Spaccacuore

Autora: Pandora Heinstein Amamiya

Beta-Reader: Chiisana Hana

Shipper: Saori + Julian – Personagem Original + Ikki – Shiryu + Shunrei – Hyoga + Eire – Seiya + Saori – Ikki + Minu

Censura: Até o momento ela é uma fic livre

Sinopse: U.A. Porque o passado e o presente estão interligados, dispostos a construir um própero e indecifrável futuro.

Agradecimentos: Seria muita indelicadeza da minha parte se não começasse este agradecimento dizendo "muito obrigada" à minha beta-reader e super amiga internauta Chiisana Hana! Provavelmente, se não fosse por sua paciência, apoio e auxílio, a fic jamais sairia e esse se tornaria um projeto jogado para escanteio. Muito obrigada mesmo, Chi!

Dedico esta fanfic à minha amiga e super talentosa escritora de fics Saint Seiya, Nina Neviani. Ela é uma fantástica escritora! Senti-me realmente feliz por ter sido encorajada pela Nina. Grazie, bellissima!

Informações adicionais: Os personagens do anime / mangá de Saint Seiya são criação do autor Massami Kurumada. A única personagem que me pertence é a modelo, atriz, cantora e empreendedora Isabella Pierotti. Caso tenha vontade de utilizar a Isabella, favor avisar-me e, sobretudo, creditar-me.


Capítulo 1

Aquele final de tarde em Milão marcava a temperatura mais baixa dos últimos 50 anos. Os termômetros marcavam a faixa dos 15° abaixo de zero. Nevascas tornaram-se habituais durante aquele intenso inverno. Sair de casa passou a ser um tormento, contudo, trabalhar e estudar eram tarefas primordiais para o desenvolvimento da sociedade.

Naquele dia, a neve (incomum na cidade italiana)(1) chegou aos 80 centímetros, dificultando a vida de muitos moradores, que não poderiam deixar suas obrigações de lado.

Em um estúdio fotográfico localizado na Via Corso Garibaldi(2), um rapaz loiro, de olhos azuis, alto e traços delicados, tirava fotos para a coleção de inverno de Giorgio Armani. Trajando uma calça jeans cinza larga em seu corpo, uma blusa mostarda de lã de gola alta, um sobretudo da mesma cor da calça, o rapaz diante da câmera punha-se em poses sexies, como se a máquina fotográfica fosse uma bela mulher o cortejando.

-- Excelente, Hyoga! - disse um garoto de cabelos verdes compridos, com carinha de bebê -- Quero agora a pose mais provocante antes de iniciarmos a sessão de fotos junto da nossa modelo convidada.

-- Pode deixar, Shun. Vou caprichar agora mesmo!

Hyoga sentou-se no chão branco, abriu as pernas ligeiramente, apoiou um dos cotovelos no joelho que estava flexionado e manteve a mão cerrada rente ao queixo. A outra mão manteve-se apoiada ao chão. Os olhos azuis olhavam marotamente a câmera, enquanto que um tímido sorriso era esculpido em seus lábios.

-- Perfeito! Vamos dar uma pausa até a nossa estrela aparecer.

-- Está bem.

Shun e Hyoga eram grandes amigos desde a infância. Ambos eram órfãos e passaram muitos de seus anos no mesmo orfanato, no Japão. A mãe de Hyoga morreu em um naufrágio durante uma viagem às terras gélidas da Sibéria. Já Shun, apesar de ter perdido aquela que lhe deu a vida, ainda tinha seu irmão Ikki, quem jamais o abandonou. Atualmente, seu irmão mais velho era piloto de Fórmula 1, correndo nos circuitos mais famosos de todo o mundo.

-- E então, Shun. - falou Hyoga próximo à mesa de frutas, comendo uma maçã -- Tem falado com o seu irmão ultimamente?

-- Tenho sim, Hyoga. - respondeu o garoto após dar um gole no seu suco de abacaxi. -- Os testes para a próxima temporada estão intensos. Segundo o meu irmão, a Ferrari está investindo meio milhão de Dólares no novo carro.

-- Meio milhão? Meu Deus! O título conquistado no final deste ano rendeu tanta grana assim?

-- Pelo visto rendeu sim.

-- E ele disse quando vai ter uma folga do trabalho?

-- Ele não sabe exatamente. Mas ele disse que provavelmente nas semanas do Natal e Ano Novo ele será liberado pelos italianos.

--Ah, isso é muito bom, Shun! Quem sabe a gente não acaba se reunindo durante as comemorações?

-- Seria ótimo!

Repentinamente, um homem alto, vestindo terno e gravata, aproximou-se de Shun e Hyoga e informou:

-- Senhores, ela chegou.

Os dois garotos viraram-se ao mesmo tempo para uma grande porta de vidro que era aberta por dois seguranças. Uma garota alta, magra, de cabelos lisos ruivos até a cintura, olhos azul-piscina e pele extremamente branca aproximava-se de Hyoga e Shun trajando botas roxas de cano alto, calça jeans preta colada ao corpo, blusa de lã roxa com gola alta, mesma cor do sobretudo.

-- Olá, Shu-Shu! - saudou empolgada a modelo enquanto dava três beijinhos no fotógrafo com quem tinha uma grande amizade.

-- Oh, Bella! Ma come sei stupenda!(3) - disse Shun observando a amiga que realmente estava estupenda.

-- Imagina, carissimo! Você que está maravilhoso!

-- Obrigado, Bella! - ele então se recordou de que Hyoga estava ao seu lado e que precisaria apresentar os dois modelos. -- Isabella, este é o meu amigo e modelo Alexei Hyoga. E Hyoga, esta é a minha grande amiga das passarelas, televisão e música, Isabella Pierotti.

-- Srta. Pierotti - disse o garoto dos cabelos loiros estendendo a mão direita para cumprimentar a companheira de trabalho -- É um prazer conhecê-la. Shun disse-me maravilhas a seu respeito.

-- O prazer é todo meu, Hyoga. Shun também falou-me maravilhas a seu respeito. Aliás, sei muitas coisas sobre o senhor...

-- Por favor, me chame de você, senhorita.

A garota deu uma curta risada estridente. Em seguida, tornou a falar.

-- Está bem. Como você quiser. De qualquer forma, conheço bastante de sua carreira. Você faz muito sucesso por onde passa.

-- A senhorita também. Aliás, é impossível o mundo não conhecê-la.

-- Realmente, para alguém tão rica quanto eu, o mundo não pára de me observar. E eu, como boa garota rica que sou, não me canso dos holofotes que diariamente estão sobre mim. Faz parte do mundo dos ricos e famosos, se é que você me entende.

Hyoga abriu um sorriso sem jeito e disse sem graça:

-- Bem, posso imaginar.

Virando-se para Shun, Isabella anunciou:

-- Vou me arrumar para a sessão de fotos, lindinho. Daqui a pouco estarei de volta.

-- Claro, Bella. O seu camarim fica na segunda porta à esquerda no corredor ali na frente.

-- Obrigada.

Enquanto saía do grande salão no qual entrara, Isabella avistou um homem extremamente charmoso, com os olhos azuis faiscantes, com os lábios rosados e uma pinta acima da boca. O homem, assim que a viu elegante, correu apressado em sua direção, abraçando-a enquanto a saudava.

-- Madonna mia!(4) Mas é a minha modelo preferida dando o ar de sua graça mais uma vez. Cada dia mais bela, assim como o seu nome.

-- Ah, Afrodite, quanto exagero! Mas é maravilhoso revê-lo. Diga-me, o que foi decidido sobre a campanha da Toki Doki(5)?

-- Eles querem que você vá fazer uma campanha publicitária da marca em Tóquio, no Japão, durante a semana natalina.

-- Ah! Por mim tudo bem. Não havia planejado nada mesmo para o Natal. Avise a agência que irei para Tóquio então.

-- Como a senhorita desejar.

Isabella Pierotti era uma garota excêntrica e muito poderosa. Considerada uma das pessoas mais ricas do mundo, atrás apenas de Carlos Slim, que possuía em sua conta bancária o valor estimado de 53,1 bilhões de Dólares e Bill Gates, possuidor de "reles" 52,4 bilhões de dólares(6), a modelo, dona de 48 bilhões de Dólares, encontrava-se na terceira posição entre os mais ricos do mundo, dividindo o posto com Julian Solo. Ambos à frente de Saori Kido, com o patrimônio financeiro beirando os U 40 bilhões. A garota Isabella, única herdeira do magnata Alfredo Pierotti, possuía em seu nome diversos imóveis espalhados por todo o mundo, assim como empresas automotivas, de telefonia móvel, aviões de luxo, provedores e servidores na Internet, redes de hotéis e restaurantes. Como se não fosse o bastante, a italiana faturava milhões como modelo, atriz em filmes europeus e cantora muito bem sucedida. Em seu país natal, Isabella era um ícone em qualquer área onde seu nome estivesse posicionado.

-- Caramba, Shun! - disse Hyoga assim que viu a modelo fechando a porta do salão e se dirigindo ao seu camarim -- Ela é linda, mas um tanto quanto esnobe.

Shun, que arrumava as lentes da câmera digital, riu enquanto conversava com o amigo.

-- Ela é muito boa, Hyoga. De vez em quando ela tem esses surtos de gente rica, mas normalmente a Isah é uma pessoa maravilhosa. Além do mais, ela tá acostumada aos holofotes e agradinhos desde que nasceu.

O menino então deixou a câmera digital de lado assim que recordou-se de um assunto importante que esquecera de tratar com o amigo.

-- Ah, Hyoga! - fala o menino com cara de bebê indo até a sua mochila e retirando de dentro dela um jornal. -- Olha só o que está estampado na primeira página do Corriere Della Sera(7) desta manhã.

Shun entregou o jornal às mãos do loiro. Hyoga arregalou o par de olhos azuis assim que deu de cara com a foto na capa do Corriere.

-- Meu Deus! É a Saori!

-- Sim, é ela mesma. E olha quem está ao lado dela. - apontou o garoto para a imagem do homem ao lado de Saori -- É o Julian Solo. Aí diz que Saori e Julian oficializaram a data do casamento deles.

-- Sério? - perguntou o modelo enquanto passava os olhos sobre a matéria. -- Aqui diz que eles vão se casar em maio, dia 23.

-- Sim. Só estranho a Saori não ter ainda nos ligado e comunicado sobre a data do casamento.

-- Vai ver ela anda muito ocupada com os negócios, como de costume.

A porta do salão tornou a se abrir. Isabella retornava agora já trajando roupas próprias para a sessão de fotos de inverno da coleção Giorgio Armani. Vestindo uma meia-calça grossa, botas de salto finíssimo, a saia rodada de veludo xadrez acompanhava uma blusa cinza embaixo de um corpete preto com fitas cinzas o entrelaçando, moldando delicadamente as formas acentuadas da modelo. Por cima, um sobretudo preto caía delicadamente, deixando as vestes elegantes. Os cabelos ruivos estavam ainda mais lisos que o habitual. Uma faixa cinza fazia com que duas grossas mechas longas caíssem sobre o rosto delicado de Isabella, enquanto que o seu restante permanecesse para trás.

-- E então meninos, vamos começar a nossa sessão de fotos?

-- Claro! - disse Hyoga correndo para perto da garota enquanto Shun aprontava a câmera para dar início aos trabalhos.

-- Vamos lá, pessoal! Quero caras alegres!

Não foi difícil fotografar aquele casal de modelos tão exuberantes quanto Hyoga e Isabella. Os dois acabaram de se conhecer e já estavam bem entrosados. A câmera, para eles, era um brinquedo divertido que os proporcionava construírem, em seus imaginários, personagens antes inexistentes. Foram fotografados encenando um casal romântico, em abraços apertados, olhares adocicados, como se estivessem se preparando para um beijo enamorado. Depois, interpretaram estrelas mundialmente famosas, em uma festa de gala, ou até mesmo no tapete vermelho de Hollywood. Encenaram, por incrível que pudesse parecer, pessoas comuns, daquelas que caminham diariamente, que costumam passar despercebidas mesmo pelos olhares mais atentos.

Afrodite, que havia se ausentado por alguns instantes, retornou ao salão. Enquanto assistia às poses divertidas dos modelos, ele conversava com Shun.

-- Fofo, eles estão maravilhosos, não está achando?

-- Certamente, fofo. Atualmente, não há modelos tão lindos quanto eles.

-- Gisele Bündchen é nada perto dessa garota, você não acha, Shun?

-- Concordo. Ela tem algo que modelo nenhuma tem.

O fotógrafo se virou para os dois amigos que continuavam fazendo poses e falou:

-- Já deu pessoal. As fotos já são suficientes. Estão liberados.

-- Ah não, Shun. - falou Hyoga. -- Tive uma idéia. - ele se virou para Isabella e falou sorridente. -- Vem cá, Isah. Pula nas minhas costas. Temos que tirar uma foto bem alegre.

-- Claro! - disse a ruiva animada, conforme pulava nas costas de Hyoga.

A menina segurava firme o companheiro de trabalho, colocando os braços ao redor do pescoço do rapaz. As pernas, cada uma de um lado do corpo do garoto, eram seguradas firmemente pelo menino que parecia nem ao menos sentir o peso da garota, de tão leve que Isabella era.

-- Hyoga! - ria Bella -- Não me deixa cair, heim?!

-- Pode deixar, Isah. - dizia o menino enquanto girava com a garota em suas costas -- Não vou te derrubar... ainda.

-- Hyoga! Assim você vai me deixar tonta! - dizia a menina aos risos

-- Shun, tira uma foto da gente assim. Mesmo que não vá para o catálogo, a gente guarda de lembrança.

-- Claro!

Shun bateu não apenas uma, mas várias fotos porque Hyoga não parava quieto.

Quando Isabella tornou a colocar os pés no chão, o loiro a pegou no colo e Shun mais uma vez pôs-se a fotografá-los.

-- Mas hoje vocês estão ainda mais divinos do que o habitual.

-- É, meus fofos. - disse Afrodite assim que parou de fitar-se no pequeno espelho que mantinha entre os dedos -- Vocês estão esplêndidos!

-- Bem, acho que agora está mais do que bom, vocês não acham? - falou Shun parando de fotografar os modelos.

-- Sim, sim, Shu-Shu. - disse Isabella -- Quero depois essas últimas fotos para eu guardar de recordação.

-- Eu também gostaria de tê-las, Shun.- comentou Hyoga.

-- Pode deixar, pessoal. Mando as fotos para a casa de vocês. Contudo, tenho antes que mostrar todo o material para o Giorgio pra ele escolher qual ele irá utilizar na sua campanha publicitária.

-- Imagina, querido. Hyoga e eu sabemos como essas coisas funcionam.

Repentinamente, o telefone de Shun começa a tocar e o menino rapidamente vai atendê-lo.

-- Só um minutinho, pessoal. - disse o garoto pegando o aparelhinho móvel e se distanciando um pouco dos amigos que continuavam conversando. -- Alô.

-- Oi, Shun. É a Saori. - dizia a voz feminina do outro lado da linha. -- Como você está?

-- Oi Saori! - disse o garoto surpreso e animado com o telefonema da amiga. -- Quanto tempo que não nos falamos.

Saori era uma garota japonesa extremamente rica. Herdeira da fortuna dos Kido e da Fundação Graad, a quarta empresa mais rica do globo terrestre, Saori, apesar de bilionária, cresceu na companhia de Shun e seus amigos. Seu avô era dono da instituição que cuidava dos meninos. Já que a menina Kido não costumava ter amigos de sua idade na escola em que estudava, ela e os órfãos do orfanato eram inseparáveis. Se na infância Saori era uma criança um tanto quanto esnobe, adulta, ela se transformara em um poço de amabilidade, tratando seus eternos amigos do orfanato como irmãos.

-- Shun, eu te liguei para te contar uma notícia maravolhosa. - disse Saori empolgadíssima.

-- Eu soube que Julian e você marcaram finalmente a data do casamento. Parabéns!

-- Soube? - perguntou a menina decepcionada -- Droga, queria ter feito uma surpresa.

Shun deu risada achando completamente impossível Saori ter qualquer tipo de segredo, já que a imprensa costumava relatar tudo a seu respeito.

-- Ah, Saori, talvez no dia em que a imprensa se canse de te estampar na capas dos jornais e revistas, quem sabe você consiga me surpreender com as suas novidades.

-- Bem, e me diz uma coisa, Shun, o que você e seu irmão farão no Natal?

-- Não sei ainda, Saori. O Ikki me disse que provavelmente vai ter alguns dias de férias na semana natalina e que gostaria de me ver durante as festividades.

-- Entendo... Mas e se você, o Ikki e os outros garotos passassem o Natal aqui no Japão, como nos velhos tempos?

-- Nossa! Seria algo muito legal! Vou falar com o Ikki e o Hyoga sobre a sua maravilhosa idéia.

Shun de repente fez silêncio, recordando-se de um pequeno, porém imprescindível detalhe.

-- Shun? - perguntou Saori, preocupada com a mudez do garoto.

-- Ah, desculpe Saori. É que eu lembrei que meu irmão é um turrão. Você sabe, sempre dando uma de rebelde, mesmo depois de adulto.

-- Você acha que ele não vai querer vir para o Natal?

-- Não sei. Meu irmão é um poço de mistérios. Mas falarei com ele certamente.

-- Está bem. Beijos, Shun.

-- Beijos, Saori.

Assim que desligou o telefone, Shun voltou a sua atenção para Hyoga e Isabella que continuavam conversando animadamente.

-- Então a sua assessora de imprensa é, na realidade, a sua namorada?

-- É. A Eire cuida de mim praticamente 24 horas por dia. Se não é assunto de trabalho, é algo relacionado ao nosso namoro.

-- Deve ser bom trabalhar com a namorada por perto. Quer dizer, não existe aquela maldita desculpa de que o trabalho os impossibilita de namorar.

-- Ah, isso é bem verdade. Mas quando a gente briga fica um clima muito chato no trabalho.

-- Verdade. E como vocês acabam fazendo as pazes?

-- Acontece quando a gente menos espera. Quando a gente vê já estamos nos entendendo.

-- Meu Deus! Como você se deram bem, amigos! - disse Shun animadíssimo com a amizade relâmpago que acabava de surgir naquela sessão de fotos.

-- O Hyoga estava me contando da namorada dele.

-- A Eirizinha é uma pessoa muito bacana.

O som de saltos ecoaram pelo corredor do lado de fora do salão. Quando o barulho cessou, os dois seguranças que permaneciam à porta, abriram-na e uma garota loira, de olhos escuros e pele alva, entrava naquela grande sala trazendo consigo um lap top e uma enorme bolsa vinho.

-- E falando na Eire, aqui está ela. - disse Hyoga assim que viu a namorada. -- Olá, amor. - disse ele beijando-a carinhosamente nos lábios.

-- Oi, amor. Espero não ter me atrasado. O trânsito está horrível. Nunca neva nessa maldita cidade, mas quando a neve cisma em aparecer, só causa problemas!

Eire então deu-se conta de que não estava apenas ao lado de Hyoga e Shun. Havia mais alguém naquela roda amistosa os acompanhando.

-- Oh, desculpe a minha indelicadeza. Eu sou Eire Yazawa(8). Você deve ser Isabella Pierotti, não é?

-- Muito prazer. Meu assessor falou com você ao telefone semana passada, se não me falha a memória.

-- Sim sim. Milo e eu conversamos justamente sobre a sessão de fotos de hoje. E me digam, correu tudo bem?

-- Certamente, amor. Mas agora, tudo o que preciso é ir para a nossa casa e passar o resto desse diazinho frio ao seu lado.

Os lábios de Eire rapidamente tocaram suavemente os lábios de Hyoga.

-- Vamos então, amor.

-- Vou só me trocar e já poderemos ir, Eire. - Hyoga se virou para Isabella antes de se retirar do salão e falou -- Foi um grande prazer conhecê-la, Isah.

-- O prazer foi todo meu, Hyoga. Bem, pessoal - disse Isabella aos demais -- Também estou de saída. Shun, por favor, não esqueça de me enviar as fotos.

-- Não equecerei, fofa.


Caminhando apressada para o alto do edifício, Isabella Pierotti ainda estava procurando atender o celular que não parava de tocar. Lutando para encontrá-lo em sua bolsa bagunçada, ela assim que o pegou, atendeu-o.

-- Pronto? Sim, eu já estou indo pra aí. Mas me diga, como ele está? Entendo. Daqui a cinco minutos estarei aí.

Assim que guardou o telefone, a ruiva chegou à cobertura do prédio, onde um helicóptero a aguardava. Um dos seguranças lhe ajudou em sua acomodação. Quando a menina já se encontrava em seu assento, o mesmo guarda-costas lhe entregou o jornal que a modelo ainda não tivera a oportunidade de ler.

-- Obrigada.

Assim que bateu os olhos sobre a capa do impresso, Isabella sentiu as suas mãos tremerem e a respiração falhar-lhe. O coração pareceu que iria sair pela boca. Procurando acalmar-se, ela leu rapidamente a manchete do Corriere Della Sera: "CASAL BILIONÁRIO A UM PASSO DO ALTAR. COM A DATA ESTIPULADA PARA O DIA 23 DE MAIO, O CASAL BILIONÁRIO JULIAN SOLO E SAORI KIDO, ANUNCIOU NESTA QUINTA-FEIRA A OFICIALIZAÇÃO DE SEU CASAMENTO."

-- Senhorita Pierotti? - perguntou o piloto do helicóptero. -- Para casa, senhorita?

-- O que disse? - perguntou a modelo que estava ainda observando a manchete do jornal.

-- Perguntei se a senhorita deseja ir para casa.

-- Ah, não. Vamos para o hospital San Raffaelle.(9)

-- Alguma coisa urgente, senhorita? - perguntou o piloto curioso.

-- Digamos que sim. Por favor, apresse-se.

-- Como quiser, senhorita.

Enquanto o helicóptero ganhava altitude e se dirigia ao hospital, Isabella voltou seu olhar, agora tristonho, para a capa do impresso, enquanto pensava:

-- Então é verdade o que eu andei ouvindo por aí, Julian Solo. Você vai mesmo se casar com essa garota japonesa.

Dobrando o jornal e o colocando de lado, a menina viu o seu próprio reflexo no vidro escuro do helicóptero. Milão vista do alto era uma cidade ainda mais encantadora. Se os negócios e as artes podiam se entrelaçar como eternos amantes, o mesmo Pierotti não podia dizer sobre a sua vida.

-- Parece-me, que de repente, amor e negócios tornaram-se uma união promissora, repleta de perspectivas. - pensava a garota conforme o piloto lhe comunicava que em menos de 4 minutos estariam pousando no heliporto do hospital San Raffaele. -- Então, Julian Solo, o passado nunca nos foi tão inverídico quanto agora, meu querido.

CONTINUA...


--EXPLICAÇÕES

Senti necessidade de montar esse rodapé contendo informações que escrevi ao decorrer do capítulo. Qualquer dúvida, por favor informar.

1) De fato, apesar de fazer muito frio em Milão, não é comum nevar na cidade italiana.

2) A Via Corso Garibaldi de fato existe. Até onde eu sei, essa avenida da cidade é onde se localizam prédios luxuosos, danceterias... É um local bem agitado.

3) Mas como você está estupenda!

4) Mãe de Deus!

5) Toki Doki é uma marca que de fato existe. Em seu site, www.tokidoki.it, é possível vocês terem uma noção da quantidade de coisas que esta marca disponibiliza aos seus compradores. Desde bolsas maravilhosas, até aparelhos i-pod.

6) Não, eu não menti quando escrevi que Bill Gates é "apenas" o 2° homem mais rico do mundo. Com os seus U53,4 bilhões, Carlos Slim (mexicano conhecido aqui no Brasil como o dono da empresa Embratel). Já Bill Gates, possui o patrimônio de U53,1 bilhões. Slim é U1,9 bilhões mais rico que Gates. Será que um deles não quer me ceder uma verbinha extra?

7) Corriere Della Sera, jornal italiano impresso que pode ser encontrado aqui no Brasil.

8) Yazawa é um sobrenome criado pela minha beta-reader Chiisana Hana. Ela me permitiu utilizá-lo em minha Fanfic. Obrigada, Chiisana! (Hannah Montana hahahahahaha!)

9) O Hospital San Raffaele de fato existe. Ele se localiza na Via Olgettina, 60.