Draco não sabia o que fazer.

Ele a amava.

Ela o amava.

Nesse dilema, ele descobriu que sangue não separa absolutamente nada, nada além da família.

Do amor.

Pensara quando seu pai descobrisse que ele literalmente se envolveu com uma sangue-ruim.

Se envolveu com: Hermione Granger.

Linda.

Inteligente.

Atraente - aos olhos de qualquer homem.

Sangue-ruim - o que a fazia diferente - intocável.

Ele não a merecia.

Ela não merecia alguem como Draco.

Covarde.

Infeliz.

Sangue-bom.

Diria - Adeus.

- Não podemos mais... - ele começou - ... é impossivel...

- Eu já sabia, você... não tem coragem... - baixou a cabeça, estava triste, amava Draco, mas ele não era o homem certo - ... nunca teve...

- Não tenho, não tenho mesmo... - o loiro engoliu o choro a seco, era noite, madrugada, onde eles se viam todos os dias na sala precisa.

Lá, seria o Adeus.

- Eu já devia saber... - os olhos de Hermione se enchiam de lagrimas, ela tentava engolir o choro, mas em pensar que nunca mais ela... eles...

Cada beijo.

Palavra.

Toque.

Olhar.

Cada abraço.

Um minimo olhar - só ficaria na memória - não aconteceria mais - nunca mais.

Não tinha como dar certo - amor era presente - possibilidade - nunca teve.

- Eu sou um fracasso... - baixou a cabeça também, toda escuridão sendo iluminada por uma só vela, só o que restava...

A luz - o amor.

Ela observava as feições de seu amor no escuro, os cabelos lisos, o rosto fino - palidez.

Faces pintadas de medo - do pai - do sangue.

Ele observou as feições dela sendo claramente iluminadas pela vela, o cacheado mel dos cabelos - o cheiro, mesmo sem ela estar por perto - ele sentia - mel, o cheiro de mel - sentia a cada toque, pensamento.

Para nada - iria acabar.

- Você merece alguem melhor... - soluçou, Hermione ali o viu se desmanchar em lagrimas - era amor.

- Acabou, não é? - perguntou tentando ser forte, tentando não cair no choro.

- Acabou... - sua voz falhava, falhava de tanta saudade e frustração que sentia, ele não disse uma só palavra a mais que aquilo - desperdicio - ele era covarde.

Hermione ficou parada, vendo as feições de Draco sumirem na escuridão, um choque de sofrimento eletrocutou a garota que caiu no choro - desesperador - era desesperador ver as feições de seu amor sumirem - para sempre.

'DRACO!' - gritou desesperada - um nó na garganta a sufocando.

Sentiu algo o agarrando por trás, as unhas de Hermione em seu peito - o puxava de volta - apelava.

Se virou de frente para ela - puro mel - puro amor.

Draco sofria.

Hermione chorava.

- Antes de ir... - Hermione começou soluçando.

Os olhos de Draco se enchiam de lagrimas.

... antes de ir... me beije... um ultimo... porquê, eu te amo... - os olhos de Draco transbordaram, ele não disse uma só palavra, puxou a garota mais perto pegando na cintura dela, chegou com o rosto perto do dela - suas bocas se tocaram - ele podia sentir o gosto de Hermione, podia sentir o cheiro da perda.

Ela podia sentir o gosto de Draco - o gosto do adeus...

Tinha acabado.

Acabou.