Amante Profissional
Romance – Yaoi
Fanfiction de Sion Neblina
Disclaimer: Saint Seiya não me pertecem, todos esses "tarados" de quem escrevo pertencem a Masami Kurumada. Texto sem fins lucrativos, apenas para diversão dos fãs.
Dedicatória: Aos fãs dos meus pombinhos que estavam reclamando de saudade deles. Em especial Amamiya fã e Kojican e Gaby, mesmo sendo U.A. essa fanfiction é pra vocês!
N/A: Alerta: Lemon, lemon e lemon e linguagem altamente imprópria... Sei que tem muita gente que não gosta, mas com o tema da fic fica impossível não ter essas duas coisas. Recomendada apenas para maiores de 18 anos. Aos meus leitores fieis, vocês sabem que eu não sou muito fã de uma palavra chula, mas nesse caso, senti necessidade de fazer dessa forma. Quem quiser ler depois de tantos avisos, boa leitura. Divirtam-se com esse fluffy...
Talvez, eu seja a solução dos seus problemas
I Capítulo
****************
Moreno alto bonito e sensual
Talvez, eu seja a solução dos seus problemas
Carinhoso, bom nível social...
Inteligente e a disposição pra um relacionamento íntimo e discreto
Realize seu sonho sexual...
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Shaka corria pela rua molhada tentando se proteger da chuva e alcançar a portaria do prédio onde morava no momento. Morava? Melhor seria dizer hospedava-se, já que só teria um mês no Japão até o final da divulgação do seu livro naquele país. Preferiu não ficar em um hotel, odiava-os, odiava o contato constante com as pessoas. Pessoas! Estava farto delas; bajuladores, traidores, interesseiros. Sim, era um homem arredio, às vezes. Porém, sabia reconhecer amigos verdadeiros. Sua lista era seleta e antiga, e não possuía nenhuma vontade de ampliá-la. Preferia assim; muitas pessoas são viciadas em cigarros, álcool e outras drogas, ele era viciado em solidão. A solidão era o ópio que o consolava e quase acariciava nas noites insones; sim, como quase noventa por cento dos escritores, ele tinha insônia. E era nas madrugadas solitárias que mais exercitava seu talento.
Muitas vezes, ficava sentado no terraço de seu apartamento na Grécia, observando o movimento das ruas e casas noturnas com um binóculo. Isso era suficiente para no dia seguinte, aparecer com vários capítulos sobre o comportamento humano. O comportamento animal que mais o fascinava e assustava; era o que escrevia; linhas toscas sobre coisas tão prosaicas e não entendia por que se interessavam tanto por elas. Tanto se interessavam que já ganhara o primeiro milhão antes dos trinta anos; um feito no mundo literário. Alguns o chamavam de guru da nova era. Guru, ele? Ria quando via as reportagens e biografias não autorizadas. Eles sempre fazem esse tipo de coisa. A imprensa sempre tenta inventar fatos, quando não sabem nada de fato. E Shaka tentava a todo custo preservar sua misantropia e fugir dos holofotes. Tentava compreender o motivo de tanto interesse, interesse que beirava a perseguição. Mudara-se para a Grécia, fugindo do seu país, exatamente porque não suportava o assédio da imprensa indiana. Mas isso não foi suficiente para se ver livre dos paparazzis.
Subiu a pequena escada do prédio de três andares e abriu a porta de casa com a mão livre, pois a outra segurava a sacola cheia de alimentos orgânicos que comprara numa feira. Tinha sorte! Aquele tipo de alimento era muito fácil de ser encontrado no Japão e parecia que ali, ninguém o reconhecia da capa da Forbes. Ah, a capa da Forbes! Como sentia vergonha daquilo! Como pode ceder aos apelos do seu excêntrico agente?
Entrou na cozinha pequena, mas bem equipada do apartamento e colocou os legumes sobre a pia. Faria uma sopa. As noites de Tóquio eram frias, ideal para aquele tipo de comida.
Foi para o banheiro e tomou um banho quente, prendendo os longos cabelos. Olhou-se no espelho por um tempo, prestando atenção aos sedosos fios dourados; aquilo era excesso de vaidade, quando retornasse a Grécia iria cortá-los bem baixo.
Vestiu-se num conjunto de moletom bege e voltou para a cozinha começando a preparar a sopa de legumes. Gostava daquele clima, a chuva o reconfortava e acalmava sua alma. Ninguém conseguia imaginar que o guru da nova era também possuía problemas como qualquer ser humano e possuía neuras e complexos.
Colocou a sopa no fogo e foi para a sala. Sentou-se no sofá e pegou um livro para ler; tentaria passar o tempo, já que tinha certeza que aquela seria mais uma longa noite de insônia.
****
Ikki corria na esteira da luxuosa academia, quando o amigo subiu no equipamento ao lado começando a correr na mesma velocidade que ele.
- Oi, Ikki!
- Oi, Seiya... – respondeu mantendo o ritmo das passadas.
- Olha, o Tony deixou um recado para você hoje cedo, parece que é coisa boa!
Ikki olhou de soslaio para o amigo com quem dividia o pequeno apartamento. Na verdade, o apartamento era quase uma república, haja vista a quantidade de estudantes que moravam nele.
- Quando terminar aqui passo na agência... – falou continuando com o rosto fechado, sua expressão característica.
- Ok, como anda o Shun?
- Bem.
- E sua mãe?
Seiya perguntou com receio, vendo que o amigo dirigia um olhar aborrecido para ele.
- Bem também, e ela não é minha mãe, é minha tia.
- Certo...
Ikki continuou ainda por mais alguns minutos. O suor já lhe ensopava o short e a regata preta que vestia. Era preciso, sempre gostara de malhar, era vaidoso, mas agora aquilo era questão de sobrevivência. Mais alguns minutos e despediu-se do amigo, caminhando para o vestiário da academia e tomando um demorado banho. Seu pensamento longe, mas animado. Se Tony ligou, com certeza era porque surgiu algum bom trabalho para ele e estava precisando. Terminou o banho e se lembrou que precisava também, passar na reitoria da faculdade. Ah, saco! Ainda teria uma sessão de massagem às três da tarde.
Vestiu-se com a calça jeans Versace e a justa camisa pólo Ralph Lauren preta e colocou a roupa da malhação na bolsa esportiva. Consultou o relógio Armani; Ainda possuía algumas horas. Colocou os óculos escuros Ray-ban e saiu pela academia desfilando seu corpo perfeito e seu estilo despojado, sensual e elegante. E não houve um rosto feminino ou masculino que não se voltasse para olhá-lo.
***
Shaka caminhava pela praia em frente ao pequeno prédio. Estava irritado porque aquele dia teria duas coletivas de imprensa para ir. Para sua sorte, o agente estaria com ele, assim como outros amigos escritores que também fariam divulgação de seus livros pela Ásia. O pior era saber que, além disso, precisaria participar de um coquetel oferecido por algum excêntrico sem ocupação. Aquilo o irritava profundamente.
Preciso meditar. Chegou à conclusão enquanto olhava as gaivotas sobre o mar revolto. O sol da manhã distribuía seu calor reconfortante, mas como possuía a pele muito clara e já fora vítima de queimaduras por se meter a não usar filtro solar, o escritor exibia um chapéu de pano sobre os cabelos que enrolou no alto da cabeça e seu nariz e bochechas estavam cobertos com protetor solar. Sentou-se na areia, verificando que a mesma estava meio úmida e poderia molhar sua calça de tecido fino, mas não se importou, estava muito perto de casa. Ficou assim por muito tempo, perdido sem pensar em nada, totalmente contemplativo.
Ficou por horas e só percebeu isso porque o sol se tornou mais intenso, agredindo sua pele. Levantou-se e voltou para casa. Sabia que passava das dez da manhã, nunca usava relógio porque não precisava, sabia ler o tempo e o astro rei e, por isso, concluiu que teria pouco tempo para ficar pronto antes da coletiva de imprensa. O agente deveria chegar dali à meia hora para pegá-lo.
Voltou para o apartamento; tomou o banho e se vestiu com o terno caro de marca que ele não sabia qual era; nunca se preocupava com essas coisas e só possuía aquelas roupas incômodas, quentes e apertadas, por causa de eventos como aqueles. Como odiava ter que aparecer em frente a uma câmera! Vestiu-se e prendeu os cabelos num rabo de cavalo, bem a tempo de ouvir a irritante buzina.
Saiu à janela e observou o loiro dentro de um luxuoso carro esporte azul escuro. Balançou a cabeça para ele que sorria e desceu para encontrá-lo.
- Milo, você poderia ser mais discreto! – reclamou entrando no carro.
- Bom dia pra você também, Shaka! E sim, eu estava com saudades! – ironizou o grego, dando partida no possante veículo.
***
Ikki encontrou o agente num restaurante que ficava a beira mar. Aproveitaria para almoçar, pois uma coisa que não dispunha era de tempo, sua agenda diária estava sempre lotada de compromissos.
- Esse é o telefone... – disse o homem de meia idade.
Ele examinou o sorriso que aparecia no canto dos lábios do belo homem de cabelos grisalhos. Conhecia aquele sorriso, Tony sempre o oferecia quando o trabalho era realmente bom.
- Tony, o que está me escondendo? – perguntou enquanto examinava o cartão com o telefone.
- Não estou escondendo nada... – ele disse estendendo as mãos bronzeadas sobre a mesa, exibindo as unhas bem cuidadas e o relógio caro que levava no pulso – Só acho que é um serviço que você não deveria recusar...
- E por que você acha isso?
- É tudo da forma que você gosta, Ikki, turista, discreto e com a vantagem de ser bem rico...
- Você sabe que isso pouco importa pra mim, o que me importa é quanto vão me pagar!
- Ah, você tem se tornado tão mercenário! – reclamou o mais velho.
- Você sabe que não estou nessa por nenhum outro motivo que não seja pela grana! – falou irritado – Então, se quer ficar de segredinho, enfia esse cartão no rabo e me deixa que tenho outras coisas a tratar, se é que você me entende!
Ele se levantou da mesa, jogando o cartão sobre ela, e o homem balançou a cabeça.
- Ah, Ikki, esse seu temperamento ainda vai acabar com sua carreira... – falou calmamente – Quantas vezes preciso dizer que devemos ser frios nos negócios?
- Tony, para de embromar ou vou embora! – falou o leonino realmente irritado, já pegando a bolsa com o notebook que estava sobre a poltrona do restaurante.
- Dez mil dólares, Ikki, será que isso é pouco pra você?
O moreno pasmou, depois começou a rir voltando a se sentar.
- Você está de brincadeira? Quem pagaria dez mil dólares por uma trepada?
Tony acariciou o cabelo onde o preto e o prateado se fundiam, e deixou escapar um suspiro enfadado.
- Um mês, um mês para fazer companhia a um velho, alegrá-lo, só isso... – falou Tony – Ikki, isso lhe renderia quatro mil dólares sem impostos, será que é algo muito difícil para se fazer?
- Seis mil...
- Quatro mil, Ikki, ou procuro outra pessoa. – falou Tony firme.
- Cinco e não se fala mais nisso! – rebateu o leonino – Você sabe que eu sou o melhor.
- Eu não posso dar cinqüenta por cento do meu lucro, enlouqueceu? Quatro já está bom demais, é pegar ou largar!
- Ok, eu aceito! – disse e o homem jogou o cartão de volta pra ele.
- Esse é o telefone, é só ligar e combinar tudo.
Ikki pegou o luxuoso cartão e ficou analisando. Depois o guardou no bolso. Fizeram os pedidos, naquele momento, ele só queria comer e sair. Ainda teria uma cheia agenda durante dia.
***
Após a coletiva de empresa, seguiu-se um coquetel com figuras ilustres do Japão e do mundo. Aquilo era a maior das torturas para o escritor; queria voltar para sua casa na Grécia onde poderia ficar em paz, sem imprensa, sem jornalistas e principalmente, sem coquetéis onde só se servia champanhe e comida de origem animal.
Assim que foi possível, fugiu do salão com seu copo de água tônica numa das mãos, e se refugiou na sacada do prédio. Ficou observando a baía de Tóquio coberta pelas nuvens claras naquele final de tarde. Observar a natureza era o que precisava para suportar o final do coquetel.
- Shaka, enfim encontrei você!
- Olá, Mu, estava me procurando?
- Sim, depois daqui iremos esticar a noite por Tóquio, você não quer ir com a gente?
Shaka lançou um olhar irônico para o amigo que riu e balançou a cabeça.
- Ok, sei que você não quer, mas seria bom...
- Não, Mu, obrigado, mas esse país me cansa e preciso terminar um livro que estou escrevendo...
- Você está escrevendo outro livro? – espantou-se o tibetano e Shaka imediatamente corou, percebendo que havia falado demais.
- Sim, quero dizer, é só um conto...
- Tudo bem, eu o Aiolia, o Camus e o Milo vamos aproveitar a noite... Voltaremos para a Grécia no final da semana, você sabe, não é?
- Sim, eu sei. Eu infelizmente terei que passar um mês aqui...
- Pior pro Milo que terá uma maratona de pontes aéreas durante esse mês. Você sabe os ensaios do Camus e do Aiolia serão lançados nos Estados Unidos e eu ainda participarei de uma conferência em Paris, daqui a duas semanas.
- Ah, mas o Milo gosta disso, como ele gosta! – riu o loiro.
- Ah, claro que gosto! – falou Milo que se aproximava e pegava a conversa – Principalmente de suportar escritores talentosos e temperamentais como vocês! Caso se lembrem, esse coquetel é lançamento do seu livro, Shaka, e as pessoas que vieram a ele, querem ver você e não o agente metido a engraçadinho que nesse caso, sou eu!
- Ah, na verdade eu gostaria muito que meu agente literário respeitasse minha forma de vida e nunca mais, nunca mais mesmo, me metesse numa encrenca dessas! – resmungou o loiro.
- Meu querido amigo, se eu não fosse esse agente pé no saco, com certeza seus livros não venderiam como vendem! – defendeu-se o loiro grego – Agora se me dão licença, preciso voltar para o coquetel que você abandonou.
Milo saiu e Shaka bufou:
- Quem foi o louco que fez desse pirralho meu agente literário?
- Você! – riu Mu.
Shaka acabou rindo também. Aqueles eram seus amigos, os poucos que possuía; ainda frutos do único momento da sua vida que a fuga das pessoas se mostrou impossível. Colégio e faculdade. Formaram um grupo literário e após diplomados, Milo o único sem talento para as letras fundou uma pequena agência literária e começou a divulgar os trabalhos dos amigos. Logo se mostrando um negociador brilhante, o que lhe rendeu notoriedade e uma fila sem fim de escritores em busca de sucesso batendo a sua porta.
- Acho que criamos um monstro! – riu também.
- Sim, é melhor que volte para o salão, ainda tem alguns jornalistas querendo falar com você...
- Ok, eu voltarei! – bufou o indiano e voltou para o salão do evento no badalado e luxuoso hotel. Aquilo era tão ridículo que chegava a beira da insanidade. Ele era um escritor espiritualista, não lhe admirava que muitos o considerassem um hipócrita. Milo conseguia transformar cada aparição publica sua num espetáculo circense.
Aproximou-se do agente que era fotografado ao lado de Camus e Aiolia, dois dos seus escritores que também excursionariam divulgando seus livros.
Imediatamente a sua aparição, os flashes se voltaram para Shaka com tanta ânsia que feriram seus olhos.
- Chega senhores, por favor... – pediu, mas a sucessão de fotos continuaram – Senhores, chega... chega senh... chega! CHEEEEEEEGA!
Ele gritou e em fim os flashes pararam. Mirou os jornalistas com o extremo da raiva e Milo e os dois escritores logo se aproximaram temendo o pior.
- Por favor, nosso astro está cansado... – disse o loiro grego e o indiano se virou pra ele.
- ASTRO? ASTRO? EU NÃO SOU UM ATOR, UM CANTOR OU SEJA LÁ O QUE FOR! EU SOU UM ESCRITOR! – gritou no limiar da insanidade – E vou embora agora!
- Shaka, espera!
- Cala a boca, Milo, e nem ouse tentar me impedir!
O grego engoliu em seco e achou melhor deixar que ele fosse. Pediu desculpa aos fotógrafos e jornalistas que ainda permaneciam pasmados. O incômodo ainda perdurou durante um tempo no ambiente. Mas logo se dissolveu e a imprensa passou a dar atenção aos demais escritores.
Aiolia se aproximou de Milo que bebia champanhe num canto, pensativo.
- O que deu nele, Aiolia? – perguntou o loiro, meio magoado.
- Eu sei exatamente, o Shaka está assim desde que levou aquele fora, lembra-se?
Milo encarou o amigo.
- Não chegou a ser um fora...!
- Bem, mas desde então, ele não se aproximou mais de ninguém, você sabe como é complicado para ele se aproximar, ou melhor, deixar que alguém se aproxime. Daquela vez, ele abriu a guarda e levou um soco no estômago!
- Estão falando do Shaka? – perguntou Mu que se aproximava junto com Camus.
- Sim, estou explicando ao Milo que o Shaka está precisando de uma coisa...
Camus, Milo e Mu encararam o rosto malicioso de Aiolia que completou:
- Uma boa, longa e gostosa noite de sexo!
- Isso? Será? – espantou-se os amigos.
- Ah, qual é a de vocês? Eu Já tinha percebido que a neurose de loiro é essa e cá pra nós, ele está cada dia mais chato!
- E o que faremos?
- Não se preocupem, eu já dei o primeiro passo... – os três amigos interrogaram o leonino que logo fez questão de explicar tudo.
***
Ikki ouviu a voz suave do outro lado da linha, parecia à voz de alguém bem jovem.
- Oi, eu sou o Fênix, a agência pediu para que ligasse pra você.
- Ah, sim, claro! - a pessoa do outro lado da linha pareceu nervosa – Me diz como você é, idade, altura, qualquer coisa...
- Eu tenho vinte e um anos, sou moreno, tenho um e oitenta, sarado, gostoso, olhos azuis... o que exatamente quer saber? – perguntou irritado e percebeu o que parecia uma briga pela posse do telefone.
- Alô!
Ikki balançou a cabeça, era outra pessoa que falava agora, a voz era mais grave e levemente rouca.
- Sim, estou aqui ainda...
- Eh, me diz uma coisa, quanto mede seu pau?
- Aiolia! – Ikki riu ouvindo as reclamações da primeira pessoa que acusava o outro de louco, tarado, ninfomaníaco, dentre outras coisas.
- Nunca medi, cara, mas posso garantir que sou acima da média européia, antes que você faça alguma piadinha sobre minha nacionalidade... – respondeu rindo.
Mais uma luta pela posse do telefone e então a primeira voz falou novamente.
- Você poderia vir nos ver? Olha só, será só uma conversa, precisamos verificar se... sabe como é, se você é tudo isso que está dizendo...
- Verificar como, Mu? O que você quer dizer com isso? - A confusão recomeçou do outro lado da linha e o moreno ficou rindo e balançando a cabeça, até que ouviu a primeira voz novamente.
- Você poderia anotar o endereço? – pediu e após anotar as informações que precisava, o jovem oriental desligou o telefone e guardou a caderneta num dos bolsos da bolsa do notebook.
Observou a moça loira que se aproximava sorrindo. Ela o abraçou e o beijou delicadamente nos lábios.
- Demorei? – perguntou.
- Não, meu amor, eu estava ao telefone. E então como foi a aula hoje?
- Foi boa, eu falei com o Shiryu hoje, ele disse que não tem visto você nas aulas, o que está acontecendo, Ikki?
- Ah, é que vou trancar a faculdade por um tempo... – disse e a mocinha parou para olhá-lo antes de entrarem no carro.
- Mas, por quê?
- Ando sem tempo, Esmeralda...
- Mas, isso é o seu futuro, Ikki...
- Eu disse que é só por um tempo! – falou abrindo a porta para ela e depois dando a volta para entrar no carro.
- Isso me preocupa... – falou Esmeralda – Mas, depois conversaremos sobre isso, agora vamos fazer algo mais importante...
Ikki assentiu com a cabeça e deu partida no carro.
***
No dia seguinte, no meio da tarde, ele estava batendo à porta de uma das suítes de um hotel de Tóquio. A pessoa que o atendeu não parecia ter muito mais que sua idade. Seus cabelos longos possuíam uma cor estranha, um lilás e estavam presos num rabo-de-cavalo, ele usava uma camisa de linho branca e calça jeans.
- Fênix?
- Sim...
- Entre...
Ele obedeceu e entrou na suíte com desenvoltura, sabendo que o rapaz que vinha atrás de si, o examinava completamente. Sempre se arrumava mais que o normal e escolhia roupas insinuantes, um jeans justo, uma camiseta D&G de malha fria que se moldava perfeitamente aos músculos definidos do peito e braços e os óculos Ray-ban que realçavam sua aparência de menino mau.
Outro homem apareceu na sala e o olhou também de cima a baixo. Sorriu, demonstrando que era menos tímido que o primeiro.
- Olá, eu sou o Aiolia. Fui eu que perguntei o tamanho do seu pau...
- Aiolia! – repreendeu Mu, corado até a raiz lilás dos cabelos – Ah, me desculpe...
- Relaxem, por favor, isso é normal em minha profissão! – riu Ikki da cara do rapaz de longos cabelos – Então você deve ser o Mu...
- Como sabe meu nome?
- Vocês disseram enquanto brigavam pelo telefone, ontem...
- Ah, claro! – disse o tibetano sentando-se no sofá, Aiolia fez o mesmo e eles ficaram encarando o jovem.
- Você tem experiência nisso? – perguntou o grego.
- Já faço isso há mais de um ano... – respondeu com calma.
- Sim, vamos ao que interessa, então! – falou Mu batendo as mãos nas pernas.
- Vocês querem que eu tire a roupa? – perguntou Ikki com voz sacana.
- Na verdade não seremos nós... – explicou Aiolia retribuindo o sorriso.
- Imaginei, dois homens jovens e bonitos como vocês não precisariam pagar dez mil dólares por uma transa...
- Bem, não será bem uma transa... apesar de que, a pessoa em questão, ainda não sabe disso... – falou Mu – Na verdade, Fênix, precisaremos algo a mais de você, e por isso, estamos pagando tão caro...
Ikki olhou os dois homens, intrigado.
- Olha, se me pedirão pra matar o velho ou coisa parecida, to fora!
- Nada disso! – riu Aiolia – Mas, é que o seu trabalho não será fácil. Você já ouviu falar de Shaka Phalke*?
- Nunca...
Aiolia puxou uma revista sensacionalista de dentro de um cesto e entregou ao rapaz.
- Leia e depois me diga se aceitará o trabalho...
***
Dias depois:
Shaka olhava o sol poente pela janela. Perguntava-se como pudera ser convencido por Aiolia e Mu daquela idéia absurda. Ele sabia que não precisava de companhia, nunca precisara, ah! Estava com ódio de si mesmo por cair na armadilha deles.
Admitia que talvez, há alguns meses atrás, até fosse se divertir com a situação, mas naquele momento não, estava no meio de uma crise existencial e emocional e só queria silêncio e chuva. Era disso que precisava. Precisava voltar para a Grécia e escrever... Se bem, que... um pouco de sexo não fosse fazer mal, mas... não! Estava fechado para balanço, certo que o balanço estava demorando meses, mas carente e necessitado a ponto de precisar de um garoto de programa? Isso só na cabeça dos amigos!
Mas, ele na sua infernal caridade e paciência aceitara a oferta e agora estava arrependido. Sim, se arrependia não da possibilidade de sexo que era bom, sexo revitalizava o organismo; o que o incomodava era a invasão ao seu espaço. Não gostava de estranhos dentro de sua casa. Poderia ter marcado num hotel... poderia...
"Shaka por Buddha! Para com isso, você já aceitou e o rapaz virá. Agora a única coisa que resta a fazer é gozar, pagar e mandá-lo embora!"
Pensava e olhou para o mar agitado a sua frente.
Ah, o que os meus amigos têm na cabeça? Ficar se preocupando com minha vida sexual é o cúmulo do excêntrico! E por que eu só tenho amigos excêntricos?
Mais questionamentos e agora ele já andava de um lado a outro na bela sala de estar.
Ah, que vontade de morrer, por todos os deuses do Olimpo!
No meio de suas queixas internas, a campainha tocou e ele foi atender se deparando com um rapaz moreno, mais ou menos de sua altura. Era bonito, muito bonito, exatamente como os amigos falaram. Bastante jovem e com um corpo de dar inveja a Apolo, e lindo olhos... interessante. Porém, naquele momento o escritor não estava interessado em nada.
- Pensei que fosse mais velho! – Ikki disse entrando no apartamento mesmo sem ser convidado – Alguém tão jovem e com essa cara de anjo não precisa de alguém como eu!
Shaka bufou, fechou a porta e se virou para ele com ironia:
- Eis a questão meu rapaz, você está certo, eu não preciso e nem quero mais... desculpe se perdeu seu tempo, mas desisti...
Ikki o examinou; era exatamente como os amigos lhe contara, a aparência calma e serena escondia uma bomba relógio preste a explodir. Sorriu com os próprios pensamentos.
- Mas, eu não posso desistir de você, não por enquanto...
- Não, você não entendeu, eu não quero mais, ok? Pode virar nos calcanhares e...
O escritor se interrompeu por que o jovem se sentou no sofá esticando as pernas sobre a mesa de centro e cruzando os braços atrás da cabeça.
- Você que não entendeu, Shaka, é esse seu nome, não é? – falou a voz grave, tranquilamente – Seus amigos já me pagaram e eu não vou devolver o dinheiro. Então terá que me agüentar por enquanto...
O indiano pasmou e então caminhou até ele. Passou uma perna por cima da sua e se sentou no colo do moreno, corando um pouco.
- Ok, então vamos ao que interessa, já que insiste, vamos fazer sexo e depois você desaparece, ok?
"Na verdade conseguimos convencê-lo, não sabemos como, a ter um pouco de diversão, entenda sexo, mas ele acha que é só isso. Quando você chegar ao apartamento, ele já terá mudado de idéia, aí caberá a você se impor, porque se não, ele vai expulsá-lo e se ele conseguir expulsá-lo, isso significa dez mil a menos na conta da sua agência..."
Ikki se recordava do que o rapaz de cabelos lilases lhe dissera. Realmente, ele conhecia o amigo.
- Bem, loiro... se você quiser, podemos fazer tudo agora, mas advirto que isso não me fará ir embora...
- Não? – Shaka o encarou sem entender.
- Não. – respondeu Ikki calmo – Seus amigos me pagaram por um mês. Um mês de prazer... e eu não quero devolver o dinheiro...
- Mas... eles não me disseram nada disso! – falou o indiano estarrecido, ainda sentado no colo do moreno sem perceber.
- Esse foi o combinado, então se prepare que no que depender de mim, você terá sexo e bom sexo, todas as noites durante um mês...
Continua...
N/A: O Shaka vai pagar tudo que ele fez com o coitado do Ikki em "Um toque de anjo" a vingança do Frango flambado será maligna! Rsrsrsrs.
Bem, vamos para mais um U.A. porque eu estava ouvindo a música que aparece no começo da fic, rindo e pensando em como o Ikki como Garoto de programa poderia infernizar a vida do Shaka. Que presente, hein? Tinha mesmo que ser de um grego XD!
Essa fic é um fufly, bem levinha, sem dramas, certo? Espero que não queiram me matar por isso...
Ah, o Shaka está meio neurótico nessa fic, aviso logo, mas prometo não deixá-lo OOC, seguirei as suas características, colocando um pouco do lado "neuro" que acho que todo escritor tem (até os de gaveta e fanfiction como eu! XD).
Gente a música que me inspirou a escrever a fic se chama "Amante profissional", mas eu não faço idéia a que banda pertença, sorry...
Forbes: É uma revista de economia que lista as personalidades mais ricas do mundo.
Obs. Por favor, não me cobrem atualizações instantâneas, porque vocês notaram que estou pra lá de enrolada em outras histórias.
Beijos e obrigada de antemão aos reviews deixados.
Sion Neblina
