N/A: Oii! Olha eu aqui, com essa fic de ano-novo completamente atrasada!

Não me perguntem porquê eu resolvi escrevê-la... nem eu mesma sei... mas a idéia simplesmente pulou na minha cabeça e ficou martelando até que eu a escrevesse!

Resumo: Algumas pessoas dizem que a maneira como passamos a virada do ano, influenciará em todos os acontecimentos do ano que está por vir; Lily, numa tentativa de apagar seu ex-namorado da cabeça, beija James. E descobre que um beijo pode mudar tudo... até mesmo os sentimentos mais negativos e profundos...

Ah, e sobre Diário de uma Bruxa (...), eu ainda não decidi o que vou fazer dela... vou pensar um pouco mais, demorar um pouco mais, e aí eu penso de novo, e começo a escrever alguma coisa pra postar. Ok?

Disclaimer (o primeiro que eu faço! Olha que emoção!): tenho o orgulho de informar que eu sou a feliz proprietária de dois personagens nessa fic, e que já apareceram em Diário de uma Bruxa(...)! Tudo bem que eles não são personagens muito carismáticos e tal... mas são meus! São eles Bryan Leigh e Melissa Adams, com a possível menção de uma terceira personagem de minha autoria, Melinda Adams. O resto, digo, o 'pessoal legal e importante' da fic, naõ me pertence mesmo... snif, snif!

Bem... chega da enrolar! A fic está aqui, e eu espero sinceramente que gostem!


Ano Novo, Vida Nova!


Capítulo 1 - A Virada

Domingo, 31 de Dezembro, 19:02

Lily estava sozinha, no alto da Torre de Astronomia, admirando o céu escuro, com algumas poucas estrelas. Estava frio, mas ela não se importava; estava sofrendo muito, e precisava ficar sozinha...

- Flashback -

Biblioteca, 18:51

Lily tinha ido ao seu lugar preferido em toda a escola para pegar mais um livro fascinante sobre o mundo da magia. Enquanto escolhia um numa estante da área mais afastada da biblioteca, escutou alguns sons estranhos e se intrigou. Com os ouvidos atentos, foi se aproximando do local de onde vinham os tais sons, e quando virou um corredor...

- Eu não acredito! – exclamou perplexa, deixando o pesado livro que tinha nas mãos cair com um baque no chão. Não se importou se seu tom de voz tinha sido um pouco alto demais para as regras do recinto...

- Lily! Eu... é que... não é o que está pensando! – gaguejou o namorado de Lily, Bryan Leigh, que estava aos beijos com Melissa Adams, do sétimo ano da Grifinória. A garota sorriu sonsamente e saiu sorrateiramente do local.

- Bryan, eu não acredito no que eu acabei de ver! O que você pensa que estava fazendo!? – berrou Lily, ignorando que agora várias pessoas na biblioteca espiavam a briga aos burburinhos.

- Lily, olha, não foi nada demais, a gente só tava... – tentou o corvinal se explicar, em vão.

- Bryan, não me venha com desculpas esfarrapadas! Você estava beijando a Melissa!

- Não Lily, não foi bem assim... – Lily soltou um bufo de frustração e deixou a biblioteca como um foguete, passando pela multidão que cochichava ativamente, o namorado, ou agora ex, no seu encalce.

- Ela é do meu dormitório! – voltou-se Lily, parando e encarando-o decepcionada, para depois recomeçar a andar em direção à sua sala comunal.

- Eu sei, quero dizer, não sabia, mas é que... – o rapaz alto e loiro seguia-a, na vã tentativa de explicar o seu ato imperdoável.

- Bryan, como você pôde fazer isso comigo!? – Lily parou de repente, no meio do corredor, onde alguns olhares curiosos os espiavam.

- Eu... – o rapaz ficou sem palavras. Lily respirou fundo e disse, com a voz estranhamente calma:

- Agora, me diga. Há quanto tempo? – o rapaz hesitou, evitando o olhar acusador da ruiva.

- Lily... – ele parecia implorar com o olhar.

- Há quanto tempo isso vem acontecendo, Bryan? – ela repetiu, fechando os olhos, tentando manter a calma.

- Bem... já tem uns dois meses que a gente tem se encontrado, e...

- Dois meses?? – Lily não pode se conter – Você anda me traindo há dois meses!?? Eu não acredito! Isso é metade do tempo que a gente ta namorando! – e recomeçou a andar frustrada para a Torre da Grifinória, o garoto ainda a seguindo.

- Lily, por favor, me desculpe, eu não queria que você tivesse descoberto assim...

- Ah, e como você queria que eu descobrisse? Iria me contar pessoalmente que tem me feito de palhaça por dois meses, ou ia esperar que a escola inteira descobrisse e me contasse que o meu namorado anda me traindo? Ou ainda, ia me contar quando já a tivesse pedido em namoro!?

- Bem, eu...

- Você o quê, Bryan? – repetiu Lily irritada. Malditos alunos bisbilhoteiros, que continuavam a cochichar e olhar para eles no corredor! Eles não tinham nada melhor pra fazer não?

- Eu... prometi a ela que iria com ele à festa de hoje à noite. – respondeu o garoto rapidamente, fechando os olhos em seguida. Tudo o que ele sentiu depois foi um doloroso tapa no ombro (N/A: mais como um empurrão, sabe?) – Ai! Me desculpe Lily...

- Seu cretino! E não peça desculpas!! – berrou a ruiva enfurecida, dando mais um empurrão no garoto e recomeçando a andar rapidamente, na tentativa de fugir dos olhares curiosos – Se você ia levá-la à festa, quando pretendia me contar? Hein? Quando eu visse vocês dois juntos no Salão Principal, na frente de todo mundo!?

- Não Lily, claro que não, eu ia te contar... só não queria que você ficasse magoada... – desculpou-se o corvinal bobamente.

- Mais do que já estou? Duvido! O que você fez foi terrivelmente baixo! Eu nunca esperaria algo assim vindo de você! Eu pensei que você fosse diferente!!

- Mas Lily...

- Nada de mas, Bryan!! Não quero saber das suas explicações; não quero saber de mais nada em relação a você. Agora saia da minha frente, eu não quero nunca mais ter que olhar na sua cara!!

- Espere Lily... – ele a puxou pelo braço, no que Lily o empurrou para longe com uma força que desconhecia e saiu marchando em direção às escadas que levavam ao sétimo andar.

Hesitou um pouco em voltar à Torre da Grifinória, com medo de encontrar a colega de quarto por lá, e resolveu seguir um rumo diferente...

- Fim do Flashback -

"Como ele pôde ter feito isso comigo?", pensava Lily, tentando controlar suas lágrimas teimosas, que insistiam em rolar por suas bochechas.

Já namorava Bryan há quatro meses, e tinha resistido bastante antes de aceitar o pedido de namoro; não era como essas garotas fúteis, que se apaixonam pelo primeiro par de olhos azuis que vêem pela frente. Sim, os olhos de Bryan eram realmente encantadores, mas não seria esse um fator determinante de que o garoto valeria a pena namorar. Lily vira em Bryan qualidades que muitos dos garotos de Hogwarts não tinham; era inteligente, dedicado, gentil, cavalheiro, romântico, bonito, confiável... bem, parece que ela havia se enganado. E muito.

Bryan não era o poço de confiança que Lily imaginara que fosse, e estava se odiando por não ter percebido isso antes. Não era sua culpa, mas tinha vontade de se esganar só de pensar que caíra na lábia do garoto; e então pensava em esganar a ele, por tê-la enganado. Não eram pensamentos muito sãos, mas de certa forma a faziam sentir-se melhor.

Lily enxugou as lágrimas, e constatando que já devia ser tarde, decidiu voltar à Torre da Grifinória. Se por azar encontrasse o pivô de seu trágico término de namoro com Bryan no dormitório, paciência.

Os corredores estavam praticamente vazios, visto que todos deveriam estar em suas salas comunais, se preparando para a festa de ano-novo, que seria dali há poucas horas. Lily não tinha ânimo nenhum para ir à maldita festa; preferia ficar sozinha, fechada em sua cama de dossel, e tentar esquecer e superar a mágoa que agora sentia. Mas sabia que suas amigas insistiriram para que ela fosse na festa, a não ser que Lily não revelasse seus verdadeiros motivos; e isso implicaria em contar a elas o acontecido e reviver todas aquelas emoções ruins. Não era como se ela quisesse esconder de suas amigas; apenas não gostaria de falar sobre o assunto...

E pensando nisso, adentrou a sala comunal pelo buraco do retrato, e correu para o dormitório, sem nem ao menos notar a presença de dois garotos conversando animados no sofá, e que um deles a seguira com o olhar...

- Lily, onde esteve? O que aconteceu? – perguntou Alice McKellen, quando a ruiva adentrou o quarto com uma expressão de tristeza no rosto.

- Ah... nada de mais, Lice. – respondeu desanimada, jogando-se em sua cama.

- Hum... pois me parece exatamente o contrário... – falou Emmeline Vance, saindo do banheiro.

- É, ta na cara que aconteceu alguma coisa... fala logo amiga, o que é que te deixou assim? E por que não está se arrumando para a festa? – perguntou Marlene McKinnon.

- Ai, meninas... sinceramente, eu não gostaria de falar nesse assunto agora, por favor. E... eu não vou à festa.

- Olha Lil, a gente entende que você esteja chateada e não queria nos contar o motivo... – começou Emmeline.

- ... Mas pra você deixar de ir à festa de ano-novo, que você mesma ajudou a organizar? Tudo bem, a gente sabe que você não gosta muito de festas... mas Lily, você falou dessa festa a semana inteira, e do vestido que ia usar para ir à festa com o ... – Lily percebeu que Alice ia dizer o nome de seu ex-namorado, e não pôde escutar mais e a cortou.

- Olha, eu queria ir nessa festa, mas agora não quero mais, ta legal? – disse a ruiva, talvez até um pouco agressiva. Mas sentiu-se culpada; suas amigas não tinham nada a ver com tudo o que estava acontecendo, ela nem mesmo havia contado a elas... – É só que... temos aula amanhã, e eu acho isso um absurdo! – mentiu.

- Lily Evans, você está mentindo! Você sabe muito bem que só teremos as aulas da tarde amanhã. – falou Marlene – Agora deixa de bobeira e fala o que é te aconteceu! Tem a ver com o Bryan?

Lily suspirou, e olhou em volta. Realmente, Melissa Adams não estava por perto.

- Ta bom... é que... a gente terminou.

- O quê? Mas, por quê? – perguntou Emmeline, prontamente abraçando a amiga. A ruiva suspirou mais uma vez e disse, com amargura:

- Eu peguei ele aos beijos com a Melissa na biblioteca.

Lily contou tudo o que acontecera. As três garotas fiaram sobressaltadas, e por um momento não falaram nada; até que Marlene se pronunciou:

- Bem que eu percebi que aquela vaca chegou aqui alegre demais... – Lily olhou para ela, indagadora – Ela foi se arrumar no dormitório do sexto ano, com a irmã. - Novamente o silêncio se abateu sobre as quatro amigas.

- É, acho que você tem um bom motivo para não ir à essa festa... – disse Alice compreensiva.

- Pois eu não acho! – falou Marlene, enérgica. – Ele disse que vai com ela na festa, não foi? – Lily assentiu cabisbaixa – Pois eu acho que você tem que ir! Dá a volta por cima, ignora eles! Mostra que o que eles fizeram não te atingiu!

- Mas Lene, atingiu!

- Hum... Lily, a Lene pode ter razão... – comentou Emmeline sabiamente – Talvez fosse até melhor você ir, sabe.

- Ah meninas... eu não sei...

- Olha Lily, nós não estamos te forçando à nada – Alice se apressou em dizer – Só achamos que, se você for nessa festa, além de se divertir e se distrair, você pode mostrar ao Bryan que já superou totalmente, mesmo que não seja verdade. – Lily ponderou por um momento, em silêncio – Mas se você não quiser, não precisa ir.

Lily bufou, e deu um meio sorriso.

- Ta, acho que talvez eu possa ir na festa...

- Isso amiga, é assim que se fala! – exclamou Marlene entusiasmada – Até porquê, você é monitora-chefe, e os professores ficariam muito desapontados se você, a aluna mais brilhante e responsável da escola, não comparecesse...

Isso era verdade, admitiu Lily internamente. Ela detestava desapontar os professores. Tinha que manter sua imagem...

- Ok, eu vou tomar um banho...

19: 57

Lily saiu do banho, e encontrou Marlene já completamente vestida, com uma saia longa branca de barra assimétrica, uma blusa branca decotada com brilhinhos prateados; nos pés usava uma sandália prateada de salto agulha de no mínimo uns dez centímetros, para disfarçar sua altura (ou falta desta).

- Onde estão as outras duas? – perguntou a ruiva vestindo um roupão, terminando de secar seu cabelo, e procurando sua roupa no armário, sem muito entusiasmo.

- Alice foi encontrar o Frank lá embaixo, e a Emme... deu uma desculpa esfarrapada, mas aposto que ela deve ter ido procurar o Remus...

Lily sorriu de leve com esse pensamento; sabia da paixão platônica de sua amiga pelo outro amigo, e desconfiava que ele sentisse o mesmo.

- Quem foi o idiota que inventou esse "Ano-Novo Mascarado", mesmo? Que idéia mais ridícula... – exclamou Lily, enquanto admirava seu lindo vestido branco-perolado, que ia até os joelhos, um pouco rendado e decotado e com alguns brilhinhos, que tinha escolhido semanas antes para essa festa. Tudo isso agora parecia tão sem sentido...

- Ah, eu não acho... Pelo menos não fica aquela monotonia toda, já que todo mundo só pode usar branco ou preto... e você sabe muito bem quem teve essa idéia...

- É. Maldito Potter e suas idéias idiotas... mas até que essa máscara é bem conveniente... posso me esconder de pessoas indesejadas...

- É... mas, Lily... você continua odiando o James? Mesmo depois de todo esse tempo convivendo com ele na monitoria?

- O que eu posso fazer? Ta bom, eu não odeio ele tanto assim... só acho que ele é um idiota... Nossa, você caprichou, hein? Tudo isso pra quem, senhorita McKinnon?

- Ah... ninguém em especial... – sorriu Marlene misteriosa, ajeitando os cabelos negros, de forma que estes ficassem mais ondeados e colocando a meia-máscara vermelha e emplumada – Mas, se rolar alguma coisa, você vai saber... ei Lily, já terminou de se arrumar?

Marlene se surpreendeu ao ver a amiga cabisbaixa, sentada em sua cama, com o vestido nas mãos.

- Lily... o que houve? Por que não está se arrumando?

- Lene, eu não vou na festa. – atestou com a voz embargada. Lily tinha a estranha habilidade de mudar de idéia em relação a seus sentimentos de uma hora para outra; se num momento estava feliz, no outro já estava chorando; e isso era sempre desconfortável.

- Ah, Lil... você disse que ia fazer um esforço... estava se arrumando já... o que aconteceu? – perguntou Marlene maternal, abraçando a amiga.

- Ah, Lene... – fungou a ruiva – Eu não sei se vou conseguir ir lá e... encará-lo... ele vai estar com a Melissa, aquela... loira-tingida, que dorme todas as noites aqui, no mesmo dormitório que eu! E se eles começarem a namorar? E se... Ai Lene, eu... eu... – Lily começava a soluçar, e Lene a abraçou carinhosamente.

- Olha, eu sei que vai ser difícil... mas vai ser muito importante pra você ir lá, dançar, aproveitar, e mostrar a ele que você não está nem ligando!

- Mas o problema é que eu ligo, Lene... você sabe que eu não namoro qualquer um... e eu realmente achei que ele fosse especial, e que eu também fosse especial pra ele... que droga, eu acreditei naquele... naquele... cafajeste! – Lily atirou-se na cama, a cara enterrada no travesseiro.

- Acho que te entendo... você prefere ficar aqui?

- Prefiro... – disse Lily tristemente enxugando suas lágrimas – Mas olha, eu vou ficar bem... não se preocupe comigo. Vai lá e se diverte, ok?

- Hum... ta bom... ah, e se eu vir o Bryan, posso dar um soco? Ou derrubar uma bebida nele, talvez na Melissa?

Lily riu e censurou a amiga com um olhar.

- Ah, ta bom. Eu vou ficar quietinha no meu canto. Mas, se por acaso eu esbarrar neles e virar o copo inteiro naquelas roupinhas brancas... a culpa não é minha!

Lily riu mais uma vez. Marlene era mesmo doidinha...

- Vai lá, Lene, você está perdendo a festa! Eu prometo que vou ficar bem!

- Ok... mas olha, se você mudar de idéia, e eu espero que mude, passa lá antes da meia noite! – Lily a olhou intrigada – Você sabe o que eu penso: a maneira que você passa a virada do ano, influencia em todos os acontecimentos do ano seguinte... portanto, passar a virada do ano sozinha aqui em cima pode ser desastroso...

- Ai Lene, você e suas superstições... ta bom, se eu mudar de idéia eu passo lá...

- Ok, então eu já vou indo! Até mais, amiga! - beijou a bochecha de Lily e saiu pela porta do dormitório, deixando a ruiva sozinha.

Lily ignorou as palavras da amiga e se atirou de volta na cama, chorando copiosamente. Lily detestava chorar, principalmente por motivos idiotas e banais, como um garoto que a traíra com sua colega de quarto; podia ser um motivo idiota, mas realmente a magoara.

Resolveu que não podia ficar a noite toda chorando; essa não era uma atitude muito corajosa, nem digna de quem ela se dizia ser; portanto, era melhor parar de chorar e esquecer.

Resolveu então que faria algo de útil; afinal, era uma noite como todas as outras, não importava o que Marlene pensasse a respeito. Decidiu fazer os trabalhos que deixara acumulados, como o de Transfiguração e DCAT, já que eram para serem entregues naquela semana; também optou por organizar seu malão e suas anotações de aula, que eram muito detalhadas, porém sempre bagunçadas. Também cuidou de engraxar seus sapatos e fazer uma limpeza no banheiro - Lily admitia ter um pouco de mania de organização, mas visto que três garotas tinham acabado de sair para uma festa, o banheiro estava uma verdadeira zona, e ela simplesmente tinha que arrumar.

22:33

Depois de organizar tudo o que ela pôde no dormitório, e ler todos os livros que tinha no recinto, até mesmo os romances de Emmeline - o que dava um total de sete livros escolares e dois ficcionais completamente irritantes, aliás, já que os casais viviam "felizes para sempre", o que não era uma realidade absoluta para Lily no momento - , cansou-se e se atirou na cama; pensava em dormir, mas não conseguia, pois toda hora lhe viam imagens de Bryan e Melissa se beijando em sua frente. Droga. Por que tinha que se lembrar disso agora? Estava indo tão bem em ignorar esse fato...

Divertiu-se por um momento ao imaginar as vinganças que Marlene estaria planejando; mas talvez fosse mais divertido se ela estivesse lá para assistir...

E então lembrou-se do que a amiga lhe tinha dito sobre passar o ano-novo de forma agradável. Lily não era supersticiosa; tampouco acreditava nas bobagens que Marlene inventava; mas de alguma forma, aquela frase lhe fez algum efeito. Se aquilo, por um acaso, viesse a ser verdade, Lily poderia acabar tendo um ano terrível.

"Isso é loucura", riu, fazendo pouco caso. Mas uma vozinha muitas vezes ignorada em sua cabeça lhe dizia que era melhor acreditar naquilo. Ficou preocupada. Pensou e repensou as conseqüências de ir a festa de ano-novo; Lily não tinha nada a perder, na verdade. O máximo que aconteceria era ela esbarrar em seu ex-namorado e sua colega de quarto, e ficar completamente constrangida. Ora; isso não era tão ruim. Já passara por situações piores. E depois, era como suas amigas disseram: ela poderia mostrar que estava por cima na situação, e que não ligava a mínima para o que quer que os dois lhe fizessem que a pudesse magoar. Seria superior. Lily sorriu; adorava se sentir superior. Mas, é claro, de uma forma positiva.

Levantou-se da cama num pulo, e examinou o vestido branco; era, realmente, lindo demais para ser desperdiçado. Tomou uma decisão.

Vestiu o vestido, que lhe caíra tão bem quanto da primeira vez que o experimentara. Calçou os sapatos scarpins branco-perolado e de salto médio e fez um lindo coque impecável em seus cabelos ruivos. Apanhou a máscara branca e emplumada nos contornos e colocou-a no rosto, escondendo apenas seus lindos olhos verdes. Fez uma maquiagem leve, e nos lábios apenas um gloss.

Encarou-se no espelho; estava realmente linda. Suas amigas ficariam orgulhosas.

Desceu as escadas e deu uma olhada no relógio da sala comunal: dez para as onze. Respirou fundo e saiu pelo buraco do retrato.

xXxXx

O Salão Principal estava todo decorado com serpentinas e balões, brancos, pretos e prateados; nas paredes, desenhos de máscaras de todos os tipos em papel brilhante, que mudava de cor a cada minuto. As quatro mesas das casas tinham sido substituídas por várias mesinhas redondas com toalhas negras e arranjos de flores brancas. No centro, uma pista de dança com uma bola prateada parecida com as de discotecas trouxas, mas que flutuava sozinha. Num canto, havia uma espécie de bar, próximo à mesa de comida. E por fim, uma grande faixa branca pendurada no teto com os dizeres "Feliz 1978" em letras prateadas.

Lily chegou às portas do salão e sentiu seu estômago dar uma cambalhota. Olhou por todos os lados e não reconhecia nenhum rosto; todos pareciam iguais, mascarados e trajando preto ou branco. Foi andando lentamente, procurando suas amigas, até que viu uma garota passar correndo por ela, usando uma máscara de plumas verdes e roxas que lembravam um pavão, indo em direção ao banheiro, o mini-vestido branco colado no corpo todo manchado de alguma bebida de cor escura, e os cabelos louro-mel igualmente encharcados. Sorriu. Sabia que sua amiga morena tinha algo a ver com aquilo...

xXxXx

23:00

Do outro lado do salão, quatro amigos riam e se divertiam.

- Cara, essa festa está demais! Adorei a idéia das máscaras! – exclamou Sirius, que usava uma máscara preta, à lá Zorro. (N/A: é mais como uma bandana com dois furos que o Zorro usa, e põe o chapéu por cima pra parecer que é uma máscara, só que o Sirius tava sem chapéu... Ok, eu admito, essa foi uma informação desnecessária... desculpe)

- E eu não sei? A idéia foi minha! - exclamou James, usando uma máscara simples e também preta, mas acompanhada de uma espécie de cartola. Todos os garotos usavam um traje parecido com um smoking, na cor preta, no caso de James e Sirius, ou branca, Como Remus e Peter, com gravatas borboletas preta para o traje branco, e branca para o traje preto.

- Nossa, como você é modesto! – ironizou Remus, que usava uma máscara em forma de meia-lua, que cobria todo um lado de seu rosto.

- Ei Peter, onde esteve? – perguntou James, ao ver o amigo gorducho usando uma máscara de leão, que contradizia muito com sua personalidade, chegar.

- Ah, eu fui na mesa de comida! – os outros três reviraram os olhos – Ah James, você viu quem acaba de chegar?

- Não. Quem? – perguntou o rapaz desinteressado, roubando um salgadinho das mãos do gorducho.

- A Evans. – o olhar de James logo correu solto pelo salão, tentando localizar o seu alvo ruivo, fazendo Sirius rir de sua patética atenção pela garota - Parece que o namorado terminou com ela pra ficar com outra, e ela está arrasada... – comentou Peter sem interesse, engolindo dois salgadinhos de uma só vez.

- Como é que é? O namorado terminou com ela? Quando foi? Como você sabe? – perguntou James afoito, sacudindo o amigo que se engasgou com a sua afobação, arrancando mais risos de Sirius, enquanto Remus sorria revirando os olhos.

- Foi hoje, pouco antes da festa... parece que ela pegou o tal do Leigh na biblioteca, se agarrando com uma colega de quarto dela, Melissa Adams. Achei que você pudesse achar isso interessante...

- Rabicho, como é que você só me conta isso agora? Eu vou procurá-la! – e James saiu esbaforido ao encontro da ruiva, deixando um Sirius se contorcendo em gargalhadas para trás.

xXxXx

Lily havia desistido de encontrar suas amigas, pelo menos por ora; sentou-se num banquinho do bar próximo à mesa de comida, e se serviu de um drink com guarda-chuvinha rosa, e contentou-se em observar as pessoas dançando. Avistou um rapaz alto e loiro vestindo trajes brancos, e logo tratou de virar para o outro lado, para que ele não a visse. Sim, ela estava sendo boba; mas não queria ser vista por Bryan; pelo menos não por enquanto.

Ao virar para o outro lado, deparou-se com alguém que realmente não esperava ver...

- Ei, Lily, tudo bem? O que está fazendo aqui sozinha?– cumprimentou James, sorrindo sedutoramente, mas a ruiva estava chateada demais para reparar.

- Ah, oi. Você sabe o que dizem; se você está numa festa, não está a fim de dançar ou de conversar, fique na mesa de comida. – respondeu sem ânimo.

- Hum... sinto-lhe informar, ruivinha, mas aqui não é a mesa de comida, é o bar.

- Que seja. O que quer, Potter? – disse cansada, virando-se para encarar o rapaz.

- Ei, por que o Potter? Eu ainda não te fiz nada ainda... – Devido a convivência como monitores-chefes, ambos se chamavam pelo primeiro nome, a não ser quando Lily estava de mau-humor, e então ela o chamava pelo sobrenome.

- Desculpe. É que eu estou um pouco chateada... – respondeu, arrependendo-se um pouco de ter dado detalhes ao garoto, e ao mesmo tempo, de ter sido ríspida com ele; por mais que dissesse o quanto detestava James Potter, ela não podia deixar de pensar que algumas, apenas algumas vezes, ele parecia ser uma pessoa agradável, e até capaz de manter uma conversa interessante; e mais, ele também a divertia.

- Hum... er, eu soube sobre você e o... – começou James, recebendo um olhar indecifrável de Lily, mas que parecia dizer algo como "não se atreva a dizer o nome dele" – Bem, eu sinto muito.

- Sei... – ela arqueou uma sobrancelha desconfiada, tomando mais um gole de seu drink, enquanto James se servia de uma garrafa de cerveja amanteigada.

- Não, é sério, eu sinto muito mesmo. Você deve estar arrasada... – ele tentou dizer isso num tom verdadeiro, porém saiu como algo menos sério do que devia... Lily soltou uma risada presa.

- Ora, por favor, James! Você deve estar adorando tudo isso; na certa pensa que agora eu estou livre para você voltar a me chamar pra sair... e não pense que pode me enganar.

James deu um sorriso enviesado; a ruiva estava certa.

- Bem... não vou mentir pra você, lírio; eu estava mesmo pensando nisso...

- Eu sabia. Mas pode ir tirando o seu hipogrifo da chuva, você continua com menos chances de sair comigo do que quando eu estava namorando. E por favor, não me faça mais ter que falar nesse assunto...

- Ok, tudo o que a senhorita mandar! – Lily meramente olhou para James e soltou um riso frouxo.

- Você é mesmo um palhaço...

- Só quando fico perto de você... – ela revirou os olhos, sem deixar de sorrir um pouco – Mas eu não quero te ver triste hoje, então, me diga: o que é que eu posso fazer pra te animar?

- Por favor, não se incomode; do jeito que eu estou é capaz que eu acabe me irritando com você por qualquer bobagem e você ia acabar chateado... – respondeu Lily, bebendo o segundo drink. Não sabia ao certo por quê, mas agora estava menos inibida, e realmente mais receptiva às conversas de James...

- Não, eu faço questão! E depois; já estou tão acostumado com as suas explosões de raiva pra cima de mim, que acho que estou imunizado. Você pode gritar, e dizer o que quiser de mim, ruiva, mas não vai me chatear. – disse ele com um sorriso bobo, ao que Lily riu mais ainda.

- Você não muda mesmo... ai ai... ok, me conte; seu ego deve estar transbordando de elogios por conta da festa, já que ela foi idéia sua e parece estar sendo um sucesso... certo?

- É, posso dizer que sim... mas o elogio que mais me interessa ainda não veio... – ele insinuou misterioso. Lily olhou em seus olhos para logo desviar, como que ponderando se devia dizer alguma coisa ou não.

- Considere este um elogio. – disse formalmente.

- Muito obrigado, mas eu estava me referindo ao elogio da McGonagall, que tanto implicou com a festa... – Lily revirou os olhos envergonhada, fingindo procurar suas amigas na pista de dança – Mas o seu elogio também é muito bem-vindo, lírio, e talvez ainda mais precioso, já que é tão raro... – completou cortês. Lily bufou internamente; sabia no que aquele papo ia dar.

- Ei, sexta-feira a gente vai se reunir para fazer os relatórios da semana, certo? – desviou completamente do assunto a ruiva, servindo-se de um copo de água e pegando alguns salgadinhos da mesa de comida ao lado.

- Nossa, você tem uma capacidade incrível de mudar de assunto... – James comentou, roubando um salgadinho de Lily – Mas, ok a gente pode fazer isso na sexta. Mas você tinha que pensar nisso agora? Eu tava me divertindo... nem lembrava que tinha aula mais... – Lily revirou os olhos.

- Isso é porque você é irresponsável. – ela disse casualmente, comendo uma cochinha.

- Se você diz... – ele deu um gole na cerveja, olhando-a nos olhos.

Um silêncio se instalou entre eles, e Lily sentiu um vazio; lembrara-se de por quê ela estava conversando com o Potter, e avistou seu ex-namorado de mãos dadas com sua colega de quarto, o vestido mágica – e infelizmente – limpo. Percebeu que os dois aproximavam-se do balcão do 'bar', e Bryan lançou-lhe um olhar de pena. Lily detestava esses olhares. Percebeu que ele vinha em sua direção, e sem pensar, agarrou a mão de James, que foi pego de surpresa, e saiu dali o mais rápido que conseguiu.

- O que houve Lily?

- Er... nada... eu só... – Lily era uma péssima mentirosa; enquanto gaguejava e pensava numa boa desculpa para o que fizera, James já avistara o casal feliz e entendera tudo.

- Vem cá... – e agora era ele que pegava na mão de Lily, de um modo protetor, e a levava para o outro lado do salão, bem longe da presença indesejável dos outros dois.

Lily não sabia porquê, mas se deixara conduzir por ele, e estranhamente apreciara o toque da mão grande e forte do rapaz. Continuava a procurar suas amigas, mas era impossível reconhecer alguém naquela festa; nem sabia como reconhecera James; e depois, ela não sabia como Alice e Emmeline estavam vestidas, e tinham pelo menos mais umas dez garotas morenas vestidas de branco, com máscaras vermelhas...

- Que tal sentarmos ali? – James apontou uma mesa vazia num canto afastado. Lily concordou com a cabeça, e os dois se sentaram à mesa. – Você está bem? – perguntou o rapaz, observando que Lily parecia um pouco pálida e triste, mesmo por detrás de sua máscara.

- Ah... estou bem sim. Hum... onde estávamos mesmo?

Conversaram mais um pouco sobre os preparativos da festa, os afazeres da escola; depois falaram sobre seus amigos, e a vida fora da escola: suas famílias, as férias, coisas preferidas... Lily surpreendia-se a cada palavra de James, e já nem lembrava dos momentos desagradáveis ocorridos naquela noite. Depois de muito conversarem, começaram um concurso de piadas, e isso definitivamente fez Lily rir.

Faltava pouco para a meia-noite. Uma música lenta começara a tocar, e todos os casais – e surpreendentemente, todos os alunos da festa estavam em pares – começaram a dançar ao som da música. Lily sentiu um embrulho no estômago ao ver Bryan abraçado à Melissa. Suspirou.

- Er... eu sei que você talvez ache isso estranho, e... provavelmente vai fazer alguma piada mais tarde, mas... James... você gostaria de dançar comigo? Como amigos, claro. – Lily perguntou, sem idéia alguma de onde aquilo tinha vindo. "Merlin, o que eu acabo de fazer! Convidei o Potter para uma dança? O que está havendo comigo??"

O rapaz demorou um pouco para responder. Estava quase perguntando o mesmo quando a ruiva o fez primeiro. Ficou sem palavras. Pensou que ela talvez estivesse zombando dele, mas descartou a idéia ao ver que ela esperava uma resposta, apreensiva. Seu primeiro intuito foi insinuar algo e transformar aquele momento em piada, mas algo lhe dizia para não dizer besteiras. Sorriu.

- Claro.

James se levantou e deu a mão para Lily, indo os dois juntos para o meio da pista de dança. Ainda meio incerto, colocou sua mão nas costas da ruiva delicadamente, e ela envolveu seu pescoço com receio. Ambos começaram a se mover lentamente ao som da música, ora se encarando um pouco tímidos, ora desviando os olhares para o que acontecia à volta deles.

James não entendia, mas sabia que algo estava diferente em Lily; além, é claro, do óbvio fato de que ela agora estava livre e desimpedida e tê-lo chamado para dançar; sentia que ela o vinha tratando com mais... cordialidade do que antes, como a longa conversa que há pouco tiveram; sim, ela ainda brigava com ele. Mas os momentos agradáveis eram maioria sobre os momentos de discussão, e James sabia que era um avanço.

Por muito tempo achou que conquistá-la era apenas uma questão de orgulho, mas depois passou a reparar o quanto ela poderia ser encantadora e fascinante. E sabia que queria tê-la para si. Mas não era mais um sentimentos frívolo como antes; por mais que a idéia lhe soasse estranha, e Sirius zombasse sempre que podia, James estava procurando por estabilidade e reciprocidade, algo mais maduro, e achava que Lily era a garota perfeita nesse sentido. Além, é claro, de que ele adorava a companhia dela para qualquer coisa. Só de tê-la por perto, já se sentia realizado.

Se era amor? Não sabia. Não tinha certeza. Nunca amara. Como descrever algo que nunca se sentiu? Mas James não se deixava torturar por tais pensamentos; preferia agir e sentir a pensar em conseqüências, e coisas do tipo.

Lily estava confusa; passara todo o tempo em que estivera na festa conversando com seu desafeto mais-do-que-declarado, e Merlin, ela tinha gostado! É claro que já tinha tido algumas poucas conversas agradáveis com ele, enquanto faziam relatórios e afins relacionados à monitoria; mas ele sempre transformava tudo em algum estúpido pedido para sair com ela, e acabava estragando toda a boa imagem que ela construíra a respeito dele. Mas agora era diferente; os dois passaram a noite toda (bem, boa parte dela) conversando, e se conhecendo melhor. Lily detestava admitir isso para si mesma, mas estava começando a ver James de maneira... diferente. Bem, talvez fosse o fato de que ela tivesse acabado de sofrer uma decepção amorosa e James era o primeiro garoto depois do cretino a tratá-la com carinho; sim, deveria ser a carência que a fizera vê-lo com tais olhos. Olhos de... melhor nem dizer.

Lily avistou, não muito longe de onde estava, Alice, trajando preto e branco, abraçada a Frank, os dois dançando romanticamente; de um outro lado, viu Emmeline, vestida como Alice, junto à Remus sentados à uma mesa, conversando, e ele acabara de chamá-la para dançar, timidamente; Marlene resistira aos insistentes pedidos de Sirius, mas agora dançava enlaçando-o pelo pescoço, e rindo de algo que ele dizia. Por fim, os olhos de Lily pairaram sobre Bryan e Melissa, que pareciam apaixonados. Lily sentiu seu estômago afundar, ao que James percebeu, e lhe sorriu amigável; rodopiou-a graciosamente, numa tentativa de alegrá-la e chamar a atenção de Bryan, para que ele visse como ela estava melhor sem ele. Bem, fora isso o que ela interpretara; Bryan instantaneamente a notou, e lançou-lhe um outro olhar triste, ao que Lily lançou um de desprezo, virando a cara e sorrindo para James em seguida. "Obrigada" falou apenas mexendo os lábios. James piscou-lhe um olho sorrindo maroto.

- Boa noite à todos! – saudou o diretor Dumbledore bondosamente – Espero que todos estejam se divertindo nessa magnífica noite de ano-novo! – murmúrios e exclamações de concordância por parte dos alunos – Gostaria de anunciar que faltam poucos minutos para a meia-noite, e desejar a todos um feliz ano-novo!

Aplausos e mais exclamações animadas. James fora falar com Sirius e deixara Lily por um instante.

- Lily... será que a gente pode conversar? – chamou Bryan, puxando a garota pelo braço gentilmente. Lily sentiu um nó na garganta.

- Agora, Bryan? Sinto muito, mas tenho outras coisas pra fazer. – desconversou a ruiva, procurando suas amigas e James na multidão.

- Por favor Lily, eu não queria que você ficasse chateada comigo... vamos conversar, vamos nos entender... quem sabe não podemos ser amigos...? – aquilo era demais para ela.

- Amigos? Bryan, você vem me traindo há dois meses, eu descubro e termino com você porque você não teve a coragem de me contar e terminar numa boa, e agora diz que quer continuar sendo meu amigo? Nem pensar! Agora saia da minha frente, já disse que não quero mais ter que falar com você!

- Lily, por favor! – suplicava o garoto.

Uma voz anunciara: um minuto para a meia-noite. Onde estaria James, e suas amigas? Por que ela tinha que passar o último minuto do ano discutindo com aquele imbecil?

- Ei, você não escutou não? Cai fora e deixa ela em paz. – disse James em tom autoritário, chegando do nada.

- E quem é você pra me dizer o que fazer? – rebateu Bryan.

- Monitor-chefe que pode te descontar pontos, e ahn... ah é. O cara que vai quebrar a sua cara se você não deixar a Lily em paz.

- Lily, vamos para outro lugar conversar, por favor? – falou o loiro, ignorando as ameaças de James. Lily deu um passo para trás, recusando a mão que o garoto lhe oferecia.

- Bryan; me deixe em paz!

- Lily, eu só... – o rapaz não pôde terminar a frase; James o atingiu em cheio com um soco no nariz.

- James! Não precisava ter feito isso... – repreendeu Lily, chocada. Poucos foram os que repararam no acontecido, mas não deram atenção; estavam preocupados com suas resoluções de ano-novo.

- Lily, você vai deixar que ele me ataque assim sem mais nem menos? – choramingou Bryan, cambaleando.

- Pode bater mais se quiser! – falou para James, que deu outro soco, dessa vez no queixo, de Bryan.

- Você está bem, Lily? – ele perguntou preocupado. Bryan deixou a pista de dança, o nariz inchado e o lábio sangrando, acompanhado de uma Melissa histérica.

- Estou... Obrigada, James. Aquilo foi... legal. – falou Lily, um pouco tonta.

- À seu dispor. – agradeceu James, sorrindo. – Olha, o ano já vai virar, e provavelmente você vai querer passar com as suas amigas, então eu vou procurar os meus... – ele disse com um sorriso amigável.

- Não, fica... quero dizer, se você quiser, é claro. – ela consertou, um pouco corada – Mesmo que quiséssemos acho que não iríamos encontrá-los e... bem, seria tão ruim passar a virada do ano comigo? - zombou.

- De modo algum... - ele sorriu galante

- Obrigada. – sorriu Lily agradecida.

10!

A contagem regressiva começara...

9!

Todos contavam juntos...

8!

Lily e James se encaravam, em silêncio...

7!

O tempo parecia passar lentamente...

6!

5!

4!

Lily avistou Bryan sentado numa cadeira e Melissa encarando-o emburrada...

3!

Lily voltou seu olhar para James, que continuara a encará-la sorrindo... ela sorriu timidamente para ele. James estava frente à Lily, a distância muito pequena, prestes a tomar uma atitude...

2!

Lily foi mais ágil que James...

1!

... E o beijou. James se surpreendeu com a atitude da ruiva, mas não hesitou em corresponder; beijá-la já estava em seus planos antes. Lily não tinha certeza do porquê tinha feito isso; quando deu por si já estava com as mãos em volta do pescoço de James e puxando-o para perto de seus lábios. Não sabia se fora pelo fato de ter se sentido diminuída, despedaçada e carente devido ao recente e trágico término de seu namoro, mais a raiva que agora sentia do ex-namorado pelo o que acabara de acontecer; ou por ter finalmente percebido que James era alguém interessante, e que, valia a pena – será?; ou então pela opção mais provável: o estresse e trabalho excessivo estavam deixando-a louca.

O fato é que ela tinha beijado James. E ainda estava beijando, mesmo depois de todos gritarem "Feliz Ano Novo!" ou "Viva 1978!" e uma chuva de estrelas cadentes mágicas caírem sobre suas cabeças. E o mais estranho, - apesar de o simples ato de beijá-lo já ser completamente bizarro – é que era gostoso. Beijar James Potter era realmente muito bom. Por que nunca experimentara antes?

Porque ele é James Potter. E você é Lily Evans. Apenas por isso.

Pronto. Aquela vozinha irritante que sempre dizia a Lily o que fazer e o que não fazer, acabara de condenar o seu ato extremamente espontâneo e passional. Lily rapidamente abriu os olhos e empurrou James, deixando-o muito confuso, mas satisfeito.

- Lírio... quando eu penso que você não pode mais me surpreender... ei, espere! Aonde vai? – chamou James, ao ver que Lily se afastava no meio da multidão. Tentou segui-la, passando por um casal que continuava se beijando apaixonado (Sirius e Marlene, quem diria!) e outro que agora dançava a música lenta abraçados (finalmente, Remus e Emmeline!)

Lily conseguiu escapar da festa e subia as escadas correndo, amaldiçoando-se internamente.

"Você só pode estar mesmo louca, Lily Evans! Como pôde beijar o Potter?!"

James corria para alcançar Lily; era meio inútil correr tanto, já que sabia que ela só poderia ir a um lugar: a sala comunal. Ao passar pelo buraco da Mulher Gorda, se surpreendeu quando não viu sua amada sentada no sofá da sala. Constatou que chegara tarde demais e que ela já tinha ido dormir.

Se James tivesse pensado em olhar no Mapa do Maroto, teria visto que Lily não estava onde ele imaginava; mas em outro lugar.

Na sacada da Torre de Astronomia, Lily observava a lua pensativa.

Quer ela encontrasse a solução para os acontecimentos dessa noite, quer não, tinha certeza de uma coisa:

O novo ano traria muitas novidades...


E então? Gostaram? Odiaram?

Já comecei a escrever o segundo capítulo, e, dependendo da aprovação, eu postarei logo! Portanto... reviews! ;D