"Cullen! Que tipo de lance foi esse? Você jogou corpo cruzado! Todo mundo sabe que isso é perigoso. Use a cabeça!"
Ele estava brincando comigo, porra? Número um, eu completei o passe. Número dois, eu nasci sabendo mais sobre o jogo do que sua bunda anciã aprendeu nesses setenta anos que ele esteve vivo. Número três, eu era Edward fucking Cullen, e eu posso fazer qualquer porra de passe que eu quiser!
É claro que eu não poderia dizer nada dessa merda. A grande diferença entre o campo de treinamento da NFL e a faculdade era a porcaria dos treinadores que não davam a mínima para o que eu tinha para falar. Era do jeito deles ou do jeito difícil. Bem, nem tanto, porque eles com certeza não iriam despejar sua escolha do primeiro round do projeto, mas mesmo assim. Rookies eram para ser vistos, não escutados, pelo menos foi o que me disseram. Aquilo não me impediu de amaldiçoar o treinador sob minha respiração enquanto eu voltava para o círculo.
"Passe legal", Sammy Maddux, alvo do dito passe estúpido, me disse com um sorriso.
"Valeu. Que tal dizer pra ele essa merda? Não é como se eu não soubesse onde era a segurança."
"Sem jeito, cara. Não quero correr sprints de vento depois que acabarmos."
(N/A: Sprints é um tipo de corrida)
Idiota. Eu não poderia culpá-lo, afinal. Aquela merda. O próprio campo de treino é uma merda. Nós estávamos esperando no prédio às 7 a.m., e desde que eu me tornei o capitão do time, eu tinha que chegar mais cedo do que isso. Muito obrigado, Tom Brady e Peyton Manning pelas suas ridículas éticas de trabalho, seus porra. Nós éramos esperados no prédio às 7 a.m., e desde que me tornei capitão do time, eu tenho que chegar mais cedo do que isso. Muito obrigado, Tom Brady e Peyton Manning pelas suas ridículas éticas de trabalho, seus porra. Competindo suas merdas resultando em dias de merda para mim. Eu passei muito mais tempo estudando o playbook e a fita velha do jogo do que na faculdade. Quando eu cheguei em casa de noite, eu estava com a energia de uma porra de uma preguiça. Eu não tinha certeza de onde estava todo o brilho e glamour de ser um pro quarterback, mas fazia tempo que eu não experenciava isso.
O treinador chamou para o jogo, eu me posicionei atrás da aglomeração da minha linha ofensiva. Três semanas no campo e eu ainda não sei ao certo quem vai estar me protegendo. Isso não mostra muita confiança, se me permite dizer. Eu chamei pela bola e recuei, observando o campo à minha frente. Era para eu lançar a bola para Sammy se ele estivesse livre, mas ele estava sendo bloqueado por nosso star corner, Deon Dixon. Eu chequei Paul Hatcher, que estava correndo um curto padrão de cruzamento, e jogou a bola logo quando JPP me jogou contra a grama.
"Cullen! Que porra foi essa? Harrison estava livre no hash esquerdo."
Bem, desculpe o merda aqui por não notar ao que eu era jogado no chão em uma das melhores defensivas finais da liga.
"Eu senti a pressão chegando e chequei o Hatcher."o qual era a porra da melhor opção, muito obrigado.
"Você tinha Harrison à menos de vinte jardas, e você resolve checar para um ganho de oito? O que você estava pensando?"
Um ganho de oito é muito bom para um first down, era isso que eu estava pensando. Foda-se essa merda. Eu estava cansado de fingir que aquele treinador estava sempre certo.
"Eu estava pensando que eu precisava tirar a bola das minhas mãos antes que JPP me arremessasse contra o chão. Eu estava pensando que, jogando para o Harrison, iria precisar que eu atirasse a bola por através do meu corpo, o que, me corrija se eu estiver errado, você disse para eu não fazer?"
Oh, porra. O treinador já estava ficando roxo. Eu já o vi ficar assim em jogos na TV, mas essa é a primeira vez que eu o vejo assim pessoalmente. Atrás dele, Sammy estava rindo e fazendo um gesto de corte na garganta, como se dissesse que eu sou um homem morto. Imbecil.
"Nós temos um problema aqui, Cullen? Se você não consegue jogar do jeito que eu mando, eu posso achar alguém que pode."
Certo. Porque há muitos iguais à mim por aí sem um time nessa época do ano. Ele manteve seu olhar firme em mim.Nós dois sabíamos que eu não corria perigo de ser cortado fora do time ou algo assim. Mesmo assim, eu não poderia dizer essa merda na cara dele. Cara, eu sinto falta do treinador Fisher. Eu nunca achei que iria pensar isso.
"Sem problemas, treinador. Eu chequei porque era uma opção. Se você quer que eu jogue para Harrison da próxima vez, eu o farei." e então você vai gritar comigo por jogar contra o meu corpo de novo, mas foda-se. Aquilo claramente não estava lhe satisfazendo.
O treinador me observou com os olhos cerrados. "Isso é tudo por hoje, pessoal. Nos vemos amanhã cedo."
Eu comecei a andar em direção aos vestiários.
"Você não, Cullen."
Porra. É por isso que você não pode retrucar o treinador. Eu sabia, mas ele me levou ao limite. Eu assisti tristemente enquanto o resto do time se retirava do campo.
Paul parou na minha frente. "Hey, cara, alguns de nós vamos ao Onyx mais tarde, se você quiser nos encontrar lá."
Eu bufei. "Eu duvido que eu possa ir." Eu tinha um mal pressentimento que meu corpo dolorido iria ficar mil vezes mais dolorido.
Ele riu. "Verdade, mas se quiser…"
"Okay, cara, valeu. Eu vou tentar." Era óbvio que ele já sabia que eu não iria. Eu ainda teria que me incomodar com os clubes que meus companheiros de equipe frequentavam. Eu precisava chegar em casa e vê-la. Ela vai me escutar reclamando sobre o meu dia e fazer as coisas ficarem melhores, então eu poderei rolar para fora da cama e fazer tudo de novo amanhã.
Eu observei enquanto ele saía do campo, flexionando meus joelhos quando o treinador apareceu atrás de mim. Lá vamos nós. Eu me virei para enfrentar o pelotão de fuzilamento. Seu rosto havia voltado a cor normal, pelo menos. Aquela merda roxa era meio que assustadora. Eu não queria que ele tivesse um ataque do coração e morresse porque ele não gostou do jeito que eu joguei.
"Você não espera muito de mim, não é, Cullen?"
Bem, não era isso que eu estava esperando que saísse de sua boca. "Isso não é verdade. Você ganhou das Super Bowls, e você é um dos treinadores mais longa-titulares da liga. É óbvio que eu espero muito de você."
"Mas você não acha que eu sei da porra que eu estou falando quando eu grito por você ter feito uma checagem em vez de acertar o recebedor livre para o grande ganho."
Hmm, eu estava em território perigoso. "Eu achei que o passe certo…"
"Não venha com suas merdas pra cima de mim, Cullen. Você não viu que Harrison estava livre. Nós dois sabemos muito bem que se você tivesse visto, você teria atirado para ele, mesmo que você tivesse que jogar contra seu corpo de novo ou não, mesmo que você não estivesse em perigo disso, de qualquer jeito."
Okay, ele tinha seu ponto. Um bem pequeno, mas um ponto mesmo assim. "Você está certo. Eu não o vi porque JPP estava vindo como um trem desgovernado, então eu peguei a rota segura, o que eu achei que era a coisa certa a se fazer."
"É sim, em um jogo. No treino? Eu quero ver tudo o que você pode fazer. Siga minhas ordens agora, então eu poderei confiar em você no domingo. Você acha que eu não conversei com seu antigo treinador antes de eu colocar meu esquema todo em você? Eu sei que você tem uma boa mente em relação ao futebol, e ele jura que você tem instintos incomparáveis no campo. Ele também me disse que você tem a tendência a se rebelar e fazer suas próprias jogadas baseadas no que você vê na linha."
Isso era… verdade. "Olha, treinador, eu sei que eu sou um pouco rebelde, mas eu estive jogando por muito tempo e eu sei muito bem cada esquema lá fora. É óbvio que eu confio nos meus olhos e nos meus instintos, e eles raramente me enganam."
Ele bufou. "Eu não duvido de você, criança. Eu venho analisando você pelos últimos anos, e tem uma razão pela qual eu troquei para te ter. E um dia, quando você entender, você pode trocar meus passes e voar livremente com suas calças por aí. Mas você não entendeu ainda. Agora, você é apenas outro rebelde e eu não vou deixar que você ignore minhas instruções. Me mostre que você consegue liderar as jogadas que eu dou, e eu te dou um pouco mais de autonomia ao que seguimos. Entendeu?"
Bem, não foi tão ruim quanto eu achei que seria. "Eu posso fazer isso." Mesmo que eu não concorde completamente com isso. Eu ganhei seu respeito, e ele viu que não precisava me questionar nem questionar minhas habilidades. Eu não podia fazer nada se essa merda me irritou pra caralho. Eu não era acostumado com isso.
"Ótimo. Agora me dê alguns gassers inteiros antes de você ir para os chuveiros." Ele não escondeu seu sorriso ao meu olhar furioso quando ele disse a palavra gassers.
(N/A: Gassers é um tipo de exercício usado como aquecimento no futebol, onde os indivíduos correm de uma linha da lateral do campo até outra na extremidade do campo, ida e volta).
Porra do inferno. Eu me alinhei no hash esquerdo e corri através do campo. Não demorou muito para que minhas panturrilhas e meus pulmões estivessem queimando, mas eu não vou lhe dar a satisfação de ir mais devagar ou mostrar qualquer sinal de cansaço. Eu corri o requisitado quatro vezes ida e volta enquanto ele ficou parado de braços cruzados, com um sorriso de merda estampado em sua cara.
Eu tive de me curvar e tentar recuperar minha respiração assim que terminei.
"Bom trabalho, Cullen. Na próxima vez que você me retrucar na frente do time, você fará corridas pelo estádio."
Eu olhei para ele através do suor que estava escorrendo pelo meu rosto. Estava quente para caralho, e eu queria muito morrer.
"Pelo que importa? Aquela lance de Sammy foi uma beleza."
Ele riu quando eu levantei meu dedo do meio em sua direção. Eu quase não conseguia falar.
"Por que você não vai tomar um banho e sair para se divertir com seus companheiros? Você merece."
Eu balancei a cabeça e finalmente me levantei. "Eu não posso. Estou noivo." Pronto, agora eu podia respirar de novo. Mais ou menos. Eu soava como um homem de noventa anos de idade em suporte de vida, mas eu conseguia falar.
Ele riu novamente. "Eu ouvi. Ainda assim, ninguém disse que você tinha que trair. Apenas vá se divertir com seus companheiros. Vai ser bom para você."
Talvez, mas eu não estava afim de arriscar a ira dela quando chegasse em casa. Eu já tive merda o suficiente para lidar sem um de seus chiliques. "Talvez um dia que eu não precise correr gassers."
Ele sorriu. "Vamos ver se você consegue ter um desses. Agora saia daqui, garoto."
Ele não precisou me dizer duas vezes. Eu me forcei a ir até o vestiário, esperando que ele não visse o fato de que minhas pernas estavam tremendo pra cacete. Mesmo se eu não estivesse noivo, a última porra de coisa que eu iria querer fazer, era ir à um clube. Eu queria me socar numa banheira quente e talvez, apenas talvez eu terei a energia para um boquete se estiver em oferta, mas era isso. Futebol estava me tornando num homem velho antes do tempo. Esse saco de merda.
Fui até o condomínio de luxo, construção de Reed Girl, e eu tinha escolhido pular fora em breve assim que cheguei. Nós debatemos sobre morar em New York ou New Jersey, mas desde que toquei em Jersey e nós podemos fazer um monte de outras coisas com nosso dinheiro, fez mais sentido escolher o último. Tivemos uma cobertura que deixava passar água e deu em uma visão de New York City que era bonita demais. Plus: Nós tínhamos todas essas janelas e pisos de madeira e serviço de portaria. Reed Girl amava as comodidades do spa e eu amava a academia e o terraço do último piso. Era o lugar perfeito para um casal jovem e rico com seu futuro inteiro pela frente. Nós dois nos apaixonamos por ele à primeira vista.
Eu saí de meu carro e senti cada músculo do meu corpo gritando comigo. Eu e a banheira do spa estávamos para nos conhecer melhor por uma boa hora ou mais. Parte de mim queria ligar para uma massagista, mas Reed Girl provavelmente não ficaria feliz. Estaria tudo bem se fosse o treinador do time, Bob, mas Hilda, a garota sueca do spa? Não muito.
Eu não tinha certeza se eu já estive tão feliz em chegar em casa como eu estava quando eu saí do elevador e abri a porta de casa. Antes da banheira, antes de comer, o que eu realmente precisava era ela. Ela me entendia como ninguém, e eu sabia que ela iria me escutar reclamar sobre o meu dia e ficaria completamente do meu lado. Ela me amava completamente e concordaria que ninguém, nem mesmo o treinador, deveria me questionar quando se trata de jogar naquele campo.
Não demorou muito. No momento em que fechei a porta, eu pude ouvir seus pés enquanto ela se movia pelo chão de madeira. Eu sacudi a cabeça pela luz e joguei as chaves na mesa de leitura ao lado, da qual Reed Girl tinha insistido que comprássemos porque o mármore da mesa combinava com o mármore do banheiro. Eu não dei uma foda. Contanto que o sofá fosse confortável e a cama fosse macia e o quarto tivesse espaço para muitas manobras, estava bom.
Ela virou o corredor e nos encaramos por alguns segundos antes que ela se jogasse em mim. Eu a peguei e enterrei meu rosto em seu pelo macio. "Rainbow." Ela esfregou seu rosto no meu várias vezes, como ela fazia desde que era filhote. Eu ainda chamava de cabeçadas, mesmo que Reed Girl já tivesse me informado que era assim que ela dava beijos. Chamar de beijos me fazia parecer mais gay do que eu deveria ser, então seriam cabeçadas.
Eu a carreguei pela sala de estar e me atirei no sofá. Ela se ajustou, deitando em meu pescoço, escondendo sua cabeça em meu ombro e ronronando, enquanto eu acariciava seu pelo macio e cinza. Ela ainda cabia no meu ombro, não tão bem quanto quando ela era filhote, então ela descobriu que esta era a melhor maneira de se aconchegar em mim. Eu aprendi a deixá-la ficar do seu jeito, pois assim era melhor que a alternativa. Além do mais, enquanto Reed Girl ainda estava em Tallahasse terminando seu grau, Rainbow era tudo o que eu tinha.
Eu expliquei sobre meu dia de merda, falando para ela tudo sobre a prática, sobre o treinador questionando minhas habilidades e os gassers e tudo o mais. Ela me deu mais cabeçadas e até mesmo colocou sua pata no meu rosto uma ou duas vezes. Eu sabia que queria dizer que ela concordava comigo. Quando eu finalmente terminei, peguei algumas guloseimas, e ela saiu de cima de mim, miando alegremente e esfregando-se em meus tornozelos enquanto eu dava a ela um punhado.
"Obrigado por escutar." Yeah, eu realmente conversei com meu gato. E sim, eu era um homem adulto morando sozinho com seu gato até Dezembro quando Reed Girl receber seu grau e finalmente se mudar para cá onde ela pertence. Não era assim tão longe, mas cada dia parecia anos quando passamos praticamente dois anos juntos o tempo todo. Eu sentia falta de vê-la todos os dias, tendo ela ocupando três quartos da cama, e é óbvio pra caralho que eu sinto falta de ter sexo diariamente. Yeah, meu corpo estava praticamente espancado, mas eu ainda sim transaria com Reed Girl se ela estivesse aqui. Eu precisava dela.
Eu peguei meu celular do meu bolso, estremecendo ao que meus músculos se contraíram com o movimento. Porra, eu precisava daquele mergulho. Mas eu precisava mais das minhas garotas. Eu liguei para ela e deitei enquanto Rainbow subia em meu colo. Quando sua voz surgiu na linha, eu me senti relaxar pela primeira vez no dia inteiro.
"Reed Girl."
"Oi, Campeão. Eu sinto sua falta."
"Eu também sinto sua falta, baby."
Ela me conhecia. "Dia ruim?"
"O pior."
"Me conte sobre."
Então, eu acariciei Rainbow e conversei com a minha garota. Me chame de pussy-whipped, das duas maneiras, mas estar com minhas garotas era melhor do que qualquer boate. Eu estava onde eu pertencia, e logo Reed Girl estaria aqui comigo e tudo vai ficar bem com o mundo. Eu era Edward Fucking Cullen, e eu ia fazer a NFL ser minha.
