Red Tiger

Prólogo

-Ele tornou-se muito perigoso...

-Entendo.

-Precisa eliminá-lo. Quero o Red Tiger morto e fora do caminho.

-Sim, senhor. – O rapaz vestido de negro sorria e concordava, seus olhos possuíam um estranho brilho de prazer, enquanto o outro lhe falava de sua vítima.

-Entenda, deve tomar cuidado... Red Tiger é um dos mais perigosos assassinos, ele luta como se não houvesse amanhã. É forte, se move nas sombras... É quase impossível matá-lo.

-Não se preocupe, ele estará morto em menos de um mês.

Ambos os homens apertaram as mãos, selando um compromisso ali, naquela sala escura e luxuosa, de um prédio da máfia grega. O destino de Red Tiger estaria nas mãos destes mesmo senhores, ou estaria entregue à sorte e a Zeus?

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Do outro lado da cidade de Athenas, um rapaz de longos cabelos lisos, sorria disfarçadamente durante um jantar. Talvez ele fosse jovem demais para o potencial e fama que possuía, mas isso não interferia em seu trabalho, as pessoas o respeitavam por medo e admiração.

-Está calado hoje, o que houve? – Um outro rapaz loiro lhe dirigiu a palavra. Eram amigos de infância e hoje aliados num dos mais importantes grupos de lutadores respeitados no mundo.

-Você sabe que sou calado. – Os dois amigos falavam baixo, enquanto chefes de máfia e chefes de Estado gargalhavam e falavam em tom elevado sobre coisas que sinceramente não interessavam aos dois.

-Sim... Você tem toda razão. Mas comer não está nos seus planos?

-Shaka... Você sabe o que me preocupa. – Os olhos azuis do loiro cintilaram e pareceram tremer por instantes. Novamente aquele assunto que o irritava.

-Não quero e não preciso de um cachorrinho que me siga por onde eu vá.

-Não seja idiota, Red Tiger está atrás de cada um de nós e eu odiaria te perder pra ele.

-Você me subestima. – O indiano levantou-se pedindo que o desculpassem, mas não passava bem e iria se retirar. O kimono negro acompanhou seus movimentos com graciosidade enquanto se retirava da sala. Um par de olhos o acompanharam, porém se mantiveram tão frios quanto antes.

Shaka era um rapaz de vinte e três anos, de ascendência indiana, apesar da aparência nada comum ao país de origem. Era alto, possuía longos cabelos loiros e olhos azuis tão profundos quanto o mar que cercava a Grécia. Seus lábios rosados costumavam selar segredos e proferir verdades e maldições, enquanto o indiano usava a espada. Costumava andar sempre com esta, porém outra arma lhe era companheira... Uma Magnum que ganhara de presente ao completar dezesseis anos, desde então não saía sem ela.

Apesar de sua aparente calma e frieza, havia um assunto capaz de lhe tirar o sono. Este assunto, naturalmente, era Red Tiger. O frio guerreiro, discípulo das sombras e amante da espada que carregava na cintura. Estavam cada vez mais próximos do combate final... Shaka podia sentir o guerreiro vermelho se aproximando de si a cada segundo.

O indiano retirou o kimono que lhe incomodava e deitou-se na cama, suspirando. Ainda havia o guarda-costas... Não precisava de ninguém, mas Ele insistia em afirmar que Shaka não estava seguro sozinho, sendo assim teria que aceitar cedo ou tarde seu cachorrinho de estimação.

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Estava escurecendo e o jovem loiro dirigia rápido o carro negro. Athenas se apagava pouco a pouco e seu coração parecia pular quando estacionou o carro próximo a uma ruína. Não saberia dizer o que sentia, mas sabia que sua vida mudaria e isso sim era empolgante.

-Santuário de Athena... Que a Deusa me proteja. – Milo andou a passos largos para o interior do templo, estava tudo silencioso, era bastante afastado do centro, quase escondido.

O jovem grego correu com os olhos a escadaria deserta... A primeira casa, vazia. Subiu temeroso, a mão na faca que trazia na cintura. A noite caía mais rápido agora, enquanto ele avançava por Gêmeos. Passou por Leão, Virgem... O céu, agora negro, brilhava em pequenos pontos luminosos, constelações que guiariam Milo até a Casa que procurava.

-Aquário. – Ele sussurrou.

A Casa que representava o signo de Aquário parecia intacta, a menos destruída de todas naquele antigo e abandonado Santuário, nos arredores de Athenas. O andar de baixo parecia encoberto por uma estranha névoa que escondia os degraus e o chão de pedra fria, porém nada disso impediu o grego de penetrar no primeiro patamar daquela casa zodiacal.

-Droga de frio... – Ele ainda murmurou antes de sentir algo gelado tapar sua boca e uma ponta fina de metal frio tocar suas costas. Rapidamente Milo levantou as mãos, tremendo da cabeça aos pés.

-Não se mova... Responda quem é você e o que faz aqui. – A voz, tão fria quanto a mão que lhe destapara a boca, provocava um tremor em sua espinha.

-Sou... Milo. Eu vim encontrar... Kamus. – Duas mãos fortes o viraram de frente e Milo pôde encarar dois olhos vermelhos e congelantes, que pareciam ler sua alma. – Você... É Kamus?

-O que quer?

-Quero... Tenho um pedido especial... Quero que mate um homem.

-Vá embora garoto. Não faço mais isso. – O ruivo virou-se em direção às escadas para o andar superior do templo, ignorando a cara feia de Milo.

-Não foi essa a informação que recebi. Disseram-me que você é o melhor de Athenas e que poderia me ajudar, por favor, não me dê às costas. – Kamus parou, virou de frente e o encarou.

-Não sou o melhor de Athenas e por que quer este homem morto, Milo é o seu nome, certo?

-Sim... – O grego sorriu gentil e se aproximou cautelosamente. – Ele está atrás da minha herança, é meu tio... Eu preciso de sua ajuda, por favor. – Aproveitou e fez uma carinha de cachorrinho abandonado, tentando amolecer aquele coração gelado.

-Hum... Você não precisa de um assassino como eu para pegar alguém tão fácil.

-Ele tem assassinos contratados para me matar... Você é minha última chance, por favor...

-Você foi seguido?

-Não.

-Como pode ter certeza, idiota? – Kamus apontou a faca para o horizonte, como se houvesse um inimigo escondido na névoa, porém estavam sós, ele e Milo. – Quantos anos você tem?

-Vinte e três, o que isso tem a ver?

-Não trabalho para crianças. Amanhã. – Milo piscou os olhos, confuso, e andou até o outro, que já subia as escadas.

-Amanhã o que?

-Mostre-me quem ele é amanhã e eu o matarei.

-Obrigado! Muito obrigado. – O loiro respondeu sorrindo e abraçando o assassino, mas foi empurrado contra a parede com brutalidade.

-Se não quiser morrer junto, aconselho que se mantenha afastado, não gosto que me toquem. – Kamus devolveu a faca que pegara da cintura de Milo e virou-se subindo as escadas. O grego engoliu e seco e concordou com a cabeça, saindo correndo daquele horripilante Santuário enquanto ainda estava vivo.

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-A vida é bela em seus simples detalhes, em seus simples momentos...

-Dido, pare de filosofar e vem aqui que eu não acabei com você.

-Ah, Shurinha... Eu estava apenas pensando em nós...

-Sei, então pense enquanto faz.

O moreno abriu os braços, enquanto o amante pulava na cama, subindo por cima de si. Ambos sorrindo, se beijaram apaixonadamente, até o espanhol jogar longe o pequeno caderno que o outro tinha nas mãos.

-Ahn... Por que fez isso, amor?

-Porque eu não gosto que você leia na cama, isso nos separa. Agora fique quietinho, enquanto eu termino o que fazia. – O sueco sorriu malicioso, sentando nos quadris do amante, enquanto tinha as nádegas afastadas por este.

-Hum... De onde vem todo esse fogo?

-Qualquer um que tenha você na cama teria esse fogo, meu amor. – Shura empurrou o outro na cama, deitando por entre suas pernas enquanto o beijava.

-Ahn... Calma, Shurinha... Não vamos quebrar a cama... Já é a terceira.

-Desde quando você tem pena de quebrar camas?

-Desde que as árvores estão sendo devastadas. – O espanhol parou e riu alto.

-Você mata mulheres, crianças e homens, mas tem pena das árvores... Você é controverso.

-Senhor Afrodite? – Uma voz à porta interrompeu os dois amantes, Shura soltou palavrões, mas Afrodite apenas sorriu e vestiu um robe de seda preto, enquanto jogava um beijo para o namorado.

-Volto logo.

O sueco caminhou como se nada no mundo fosse mais importante que sua calma, entrou por uma porta dupla de madeira antiga e sentou-se em uma poltrona confortável, de frente para uma larga mesa.

-Mandou chamar, lindinho?

-Sim... – O rapaz sentado atrás da mesma mesa lhe sorriu malicioso, sem conseguir desviar os olhos daquele belo par de coxas nuas.

-Então diz logo o que é, porque tenho um espanhol nervoso me esperando na cama. – O outro riu discretamente e mostrou uma foto.

-Ele foi visto pela última vez aqui mesmo em Athenas, a ordem é que você fique na cola do sujeito.

-Ah, Aioros... Esse é o trabalho do loiro... Eu não fico na cola desse felino idiota, da última vez ele quase arranhou meu rosto. – O grego sorriu e alisou o rostinho perfeito do sueco.

-Se não quiser ir, reclame diretamente com o chefão. Mas aviso que ele está ocupado com outro felino hoje à noite.

-Aioria está lá? – Afrodite sorriu e seus olhos brilharam. – E onde está o dragão?

-Por que quer saber? Achei que tivesse um espanhol nervoso te esperando na cama...

-Não é nada disso, bobo... É que o garoto é o cachorrinho número dois do chefe. Achei que ele fosse mandar o menino atrás do Red Tiger.

-Não, ele prefere que você vá. Agora volte para o seu espanhol. – Afrodite mostrou a língua a Aioros e levantou-se, saindo calmamente do escritório, deixando o grego babar bastante.

No quarto os amantes fizeram os planos em meio aos lençóis bagunçados, beijos e gemidos. No dia seguinte estariam ambos na cola do assassino procurado, Red Tiger.

Continua...

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N/A: No próximo capítulo de Red Tiger Milo volta ao Santuário para encontrar Kamus, enquanto Shura e Afrodite procuram o perigoso assassino vermelho... XD

Como eu sou brega! Bom, o nome é ridículo e foi td inspirado em Kill Bill. Me digam se gostaram! Bjus.

PS: Me digam se descobriram o quem é quem na fic.