Songfic com a música "Wish I had an angel", do Nightwish. Sei que parece estranho uma song cortada em pedaços, mas tenham um pouquinho de paciência comigo, ok?
Wish I had an Angel
Ele era puro. Era um anjo, merecia mesmo o apelido de "Santo Potter". Ele era inocente, ingênuo, doce e bom. Ele era o completo oposto de mim mesmo, tão distante quanto possível de mim, em tantos aspectos. Mas ele me tentava, como ninguém jamais havia tentado. Então eu decidi que ele seria meu. Decidi que teria aquele anjo de cabelos negros só para mim.
"I wish I had an angel/Eu queria ter um anjo
For my moment of love/Por um instante de amor
I wish I had your angel tonight/Eu queria ter seu anjo hoje..."
Eu o seguia. Perseguia, na verdade. Eu o cercava pelos cantos do castelo, procurando uma oportunidade para chegar perto dele. Mas ele estava sempre com aqueles dois amigos dele, que o cercavam como escudeiros, sempre perto demais do meu anjo. Porque sim, ele era meu. Só meu, e no meu ciúme eu amaldiçoava qualquer um que parecia perto demais dele. E esperava.
Não sei quando foi que ele notou. Mas ele percebeu que havia algo mais naquelas provocações constantes e ficou curioso. Ele era ingênuo, nem em mil anos imaginaria o que eu queria dele. Acho que se soubesse, ele nunca viria me procurar, nunca viria sozinho.
Mas ele não sabia. E ele foi.
Ele sabia que eu o seguiria, então se deixou ficar para trás depois da aula de Poções. Eu o vi se desviar do caminho para o Salão e entrar em uma sala abandonada e sabia que ele esperava que eu fosse atrás. E eu não estava enganado. Ele me esperava sentado numa mesa encarando a porta, com uma das mãos na bolso onde eu sabia que a varinha estava guardada.
- Por que você está me seguindo?- Ele disparou assim que eu fechei a porta.- E não venha me dizer que não está, porque eu sei que você está.
Eu não esperava que ele fosse tão direto, então acabei baixando os olhos, tentando pensar em uma resposta decente. Porém ele achou que eu ia fugir do assunto. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ele pulou da mesa e veio até mim, segurando meu rosto entre suas mãos e travando os seus olhos nos meus.
Não sabia que ele era legimente, nem nunca esperaria um ataque tão direto. Ele passou facilmente por minhas barreiras e seus olhos alcançaram o mais fundo da minha alma. E ele viu meu desejo e minhas fantasias e eu vi os seus olhos se arregalarem enquanto ele finalmente entendia o significado daquilo.
Ele se afastou de repente, parecendo assustado. Me olhou incrédulo e abriu a boca duas vezes antes de dizer alguma coisa, a voz ecoando trémula na sala.
- O que... o que você quer, Malfoy?
- Você sabe o que eu quero, Potter. Você viu.- Ele ainda me olhava incrédulo.- E sabe muito bem que é verdade. Mas vou ser claro. Eu te quero, Potter. Quero já a algum tempo.
- Mas... mas... por quê? Você me odeia...
- Eu disse que te desejo, não que te amo, se estúpido.
Ele se calou e sentou numa mesa, escondendo o rosto nas mãos e por isso não me viu chegando mais perto dele. Quando ele percebeu, eu já estava a dois passos dele e minhas mãos comichavam para tocar nele, a vontade de agarra-lo ficando cada vez mais urgente. Ele me olhava apreensivo, sem dizer uma palavra, sóesperando para ver o que eu ia fazer. Fiquei bem em frente a ele e segurei seu rosto em minhas mãos quando ele tentou desviar o olhar.
- Olha pra mim, Potter, e me diz que você não me deseja nem um pouco que seja.- Ele engoliu em seco mas não negou. As vezes penso no que teria acontecido se ele negasse. Mas na hora o nem me ocorreu.- Eu imaginei.
Então eu o beijei, com mais fome e ânsia que eu já havia beijado alguém antes. Minhas mãos o seguraram firmementezm o impedindo de fugir e trazendo-o para mais perto de mim. Ele tenteva me empurrar, mas eu era maior e mais forte. Segurei suas mãos quando ele tentou me arranhar e o empurrei, deitando-o sobre a mesa.
Não fui nada delicado naquela noite. Lembro de ter prendido as mãos dele de qualquer jeito com a gravata e ter mordido com mais força que o necessário aquela boca vermelha e o pescoço branco. Deixei a roupa dele em frangalhos na pressa de tira-las do caminho. Eu lambi, mordi e suguei cada pedaço de pele dele, tanto que mesmo assustado ele acabou excitado. E ver o esforço que ele fazia para não deixar isso transparecer só me deixava mais duro.
Em minha defesa, eu digo que o preparei minimamente para o que estava para acontecer. Eu peguei a varinha dele e fiz o feitiço mais simples que consegui lembrar, mais que nem de longe era o suficiente para alguém que ainda era virgem, e entrei nele de uma vez.
O grito dele me fez parar por alguns instantes e olha-lo. Ele estava fazendo uma careta de dor e tinha lágrimas nos olhos. Me debrucei por cima dele e enxuguei os seus olhos, sussurando em seu ouvido:
- Já vai passar, Potter, já vai passar...
Voltei a me mover devagar, aproveitando a sensação de finalmente possuir o meu anjo. Comecei a toca-lo quando ele gemeu baixinho, ainda com dor. Em pouco tempi, porém, ele começou a mover os quadris junto comigo, me fazendo perder todo o controle.
Gozamos juntos e eu desabei por cima dele, rolando para o lado logo em seguida. Ainda não tinha recuperado o fôlego quando ouvi a voz dele ecoar rouca pela sala.
- Me solta, Malfoy.
Me virei para olha-lo. Ele fitava p teto, o peito subindo e descendo compassadamente, os braços suspensos sobre a cabeça em um ângulo que devia ser desconfortavel. Estiquei o braço para soltar o nó da gravata e ele sentou esfregando os braços ainda sem olhar para mim.
Ele saltou da mesa com um gemido baixo, catou a varinha da calça rasgada e começou a consertar as roupas de costas para mim. Eu estava começando a me sentir culpado ao ve- lo assim, mas não sabia o que fazer. Mentira. Eu sabia que deveria pedir, implorar por desculpas, eu só não sabia como.
Só quando ele já estava vestido e quase na porta foi que eu achei minha voz de novo e o chamei.
- Harry...
- Não me chame assim, Malfoy. Melhor, não me chame nunca mais. Não me toque, não me olhe, nem mesmo pense em mim, Malfoy. Me deixe em paz.
- E ele saiu batendo a porta antes mesmo que eu conseguisse pensar em uma resposta.
Levantei e me arrumei para sair dali me sentindo estranho, a satisfação de ter finalmente conseguido o que queria misturado com algo que não consegui entender na hora. Só depois, quando me deitei para dormir, que consegui identificar o que era: perda. Eu havia perdido o meu anjo e não acreditava que o pudesse ter de novo.
"Deep into a dying day/Afundada dentro de um dia morto
I took a steep outside an innocent heart/Eu dei um passo para fora de um inocente coração
Prepare to hate me, fall when I may/Se prepare para me odiar, caia se eu o fizer
This night will hurt you like never before/Essa noite vai te machucar como nunca antes"
Tem continuação, vou tentar não demorar muito com ela...
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