Sakura vibrou de emoção.
― Deveríamos ter aproveitado um pouco mais a aldeia, nos receberam tão bem. ― Naruto questionou, com um o lábio inferior quase maior que o nariz.
― Vamos voltar, só estou ansiosa para pesquisar na floresta.
― Uma arqueóloga viciada, por sinal. ― Ino riu, escorando a cabeça no assento e fechando os olhos quando o avião começou a subir pelo céu. ― Olha, assemelham-se a algodão doce, queria tocar em uma núvem.
― Não compreendo o chilique do Naruto, infelizmente, hoje nem iremos descer, só analisar a extensão nos ares. ― Sakura soltou o ar, encostando a cabeça na vidraria da janela do avião, encantada. ― Até parece que tem medo de avião.
― Ôh meu Kami-sama, testuda, o Naruto tem medo de avião! ― Naruto acertou uma cotovelada na amiga, porém, permaneceu quieto, apesar da irritação com as duas garotas zombeteando da sua síndrome.
(...)
― Vejam isso, atingimos o núcleo da floresta. Excepcional! ― Sakura urrou empolgada, outrora, seu traseiro formigava em incômodo devido à grande parte do tempo sentada.
― Três horas e meia para atingirmos o núcleo. ― Naruto enfiou a cabeça na sacola em suas mãos mais uma vez, vomitando.
― Eca!
― Por favor, preciso que coloquem os cintos e permaneçam assentados. ― a voz do piloto ecoou pelo microfone estendido na lateral da cabine, seguido com o estridente ressoar do alarme.
― Kami-sama, o avião está caindo. ― Ino agarrou o braço de Naruto, apavorada.
― Nós vamos morrer. ― essas foram às últimas palavras de Sakura, antes de o avião rasgar as árvores e cair.
" Costumavam cantarolar um trecho de uma antiga canção de ninar de Faraós, em que a noite engole as almas amedrontadas. Em alguns registros, no Egito, a lenda diz que certa vez, uma fatídica noite engoliu o nobre espírito de seu grande rei, transformando-o em uma fera, o imensurável Senhor da noite. A obscuridade não possui clemência. "
