- Bella, por que você não para de ficar me evitando?

Sirius acabara de esbarrar na garota no meio de um corredor em Hogwarts. Estava ajudando-a a recolher os livros dela.

- Não estou te evitando! – retrucou. – Só estou fazendo o que é certo. Você é quem está me perseguindo!

Ela virou-se para ir embora, mas ele a impediu, segurando-a pelo braço.

- Se continuar fugindo só vai comprovar que...

- Que o quê, Sirius? – perguntou, interrompendo-o.

Sirius deu um suspiro.

- Que você gosta de mim.

Dois segundos em silêncio e... Bellatrix caiu na gargalhada, fazendo alguns alunos que por ali passavam olhar para ela de um jeito meio estranho. Mas ela notou.

- Tão olhando o que? – perguntou num tom de voz bem audível. – Voltem ao que estavam fazendo! Isso não é da conta de vocês! – então se voltou pra Sirius novamente. – E você, me deixe em paz!

Ela soltou-se da mão que a apertava, mas quando deu dois passos para a direção oposta ao primo, ele se adiantou e se pôs bem à sua frente, impedindo-a de seguir.

- Não, Bella, eu não vou deixar você em paz.

- Já disse que não gosto que me chame assim!

- Eu te chamo como eu quiser, Bella – fez questão de chamá-la daquela forma outra vez. – Agora me responde – e segurou-a novamente, dessa vez com as duas mãos, e a colocou contra a parede – o que sente por mim?

Os livros caíram novamente no chão. Bellatrix continuou calada. As Sirius estava cada vez mais próximo.

- Diz, Bella – insistiu. Seus rostos a centímetros de distância. – Eu sei que você gosta de mim – sua voz agora era um sussurro.

Bellatrix sentiu seu hálito de menta e fechou os olhos. Ela não iria fugir. Ela sabia que isso seria covardia. Mesmo assim não queria fazer isso. De alguma forma, sabendo que o que viria, queria continuar ali.

Ela sentiu os lábios do primo tocarem os seus e enlaçou seus braços em torno dele e o prendeu, beijando-o ainda mais. Ela não queria admitir que gostava dele, assim como não queria admitir que se sentia fraca quando estava com ele. Bellatrix não era fraca, portanto não gostaria de sentir como tal. Mas o fato era que, de alguma forma, a fraqueza que sentia quando estava com Sirius era tão boa que a única preocupação era de que alguém acabasse descobrindo.

- Para, Sirius, a gente não pode – protestou, tentando se separar dele, mas era difícil. Sirius era mais forte que ela.

- Vamos viver pelo que os outros dizem? – perguntou Sirius, parecendo aborrecido.

Bellatrix recolheu novamente seus livros caídos no chão.

- Isso não está certo, Sirius.

- Certo? Isso não é certo? Gostar de alguém não é certo? – agora ele parecia impaciente. – E o que é certo então? – Bellatrix agora voltara a caminhar para longe dele. – Ser uma comensal da morte?

Ela parou onde estava e virou-se.

- Você não manda na minha vida – seus olhos agora faiscaram de raiva. – E é bom você não ficar mais me agarrando pelos cantos.

- Você não manda na minha vida – retrucou.

Mas para sua surpresa, Bellatrix apenas sorriu e foi embora. Ele sabia que ela gostava e que era suficientemente orgulhosa para não admitir. Mas não suportava a ideia de ter alguém querendo mandar na sua vida. Essa era a condição dela. Só assim poderia tê-la. Só não podia ser para sempre.