PARTE 1
Murtagh acabara de ser jogado em um calabouço do castelo do rei, por não ter trazido Eragon para Galbatorix, conforme o ordenado. As horas demoravam a passar e Murtagh estava preocupado com Thorn.
O que será que fizeram com Thorn...? Será que ele está bem?
A fraca luz do luar entrava pela pequenina janela, deixando um ar fantasmagórico na sala de pedras.
Murtagh começou a ouvir passos... E não eram apenas de uma pessoa...
Murtagh que estava sentado embaixo da janela se levantou num pulo quando começaram a mexer na porta. Desarmado, com fome e cansado ele sentiu medo de quem poderia entrar pela porta.
A porta da sala tomada pela escuridão se abriu bruscamente e Murtagh conseguiu avistar três silhuetas humanas, parecia que duas das pessoas seguravam alguém, uma de cada lado do prisioneiro.
Então o prisioneiro foi jogado para dentro da sala, e assim como havia sido aberta, a porta se fechou bruscamente. Mesmo que fraco, o luar iluminava o rosto da pessoa que se levantava vagarosamente depois de ser atirada no chão.
- Eragon? – perguntou Murtagh.
- Não sou... Você conhece Eragon?! – respondeu o rapaz que agora estava frente a frente com Murtagh.
- Ele é meu irmão. – disse Murtagh com um ar frio e rancor. – VOCÊ conhece Eragon?
- Sim... Somos parentes.
Um silêncio apavorante tomou o lugar. Depois da longa pausa Murtagh disse:
- Hum... Lembro que Eragon me contou sobre seu único parente vivo... Roran não é? – agitando as mãos.
- Quem mais seria? Então você deve ser Murtagh, de quem Eragon tanto falou... O TRAIDOR não é?! – concluiu com uma voz irônica.
-HU. – suspirou e voltou para perto da janela e sentou – Mas... Mudando de assunto... Por que VOCÊ está aqui?
- É uma longa história, não vai querer ouvi-la...
- Temos muito tempo. – disse sarcástico.
- Minha noiva, Katrina, havia sido seqüestrada pelos Ra'zac, que a levaram para Helgrind, também conhecido como os portões da morte, e então ela está lá, e... Bem, eu tinha ido resgatá-la, e sem a ajuda de ninguém...
- SOZINHO! – Murtagh riu estridentemente – Como se alguém como você, pudesse com eles!
- AGORA, CONTINUANDO... Eu fui resgatá-la, e daí os Ra'Zac me capturaram e... Aqui estou eu.
Murtagh levantou uma sobrancelha:
- É só isso...?
- A não ser que eu invente alguma coisa como; então eu lutei bravamente contra os Ra'Zac , porém falhei, mas como é uma história real... É, é só isso.
As horas custavam a passar naquela torre fria. Tudo estava sombrio e não havia nenhum movimento sequer... A chuva caia forte lá fora... Era tão forte que Roran chegava a se perguntar como as gotas não atravessavam a janela da torre. O som da chuva e do forte vento eram as únicas coisas que se podia ouvir. Tudo estava calmo, quando de repente... Um camundongo passa rapidamente e se aloja no canto da torre perto de Murtagh.
Então Roran diz apontando para o animal:
- Um camundongo.
- Sério... – começa ele com sarcasmo. Mas depois recomeça espantado – Um camundongo?!
- Não é uma vaca! – diz Roran com sarcasmo.
- Eu sei que um camundongo... Mas... Por onde ele entrou?
- Pela janela, talvez?¬¬
- Não! Galbatorix enfeitiçou todas as janelas, apenas ar e luz passam por elas...
- Nem água?!
- Nem água.
- Então... Por onde ele entrou?
- É EXATAMENTE O QUE EU QUERO SABER! P!
Roran e Murtagh começam a investigar por onde o rato entrou, acabou que foi só seguir as pegadas feitas pelo rato, que estava sujo e molhado, elas levavam até um buraco por onde certamente só um rato poderia passar. Os guardas de Galbatorix certamente não haviam notado o buraco, por que ele não tinha sido feito na torre, e sim na terra (assim como os cachorros fazem para fugir de algumas cercas, claro que nesse caso o rato teve o auxílio de um
buraquinho muito pequeno mesmo que havia na parede da torre devido à exposição dela a chuva, sol, vento, etc.).
- Você não pode usar a magia para cavar um buraco maior?
- Não dá. Eu estou drogado...
- Drogado?! Ah...! É por isso que você é assim!
- Era pra rir agora?
-...
- Não é esse tipo de drogas, seu tonto! É uma droga que os Ra'zac me deram, ela me faz esquecer todas as palavras da língua antiga...
- E por que não recusou?
Murtagh cobriu a testa com uma de suas mãos:
- Você é burro, não?
