Disclaimer. Os personagens de Harry Potter pertencem a J.K. Rowling e a Warner Bros.

Sinopse: O que você faria sem o amor da sua vida? Quando Harry finalmente descobre a quem pertence seu coração, já pode ser tarde demais.

Songfic: Against All Odds (Take A Look At Me Now) – Phil Collins – Versão: Mariah Carey & West Life.

Contra todas as chances

Capítulo 1 – Confissão

How can I just let you walk away
Como posso simplesmente deixar você ir embora,
Just let you leave without a trace
Simplesmente deixar você partir sem um vestígio,
When I stand here taking every breath with you
Enquanto permaneço aqui segurando cada suspiro com você?
You're the only one who really knew me at all
Você é a única que realmente me conheceu...

A noite está fria e nevoenta e algumas gotas de chuva umedecem as ruas de Londres quando um automóvel cor de platina estaciona em frente a uma residência grande e luxuosa. Harry Potter desce do automóvel e oferece a mão à sua acompanhante.

– Obrigada, Harry. É bom ver que ainda existem cavalheiros.

– É claro que existem, você só tem que saber aonde procurar... – ele responde com um sorriso. Hermione se permite apreciar esse sorriso por um instante – Vamos entrar? – ele pergunta tirando-a de seus pensamentos.

– Claro, vamos – ela responde acompanhando-o para o interior da mansão.

Lá dentro, a elegante festa em homenagem às bodas de trinta anos dos Granger está em seu auge e Hermione e Harry são amavelmente recebidos pelo casal.

– Que bom que veio, querida! – a sra.Granger vem ao encontro da filha e a abraça logo que a vê entrar no salão.

– E você também, Harry. É um prazer tê-lo conosco – o pai de Hermione estende a mão para Harry, cumprimentando-o cordialmente.

– Obrigado, sr.Granger. O prazer é todo meu...

– Harry, por que não trouxe Gina com você?

– Na verdade, ela tinha outros planos, sra. Granger.

– Oh, que pena! Mas está tudo bem entre vocês, não é?

– Sim, está tudo bem.

– Que bom, querido. Mas já que Gina não está aqui, você pode dançar com Hermione...

– O Harry não gosta muito de dançar, mamãe...

– Tudo bem, Hermione. Com você vale a pena arriscar... Se você não se importar, é claro.

– Por que eu me importaria? – Hermione responde com um sorriso e aceita o convite de Harry – Desculpe a minha mãe ter ficado fazendo perguntas sobre a Gina... às vezes ela sabe ser bem indiscreta... – ela afirma durante a dança.

– Não tem problema, eu não me importo.

– Principalmente porque você acabou mentindo um pouco, não foi?

– Mentindo?

– Na verdade as coisas entre você e Gina não estão muito bem, não é?

– Não, pra dizer a verdade não. Mas como você sabe? Ela te disse alguma coisa?

– Não, ela não me disse nada, mas eu conheço você o bastante pra perceber que algo não está bem.

– É, você está certa, nós não estamos muito bem.

A confissão de Harry desperta sentimentos distintos em Hermione; por um lado, sente um certo pesar por saber que a relação de seus amigos não vai bem, mas por outro lado, uma pequena chama de esperança parece acender-se em seu interior.

– O problema com a Gina é que ela não quer admitir que não está mais dando certo; mas eu não a culpo, é uma situação difícil... Sabe quando a sua vida está exatamente como deveria ser, mas de repente você percebe que não era isso que queria e que está seguindo o caminho errado?

– Eu entendo o que você quer dizer. Por isso terminei com o Rony; apesar de ter passado muito tempo tentando convencer a mim mesma do contrário, eu percebi que o meu destino não era ao lado dele... Mas eu sinto por ele não ter aceitado muito bem a minha decisão...

– Não é pra menos, uma coisa assim nunca é fácil de aceitar. Principalmente porque o Rony não é de aceitar nada numa boa... Mas o que eu não entendo é por que ele tem estado estranho comigo desde que vocês terminaram...

– É mesmo?

– É, como se a culpa fosse minha por você ter rompido com ele...

O comentário de Harry faz Hermione refletir por um momento. Será que seus sentimentos eram assim tão óbvios?

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Com o passar da noite, Harry nota que Hermione parece distraída e distante; há um bom tempo tinha se afastado dizendo que ia ao toalete e ainda não havia voltado.

– Oi, até que enfim te encontrei... – ela a encontra na varanda, contemplando o céu noturno – O que está fazendo aqui sozinha? – ele pergunta chegando próximo a ela.

Ela se sobressalta ao ouvir a voz dele e se volta para encará-lo.

– Pensando.

– Pensando no quê?

– Na vida.

– Nossa, mas que misteriosa! – ele comenta com bom humor. Ela dá apenas um sorriso discreto – Está tudo bem?

– Está, claro, está tudo bem, é só que... Harry, eu preciso te dizer uma coisa... – ela responde encarando-o com uma expressão séria.

– Pode dizer, estou ouvindo.

– Eu... eu estou... feliz que você tenha vindo comigo. Eu só queria agradecer, só isso.

– Ora, Hermione, você sabe que eu faço qualquer coisa por você, não sabe? – Harry diz com um sorriso amável.

– Eu sei, Harry. Eu também faria tudo por você... – ela responde também sorrindo.

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Depois de algumas horas, Hermione e Harry se despedem dos pais dela e deixam a festa.

– Você está muito calada hoje, Hermione. Está tudo bem mesmo? – Harry pergunta quando já está há alguns minutos dirigindo e nota que Hermione apenas olha pela janela do carro, em silêncio.

– Eu estou bem, só estou... pensando numa coisa... – ela responde voltando sua atenção para ele.

– Em que coisa?

– Não é nada, esqueça.

– Às vezes um pouco de nada quer dizer muita coisa... – Harry comenta em um tom descontraído, tentando incentivá-la a falar.

– Está bem, eu digo. Na verdade, eu quero te perguntar uma coisa – Hermione afirma encarando Harry.

– Pode perguntar – ele também se volta pra ela, aproveitando que estão em um sinal fechado.

– Harry... você acha que é possível seguir amando alguém a vida toda, mesmo que esse amor não tenha a menor chance de ser correspondido?

Harry sustenta o olhar de Hermione por um momento, aparentemente refletindo sobre a pergunta.

– Eu acho que sim – ele responde com uma expressão séria no rosto – Se você ama de verdade, não deve desistir; mesmo contra todas as possibilidades...

– Verdade? Bem, então eu fico feliz que você pense assim, Harry... – Hermione diz com um sorriso animador quando o sinal abre e Harry devolve o sorriso, seguindo seu caminho.

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Já passa da meia-noite quando Harry dirige pela estrada que leva ao sul de Londres; devido ao adiantado da hora, não há muito movimento, por isso ele se sobressalta ao ouvir a buzina de um carro, provavelmente querendo ultrapassá-lo. Ele reduz a velocidade, dando passagem ao outro carro, mas ao invés de ultrapassá-lo, o carro acaba se chocando com a lateral de seu carro antes de seguir adiante. A súbita pancada faz com que Harry perca momentaneamente o controle da direção.

– HARRY, CUIDADO! – ele escuta Hermione gritar logo antes do carro sair da estrada e capotar duas vezes.

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Quando toma consciência do que está acontecendo, Harry se vê no interior do carro, de cabeça para baixo. O primeiro pensamento que lhe vêm à mente é Hermione e ele fica aliviado ao encontrá-la a seu lado, mas logo sente o pânico crescer ao perceber que ela está desacordada.

– Hermione? – ela a chama ansioso, mas ela não responde.

Ele tenta aproximar-se mais dela e então vê o combustível vazando do carro; com o perigo iminente de uma explosão, Harry se apressa em sair com Hermione do veículo. Ele a tira do carro e a carrega no colo, caminhando alguns passos de volta à estrada; quando já estão a uma distância segura do veículo, Harry deita Hermione no chão, apoiando seus ombros e tenta desesperadamente reanimá-la.

– Hermione... acorde, por favor... Hermione!

Ela abre os olhos lentamente e demora alguns segundos até focalizar o rosto de Harry e reconhecê-lo.

– Harry... que bom que... está aqui... – Hermione diz quase em um sussurro.

Nesse instante, Harry percebe o sangue escorrer pela testa dela e sente o medo e o pânico tomarem conta de si; ele nem sequer pensa no fato de que também deve estar ferido porque nesse momento, não consegue sentir nada a não ser preocupação por Hermione.

– Hermione, você vai ficar bem. Eu vou buscar ajuda e...

– Não... não me deixe sozinha... – ela pede em um tom de súplica.

– Mas...

– Por favor... fique...

– Está bem, eu fico – Harry atende ao pedido de Hermione, ainda que seja irracional; nesse momento, fazer a vontade dela lhe parece ser a coisa certa – Tudo vai ficar bem – ele afirma com a intenção de acalmá-la.

– Harry... – ela sussurra o nome dele enquanto toca seu rosto com uma das mãos.

– Você vai ficar bem, Hermione. Você vai ficar bem... – ele continua a repetir, desejando convencer a si mesmo.

– Harry, eu... preciso dizer... – Hermione se esforça para falar, ainda tocando o rosto de Harry – Eu te amo... você é... o meu amor... de verdade...

Por um momento, Harry achou que ela estivesse delirando ou que fosse algum efeito de seus ferimentos; não podia ser real o que ela havia acabado de dizer. Mas no instante em que seu olhar encontra o dela, ele vê a verdade refletida nos olhos castanhos de Hermione, atingindo-o em cheio e, neste instante, ele pode sentir a compreensão mútua entre eles.

– Hermione, eu...

– Eu te amo, Harry... eu te amo...

A voz de Hermione vai sumindo enquanto ela desliza a mão pelo rosto de Harry, perdendo os sentidos novamente.

– Hermione... Hermione! – Harry volta a chamá-la, mas dessa vez ela não responde. O desespero cresce dentro dele ao sentir Hermione desfalecer em seus braços, enquanto ambos são iluminados pelas chamas do carro na estrada deserta.

Continua...


Nota da autora:

Oi povo! Estou ansiosa pra saber o que acharam do 1º capítulo da minha mais nova fic, por isso, não esqueçam: deixem reviews, ok? Sugestões, dúvidas, elogios ou mesmo críticas, sempre serão bem vindos.

Bjks!

Estelar

PS: Sim, a cena do acidente realmente foi inspirada no último episódio da 3ª temporada de The OC, mas pra saber se a inspiração parou por aqui ou não, vão ter que ler os próximos capítulos...