Nome da fic: Certas Coisas

Banca: the Gazette

Casal: Reita x Ruki

Gênero: Yaoi/ Romance / One-Shot / Song Fic

Classificação: + 18

Resumo: Afinal o quão importantes sãos as palavras? Elas são capazes de expressar a intensidade de um amor verdadeiro? Ruki esta prestes a descobrir... Reita's POV

Certas Coisas

By Aiko Hosokawa

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio

Ele esta diante de mim, é o único da banda sobre o palco no qual tocaremos amanhã à noite; a equipe de apoio vai, alucinada, de um lado para outro, no entanto ele continua a cantar.

É impressionante como aquela voz à capela é ainda mais bonita do que quando os arranjos instrumentais a acompanha; o tom é mais grave, mais tocante... Mais hipnotizante... Me fascina o modo como aquele som quebra o silêncio.

Não haveria luz
Se não fosse a escuridão

No local no qual estou sentado, amanhã, haverá algum fã de nosso grupo, duvido que qualquer um deles possa sentir a emoção que me invade enquanto olho para ele e somente para aquele pequeno e genioso vocalista.

Ruki sempre teve uma personalidade muito profunda e complexa; às vezes chego a achar que é um poço sem fim, a pluraridade daquela alma me parece infinita, no entanto não me canso de analisá-lo e de me deliciar com cada nova descoberta.

E foi em meio a esse meu 'estudo' que acabei me apaixonado.

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim

A partir desse momento, que não sei definir quando foi, venho acompanhando-o silenciosamente, fazendo o possível para vê-lo sorrir, protegendo-o de todos e, às vezes, de si mesmo. O legal de sermos velhos amigos e trabalharmos juntos é que posso fazer tudo isso sem transparecer minha paixão.

Sou feliz assim, apenas estando ao lado dele; não preciso de mais, por isso nunca pensei realmente em revelar meu sentimentos. É bem verdade que essa possibilidade já me ocorreu, em devaneios que sempre começam como um lindo sonho e terminam num pesadelo.

Realmente prefiro assim, amá-lo em silêncio.

Além do mais, tenho certeza que simples palavras não poderiam definir a força do que há em meu coração. Dizer 'eu te amo' é incompleto, quase vazio diante do amor, mas o silêncio... Sem dúvidas essa é a maior demosntração que posso dar, calar-me e permanecer a seu lado apreciando cada segundo que me é oferecido.

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

O silêncio se faz... Não um sossego verdadeiro, ainda há inúmeros ruídos ao meu redor, mas o único som que me interessa findou.

Vi Ruki recolocar o microfone no pedestal e trocar algumas palavras com um staff. Depois disso o pequeno se dirigiu para a lateral do palco e desceu, vindo em minha direção.

Ele é estiloso, mesmo usando roupas tão normais quanto as de hoje; uma calça jeans levemente desbotada na região da coxa, camisa de manga longa preta toda fechada e sapatos brancos.

- E aí? - Matsumoto indagou assim que chegou, se jogando em uma cadeira ao meu lado, colocando os pés no encosto da cadeira da frente, numa postura semelhante a minha.

- Foi um bom ensaio, o show será ótimo. - Respondi naturalmente, sabendo que era isso que ele queria ouvir.

- Obrigado, mas o ideal seria se todos estivemos treinando hoje. - O tom de voz de meu amigo era realmente contrariado e ri discretamente.

- O Kai foi quase obrigado a ir à entrevista e foi uma vitória termos conseguido que apenas ele fosse. - Não consigo deixar de rir mais um pouco ao lembrar a cara de irritação contida do baterista ao receber o comunicado de que pelo menos ele tinha que ir, perfeccionista como é, sem dúvidas, preferiria estar ensaiando uma hora dessas.

- É, mas a sessão de fotos dos guitarristas poderia ser deixada para outro dia. - O baixinho refutou.

- Até concordo, mas... - Dei de ombros, não havia mais o que fazer mesmo.

- Huf... Pelo menos por hoje terminamos. - Declarou ele, em tom cansado.

- Sim, aliás, vai querer carona? - Essa pergunta era apenas uma praxe, pois eu já conhecia as palavras que viriam.

- Só se for agora. - A resposta veio enquanto o outro se colocava de pé e me ergui num pulo também.

- Então vamos!

Ainda demorou mais alguns minutos para que pudéssemos realmente ir embora, alguns acertos, palavras trocadas, despedidas e agradecimentos... Depois de tudo isso, fomos para o estacionamento e, logo, meu carro ganhava as ruas de Tóquio.

Enquanto dirigia podia sentir o olhar de Ruki sobre mim, ele estava curioso sobre algo e esperava uma brecha para poder perguntar. Não gosto de conversar enquanto dirijo, ele respeita, por isso nada fala durante todo o percurso.

Finalmente paro o carro em frente ao edifício onde ele mora e já calculo que se Matsumoto estiver muito curioso irá me chamar para subir e me interpelará em casa, do contrário vai apenas se despedir e sair do veículo.

- Quer subir Akira-kun? Podemos conversar e beber algo...

- Claro. - Respondi sorrindo internamente.

Novamente liguei meu automóvel e entrei na garagem do residencial. Depois de estacionar saímos juntos e fomos ao elevador; apesar do apartamento do chibi ser no último andar a subida foi rápida e não conversamos nesse meio tempo, me concentrei em analisar, discretamente, a expressão dele; estranhamente Ruki me pareceu ansioso.

- Entra, fica à vontade, vou pegar umas cervejas. - Falou, depois de abrir a porta, enquanto tirava os sapatos.

- Ok. - Respondi simplista, também retirando meus calçados, após de ter fechado a entrada.

Não me preocupei em colocar um dos chinelos que prontamente postos no início do corredor; fui direto para a sala e me joguei no macio sofá. O controle remoto estava ao meu lado, peguei-o e liguei a televisão. Estava na MTV, passando um vídeo promocional de uma bandinha pop.

- Seu gosto já foi mais apurado. - Ruki diz entrando na sala, com duas garrafas nas mãos.

- Tá me estranhando chibi? O dia que eu gostar de uma coisa dessas pode chamar os homens de branco... - Respondi zombeteiro, pegando a bebida que me foi oferecida.

- Vou manter o telefone do hospício no celular, por via das dúvidas. - Ele brincou sentando-se no sofá transversal ao que eu estava cruzando as pernas sobre o móvel e o vi tomando um gole da cerveja.

- Certo então... - Ri baixinho e mudei de canal.

Sentia o olhar do outro sobre mim e fingia prestar atenção ao noticiário. O vi se remexendo levemente, olhando em minha direção de soslaio enquanto bebia mais um pouco.

- Hurmm... - Ele arranhou a garganta no claro intuito de chamar minha atenção, não o contrário e encaro o rapaz menor. - Né, Rei-chan...? - Ruki parou; os olhos guiados a mim oscilando em dúvida.

- Pode falar, não mordo. - Disse brincando, mas aquilo não era totalmente verdade! Takanori me parecia muito mordível, e, se ele me pedisse, sem dúvidas o morderia...

- Bom... - acho que consegui deixá-lo ainda mais sem graça com minhas palavras, mas ele continuou... - Sobre o programa de rádio, você não pretende reconsiderar? - Então era esse o assunto? Não entendi o porquê de tanto constrangimento...

- Não. - Respondo sem meias palavras, aquela não era uma possibilidade que eu cheguei, em algum momento, a cogitar; quem me imaginaria falando e falando num rádio? Absurdo!

- Acho que seria bom para você... - Ruki parecia se afundar no sofá enquanto falava e, curiosamente, o olhar dele já não estava preso ao meu, pelo menos não por mais do que uma fração de segundo que se repetia ocasionalmente.

- Por quê? - Estou curioso, somos amigos há muito tempo e ele nunca foi de ficar dando palpites ou questionando minhas decisões.

- Ahhh... Sabe?! É que você não é de falar muito... - Ele se justificou e reparei que mantinha ambas as mãos segurando a garrafa entre as pernas e apertava o objeto com força desnecessária.

- Por isso mesmo! O que faria num programa de rádio??? - Queria que o chibi compreendesse, é minha natureza, não dá para contrariar!

- Humm... Isso te ajudaria a desinibir. - Ele afirmou e me encarou preocupado.

Meu peito aperta.

- O meu jeito te incomoda tanto assim? - Jamais me zangaria com meu amado por causa daquelas palavras, mas doía ter a consciência de que minha personalidade não lhe era agradável.

- Não! Não é isso! - Ele se apressou a explicar, com tanto afinco que me surpreendi. - É que... Às vezes é tão difícil saber o que se passa em sua cabeça. - Ruki suspirou levemente - Seria muito mais fácil se você simplesmente dissesse...

Sinto um nó se formar em minha garganta; com dificuldade o engulo, mas meu coração esta acelerado. O olhar que é lançado a mim vem cheio de expectativa e não consigo definir com relação ao quê. Somente posso desviar meus orbes dos dele e permanecer mudo.

Ouço um suspirar mais pesado; olhando de canto de olho vi o pequeno colocar a garrafa de cerveja sobre a mesa de centro e se erguer, aproximando-se e, logo, sentando-se ao meu lado; novamente com as pernas cruzadas, mas virado em minha direção e não da TV.

- Não precisa ficar emburrado. - Em tom brando ele declara.

Um estranho sentimento me invade... Isso não é justo! Sempre, sempre fui dedicado e agora estou sendo cobrado?

- É tão difícil assim? Palavras são o mais importante? - Os dizeres escapam sem que percebesse e minha voz estava carregada de irritação e acusação que não sei de onde vinham.

Vi Matsumoto arregalar os orbes; pareceu-me que ele também prendeu a respiração e a liberou logo em seguida enquanto abaixava a cabeça, fitando os dedos das mãos que se moviam de nervosamente.

- Ruki... - Digo em tom baixo, sentindo meu peito apertar mais ainda, não queria ter sido rude! E ele atendeu ao meu chamado e vi, naqueles profundos olhos possuidores da mais pura cor de ébano, um sentimento terno e grandioso, muito diferente da raiva que esperava.

- Há certas coisas que precisam ser ditas... - ele murmurou. - Principalmente quando são importantes e envolvem pessoas inseguras...

Fez-se silêncio. Nós nos encarávamos, o único som que eu ouvia era o meu coração ribombando feroz; a televisão fora esquecida há tempos...

- O que de importante você acha que devo dizer... - Sim, ele era inseguro em alguns aspectos da vida, como todo ser humano normal... Como eu.

Ele mordeu o lábio inferior, parecia lutar conta si mesmo.

- Que confirme certas coisas que vejo... - Foram essas as palavras que ouvi, mas meu cérebro parece não querer trabalhar direito, não compreendo perfeitamente, ao menos... Reluto em entender.

- Que... Que coisas? - Vacilo sem querer, algo me diz que sei perfeitamente o que é, mas é tão difícil acreditar que eu tenha sido tão medíocre na tentativa de ocultar...

- Se é real a diferença no seu olhar quando ele esta sobre mim. - sinto meu coração acelerar e um frio estranho percorre minha coluna, nunca foi tão difícil raciocinar... - Porque me sinto a pessoa mais especial do mundo para você, quando você me olha, mas... Eu apenas acho... Quero realmente saber.

Por Buda, estou sendo colocado contra a parede para revelar meus sentimentos?! Não há como duvidar, é isso mesmo! Quero dizer algo, mas não dá! Minha garganta se fecha em um nó que chega a doer; sou capaz apenas de olhar para o jovem diante de mim, ele espera uma resposta, no entanto são apenas indagações que se formam em minha mente.

Será que devo confessar? Ainda mais, será que consigo? E, se o fizer, como Ruki agirá? O que ele fará com a notícia? Angustia inexplicável toma conta de mim, o ar parece mais pesado e meu coração continua firme no intuito de querer fugir do peito. Fito o vazio, o que devo fazer?

- Ahf... - ouço um suspirar desapontado e volto a olhar para o pequeno. - Deixa pra lá. - ele completou.

E Ruki se ergueu; até em seus movimentos parecia haver desânimo e frustração. Meu instinto urrou, não podia deixar as coisas desse modo, é o momento... A minha chance!

Ergui-me, rapidamente, mal notando meus próprios gestos e, sem calcular a força em meus braços, envolvi o meu pequeno amado, puxando-o para mim fazendo suas costas se colarem ao meu peito e afundei o rosto na curva do pescoço alvo.

- Reita... - ele murmurou relaxando o corpo que se enrijecera devida a surpresa.

Continuei em silêncio; aquele perfume era demasiadamente bom, o corpo menor parecia ter sido feito para se encaixar ao meu e por nada no mundo eu queria soltá-lo!

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfônia
De silêncios e de luz.

Não sei dizer quanto tempo ficamos desse modo, apenas voltei à realidade quando senti o toque calmo em meu braço; apenas os dedos do mais jovem deslizavam sutilmente, afinal os movimentos dele eram limitados por mim.

Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

Mesmo que aquilo fosse bom eu não consegui me conter e rocei meus lábios na pele clara do pescoço de Ruki e o senti estremecer; isso me estimulou e então beijei calidamente, ouvi um suspirar e repeti a carícia, de novo e de novo, até alcançar o lóbulo que mordisquei sem pudor.

- Aahh... - novo e menos contido suspiro deixou aquela boca linda, me fazendo estremecer. - Me perdoe Reita... - Ele disse apertando os dígitos sobre minha pele; não compreendi aquelas palavras e o virei, fazendo-o me encarar.

- Perdoar?! Por quê? - Indaguei sentindo uma vontade louca de tomar aqueles lábios para mim, admirando a expressão de contentamento naquela bela face.

- Por não ter sido capaz de ouvir além do seu silêncio. - Ele sibilou calmamente e ergueu a mão direita tocando a maçã do meu rosto. Por puro instinto fechei meus olhos apreciando a carícia que aqueles dígitos proporcionavam

Indescritível... Não há palavras que possam expressar o que realmente sinto agora, o toque, apesar de sutil, é repleto de sentimento e minha pele compreende exatamente qual é essa emoção... Por Buda, Ruki me ama! Tenho plena certeza disso!

Noto os dedos dele deslizando para minha nuca, instintivamente minhas mãos estão na cintura esguia e abro meus olhos a tempo de vê-lo se erguer, ficando na ponta dos pés, e se inclinar para mim, em busca de um contato que apenas em sonhos imaginei ter; e aqueles orbes escuros continha lasciva que me fez estremecer. Só me restou puxá-lo para mim, unindo nossas bocas.

Nosso primeiro beijo!

Começamos tímidos, nossas línguas se tocaram de forma incerta, mas o contato fez uma corrente de excitação me atravessar de cima a baixo; ela acabou com qualquer dúvida ou medo e, calmamente, aprofundei a carícia apertando o corpo menor junto.

Sinto os dedos de Ruki em meus cabelos, ele suspira comigo e corresponde no ritmo imposto, parecendo apreciar, tanto quanto eu, cada segundo que permanecíamos unidos e, por isso, desejando prolongar aquele momento o máximo possível.

De um modo nunca experimentado, nós conhecemos. Posso ver e sentir a alma do meu amado, e ela é quente e terna. O sabor da boca do pequeno é o mais doce que já experimentei; creio que encontrei um vício do qual nunca quero me livrar!

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Infelizmente existe um limite para o pulmão, é somente devido a ele que aceito me afastar de Matsumoto, mas apenas o suficiente para olhar aquela esplêndida e corada face; não me sinto capaz de soltar essa cintura!

- Aahhh! - Ele diz em tom feliz jogando a cabeça levemente para trás e só posso ri de seu gesto de desabafo.

Tenho dúvidas em como agir a partir de agora, há muitas implicações envolvidas nessa relação, aliás, que relação? Foi apenas um beijo Reita! Não um pedido de casamento! E, enquanto Ruki se aconchega a meu peito e eu o envolvo automaticamente, não sou capaz de parar de pensar no que será de agora em diante...

Amo esse jovem em meus braços; ele esta parecendo uma criança todo pequeno e fofo de olhos fechados com a cabeça recostada em meu dorso, é impossível não acariciar suas costas e madeixas, e sinto os dedos dele me apertando levemente.

Quero tê-lo assim para sempre, quero amá-lo, protegê-lo... Será que devo? As palavras se formam em minha mente e vão parar na ponta da língua, abrir a boca me parece complicado. Ele gostará do que tenho a dizer?

- Ruki... - chamo baixinho e aquele olhar negro ergue-se, imensamente profundo e apaixonante. -... humm... - Isso é tão complicado! Por que tenho que ser assim.

- Pode falar... - ele me incentiva pacientemente e respiro fundo, será agora!

- Quer namorar comigo? - Digo rápido e encabulado.

Observei, queimando de vergonha, à face do meu pequeno se modificar. Os orbes dele se arregalaram em surpresa, senti que ele prendeu a respiração pelo que me pareceu tempo demais para quem espera uma resposta e então ele relaxou e seus lábios se curvaram num sorriso estonteante.

- Claro que quero! - Ele afirmou em tom divertido e o alívio invadiu meu peito.

- Que bom... - As palavras escapam fazendo-o rir ainda mais.

Sem nada dizer nos aproximamos e novamente um beijo começou. Por um longo tempo permanecemos entrelaçados; tal qual o anterior o contato começou calmo, mas Ruki imprimiu uma cadência mais sensual a esse, ele estava me provocando e o modo como colava seu corpo ao meu era outra demonstração disso.

Como meu Taka-chan é quente! Estou recebendo um convite e não há como negá-lo! Aperto o corpo menor em um último aviso e o sinto ri contra meus lábios, partindo o beijo.

- Não brinca comigo... - Adverti sentindo minha artéria no pescoço pulsar mais forte; a temperatura do meu corpo começa a subir perigosamente...

- Vem... - Ele chama em tom sapeca, puxando-me pela camisa e me olhando daquele modo provocativo, obrigando-me a segui-lo sem nem olhar para o lado.

Logo estávamos no quarto, ele acendeu a luz assim que entramos e colou novamente nosso corpo, mais uma vez unindo nossos lábios.

Não era apenas para mim que a temperatura estava se elevando, percebia que Ruki também estava mais quente e nossos toques começaram a ficar mais ousados e íntimos.

Nossos corpos entraram em sincronia, sabíamos exatamente o que o outro queria. As roupas foram retiras e atiradas ao chão, nada mais no planeta importava, nada mais existia, Ruki se transformou em meu mundo e eu no dele.

Uma ânsia ímpar nos dominava, a luxúria misturada ao amor se espalhava no ambiente, transformando-o em nosso ninho de paixão.

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Nos conhecemos do mais intímo modo possível, busquei cada parte daquele corpo com meus olhos, dedos e lábios, assim como fui explorado. Até que finalmente chegou o nomento no qual nós tornamos um único ser, completo e absoluto.

A cadência é perfeita, nasci para provocar essas reações em Ruki, unicamente para fazê-lo se erguer ao mais alto paraíso e ele venho ao mundo para fazer isso por mim, assim podemos estar sempre juntos...

Unidos fomos envolvidos pelo extâse máximo e me senti o homem mais feliz da Terra quando, ainda nu, ele se aconchegou a mim e nós abraçamos em silêncio, até que nossas respirações se acalmaram; depois disso continuamos do mesmo jeito.

Eu poderia amá-lo a noite inteira, no entanto não precisava de nada mais do que tê-lo desse modo. Posso ouvir o coração do pequeno de tão perto que estamos ou, talvez, seja porque hoje entramos em sincronia, então estou ouvindo meu próprio coração? Ahh quem se importa com detalhes?!

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Ruki respira mais fundo, logo cairá no sono, mas antes preciso revelar algo.

- Ei, você já dormiu? - Chamo em tom calmo.

- Não... - Ele responde meio torpe e me encara com aquele olhar de quem começou a dormir, mas foi interrompido antes de se aprofundar no reino de Hipnos.

- Queria te dizer que... - não acredito que vou falar isso! -... Vou aceitar fazer o programa de rádio. - Pronto decisão domada e comunicada.

- Que bom Rei-cha... que bom. - Ele ronrona se achegando mais, no instante seguinte fechando os olhos, que deviam estar pesados demais, e, finalmente, adormeceu.

Ademais não há nada mais que eu precise dizer; palavras não tem significado diante do que esta dentro de mim e, dia-a-dia, demostrarei, com cada gesto, o quanto amo essa pessoa...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

Fim.

Nota da autora

Olá pessoas!

Essa é a primeira fic que público escrita no sistema de travessões, tal qual é usado no mercado editorial. Até em então venho usando aspas para marcar falas. Queria fazer diferente do meu habitual, por isso mudei. Por favor, me digam o que acham ok?!

Dedico esse texto a Dark Annek, minha grande amiga que me apoiou muito nessa fic, inclusive na decisão de não inserir o lemon. Adoro-te, linda!

Por fim agradeço a Krika Haruko pela ajudinha com o português. ^_~

Comentários deixam essa autora muito feliz!

Beijocas

Aiko Hosokawa

Belo Horizonte

16/04/2008 05h04min PM