Capítulo 1 - Desafio

Hermione encerrou o passo assim que se viu de frente para barreira da plataforma 9 ¾. Notou que o ambiente estava pouco movimentado, e estranhou, afinal era o recomeço do ano letivo. Olhou para o grande relógio redondo preso por um enorme prego na parede oposta a ela e viu que marcava dez horas em ponto. Ela estava muito adiantada, era fato, talvez não devesse estranhar o fluxo de pessoas ali estar tão escasso. Olhou no relógio mais uma vez, mais por hábito do que para saber que horas eram, e decidiu atravessar a sólida parede de tijolos vermelhos à sua frente. Tomou impulso e, no momento seguinte já estava rodeada por uma fina camada de fumaça branca e pelos ruídos baixos do Expresso Hogwarts, que já estava à espera deles.

Para seu alívio, já havia alguns alunos ali com seus pais, pelo menos ela não ficaria sozinha. Caminhou pelo local, procurando por algum sinal de Harry e Ron, mas não os encontrou. Resolveu então, guardar seu malão no bagageiro e procurar por uma cabine vazia. Enquanto andava pelos corredores do trem, tentava se lembrar das preferências dos garotos e de Ginny para a localização da cabine, já que ela poderia escolher a vontade, uma vez que havia muitas vazias. Porém, sua linha de pensamento logo voou de cabines para o último verão, o qual ela passara na França com seus pais, sem a companhia de Harry e dos Weasley na Toca.

Ela não queria ir a princípio e chegara a mandar uma carta para Ginny falando sobre o assunto "Toca" e comentando sobre a viagem que seus pais estavam querendo fazer e levá-la com eles. E no dia seguinte, Pichitinho viera com uma resposta recheada de incentivos, que iam desde os mais superficiais, como "A França é tudo de bom" e "Meu sonho é ir para a França" até os mais obscuros como "Você não sabe até quando poderá circular pela Europa com um pouco de calma até que a guerra seja finalmente decretada" e "Não se preocupe conosco, estamos bem. Harry vai passar as férias aqui e ele parece bem melhor do que no final do semestre anterior." Esta última afirmação fora o suficiente para deixá-la ir com a consciência mais leve para a França, sabendo que a amiga, Ron e Harry estariam bem e que o último estava se recuperando da morte de Sirius. A visita ao país da Grande Revolução fora agradável, ela aproveitara para conhecer uma vila mágica famosa e comprar algumas coisas, em sua maioria fúteis, mas que ela passara a maior parte da viagem aproveitando, como a poção francesa para cabelos que se dizia ser milagrosa – e que no final, era milagrosa mesmo.

Ela suspirou. Em seus devaneios, deixara-se encostar na primeira coisa que suas costas encontrara e, agora, via que era a janela de uma cabine e era aquela mesma que iria pegar. Abriu a porta com cuidado, ajeitou sua bagagem de mão e estava prestes a entrar, quando sentiu alguém lhe cutucando as costas.

- Com licença, você sabe onde vai ser a cabine dos monitores esse ano? – ela conhecia essa voz. Se virou para encará-lo. – Granger? – ele indagou, com um ar de surpresa no rosto. – Por um momento eu não... O que você está fazendo aqui?

- Hum... Provavelmente eu devo estar vendo se esse trem me levará até a escola de magia do Japão ou até a Rússia, Malfoy. – ela respondeu, sarcástica.

- Muito engraçado, Granger, mas acho que você devia ir para o Japão, ainda acho a Rússia muito perto. – respondeu ele, revirando os olhos. – E por falar em coisas sem graça, o que você fez no seu cabelo, Granger? Cansou do estilo "vassoura de piaçava" e agora resolveu fazer uma cópia mal-feita da Cachinhos Dourados?

- Vai ver se eu tô na esquina, Malfoy. – ela respondeu, bufando. Dessa vez ele conseguira atingi-la, mas ela não iria deixar isso transparecer. Virou-se num impulso, fazendo com que seus cabelos se movimentassem sob seus ombros, caindo em cascata de cachos largos e bem definidos até sua cintura, e entrou em sua cabine, batendo a porta. – Doninha idiota! – ela bufou, após se sentar no banco e cruzar os braços, irritada. Por Merlin, como podia existir um ser tão asqueroso na face da Terra? E se isso já não bastasse, o filho da mãe ainda era um Comensal...

- Ei, Hermione! – gritou uma voz abafada do outro lado da porta interrompendo seus pensamentos, seguida por algumas batidas secas e o som de uma maçaneta sendo girada em vão. – A porta está trancada, abre pra gente...

- Até que enfim vocês chegaram! – ela exclamou, descruzando os braços e abrindo um sorriso.

- Ta, mas vem logo abrir essa porta pra gente! – exclamou um Ron irritado, fazendo com que ela fechasse a cara.

- Hermione! – Ginny exclamou, assim que ela abriu a porta, pulando no pescoço da amiga. – Ai, que saudade!

- Ginny! – Hermione a abraçou de volta. Ginny não sabia o quanto ela havia sentido sua falta durante o verão.

- Ei, vocês duas. Vão terminar a sessão "reencontro" ou eu vou ter que esperar aqui de fora? – perguntou Ron, de mau humor.

- É impressão minha ou ele está simplesmente insuportável hoje? – Hermione perguntou, entrando na cabine com a ruiva.

- Não, não é sua impressão. – a outra confirmou. – Ele está assim desde que mamãe confiscou sua vassoura por ele estar voando no quintal com Harry, e disse que só lhe devolveria depois da segunda semana de aula, quando começassem os treinos do time de quadribol.

- Mas por que ela confiscou a vassoura dele só por ele estar voando no quintal? – Hermione indagou, sem entender. – Todos os anos eles fazem isso e ela nunca disse nada, que mal tem?

- Você não sabe nem metade do que aconteceu lá em casa esse verão. – Ginny disse baixinho, com o olhar voltado para os garotos, que guardavam suas bagagens de mão no compartimento. – A mamãe está uma pilha de nervos desde que Voldemort resolveu dar as caras no Ministério. Papai trouxe-nos um folheto sobre os itens e algumas atitudes que trariam mais segurança para as famílias bruxas e ela começou a segui-lo a risca. – a ruiva suspirou. – A situação estava meio que começando a ficar insuportável. Apesar de toda a segurança que os membros da ordem e Dumbledore disponibilizaram para a gente, mamãe não pôde deixar de ficar um pouco histérica, já que Voldemort havia conseguido penetrar no Ministério. As coisas lá em casa chegaram a tal ponto que a qualquer faísca, mamãe explodia. Você não sabe o quanto eu estou feliz de voltar pra Hogwarts...

- Nossa... – foi a única coisa que Hermione conseguiu pronunciar.

- Mas e você, me conte como foi na França... – continuou Ginny, mudando de assunto. – Por falar em França, eu simplesmente amei o seu cabelo. – ela disse, pegando uma mecha entre os dedos. – Sério mesmo, está perfeito! E eu sei que a França tem a ver com isso, mas como você conseguiu alisar a raiz, fazer esses cachos e deixá-los tão macios e brilhantes assim?

- Segredo. – Hermione disse, com um sorriso zombeteiro nos lábios. Ela sabia desde a hora em que comprara aquela poção que seus problemas relacionados a cabelo se resolveriam, mas sabia também que todos iriam comentar, mas ela não estava nem aí pra isso. Ginny fez um bico, mas Hermione logo emendou. – Brincadeira. E você acertou, isso foi o resultado de uma poção de tratamento capilar que comprei na França e... adivinha só!

- O quê? – a outra perguntou, curiosa.

- Eu aprendi a fazer a poção! – Hermione vibrou ao divulgar seu feito.

- Sério? - a outra a olhou, surpresa. – Mas como você fez, se no rótulo só aparecem os ingredientes...

- Eu sou Hermione Granger, esqueceu? – e dito isso, as duas riram.

- Ei vocês estão rindo do quê? – Ron perguntou, interessado. – Estão aí conversando desde que chegamos, vão incluir a gente na conversa ou não?

As duas se entreolharam e riram novamente. Quando Ginny abriu a boca para caçoar o irmão, eles ouviram o som de batidas secas na porta da cabine.

- Granger. – chamou uma voz masculina que todos ali sabiam a quem pertencia e todos ficaram em silêncio. – Granger. – ele chamou novamente.

- O que o Malfoy quer com você, Hermione? – foi a vez de Harry indagar.

- Não faço a menor idéia. – ela respondeu. – Mas coisa boa não deve ser.

- Granger! – ele chamou novamente, impaciente.

- Já vou. – disse ela, se levantando e indo em direção à porta da cabine.

- Anda logo!

- Dá pra você parar de reclamar? – ela disse irritada, saindo da cabine e fechando a porta. – O que um Comensal como você pode querer comigo, hein? – ela perguntou, em tom de desdém e a face dele se tornou rígida.

- Pois é. O que um Sonserino refinado como eu iria querer com uma sangue-ruim como você? – ele disse no mesmo tom que ela, um pouco mais calmo. – Para minha sorte, não sou eu quem quer falar com você e, sim, a profª McGonnagal.

- E o que ela quer comigo? – Hermione perguntou, sentindo seu bom humor diminuir.

- Eu não sei. Não faço a menor idéia de que assunto ela poderia querer tratar comigo e com uma sangue-ruim como você. – ele respondeu casualmente e emendou antes que Hermione protestasse. – Ela disse que está reunindo o monitores e infelizmente me pediu para vir aqui te chamar.

- Mas o Ron também é monitor... – Hermione retorquiu.

- É, mas acontece que ela não mencionou o nome do pobretão aí quando me pediu pra vir aqui. – ao ouvir isso, Hermione bufou.

- Ótimo então! – ela exclamou, irritada. – Vou entrar e pegar minhas coisas para trocar de roupa antes de ir me encontrar com ela. Em qual cabine que ela está?

- Na de sempre, no começo do primeiro vagão. – ele respondeu, colocando as mãos nos bolsos dos jeans trouxas que ainda vestia.

- Ok. – disse ela, virando-se para entrar na cabine. – Acho que nos despedimos aqui, Malfoy. Au revoir. – e dizendo isso, entrou, batendo a porta.

Tirava seus sapatos e meias com movimentos ágeis e nervosos. Sua cabeça estava a mil e sua consciência estava um pouco pesada. Ela mentira para os amigos sobre o que o Malfoy lhe falara, dissera que a profª McGonnagal a estava chamando, mas que ela não sabia o motivo. Na verdade, ela mentira em parte, porque ainda continuava sem saber o motivo. A verdade era que ela não queria dizer a Ron que ela fora chamada como monitora e ele não, ainda mais considerando o estado de espírito naquele dia.

- Droga. – ela sussurrou, batendo a cabeça na parede do banheiro. Por que seu ano parecia que já estava começando mal? E, por algum motivo, ela tinha o pressentimento de que iria piorar.

Ela caminhava pelos corredores do trem apressada. Já estava vestida com o uniforme, a mini-saia de Hogwarts, sua camisete branca, a gravata vermelha da Grifinória, e as meias ¾ com os sapatos pretos. Como ainda estava fazendo calor, decidiu não vestir o suéter cinza por cima, dobrou as mangas da camisete até os cotovelos e prendeu os cabelos com um palito num coque malfeito, com fios caindo para todos os lados. E foi assim mesmo que bateu na porta da cabine da profª McGonnagal, sem se importar com o estado do seu uniforme.

- Senhorita Granger? – ela ouvir a voz da professora, assim que bateu na porta e confirmou. – Entre, estávamos esperando apenas pela senhorita.

Hermione abriu a porta receosa após a última afirmação e encontrou a professora, juntamente com mais três sextanistas como ela, de diferentes casas, incluindo Malfoy, sentados ao seu redor. Caminhou meio nervosa até os bancos e se sentou ao lado de Padma Patil.

- O que ela quer com a gente? – Hermione cochichou para a colega, mas a profª McGonnagal se pronunciou antes que esta respondesse.

- Queridos alunos – ela começou, e depois limpou a garganta, antes de continuar. – Eu os reuni aqui para tratar de um assunto do qual geralmente tratamos em apenas uma reunião com os outros professores e o diretor, mas por algum motivo esse ano, tivemos várias reuniões pautadas com discussões que não nos levaram a lugar nenhum. – ela fez uma pausa para avaliar a expressão curiosa dos alunos. – E esse assunto é sobre quem ficaria com o cargo de monitor-chefe este ano.

Os quatro se entreolharam sem entender onde a professora queria chegar.

- Bem, em nossa última reunião, chegamos a um consenso de que iremos avaliar vocês por mais algum tempo durante o primeiro trimestre para decidirmos. – ela declarou e viu uma mão subir no ar. – Sim, senhorita Granger?

- E quanto aos outros monitores, professora? – ela perguntou, nervosa.

- Bem, nós decidimos escolher apenas um de cada casa, os mais indicados para o cargo. – e vendo que a expressão de Hermione serenara, continuou. – Esse trimestre estaremos avaliando suas grades escolares, desempenho nas aulas e atividades extracurriculares.

- Como...? – Malfoy indagou.

- No seu caso, Sr. Malfoy, acho que o Quadribol serviria. – a profª respondeu. – E, alunos, gostaria que isso ficasse entre nós. Não gostaria de ver um assunto desses passando de boca em boca nos corredores. – e ela deu um sorriso que pareceu um tanto macabro. – Estão dispensados. Vejo vocês em Hogwarts.

Pelo visto não faltava muito tempo. Mal os alunos saíram de sua cabine e o trem parou, com um ruído horrível do atrito dos freios nas rodas.

- E então Granger. – disse uma voz um tanto rouca atrás de Hermione, que fechava a porta da cabine. – Pronta para perder o cargo de monitora-chefe pra mim? É, porque você sabe que nós temos notas muito mais altas e um desempenho muito melhor que o Macmillan e a Patil.

- Malfoy – ela se virou para ele. – Depois a gente conversa sobre isso, ou melhor, você fala sobre isso, já que é você quem tanto quer discutir sobre o assunto. Agora, se não se importa, eu quero pegar minhas coisas e sair logo desse trem.

- Está com medo de perder pra mim, Granger? – ele perguntou, debochado.

- Vai ver se eu to na esquina. – ela respondeu, de mau humor.

- Só sabe dizer isso? – ele retorquiu, com um sorriso de deboche e ela o encarou, estreitando seus olhos castanhos. – Ok, Granger. Eu proponho um desafio...

- Não quero desafio nenhum, Malfoy. Eu estou cansada, agora se me dá licença... – ela disse, embrenhando-se no meio dos alunos e saindo da frente de Draco.

- Esse ano promete... – ele murmurou, com um sorriso malicioso nos lábios, virando-se para entrar no meio da multidão no corredor.

"Hogwarts Hogwarts Hoggy Warty Hogwarts..".

- O que será que deu no prof. Dumbledore para ele resolver cantar o hino esse ano? – Ron perguntou, enquanto segurava com força um garfo nas mãos, os nós dos seus dedos chegando a ficar brancos. – Ele quase nunca canta...

- Não sei. – respondeu Hermione, que também estava pensativa a respeito do assunto. – Deve ser porque ele queira nos mostrar que apesar de toda essa segurança que o Ministério está depositando em Hogwarts com todos esses aurores e feitiços, no fundo, Hogwarts ainda é a mesma...

- É, talvez... – ele disse, com o olhar vago, virado para a mesa dos professores.

- E agora, daremos início à seleção das casas. – anunciou Dumbledore, após o termino do hino.

- Isso vai ser longo... – disse Harry, entediado, olhando a enorme fila de primeiranistas. E realmente, parecia que nunca iria acabar.

Hermione sentia-se pesada após toda aquela refeição e extremamente cansada, mas ainda tinha que levar os primeiranistas até a torre da Grifinória sozinha, já que Ron praticamente desabara dormindo na mesa após o jantar e os monitores desse ano estavam recebendo instruções do ex monitor-chefe. Com um longo suspiro, chamou a enorme fila de alunos que ela reunira e deixou o Salão Principal, seguindo rumo às escadas e encontrando a última pessoa que ela esperava ver no momento.

- Granger, que fila enorme de fracassados você carrega... - Malfoy caçoou, enquanto levava uma fila de primeiranistas. E ele também estava sozinho na função, Hermione reparou.

- Quantos comensais será que vão sair da fila que você está carregando, Malfoy? – ela respondeu, sem uma única nota de humor na voz e continuou a subir o segundo vão de escadas, rumo ao segundo andar. A expressão dele endurecera com o comentário e ele resolveu fazer o mesmo, emparelhando-se a ela e o resto dos alunos atrás de si, na escada estreita.

- Malfoy, dá pra você seguir logo até as masmorras para sua sala comunal e me deixar em paz? – Hermione perguntou, encarando-o com uma expressão de cansaço no rosto.

- E quem disse que eu os estou levando para a sala comunal deles? – ele retorquiu, com um sorriso torto nos lábios.

- Seja lá pra onde quer que você os esteja levando, apenas tente sair do meu caminho. – ela retrucou áspera e pôs-se a subir um novo lance de escadas. – Alunos, devo lembrar para terem cuidado com as escadas, pois elas gostam de mudar de lugar. – ela anunciou.

A conversa atrás deles aumentou com a informação nova que Hermione lhes dera. Por um segundo Malfoy se virou para falar alguma coisa para seus alunos e ela aproveitou a chance para tentar escapar dele, puxando a mão do primeiro da fila e praticamente correndo para o próximo lance de escadas.

- Não assim tão fácil, Granger. – disse ele, levando seus alunos consigo.

- Por que você não pára de me seguir? O que você quer de mim? – ela perguntou, com o cansaço evidente em sua voz.

- Tirando o fato de que eu também preciso dessas escadas para chegar aonde eu quero ir? – disse ele, com uma leve ironia na voz.

- Por que você não pode simplesmente esperar que eu suba primeiro para depois você subir? – ela indagou. – Se você não quiser esperar, eu espero para que você suba. - ela disse, massageando as têmporas e fechando os olhos. – Será que é tão difícil, Malfoy?

- É, e será muito mais de agora em diante. – ele respondeu, com um sorriso maldoso. Hermione sabia que não era sobre "escadas" que ele estava falando e bufou.

- Eu aceito aquela droga de desafio, Malfoy. Satisfeito? – ela disse irritada, num fôlego só, saindo das escadas e dirigindo-se ao quadro da mulher gorda. – Coração de Dragão.

- Já que você tocou no assunto... – disse ele, pensativo... - Você vai se arrepender de ter aceitado, Granger. – devaneou com um sorriso torto nos lábios, encarando-a do topo da escada, enquanto ela permanecia do lado de fora do buraco, esperando que todos os primeiranistas entrassem primeiro. – Você não vai durar nenhum segundo.

- Isso é o que nós vamos ver, Malfoy. – ela bufou baixinho para si mesma e depois entrou pelo buraco do retrato em seguida.