Naruto e seu universo não me pertencem, é tudo de Kishimoto-sama!

Árdua Promessa - Capítulo I

Ele olhou para o céu cheio de grandes e fofas nuvens brancas, deu um suspiro e começou a caminhar. De modo displicente, com as mãos nos bolsos. Quem o olhasse de longe, imaginaria que estava calmo. Mas não era bem assim...

Desde aquele dia, desde aquele maldito dia, ele não tinha paz em seu coração! Como algo tão estúpido e dolorido podia ter acontecido? Nem que passasse mil anos, esqueceria daquele dia, daquela dor, daquela ordem... E o sentimento que havia agora em seu peito.

Ainda era jovem, muito jovem. Mas já carregava um peso tão grande. A promessa, uma promessa que duraria enquanto houvesse vida em seu corpo de shinobi. Que agora batia de frente com aquele sentimento... Que o atormentava ainda mais do que a obrigação do que prometera.

Tomou o caminho já conhecido, seus pés iam trilhando de forma automática, como se aquele caminho já estivesse marcado a ferro e fogo em seu coração, deixando livres seus pensamentos para vagarem.

Um pequeno garotinho passa por ele e o cumprimenta...

"- Ohayo, Shikamaru-sensei!"

Ele responde apenas com um aceno de cabeça, lembrando de como era bom quando tinha essa idade e ficava apenas deitado, olhando as nuvens durante a tarde toda, tendo apenas por companhia seus pensamentos preguiçosos.

Afundou mais a mão no bolso e encontrou-o mais uma vez. O objeto que o fazia perder noites de sono, que causava amor e culpa, que o desconcentrava de tantas outras coisas. Logo ele, um ninja tão bom na arte da estratégia. Quantas vezes não ganhara de seu próprio sensei no shogi, quantas vezes não fora elogiado por sua maneira de pensar e repudiado por sua preguiça?

Seu sensei...

Ele tira o objeto brilhante do bolso, um isqueiro, já meio gasto e velho. Mas para ele, aquele objeto era muito valioso, pertencera a ele, Sarutobi Asuma, seu sensei, morto por aquele membro asqueroso da Akatsuki, Hidan. Mas ele não se importava mais, havia dado cabo desse desgraçado! O sangue e a alma de Asuma estavam vingados... Mas e o que ele sentia? Como poderia se sentir tranqüilo?

Existia sua promessa, sua promessa eterna. Não que fosse um peso horrível ou algo impossível se ser cumprido, era apenas doloroso demais... Principalmente quando lembrava, do que sentia.

Kurenai era uma bela e jovem kunoichi, vinda do clã Yuuhi, poderosos e habilidosos ninjas que utilizavam o genjutsu como arma principal. Sua pele branca, seus cabelos escuros e seus intrigantes olhos vermelhos haviam conquistado Asuma, sempre tão disposto e forte, chegava a ser fanfarrão, de tão animado que era. Não sabia ao certo como o romance dos dois havia começado, pois descrição era uma ótima qualidade para se ter e se utilizar em Konoha.

Eram vistos algumas vezes juntos, pois eram jounnins importantes da Vila da Folha, tinham equipes com membros que se conheciam e tinham idades próximas. Mas ninguém imaginava o que realmente se passava entre os dois.

Agora, não só Shikamaru sabia, como toda a vila também. Asuma partira, mas não antes de deixar sua semente no ventre de sua amada. O pequeno Hiruzen, nome dado em homenagem ao terceiro Hokage, seu avó, era um menino forte e bonito! Havia herdado os traços marcantes do pai, sua pele bronzeada, seus cabelos castanhos e arrepiados, mas tinha aqueles intrigantes olhos rubros da mãe. Sempre ativo e curioso, o pequeno tinha acabado de completar dois anos.

E há dois anos, Shikamaru cuidava dele e de sua mãe, como foi pedido por seu sensei, no momento de sua morte. E há dois anos era dividido por suas obrigações e seus sentimentos.

Acabou chegando à casa de Kurenai, que estava entretida, cuidando do seu canteiro de flores, sempre tão belo e bem cuidado.

"- Ohayo, Kurenai!"

Ela virou-se e olhou-o, respondendo o cumprimento.

"- Ohayo, Shikamaru-kun!"

Mais uma vez sentiu-se desconfortável com o modo dela chamá-lo, quando iria ver que já era um homem, o homem que fora designado para cuidar dela e de seu rebento? O homem que a amava!

Ele entrou pelo portão aberto e viu o pequeno Sarutobi correndo próximo da mãe. Era tão bonito aquele garoto, tão cheio de vida. Shikamaru sentiu uma pontada de orgulho!

"- Vamos Hiruzen, cumprimente Shikamaru!"

O pequeno voltou à cabeça para trás, olhou o recém chegado, franziu seus olhinhos demonstrando alegria e cumprimentou-o.

"- Ohayooooooooooooo, Shikamaru-sensei!!!"

Shikamaru ficou feliz, disfarçou um sorriso e pegou o pequeno no colo.

"- Como você está pesado hein?! O que anda comendo? Pedras?"

O menino riu com gosto, sempre gostara da companhia de Shikamaru, sentia-se feliz e disposto quando ele estava por perto.

Colocou-o no chão e aproximou-se da mãe dele, sentiu seu suave perfume de flores silvestres, sempre se inebriava com aquele cheiro, seus sonhos tinham esse cheiro. Sua pele era tão clara, tão perfeita, parecia cremosa, cintilante. E seus lábios, como ele viajava olhando aquela boca... Que só perdiam para o poder que seus olhos de cor tão diferente, tinham sobre ele. Simplesmente amava-os! Mas não, não podia, tinha um dever, uma promessa a cumprir! Sentimentos não cabiam nessa promessa.

Ela aproximou-se, vestindo um delicado vestido rosado, de saia rodada, limpando as mãos no avental que usava, encostou a palma morna em seu braço e lhe deu um beijo leve e delicado no rosto.

"– Como você está hoje?"

Ele, entre encantado e nervoso pela situação, apenas abriu um sorriso. Finalmente, como que acordando de um sonho, olhou firme e sério para ela e disse:

"– A Godaime quer falar com você"

Ela olhou-o um tanto nervosa, tinha medo que esse dia chegasse, sempre tivera...

"– Ela quer falar sobre... sobre... aquilo?"

Ele balançou a cabeça, a guisa de resposta.

"– Ok, eu sabia que esse dia ia chegar." Disse isso, olhando com carinho e ternura pra seu pequeno e indefeso filho.

Shikamaru viu-a entrar em casa, carregando o filho nos braços, olhou para o chão, chutou uma pedra que estava ali, bufou e olhou para o céu novamente.

" – Isso não vai ser fácil... mas tinha que acontecer, uma hora ou outra."

Não muito tempo depois, vê mãe e filho saindo da casa novamente, ela já vestida de jounin, deixando de lado seu delicado vestido rosa e seu avental de jardinagem, com uma pequena bolsa com as coisas do filho e o pequeno vestido com um macacão azul.

" – Vamos logo, já que chegou a hora."

É isso gente! Espero que vocês tenham curtido esse casal, até procurei por ai, não vi nada deles, pelo menos não em português...

Postei um capítulo curtinho, pra sentir como tá a praia.

Estou nervosa com minha estréia^^

Kisss pra todo mundo!