A porta do elevador abre-se. Marco o número do andar que sei de cor. A porta fecha-se e instantes depois, abre na penthouse.

Rezo mentalmente para ele me perdoar. Uso a chave que ele me deu alguns anos atrás. Entro no apartamento luxuoso e as memórias que me assaltam fazem com que as minhas bochechas sejam banhadas por lágrimas. Limpo-as com as mãos mas não consigo tirar as palavras que trocámos da última vez que estive aqui.

"Já não sinto o que sentia por ti" - menti. Céus, estava tão arrependida disso.

"Mas, coelha..." - Recordo o tom de voz magoado dele.

"Não me chames assim. Para ti é Usagi. Vou-me embora"

"Não, por favor não me deixes." - Naquele momento não olhei para trás mas sabia que ele estava a ponto de chorar. Fechei a porta do apartamento e entrei no elevador ao som dos soluços do meu amado.

E agora estava aqui, sentada no mesmo sítio em que estava da última vez. Ouvi alguem no corredor. Conecia os passos dele. Sabia que era ele. Os passos estavam cada vez mais nítidos. A chave entrou na fechadura. Ele olhou-me e frunziu o cenho.

- O que é que estás aqui a fazer? - Perguntou-me frio e ao mesmo tempo surpreso.

- Desculpa Mamo. - Solucei. - Desculpa pelo que te disse.

-Shh. Calma coelhinha. - Ele tentou acalmar-me. Abri muito os olhos enquanto chorava desconsoladamente. Pensei que ele me ia tratar mal ou ser frio comigo e pedir para eu sair do apartamento, mas, ao contrário de todos os meus pensamentos, ele abraçou-me e pediu-me desculpa.

- Desculpa por tudo o que te fiz. - Agora quem chorava era ele. - Desculpa por ter sido sempre tão frio contigo. Desculpa por ser tão distante...

-Abracei-o ainda com mais força para ter a certeza de que não era um sonho. Estivemos abraçados muito tempo até que eu me lebrei.

- Feliz aniversário - Disse-lhe beijando-lhe a face onde lágrimas ainda caíam.

- Obrigada meu amor. - E beija-me.

Fim!