Dos fundamentos...

"O amor fez dos meus dias tristes algo simples e fantástico, tão mágico que engoliu minha solidão, me fazendo pensar em eternidade e levou embora meu medo"

Ele olhou mais uma vez para mulher deitada ao seu lado. O som de seus dedos sobre o teclado do notebook não perturbavam o sono dela. Ela estava cansada, eles tiveram um dia corrido, animado e o resto de energia que tinham fora usado para fazer aquele amor gostoso que ela adora e ele... Bem... Ele adorava!

Lisa resmungou no sono, mas não despertou quando um carro buzinou alto na rua. Olhá-la era gratificante, algo além da razão, além de tudo que ele já experimentara. Linda como ela só, ela ficava mais linda dormindo. Emanava paz e tranqüilidade, energia positiva e contagiante. Desperta isso tudo se multiplicava por mil.

- Hugh?

- Sim, querida!

Ela preguiçosamente abriu os olhos, como uma gata aninhou-se contra o peito dele se esfregando em seu corpo. Hugh curvou - se sobre ela, depositando um beijo suave em seus cabelos.

- Você perdeu o sono?

- Na verdade ainda não dormi... – ele falava a verdade. Após fazerem amor, ela apagou em seus braços. Ele entendia que o cansaço havia drenado toda a energia de seu corpo, mas de alguma forma, toda a movimentação do dia tinha injetado adrenalina em seu corpo e ele não conseguira dormir, ficou horas segurando – a entre seus braços e depois a deitou gentilmente sobre os travesseiros. Tentou ler, mas sua mente estava cheia de coisas que precisavam sair de alguma forma, ele descartou a música porque o som iria desperta-la e então lhe sobrou o papel. Levantou-se e pegou o notebook, mas mal havia começado a escrever quando ela acordou.

- Não conseguiu dormiu ou não teve sono?

- Não tive sono!

- Pois eu estou morta...

- Então dorme querida!

- Não quero deixar você sozinho...

- Não se preocupe... Te ver dormir me acalma!

- Você é estranho.

- Você também e eu te amo!

- Eu também te amo!

- Bons sonhos querida!

- Não fique me olhando por muito tempo, pode fazer o encanto acabar...

- Nunca!

- Boa noite, estranho!

Ela se afastou do corpo dele e se enroscou com os travesseiros novamente, a coberta de lã rolou sobre os quadris e expôs o bumbum coberto de seda rendada. Hugh sorriu porque era engraçada a forma como o humor dela afetava a maneira como ela se vestia inclusive a roupa de dormir. A renda e a seda significavam que ela estava de muito bom humor!

Lisa suspirou e Hugh reconhecia que aquele era o sinal de que ela voltara para o mundo dos sonhos!

Ficou alguns minutos mais a olhando dormir e pensou em quanto tempo perdeu temendo se render aos encantos dela e aos sentimentos que tinha por ela. Quanto tempo ficara sem tê-la nos braços, ou sem fazer amor com ela, por medo? Medo de colocar as carreiras de ambos em risco, de expô-la, de se expor, medos e mais medos...

Lembrou - se do dia em que ela se ofereceu completamente a ele, sem medos e sem pudor. Ele se negou a levá-la para cama porque não queria feri-la, não queria que ela saísse magoada daquilo tudo. A reação dela foi dizer que nunca desejara alguém na vida como o desejava e, se só poderia ter uma parte dele, era essa parte que ela aceitaria. Até que seu coração não se contentasse mais com metade dele, aí ela abriria mão de tudo, mas sofreria sabendo que pelo menos tivera um pouco dele. E ele não pôde mais se segurar e a amou, e como a amou... Como se dependesse do corpo dela para viver, como se seus suspiros e gemidos fosse alimento para fome que seu corpo sentia há muito tempo. Nunca se sentira tão completo dentro do corpo de uma mulher.

Outra cena que não saía de sua mente é a imagem dela nua e entregue. Como esquecer o brilho intenso de seus olhos quando seus corpos se uniram pela primeira vez? Ou forma deliciosa como ela arqueou o corpo para ele? Não havia como... Estava para sempre guardado em sua memória e se repetia cada vez que faziam amor, não importava o quanto estavam cansados ou quantas vezes já haviam se entregado ao prazer, era sempre especial.

O medo deixou de existir no momento em que a levou para cama pela primeira vez, ele não temia mais nada porque sabia que nada seria páreo para o que sentia por ela e aquela intensidade de sentimentos era completa e apaixonadamente correspondida. Como ele sabia disso? Bastava olhar naqueles lindos olhos e pronto, ele sabia que ela o amava tanto quanto ele era louco por ela.