Queen of Cubs

Ele jamais poderia deixar claro que era ela quem ele amava, ele não ousaria. Seria sua desgraça - todos sabiam que lutavam por lados opostos, que eram rivais, e ela tinha vindo do nada. Ela não era nobre, não era rica, não era importante - mas era bela. Bela e cheia de um fogo que o chocava, pois não parecia correto em uma mulher. Ele a adorava de longe, e quando se aproximava, deixava claro que ela não era ninguém para ele.

Ele deixava seus sentimentos em cartas secretas, enviadas por meios tortuosos, que ele sabia que a faziam suspirar. Ela não fazia ideia de quem era seu admirador secreto, ou que as baladas que um certo músico dedicava para ela tinham na realidade sido feitas por ele. Ela jamais saberia - ela era uma Weasley, ele era um Malfoy e tinha sua honra. Nunca tocaria em uma mulher cujo sangue era comum.

Ainda assim, em seu coração, ela era a rainha. E, quando se inscreveu na justa, seu emblema foi o símbolo de baralho que dedicara a ela tantas vezes, em um elogio dúbio e uma clareza curiosa, que mostravam que ela não era nada - não valia o amor, nem a espada e nem o dinheiro, tendo ganhado apenas na força. E, conforme ele corria com a lança nas mãos, imaginava que era ela quem tinha nos braços, segurando com firmeza e se preparando para vencer.

Mas, claro, nunca venceria - foi derrubado e arrastado, com ferimentos inesperados e tornou-se evidente que não mais se recuperaria. Em seu corpo, foi achada apenas uma carta, a única prova de seu amor.

Sofrendo por saber que aquilo jamais poderia ter sido e jamais seria, a jovem lançou-a no fogo logo após ter sido entregue, na mais estrita confidência.

E, no exato mesmo instante, ele se foi.