Disclaimer:O universo de HP não me pertence, infelizmente. Eu não ganho dinheiro com isso, só diversão.

Sirius e Bellatrix!

N/A:Fic vencedora do I Challenge de Adultério do Fórum 3 Vassouras.

XD

Enjoy it!

Capítulo I: O Convite

Andromeda amassava manualmente os legumes dispostos sobre a pia da cozinha. Pensativa, ela preparava o prato de comida da pequena Nimphadora, que agora tinha pouco mais de três anos de idade. A menina estava sentada em uma cadeira-alta fazendo graça para chamar a atenção da mãe, que, apesar dos esforços da filha, permanecia absorta na tarefa culinária. Um fraco estalido veio da sala, mas Andy não chegou a percebê-lo; só notou que haviam aparatado em sua casa quando alguém a assustou.

_ Por Merlin! O que foi que fez com o cabelo da sua filha?! – perguntou Sirius, perplexo, ao entrar na cozinha e deparar-se com o bebê, que tinha nas madeixas uma estranha mistura de cores - do cinza-chumbo ao amarelo-canário - e formas - do "liso-escorrido" até o "encaracolado-mola-de-relógio".

_ Sirius! Não ouvi você chegar... – saudou-o, parecendo cansada e abatida. Viu a filha e suspirou – Ah... Nimphadora! De novo, querida?! Também não sabemos ao certo, mas tudo indica que ela é uma metamorfomaga... – completou a mãe, voltando-se para a filha e, com um gesto de varinha, fez os cabelos da menina voltarem a ser castanho-escuros e levemente encaracolados.

_ Pobrezinha... – declarou Sirius, rindo da tentativa frustrada da prima, pois, segundos depois, mechas de formas e cores variadas voltaram a crescer – é contagioso? – zombou, bagunçando, com um afago carinhoso, o cabelo multicor da menina, que esticava os bracinhos rechonchudos e gritava animada com a chegada do moreno.

_ Sirius! – protestou Andromeda, mas acabou rindo também – Ela faz isso quando quer chamar a atenção. Lembra quando os olhos dela mudavam de acordo com o humor? Pois então, eram os indícios... para falar a verdade, é um dom muito raro...

_ E tem cura? – continuou Sirius, em tom de brincadeira.

_ Continue sugerindo que minha filha está doente e você vai ver o que lhe acontece!! – ameaçou, também em tom de brincadeira.

_ Eu estava só brincando, Andy... – rendeu-se o moreno, aproximando-se da prima e dando-lhe um estalado beijo na bochecha – mas agora, falando sério, ela vai ficar mudando o cabelo assim para sempre?

_ Não... Eu já disse que ela só faz isso quando quer chamar a atenção, não é, sua chatinha? – falou a mãe brincalhona, começando a tentar dar a comida para a filha, que não parava quieta.

Embora Andromeda tentasse insistentemente colocar a colher com a papinha de legumes na boca na filha, a garota parecia não ter a intenção de colaborar com a mãe. Quanto mais Andromeda tentava, mais a menina se esquivava.

_ Six... – ameaçou choramingar a criança, ainda esticando os rechonchudos bracinhos em direção a Sirius.

_ Deixe de ser manhosa, Nimphadora! – ralhou a mãe – você não vai ganhar colo até comer todo este prato de comida!

_ Ah, Andy... não seja chata! – protestou Sirius, dirigindo-se até a menina e pegando-a no colo – não podemos culpá-la por preferir me abraçar a comer essa meleca colorida...

_ São legumes, Sirius!! As crianças precisam de vitaminas para crescerem saudáveis, sabia? – retrucou a mãe.

_ Ela parece bem saudável para mim... – insistiu, começando a brincar com a sobrinha. A cozinha se encheu com os gritinhos agudos e animados da menina, que se divertia enquanto Sirius a lançava ao alto e pegava novamente.

_ Eu decido se minha filha está saudável o suficiente, Sirius – retrucou Andromeda, contrariada, acabando com a brincadeira dos dois ao fazer a filha voltar ao cadeirão com um aceno de varinha.

_ Ok, ok... me desculpe! O que é isso? – perguntou Sirius, pegando um luxuoso envelope de cima da mesa, na tentativa de mudar de assunto, pois a prima mostrava-se levemente irritada, já que a filha insistia em não querer comer.

_ O-o convite de casamento da Cissy... – respondeu, com mais um longo suspiro.

_ Ela vai mesmo se casar com o Malfoy? – perguntou, incrédulo, embora tivesse a resposta bem escrita em garrafais e rebuscadas letras douradas, no papel em sua mão.

_ E você acha que ela teve escolha? – retrucou Andromeda, parecendo aborrecida.

_ Você teve, eu tive... Ela poderia ter tido também, se quisesse... – respondeu, seco – a diferença é que você e eu tivemos a coragem de escolher!

_ Você sabe que não é assim, Sirius... – defendeu, ainda lutando com a filha, que, agora, derrubava a comida por toda a roupa.

_ Não vamos discutir sobre isso, Andy... – declarou, encerando o caso – mas, enfim, você vai?

_ Não. – respondeu, parecendo realmente chateada.

_ Por quê? – quis saber, percebendo a mudança de humor da prima.

_ Ted e Nimphadora não podem ir... – respondeu, tentando dar à resposta um tom casual.

_ Ah, Andromeda!! Veja isso! E você ainda a defende?! – protestou, indignado.

_ Não é culpa dela! – defendeu a irmã mais velha – você sabe bem que nenhum muggle ou half-blood pode entrar no número 12 do Grimmauld Place! Não quero nem pensar nas azarações e feitiços pelos quais que meu marido e minha filha teriam que passar se chegassem perto de lá!

_ O casamento vai ser lá? – perguntou ele de súbito.

_ É claro que vai! A última Black a deixar a família... Aonde mais se poderia reunir todos os puros-sangues do Reino Unido? – confirmou a mulher, desistindo de tentar dar a papinha de legumes à garota, que fazia cada vez mais caretas e bagunça, e entregando-lhe uma suculenta maçã.

_ É mesmo uma pena... pagaria para ver Nimphadora chamando a Titia Druella de Vovó... – zombou.

_ O caso é que minha irmã caçula vai se casar no sábado e eu não estarei presente... – declarou com um fio de voz, descontrolando-se por um momento e atirando o prato na pia.

_ Ei! – chamou ele, aproximando-se da prima e abraçando-a – não fique assim, Andy! Eles não merecem!!

_ Ela é minha irmã, Sirius... a pequena Cissy que eu vi nascer e ajudei a cuidar... – falou, com a voz embargada por lágrimas teimosas, que começaram a escorrer pelo rosto bonito da bruxa.

_ Se ela se importasse com você metade do que você se importa com ela e se realmente quisesse que você fosse... – começou ele, escolhendo as palavras, para não magoar ainda mais a prima – ela daria um jeito...

_ Ela disse que eu posso ir sozinha, sem eles... Ted teria que ficar com Nimphadora só por uma noite, pelo menos durante a cerimônia... – falou, enxugando os olhos com as mãos – mas eu não conseguiria voltar lá sozinha... sentir o olhar deles, o julgamento deles... se ao menos eu fosse "rebelde" como você... – brincou, olhando com ternura para o primo.

_ Acredite, eu não enfrentaria aquela família de novo só para agradar um irmão, nem que Regulus estivesse se tornando Ministro da Magia... Aliás, aquele panaca não teria condições para isso...

_ Narcissa não é assim... ela é jovem ainda, é meiga e delicada... – insistiu Andromeda – se ao menos eu... – começou, mas parou, olhando para Sirius, parecendo inusitadamente feliz, de uma maneira que parecia impossível a alguém que estivera chorando segundos antes.

_ Ah, Sirius... por favor! – pediu, com um olhar suplicante.

_ "Por favor" o quê? – ele perguntou cauteloso, estranhando mais uma súbita mudança de humor.

_ Se você pudesse... com você eu poderia... seria perfeito!! – ela falava frases desconexas, ainda olhando vidrada para o primo – sei que seria um grande sacrifício para você... mas, por favor, Six...

_ Andromeda, você está me assustando... – falou, ainda sem entender – do que é que você está falando?

_ De você ir comigo ao casamento! – respondeu prontamente.

_ Não! – respondeu ele, ainda mais rápido – sem chances, Andy...

_ Ah, Six... por favor... – insistiu a prima.

_ Não me venha com "Six", Andromeda... eu disse NÃO! – reforçou, fechando a cara, emburrado.

_ Sirius, você tem noção do que pode me acontecer se eu for sozinha a esse casamento? – perguntou, exasperada.

_ Tenho. E é por isso que eu estou dizendo que não vale a pena ir! – retrucou, azedo.

_ Por favor, Sirius... – ela pediu mais uma vez.

Sirius permaneceu em silêncio por alguns instantes, visivelmente aborrecido, sem entender como a prima poderia ter lhe pedido uma coisa assim. Para evitar a resposta rápida e impensada que daria a qualquer um que se atrevesse a lhe fazer uma proposta tão absurda, ele voltou sua atenção mais uma vez para pequena Nimphadora, que parecia alheia aos acontecimentos a sua volta e continuava a brincar com a comida, agora rodando a maçã na bancada da cadeira-alta.

Andrômeda olhava ansiosa para o primo. Sabia a gravidade de seu pedido e podia sentir os neurônios dele trabalhando freneticamente. Ele estava dividido em ter que acompanhá-la ao casamento e voltar à odiada casa dos pais ou deixá-la ir até lá sozinha, podendo sofrer todo tipo de insulto e desaforos. As feições do moreno tornaram-se, de repente, extremamente desagradáveis e, com um muxoxo de irritação e um rápido palavrão, ele concordou.

_ Certo... mas só para a cerimônia!! – cedeu, a contragosto, fazendo a prima pular de alegria e se agarrar em seu pescoço, num abraço agradecido.