Título: One
Autor: Poly
Beta: Nina
Categoria: B&B, contém spoilers para 6 temporada
Advertências: nenhuma
Classificação: T
Capítulos: 1/2
Completa: [ ] Yes [X] No
Resumo: Somos um, mas não somos os mesmos. Bem, ferimos um ao outro e estamos fazendo de novo.
N/a: Tinha que dar vazão à minhas teorias conspiratórias... Resolvi usar a ideia do anel junto com isso, dando uma solução um pouco diferente do que imagino que vá acontecer. Talvez tenha me pirado um pouco na batatinha, eu sei...
É uma história curta, e o 2 deve sair ainda amanhã.
Trilha sonora: One - U2
ONE
Booth estava distraído. Foi só depois de errar a fechadura da porta várias vezes é que percebeu que estava tentando abrir a porta do apartamento com a chave de ponta cabeça. Ele entrou, jogando as chaves sobre a mesinha na entrada e suspirando. Com o encontro estranho que acabara de ter, qualquer um ficaria distraído.
Max entrara pelo Diner, e Booth tinha quase certeza que não havia sido coincidência.
Em um dia confuso, o homem viera confundi-lo ainda mais.
Max sentara-se com ele, emplacara conversa de forma amigável, fizera algumas piadas. Mas Booth notava, por sua linguagem corporal, que havia algo mais naquele encontro aparentemente ao acaso.
E acertou, alguns minutos depois.
-Filho, você sabe quanto te considero, não sabe? Que eu jamais iria querer te prejudicar.
Booth baixou a mão que segurava a xícara, apreensivo a respeito do que estava por vir.
-O que você está tentando me falar aqui, Max?
O homem mais velho suspirou pesadamente.
-É a respeito dessa jornalista que você está namorando.
-Como isso pode te dizer respeito? – perguntou Booth, na defensiva.
-Por favor, só escute. – disse Max, segurando o braço dele quando Booth ameaçou levantar – Não diz respeito à Tempe, não dessa vez.
Booth se ajeitou na cadeira, disposto a ouvir.
-A primeira vez que ouvi o nome dessa jornalista, reconheci vagamente, mas não pude me lembrar exatamente de onde.
-Ela trabalha em telejornais, é claro que...
-Mas há poucos dias... – continuou Max, mais alto – remexendo em alguns papéis velhos, me lembrei de como e onde havia ouvido.
Booth estava prestando total atenção.
-Um colega meu, há algum tempo me disse isso acompanhado do nome dela: "Se você quiser descobrir algo, deve procurá-la".
-Mas é claro, ela é uma jornalista!
-Você não entendeu. "Algo" como um segredo sórdido para poder manipular a pessoa. Algo como informações de difícil acesso pelo qual pessoas matariam.
Booth rolou os olhos.
-Não vou mais ouvir essas besteiras, Max. – disse ele se levantando.
-Eu estou preocupado com você, filho! – disse Max, se virando antes que o agente pudesse sair – Por favor, leve em conta o que eu disse.
Booth mirou o homem por alguns segundos. Sua expressão era de alguém que realmente se importava e seus olhos eram sinceros.
-Eu preciso ir. – disse por fim, saindo.
E agora ele estava ali, sentado no sofá da sala, mirando o teto. O apartamento estava vazio e silencioso. Hannah trabalharia até mais tarde. De novo.
Desde o assassinato da Coveira, desde que Booth havia contado à namorada a respeito de Brennan, que ela andava evasiva. Dizia que estava trabalhando mais, que vários assuntos requeriam a atenção dela, mas para ele aquilo era uma fuga.
Booth bateu no peito, abarcando um volume sob o paletó. Um volume quadrado no bolso interno.
Por que ele havia comprado aquele maldito anel? Ele não sabia.
Ele não iria pedir Hannah em casamento. Droga, ele nem queria se comprometer àquele ponto! Não agora. Não com ela.
Mas quando seus olhos recaíram no delicado trabalho de ourivesaria... no contorno prateado, na pedra recortada de forma tão perfeita... ele sentiu como se tudo deixasse de fazer sentido. Como se ele fosse tragado de volta para um sonho.
Um sonho alguns anos atrás, um sonho que ainda lhe parecia tão real toda vez que se recordava. E ao retornar a esse sonho ele viu, com muita nitidez, a mão delicada de sua esposa, aquele belo anel repousando em seu dedo anular. Brennan, sua esposa.
E então, em um impulso, ele comprou o anel. À hora justificou o ato a si mesmo dizendo que não poderia deixar passar aquela incrível coincidência. Que ele tinha que comprar aquele anel.
Mas então, algumas horas depois, já não tinha certeza.
Ele olha para a porta por onde, talvez logo, talvez dali a algumas horas, a namorada vai entrar. Hannah faz bem a ele. Ela é fácil de conviver, ela torna as coisas mais leves. Mas ele tem certeza que ela não é o tipo de mulher de se amarrar a um homem. Ainda se lembra muito bem da vez em que fez um jantar surpresa para ela e da forma como a mulher perguntou, com medo no olhar, se ele ia pedi-la em casamento.
Não. Hannah não é esse tipo de mulher. O problema é: ele é esse tipo de homem.
Cansado de se debater com aquelas questões, ele levantou do sofá. Iria tomar um bom banho e se deitar, mesmo que ainda fosse cedo. Ele precisava descansar.
Algumas horas depois, no quarto escuro, seu sono leve, herança dos tempos de exército, o despertou para movimento no quarto. Viu a silhueta de Hannah se aproximar da cama, e logo depois sentiu o lugar ao seu lado afundar. Ele esperou.
-Seeley?
Pensou em não responder. Ela assumiria que ele estava dormindo. Mas achou que não seria justo, por mais que não quisesse conversar àquele momento.
-Hey. Você demorou.
-A pesquisa me tomou mais tempo do que eu pensei que tomaria. Mas ao menos consegui terminar tudo.
-Que bom. Acha que amanhã vamos conseguir jantar juntos?
-Eu não sei, Seeley... Ainda tenho três matérias para redigir, acho que terei que trabalhar até tarde.
-Está bem então, fazemos algo no final de semana.
Ele ouviu o ruído suave dos lençóis, e ela deitou sobre seu peito. Logo adormecia. Mas ele ficou quieto por muito tempo. Estava casado, mas sua mente não parava. Já havia algum tempo que ela andava inquieta. Desde... desde a descoberta a respeito do assassino da Coveira, e depois, no caso das esposas-irmãs. Desde que relembrara o papel que sua melhor amiga ainda tinha em sua vida.
Fora durante aqueles casos que ele se perguntou se algum dia teria com Hannah a confidência que tinha com Brennan. O conhecimento profundo, a confiança cega. Algum dia ele teria aquilo com outra pessoa?
Perdendo a batalha, Booth ajeitou a namorada adormecida na cama e se levantou. Se não iria conseguir dormir, de nada adiantava ficar deitado. Ele caminhou até a cozinha, pegando um copo no armário e voltou para a sala para pegar a garrafa de uísque. Foi então que notou um brilho estranho na mesinha da entrada.
Se aproximou. O celular de Hannah emitia uma luz fraca, e no visor aparecia o recado de várias mensagens recebidas, e um número ainda maior de chamadas perdidas. E, enquanto ele estava olhando, o celular começou a vibrar indicando uma nova chamada.
Jimmy chamando.
Ele não se lembrava de nenhum Jimmy. Hannah normalmente falava dos colegas de trabalho, mas nunca havia mencionado aquele nome. E por que o cara estaria ligando tão insistentemente para ela, àquela hora? Passou pela cabeça de Booth que, talvez aquilo pudesse ser uma emergência. E pegando o telefone, o atendeu.
Antes que pudesse falar qualquer coisa, uma voz grossa fez-se ouvir.
-Até que enfim, garota, já estava desesperado! Posso saber por que você não apareceu hoje? Eu paguei pelo pacote, você não pode me evitar!
O homem finalmente ficou em silêncio, e Booth resolveu falar.
-Aqui é o namorado da Hannah. Ela está dormindo.
Booth esperou pela resposta, mas ela não veio. E logo depois, o homem simplesmente desligou. Ele ainda ficou um tempo parado, mirando o telefone. Do que exatamente o cara estava falando? Pagou pelo pacote?
E naquele momento, ele se lembrou da conversa que teve mais cedo com Max, e foi como se algo dentro dele congelasse. O que acabara de acontecer era estranho demais, mas se encaixava na teoria maluca do pai de Brennan.
Não, disse Booth para si mesmo, isso é impossível.
Seus olhos repousaram no laptop e na mochila da namorada, sobre a mesa da copa.
Por que você não tira a prova?
Não posso invadir a privacidade dela dessa forma... ela é sempre tão protetora com relação a essas coisas...
Protetora... por que ela é protetora?
Booth se aproximou. Ele abriu a mochila devagar, dizendo a si mesmo que era só para se tranquilizar. Olhou para o corredor dos quartos. Se sentia um garoto lendo pornografia escondido, com medo de ser pego.
Havia uma pasta grossa ali dentro. Ele a puxou para fora. No topo da pilha de papéis, estava uma pesquisa sobre os índios americanos da área de DC. Ele sorriu para si mesmo, repetindo que estava sendo paranóico. Hodgins se orgulharia dele.
Ele levantou a folha, esperando encontrar mais páginas da pesquisa, mas no lugar viu apenas um texto redigido. Não deu maior importância ao caso, não até detectar remotamente alguns nomes conhecidos. Então parou para ler do começo.
O texto narrava exatamente a conversa que os dois haviam tido alguns dias antes, quando Booth contara à ela sobre Brennan, e a forma como se declarara. Por que ela havia anotado aquilo? Seria alguma espécie de diário? Ele passou para a próxima folha, e foi então que realmente se impressionou.
Em uma folha impressa em alta qualidade, estava uma foto que ele reconheceu imediatamente. A foto de uma Brennan menina, que ele vira pela primeira vez quando pegara a pasta do caso dos pais dela.
As coisas pararam de fazer sentido naquele momento.
E, sem mais se importar em ser discreto, ele arrastou a cadeira e se sentou à mesa, investigando o conteúdo da pasta.
Fotos e mais fotos de Brennan fazendo suas atividades diárias, transcrições de conversas, anotações rápidas, informações que nem mesmo ele tinha total conhecimento sobre a vida da parceira... ele revirou tudo, assombrado, aquela sensação de frio que sentira momentos antes se espalhando para cada parte de seu corpo.
Merda! Ele socou a mesa, zangado. Max estava certo. A não ser na parte de estar preocupado com ele. Era com a própria filha que ele devia se preocupar.
O medo e a incompreensão foram repentinamente substituídos pela culpa. Ele havia sido apenas um brinquedo nas mãos da mulher, que nada mais queria além de acessar informações? Mas por que ela queria informações a respeito de Brennan?
Booth largou a pasta, como se fosse algo sujo e vil. Quando é que seu mundo havia virado do avesso daquela forma?
Ele se levantou, andando pelo apartamento. Precisava de mais espaço, precisava respirar. Pegando um sobretudo e as chaves do carro, ele saiu sem fazer barulho. Tinha que achar uma forma de digerir o fato de que colocara tanto esforço e abrira mão de tanta coisa por uma mentira.
~X~
Brennan tentava encaixar a chave na fechadura com as mãos trêmulas. O desespero havia finalmente tomado conta dela quando, depois de bater à porta do parceiro e não receber resposta, ligara em seu celular e ouvira-o tocar... no apartamento vazio. Sem que ninguém atendesse.
Desde a noite anterior que não conseguia contatá-lo. Desde a noite anterior, enquanto andava pela casa com o telefone na mão, que dissera a si mesma para deixar de ser paranóica.
Ele deve estar tomando banho. Disse a si mesma, depois de apertar o botão que finalizava a ligação em seu telefone pela décima segunda vez. Mas a razão interveio. Ninguém leva 4 horas pra tomar um banho.
Não haveria de ser nada. Ela encontraria o parceiro no dia seguinte, talvez fosse até o edifício do FBI encontrá-lo.
Ela balançou a cabeça, sabendo que não faria aquilo. Booth andava estranho nos últimos dias. Andava evitando-a, e ela nem ao menos sabia por quê. Já fazia uma semana desde que ela ouvira a notícia, por Angela, que ele e Hannah não estavam mais juntos. A notícia havia se espalhado feito fogo na palha seca, e Brennan tinha que lembrar a si mesma que não era certo pensar nisso com alívio. Seu parceiro deveria estar realmente mal. Mas nas poucas vezes em que ela conseguira falar com o agente, ele claramente fugira dela. Então, o que estava acontecendo?
Ela havia repousado o telefone na bancada, resolvendo ir dormir e tentar falar com o parceiro novamente cedo da manhã seguinte. Se não conseguisse, iria até o apartamento dele.
E isso a levava até aquele momento. O exato momento que ela finalmente destrancava a porta e a empurrava, ansiosa.
E antes que pudesse notar ou pensar em qualquer coisa, uma voz.
-Bones!
A voz não vinha de dentro do apartamento, mas de fora.
Por um segundo, ela pensou em correr e abraçá-lo, para dar vazão ao enorme alívio que sentia. Mas se deteve bem a tempo, fechando os dois punhos para que não se entregasse.
-Onde você esteve?
Ele estava com as mãos nos bolsos da jaqueta de couro, e deu um sorriso cansado a ela. Um sorriso forçado, sem alegria alguma.
-Por aí. Estava me procurando?
-Desde ontem que não consigo falar com você! Por que não levou seu celular? Você sempre diz para mim carregar o celular pra onde quer que eu vá!
-Acho que esqueci. – ele estava quieto, indiferente demais para com o desespero dela. Aquilo era tão fora do comum.
Booth entrou pela porta aberta do apartamento, tirando a jaqueta e a lançando no sofá.
-Preciso de um café. – disse ele, caminhando até a cozinha.
Brennan entrou no apartamento, fechando a porta e o seguindo. Ele colocou a cafeteira para funcionar, e aquele foi o único ruído por algum tempo.
-Você quer conversar?
Pela primeira vez desde que chegara, ele olhou para a parceira. Realmente a olhou, no fundo dos olhos. Para ela lhe perguntar aquilo, devia estar realmente preocupada.
Ele era um idiota.
-Bones, realmente preciso conversar com você.
Ela trocou de pés, e juntou os lábios em uma linha fina. Previa que algo difícil estava por vir. Apenas não sabia o quê.
Booth desviou o olhar depois de alguns segundos, e tomou o tempo para encher duas canecas com o café fumegante, e ir até a sala, sabendo que ela o seguiria.
Ele a viu sentar-se, os movimentos suaves e lentos. Como começar a contar tudo para ela?
Está na hora de começar. Vai ser a primeira coisa sincera que vai dizer a ela desde que voltou, Seeley.
Havia passado grande parte de seu tempo, desde que saíra de casa na noite anterior, ao lado de Max. E com essa interação, havia percebido certas coisas que não percebera em encontros anteriores. Havia percebido quão pai e filha eram similares.
Ele tomou coragem e mirou Brennan de frente.
-Eu cometi um erro terrível. Cometi um erro de julgamento, e me deixei levar, cego pelo que desejava.
-Eu não estou entendendo.
-A Hannah, Bones. Foi um erro do começo ao fim. Eu... me desculpe.
Ela inclinou levemente a cabeça, da forma que fazia quando estava chateada.
-Você não precisa se desculpar por isso, Booth. – ela parou um momento, pensando se deveria seguir em frente. Os dois estavam realmente tendo uma conversa aberta, então ela poderia falar a respeito daquilo novamente, não? – Você... você disse aquela noite que teria que seguir em frente, e eu entendi. Eu disse que sabia.
-Não, você não entendeu o que estou falando. Eu a julguei erroneamente. Ela não era a pessoa que eu achava que fosse.
Brennan nada disse, esperando ele lhe explicar melhor.
-Esse tempo todo eu achei que ela estava realmente interessada em mim. Mas ela tinha outros objetivos.
-Que objetivos?
-Vender informações confidenciais... sobre você.
-Sobre mim? Por que ela faria algo assim?
-Por que é quem ela é, Bones. Seu pai tentou me alertar, mas quem disse...
-Quando você falou com meu pai?
-Ele veio conversar comigo. Ele sabia. Ele estava preocupado que ela estivesse atrás de informações minhas, mas não. Eram suas.
-Por quê?
Booth prendeu a respiração por alguns segundos. Ainda o revoltava o que ele e Max haviam descoberto.
-Para vender para alguém... alguém que pretendia se aproveitar comercialmente delas.
-Como iriam se aproveitar comercialmente de informações... de que tipo de informações você está falando, Booth?
-Informações pessoais. Para publicar uma biografia não autorizada a respeito de você.
Brennan o mirou, perplexa. Que tipo de pessoa faria algo daquele tipo? Qualquer um que a conhecesse um pouco sabia o quanto ela era reservada quanto à sua vida pessoal. E tê-la publicada por um estranho... ao alcance de qualquer pessoa...
Ele viu o medo passar pelos olhos azuis, e doeu-lhe ainda mais ter que continuar a falar.
-Infelizmente nós descobrimos depois que ela já havia passado grande parte das informações para o cara.
-Quais informações?
-Grande parte do que eu contei para ela... antes de saber de tudo... e mais algumas coisas que ela descobriu.
-O que você contou para ela?
Booth desviou o olhar do dela, incapaz de suportar por mais tempo.
-Algumas coisas... sobre nós, e sobre você.
-O quê?
-Eu estava tentando fazê-la entender, Bones. Não queria que ela te punisse por você ter dito o que disse para mim.
-Você falou sobre meus pais?
Ele concordou com um meneio, devagar.
-E sobre seu irmão, e você entrar no sistema. – disse ele em uma voz arrastada, sem coragem de mirá-la.
-O que mais você contou a ela, Booth? – disse Brennan, o assustando com o tom alto de voz – Contou sobre nossas conversas, sobre o número de vezes que você salvou minha vida ou eu salvei a sua? Você contou sobre tudo que era nosso e deveria permanecer nosso?
-Bones, não, eu...
Ela tinha lágrimas nos olhos, mas, se ele prestasse atenção, perceberia que ele próprio também tinha.
-Bones, me desculpe! Eu queria fazer o relacionamento funcionar, droga! Como iria imaginar que ela era uma maldita exploradora?
-E para isso seria necessário estragar o que nós tínhamos?
-Eu nunca...
-Você me deixou de lado! Você nos deixou de lado! A mim, à Angela, à Cam, ao Hodgins! Pensei que se importasse conosco!
-Eu me importo! Mas estava tentando me afastar o suficiente para seguir a vida sem me sentir miserável sempre que lembrava do que você fez para mim! Você me magoou primeiro, Temperance, e parece que não se lembra disso!
-Eu nunca quis magoar você! Nunca! Mas eu achei que eu realmente não conseguiria, te decepcionaria!
Os dois estavam em pé, as xícaras esquecidas sobre a mesinha. Ambos gritavam. E pela primeira vez em muito tempo, estavam sendo sinceros um com o outro, e colocando tudo para fora. Mas isso não diminuía a dor de tudo que tinham que falar e ouvir. Booth levou a mão aos cabelos, cansado.
-Eu sempre soube quão complexa você era, foi o que me fez me apaixonar por você. Mas eu nunca imaginei que as coisas entre nós poderiam ser tão complicadas, que nós dois poderíamos nos ferir tanto e não quebrar! E mesmo assim, continuamos voltando, de novo e de novo!
Ela o olhou cansada. Com raiva. Ferida.
-Vale a pena no final, Booth?
-Eu não sei. – disse ele. Mas seus olhos diziam que sim. Que ele queria que valesse a pena.
Did I ask too much?
More than a lot?
You gave me nothing now
It's all I got
(Eu te pedi muito?
Mais do que devia?
Você não me deu nada
Agora é tudo que tenho)
We're one
But we're not the same
Well
We hurt each other
Then we do it again
(Somos um
Mas não somos os mesmos
Bem
Ferimos um ao outro
E estamos fazendo de novo)
