Segunda semana de Julho – Sexta-feira – Lima.

O senhor de cabelos brancos, após provar seu cappuccino e dar um sorriso satisfeito, acenou para a garota atrás do balcão e saiu da cafeteria, dando-lhe, finalmente, a permissão de tirar o sorriso forçado dos lábios.

A morena deslizou o elástico do cabelo com um movimento fácil, deixando o mar de fios castanhos caírem pelos ombros. Com um suspiro, ela foi para em direção à porta da cozinha, gritando para a sua "amiga" de trabalho para lhe cobrir por alguns minutos. Passou direto pela cozinha, sacudindo levemente a cabeça para ajeitar melhor os cabelos, e tentando ignorar o olhar que o cozinheiro lançava sobre ela. Ora, inferno, seria sempre assim? Ele nunca desistiria de mandar esses olhares que supostamente eram "irresistíveis"?

Com um suspiro ainda mais forte, ela saiu pela porta de trás da cafeteria, tentando respirar normalmente agora. E não, ela não estava procurando por um ar puro, límpido, ou seja lá o que todos falam ser bom. Ela queria sentir o cheiro de urina, ou dos cigarros que tantas pessoas fumavam perto dela, pouco ligando para a fumaça que ia diretamente a sua cara. Ela queria ouvir as centenas de buzinas ao mesmo tempo, alguns xingamentos até, as milhares de pessoas falando em seus telefones.

Ela queria Nova York de volta.

Ela não gostava de Lima. Ela não gostava da vida que ela tinha em Lima. Ela não gostava da cafeteria, não gostava do horário – agora completamente cheio – do seu pai, não gostava da saudade que sentia de sua mãe, e certamente não gostava de não ter nenhum maldito conhecido aqui que pudesse dar alguma dica de festa para ela ir nesse fim de semana.

Certo, ela tinha Puck. Mas, bem, ela queria uma festa decente, e não tinha certeza se o amigo – ela já podia chamá-lo de amigo? – entenderia o mesmo que ela quanto ao significado de decente.

Encostada ao lado da porta que dava de volta à cafeteria, ela aceitou que aquele dia seria igual. Sem dúvidas, essa noite de sexta seria cheia de filmes de Barbra Streisand, talvez alguns outros clássicos da Broadway, pipoca e algumas guloseimas, debaixo do seu cobertor de pequenos corações. Sozinha.

Bem, não sozinha, realmente. Ela teria o Mr. Bear com ela. Mas como ele nunca respondia – ainda bem – suas críticas aos programas, ele não poderia ser realmente considerado uma companhia.

A morena olhou em seu relógio no pulso, percebendo que já havia se passado quase dez minutos desde que deixara a cafeteria. Assim, com o provável centésimo suspiro do dia, ela voltou para seu trabalho, torcendo para que as três horas restantes do seu turno passassem rápido – e sabendo que, por mais que desejasse isso, elas não passariam.

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Ela caminhava devagar. Ela queria chegar rápido em casa, sim, mas sentia que não faria diferença, afinal, estaria sozinha lá, como ficou o dia todo.

Mais uma vez, seus pensamentos levaram-na aos tempos de Nova York. Sua família, junta. As noites de segunda, quando seu pai, Leroy, não tinha plantão no hospital e sua mãe, Shelby, não precisava ficar até à noite na empresa. Com as agendas dos seus pais lotadas, segunda era o único dia que, realmente, eles aproveitavam um tempo os três juntos.

Com um sorriso e se lembrando de várias segundas-feiras, a morena abriu a porta da frente e entrou em casa, indo direto para a cozinha e pegando um pouco de água da geladeira. Por ser Julho, ela sempre chegava em casa e ia direto para a cozinha, beber um pouco de água.

Tudo bem, ela fingia que era por estar calor. Ela se recusava a admitir que a sede não era sede, e sim tristeza.

Depois de enxaguar rapidamente o copo e deixá-lo em cima da pia, ela dirigiu-se para a escada. Quando estava entrando, ouviu seu celular começar a tocar, novamente, e o som de Don't Rain On My Parade fluir pelo cômodo. Nem precisou olhar na tela de seu iPhone para saber que Shelby ligava de novo, somente recusou a chamada e deixou o celular no criado mudo, indo em direção ao banheiro para tentar aliviar a tensão com um banho.

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Terceira semana de Julho – Segunda-feira – Lima.

"Noah." Rachel sorriu para o garoto que caminhava em sua direção. Algo no fundo da mente de Rachel registrou que era o primeiro sorriso dela desde sexta, sendo que todos os seus sorrisos sinceros desde que foi para Lima foram por causa desse garoto.

"Princesa judia." Ele abraçou-a pelos ombros por cima do balcão, e, quando a soltou, deu um beijo em sua testa.

"O que faz aqui a essa hora?" Rachel perguntou curiosa, depois do sorriso mais aberto dado por causa do beijo.

"Na verdade..." Noah deu um sorriso acanhado e enfiou as mãos nos bolsos da calça. Deus, como Rachel poderia resistir àquele sorriso tão fofo?

Sorrindo de lado, Rachel cruza os braços em frente ao peito, olhando fixamente o amigo a sua frente. "O que você quer?".

Noah suspirou, mas não tirou o sorriso do rosto. Rachel tinha o coração de manteiga. Em pouco tempo que eles se conheciam, ele já havia percebido isso. Ela não recusaria nada a ele.

"Na verdade, baixinha, eu queria que você trocasse de turno comigo amanhã." Ele disse, olhando-a nos olhos, e ignorando a careta que a morena fez quando ele a chamou de baixinha.

Mas agora a careta de irritação foi substituída por uma careta de confusão.

"Por quê? Você não disse que gosta de ficar livre à tarde e à noite para... Bem, aquelas coisas que você me falou?" Rachel ficou um pouco corada ao se lembrar de quando o garoto havia explicado porque pegara com o turno das 8h às 14h, e não o da tarde.

Puck soltou um riso alto com a expressão da garota a sua frente. "Sim, certo, eu prefiro. Mas amanhã eu tenho que resolver algumas coisas, você sabe, na casa de uma das minhas clientes no meu negócio de limpeza de piscinas... Você se lembra que eu tenho esse negócio, certo?" Rachel assentiu, ainda olhando para os lados, pois sabia exatamente o que ele tinha que "resolver" na casa de clientes. "Então, e eu tenho que limpar a piscina de certa cliente de manhã, porque, bem, o marido só trabalha de manhã e... Ora, inferno, você pode trocar de turno comigo ou não?" Puck havia se enrolado com as palavras e suspirou alto. Ele gostava de Rachel e a achava ainda mais bonita quando estava corada, mas ela começou a ficar desconfortável, ele percebeu.

Rachel deu um sorriso meio estranho e depois deu de ombros, concordando. Puck a agradeceu algumas centenas de vezes – provavelmente a "cliente" era uma das boas – e depois foi embora, dizendo que ainda iria limpar uma piscina hoje à noite.

Com um suspiro, Rachel apoiou os cotovelos no balcão, percebendo, enfim, que amanhã não seria um bom dia. Acordaria cedo e, depois de acabar seu turno, ela ficaria sem nada para fazer. Sozinha, durante a tarde toda. Pelo menos, até hoje, ela tinha a cafeteria como ocupação para não ficar deprimida em casa durante o dia todo.

Bem, amanhã seria diferente.

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Terceira semana de Julho – Terça-feira – Lima.

Rachel já estava acordada há alguns minutos, mas estava sem coragem de levantar da cama. Só o pensamento de que hoje não teria nada para fazer à tarde já a deixava sem vontade de levantar.

Alguns poucos minutos depois, ela finalmente se levantou, ainda com preguiça. Colocou qualquer shorts e uma regata e foi para seu elíptico, e ficou lá por mais ou menos meia hora, sem prestar atenção no horário. Assim, quando olhou para o relógio no seu criado-mudo, percebeu que estava um pouco atrasada. Ora, que inferno.

Tomou um banho rápido, só para tirar o suor, e trocou de roupa, mas não mudou muito o traje. Só mudou para um shorts jeans e uma camiseta cinza discreta.

Apanhou seu celular e suas chaves correndo e saiu de casa. A cafeteria era razoavelmente longe de casa, então, para não se atrasar, ela nem passou perto da cozinha.

Faltando só umas duas quadras para chegar à cafeteria, Rachel pegou seu celular. Logo, seus olhos castanhos ficaram tristes, ao perceber que o número de ligações perdidas estava diminuindo. Uma semana atrás, quando acordava, a média era de 10 ligações perdidas. Há uns quatro dias, diminuiu para sete. Hoje, estava em quatro.

A morena só trincou os dentes e apagou as ligações perdidas de sua mãe. Bem, era óbvio que ela iria desistir de Rachel. Afinal, ela não havia a deixado?

Rachel chegou à cafeteria alguns minutos antes das oito horas. Entrou no estabelecimento e sorriu rapidamente ao passar pela garota que ficava das 6h até as 8h atendendo os clientes. Foi para a cozinha e, quando sentiu os olhos do cozinheiro em suas pernas, se amaldiçoou mentalmente por não ter pensado direito na roupa que colocaria. Pegou o avental marrom horrível num dos ganchos na parede da cozinha e saiu rapidamente de lá, assumindo seu posto atrás do balcão para a outra garota poder ir embora, e tentando ignorar o celular vibrando em seu bolso.

Sim, Rachel sentia falta da sua mãe. Ela sentia falta do sorriso que Shelby dava a ela antes de deixá-la na escola, ou do beijo em sua testa sempre que Rachel dizia que tinha uma prova difícil naquele dia. Sentia falta dos pequenos momentos em que elas entravam em uma discussão sobre musicais da Broadway, ou quando cantavam juntas no carro na ida ao mercado no sábado de manhã, toda semana.

Mas Shelby a deixou. E por quê? Por causa do mesmo maldito motivo que eles tinham somente a segunda-feira para ficarem todos juntos. Trabalho. Sempre a porra do trabalho.

Quando a empresa em que Shelby trabalhava ofereceu a ela a vaga de diretora da sua área, Shelby pirou. E então eles falaram que ela teria que morar em Paris. Bem, aí ela pirou mais ainda.

Era o seu sonho morar em Paris. Shelby sempre quis isso, Leroy e Rachel sabiam. Mas, merda, Leroy não queria ir. Rachel não estava também muito feliz, mas ela até iria, afinal, era uma cidade grande também. Rachel preferia NY, mas contando que ela estivesse morando em uma cidade grande, ela aceitaria de bom grado. Mas não, Leroy não queria. Leroy nunca gostou de cidades grandes, e ele nunca escondeu isto também, do mesmo jeito que Rachel não escondia que as amava. Leroy estava tentando convencer Shelby e Rachel de irem morar na sua cidade natal há tempos, e elas nunca aceitavam. E então, surgiu a proposta de trabalho.

E isso levou a eles se dividirem.

Rachel, com certeza, se não estivesse tão brava com a mãe, iria ter ido morar com ela, e não com seu pai. Mas, bem, Shelby foi quem propôs que eles se separassem, então Rachel não conseguia olhar na cara da mulher. Como ela pôde fazer isso? Como ela pôde sequer cogitar a ideia de acabar com a família deles? Rachel não entendia. Então, num impulso, Rachel disse que iria morar com seu pai, e assim aconteceu.

Agora ela estava presa a Lima, falando com seu pai por meio de bilhetes deixados na geladeira em algumas noites, vendo-o de fato só algumas horas durante as noites de domingo, só tendo contato real com os clientes da cafeteria e com Puck, sem falar com sua mãe há duas semanas, desde que Shelby havia os deixado e ido para França, e, inferno, Rachel estava sentindo falta de cheiro de urina. Tudo bem, urina lembrava Nova York, mas era estranho aceitar o fato de sentir falta de um cheiro tão horrível e nojento.

Quando o celular parou de vibrar, Rachel soltou a respiração que não tinha percebido que prendia. Sem vontade, deu um sorriso para o moço que entrava na cafeteria e se preparou para atendê-lo.

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Certo. Agora só faltam 5 horas e trinta e cinco minutos, Rachel pensou, olhando o relógio atrás dela, que marcava 8h25.

Rachel estava um pouco indecisa se estava feliz ou triste por já ter se passado quase meia hora do seu expediente. Feliz por poder sair daquela cafeteria e não ter de forçar um sorriso a cada novo cliente que entrasse. E triste por sair daquela cafeteria, e ter que enfrentar a tarde toda sozinha.

Bem, ela decidiu que estava feliz. Ficaria sozinha à tarde, mas provavelmente estaria assistindo Bob Esponja na Nickelodeon, o que era um bom motivo para ficar feliz.

E depois disso, ela começou a lembrar-se do episódio de Bob Esponja em que o Patrick trabalha no Siri Cascudo e, enquanto ela dava pequenas risadas baixas com as lembranças de vários episódios diferentes, foi pega de surpresa ao ouvir um pigarro. Levantou o olhar rapidamente, encarando uma loira que estava com as duas mãos apoiadas no balcão, olhando para a morena com um sorriso divertido.

"Tudo bem?" A loira perguntou, ainda sem tirar o sorriso debochado do rosto.

Rachel pigarreou e empinou a coluna, odiando-se internamente por ter corado ao perceber que estava rindo sozinha como uma idiota. "Tudo. O que vai querer?" Ela foi direto ao assunto, sem o seu costumeiro sorriso forçado e tentativa de socialização.

A loira acompanhou Rachel enquanto ela ia em direção a caixa eletrônica, preparando seus dedos para digitar o preço do que quer que fosse o pedido da loira. Rachel olhava para as teclas do aparelho, sem fazer contato visual com a mulher a sua frente. Inferno, seu rosto estava pegando fogo. Qual era o problema em rir sozinha, afinal? Bob Esponja era engraçado.

"Um chá, por favor..." Quando Rachel olhou para cima, percebeu que a loira estava com uma sobrancelha levantada, esperando que Rachel dissesse seu nome. Inferno, Rachel sentiu a área entre suas coxas esquentar por aquele simples movimento de sobrancelha. E, inferno, que olhos eram aqueles?

"Chá, c-certo." Rachel limpou a garganta, abaixando o olhar para as teclas e ignorando o óbvio pedido da loira para saber seu nome. Rachel estava realmente tentando lembrar o preço do chá para digitar na máquina, mas parecia impossível. Até um milhão de dólares parecia razoável para o preço de um chá agora, quando ela só conseguia sentir vontade de olhar para cima de novo e ver aqueles olhos castanho-esverdados.

Porra, cadê sua memória de estrela-da-Broadway-que-pode-decorar-qualquer-coisa agora?

A loira olhava para Rachel fixamente. Ela era bonita, realmente. Os cabelos castanhos estavam soltos pelos ombros, e os lábios da morena estavam entreabertos, soltando o ar lentamente, deixando-os mais atrativos do que pode ser possível.

Rachel desistiu de tentar se lembrar do preço do chá e pegou o menu, procurando e logo em seguida digitando o preço na máquina, tudo isso sem olhar para cima de novo. Mesmo que olhar para a mulher a sua frente fosse o que ela mais queria no momento, suas pernas não aguentariam deixá-la em pé se vissem aqueles olhos de novo.

Sem dizer mais nada, Rachel virou-se de costas para a loira e foi em direção à porta da cozinha. Chás e cafés eram normalmente Rachel que fazia, mas agora ela não devia lembrar-se nem mesmo do ano que foi lançado Funny Girl – e isso era muito – quanto mais como se ferve uma água. Até parece.

Então, ela gritou para o cozinheiro fazer o chá, não percebendo que a loira do outro lado do balcão olhava para suas pernas. Mas, ao se virar e perceber este fato, ela não se odiava tanto mais por ter escolhido esse shorts para vir trabalhar.

Aproximou-se do balcão novamente, ainda sem olhar para a loira. Rachel sentia o olhar da mulher sobre si, mas, inferno, ela ainda não tinha certeza se suas pernas a sustentariam com a visão daquelas íris castanho-esverdeadas novamente.

Mas, ao contrário da morena, a loira observava cada detalhe da outra. Sua pele morena, as pernas tão compridas para uma garota tão baixinha, os lábios cheios – e, nossa, a loira se perdeu naqueles lábios, mesmo que agora eles estavam pressionados um contra o outro – e tentava, por último, ter outro vislumbre dos olhos castanhos da garota.

Passaram-se alguns segundos em silêncio, até que Rachel sentiu que devia levantar o olhar. Afinal, o que ela estava fazendo? Era uma mulher. Uma cliente. Somente isso. Qual é o problema?

Confiante, Rachel empinou mais um pouco sua coluna e levantou o olhar, se arrependendo imediatamente. A mulher a sua frente a olhou diretamente nos olhos e ainda carregava um sorriso debochado, mas agora tinha algo mais naquele sorriso. Talvez... desej-

"Vem pegar, Rach!" Ela ouviu o cozinheiro gritar da cozinha, e sentiu que ele havia escolhido aquelas palavras cuidadosamente, para tentar soar sexy ou algo assim. Bem, ele só soou grosseiro e Rachel estava realmente em dúvida se saia de perto da loira para ir pegar o chá.

Mas a loira desfez o contato visual para fuzilar o cozinheiro, que tinha aparecido na porta para dar o copo de plástico de chá para Rachel. Então, a morena virou-se bem rapidamente, pegou o chá e se afastou do cozinheiro, com um pouco de medo do olhar dele. Tudo bem, ela estava começando de novo a se odiar por ter escolhido aquele shorts.

"Bem, aqui está." Rachel colocou o chá no balcão em frente à mulher, com medo de seus dedos se tocarem. Aquele olhar penetrante em cima de si já a estava matando e deixando suas pernas mais que bambas, mas ela ainda se sustentava em pé. Com um toque, aí sim Rachel sabia que cairia.

"Obrigada, Rach." A loira falou com um toque de irritação em sua voz, e olhou rapidamente para a porta da cozinha, dando a indicar de onde tirou o apelido. Mas, inferno, ficou tão diferente nos lábios da loira. Mesmo ela tendo pronunciado a palavra com raiva pelo cozinheiro, foi algo como se encaixasse perfeitamente na voz fina e suave da loira. Como se aquele apelido tivesse sido feito para saírem daqueles lábios rosados.

Rachel sorriu minimamente, sem perceber, com a pronúncia do apelido, e continuava com o sorriso nos lábios após vários segundos de as duas mulheres se olhando nos olhos. Cada uma perdida na cor dos olhos da outra. Até que Rachel pigarreou e sorriu um pouco mais abertamente, esticando sua mão por cima do balcão e pronunciando baixinho, como se tivesse se esquecido de como se falava: "Rachel Berry."

A loira sorriu e disse, depois de apertar brevemente a mão da morena: "Quinn Fabray."

Certo, não havia sido uma boa ideia oferecer um aperto de mãos. Rachel teve de se apoiar rapidamente com as duas mãos no balcão para se manter em pé. Porra, Rachel, você sabia que cairia com um toque. O que te deu hoje?

A loira sorria de lado para ela agora, percebendo que ela estava apoiada no balcão. Então, deu um gole no chá e disse: "Bem, até amanhã então, Rachel." E, antes que a morena pudesse sequer responder, a loira já havia se virado e ia em direção à porta de vidro da cafeteria, saindo e entrando no carro em que, alguns poucos segundos antes, uma garota morena estava encostada.

Porra, Rachel pensou. Seria realmente muito azar se ela tivesse uma namorada.