"Um dia, querido, algo despertará sua paixão por aventuras novamente". Como se suas "aventuras" quando criança, correndo pelo Condado á procura de elfos, não fosse o bastante para a filha do Velho Tûk.
"Ou alguém irá."
Claro. As expectativas altamente irreais envolvendo sua vida amorosa.
"Eu sou um Bolseiro, mamãe."
Um típico Bolseiro, na verdade. Prático, realista, caseiro.
"Meio Bolseiro. Mas suponho que seja o bastante."
Quem a visse nesse momento pensaria que Belladona não apreciava as qualidades da família de Bungo. E quem acreditaria no contrário? Bolseiros e Tûks eram opostos.
"O quê quer dizer?"
"Quero dizer que apesar de carregar igualmente o sangue de ambos os clãs, é evidente qual deles é o mais forte em você."
" Agora sim. Mas quando pequeno o lado Tûk prevaleceu ."
Talvez pelo peso de ser filho único ou talvez por amor á mãe Bilbo, ás vezes, se deixava invadir por lembranças de sua infância. Naquela época era feliz envolto em lama e folhas. Hoje, no entanto, livros, sete refeições ao dia e chá o deixavam muito mais feliz.
Beladonna sorriu, um brilho divertido no olhar.
"Um a um."
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"Minha mãe te adoraria." – Disse Bilbo, perdido nos braços do Rei Sob a Montanha.
"Hum... mesmo?"
" Ela sabia que você viria."
Thorin parou seus beijos á meio caminho do pescoço de seu amante.
"Sua mãe tinha visões?"
"Não."
"..."
"Então ela era uma...uma feiticeira?"
"Não!"
Mas antes que o Senhor de Erebor pudesse responder, teve uma de suas tranças puxada.
"Rude!"
No entanto, não se deixou abalar. Logo voltou á suas ministrações; lábios, dentes, mãos determinados á vingar a pobre trança.
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Dois a um. Bilbo era, provavelmente, o único filho no mundo feliz ao provar sua mãe certa.
