FlashBack – Rebecca's POV
- Mamãe! – gritei quando vi minha casa ardendo em chamas. – Papai!
Eu passara aquela tarde com Peter, nos campos frutíferos da periferia da cidade. Peter Thomas é meu melhor amigo e minha mãe o amava! Lógico que eu saí de casa aquele dia porque ele e minha mãe insistiram muito. Eu não estava disposta a sair... Eu me sentia mal; como se eu fosse ser atropelada por um carro assim que saísse de casa.
Meu nome é Rebecca Thompsom McCartney e eu tenho 22 anos. Eu sou alta, cabelos castanhos escuros, dona de um corpo... digamos, apresentável.
Rebecca: http : // www. orkut. br/ Main# AlbumZoom. aspx ?uid= 9232 7 9 2981758338606& pid= 1245172714946& aid= 1245147461 (junte os espaços)
Peter segurava-me, impedindo-me de correr para casa adentro para salvar meus pais. Talvez eles estivessem vivos e estavam precisando de ajuda. Mas Peter não me deixava ir; falava que era perigoso, e que eu iria me matar tentando salvar pessoas que nem deviam existir mais.
Ele sussurrava um "Sinto muito" entristecido em meu ouvido. Eu queria poder retrucar com minhas piadinhas habituais ou falar "Não há perigo algum; eles estão salvos", mas eu sabia que eu nunca conseguiria dizer isso.
Eles não estavam salvos; a não ser que já tivessem chego no Céu. Eles estavam mortos e eu tinha quase certeza disso.
Lógico que parte de mim queria acreditar que eles estavam vivos e correr para dentro de casa, abraçando-os. Mas outra parte era mais realista. Talvez realista demais.
- Não há mais pelo que sentir, Peter – murmurei, sentando-me no chão da calçada gélida.
Eram mais ou menos 8 da noite. A hora que mais me atormentaria pelo resto da vida.
Os bombeiros já haviam chego e estavam apagando o fogo. Perguntaram a Peter se tinha alguém na casa e ele respondeu que sim: O casal McCartney.
Eu não chorava – apesar de querer isso tanto como eu desejava morrer. Eu esperava uma resposta dos bombeiros que haviam entrado na casa fazia meia hora. Pelo tempo de espera, as chances estavam contra mim, mas eu ainda tinha uma linha de esperança. Essa linha se foi quando eu olhei para o rosto do bombeiro que vinha na direção do carro de Peter. Eu não queria saber de nada; entrei no carro e fechei a porta. Mesmo assim, pude ouvir a voz séria do bombeiro conversando com Peter.
- Sim,meu jovem. O fogo... Não sei como se alastrou tão rapidamente, mas achamos que foi causado por um curto-circuito. A casa não está ao todo destruída; uma semana de obras resolve tudo e deixa tudo de pé novamente. O casal... Bem, infelizmente não sobreviveu; foi muita sorte que a garota não estivesse em casa. Seria a morte de toda a família, pois as dimensões do incêndio forem realmente catastróficas. Sabe se ela tem alguma outra família? Você parece conhecê-la bem.
- Não, senhor. Ela não tem tios nem avôs; era somente ela e os pais.
- Você acha que ela vai querer ficar com a casa? Será dela agora, assim como todos os outros bens.
- Não acho que ela vá querer ficar nessa casa, senhor. Conheço a figura: Vai ficar um pouco traumatizada com isso.
- É. É bem provável que fique.
Eu não queria mais ficar nessa situação de piedade.
- Peter, por favor, vamos embora desse lugar? – pedi.
Ele acenou um sim com a cabeça e entrou em seu carro.
- Você está bem?
Olhei para a cara dele.
- Estou com jeito de quem está bem? Acabei de ver minha casa pegando fogo com os meus pais lá dentro.
Ele sorriu, tristonho.
- Pelo menos você ainda tem algum humor.
Eu balancei a cabeça.
- Esse fantasma de culpa vai ficar me assombrando até a minha morte. Meus pais morreram por minha culpa. Se eu estivesse lá, teria os salvado!
- Não fale isso – reclamou Peter. – Foi tudo uma fatalidade. Ninguém sabia que isso poderia acontecer.
- Eu não acho que foi um curto-circuito. Aquela casa era nova e bem estruturada.
- Casas novas tendem a ter esse tipo de risco – retrucou.
- A polícia não vai nem investigar se isso foi criminoso?
Ele pensou um pouco.
- Não há sinal de arrombamento ou coisas desse tipo; foi o xerife Cartoll que me falou. Os bombeiros têm certeza que foi um curto.
Fiquei raivosa de repente. Eu não conseguia acreditar que foi mesmo acidente.
- Fica tranquila; isso vai passar.
Peter passou a mão em meus cabelos e eu tentei sorrir e relaxar um pouco.
E então, a voz rouca de um homem ecoou em minha cabeça.
"É... Vai tudo melhorar."
Lembro que um grito ensurdecedor escapou de minha boca.
Fim do FlashBack
CAPÍTULO 1- O TRANSFORMADOR
6 meses depois - Atualmente
Sinceramente, nunca entendi porque eu ainda me lembrava de quando comecei a namorar Peter. Ele sempre foi inútil, até quando eu pensei que ele me ajudaria em alguma coisa. Depois que meus pais morreram, eu vendi a casa, os móveis, o automóvel, as jóias da minha mãe, e todos os livros e me mudei para um hotel. Eu conhecia o dono, e, como ele sabia que a minha moradia seria fixa até eu fazer uns 25 anos, ele cobrou menos... Com muitos descontos.
Peter me ajudou em tudo no começo, a vender as coisas, a me recuperar, a continuar a trabalhar. E eu consegui sobreviver. Ele me pediu em namoro uma semana após a morte de meus pais e eu decidi aceitar. O que eu perderia afinal? Minha mãe o adorava; ela gostaria que eu começasse a namorá-lo. Ele era bonito e gostosão. Mas o problema é que eu não o amava, e nunca amaria. Eu gostava dele como amigo, somente.
Peter: http : // www. orkut. com. br/ Main # Album Zoom. aspx? uid= 9232792981758338606& pid= 1245368201248& aid= 1245147461 (junte os espaços)
Uma semana após o começo do nosso namoro, ele começou a tornar-se insistente: Começávamos a nos beijar e ele já vinha com mãos bobas. Tinha dias que eu as deixava caminhar por minhas costas, mas Peter sempre arranjava um jeito de passá-las para o lado da frente, ou descê-las demais. Eu não queria dormir com ele, afinal, eu não sentia nada por ele. Mas, o mais engraçado, é que tinha sempre um dia aleatório da semana em que ele não ansiava sexo, nem transpirava desejo. Ele passava o dia inteiro dormindo, e quando eu ficava "enchendo o saco" dele, ele apenas assistia TV. Era sempre tão ativo, mas nesses dias ficava como um zumbi.
Na mesma época, algumas garotas começaram a ser barbaramente mortas: Primeiro eram estupradas e depois mutiladas. Fiquei com medo de sair de casa alguns dias, pois parecia coisa de serial-killer. Todas as vítimas eram garotas... Peter disse-me que era totalmente seguro e isso deveria ser coisa de algum animal. "Mas as garotas são estupradas", eu retrucava. "Esses animais acham o corpo estuprado e depois se 'alimentam'", insistia. Ainda assim era motivo para ficar com medo.
Faz hoje exatas 2 semanas que eu terminei com Peter. E isso foi tudo culpa dele: foi ele que passou as regras, não eu.
FlashBack – Rebecca's POV
Peter estava na minha casa, novamente. Eu nunca ia a casa dele e isso me incomodava. Parecia que ele queria que nós sempre ficássemos sozinhos. A TV estava ligada, mas nenhum de nós estava prestando a devida atenção.
O beijo rolava normal, mas foi esquentando. Ele estava com a mão no meu ombro e ela começou a cair, rolando pela minha cintura. Então ele colocou a mão na minha coxa: Foi o estopim. Eu me levantei e praticamente chutei Peter para fora.
- Vai embora agora, Peter. Não volte mais hoje – gritei.
- Oras! Por que você não quer...?
- Eu quero fazer isso quando eu estiver pronta.
- Há! Fala sério. Você não é virgem.
- Não mesmo – retruquei. – Eu quero estar pronta para fazer isso com você. Mas parece que você não entende, não é mesmo?
Ele respirou fundo e colocou os dedos na ponte do nariz.
- Por que você simplesmente não pode fazer o que uma namorada tem que fazer?
Eu franzi o cenho.
- O quê?
- Você é minha namorada e eu sou o seu namorado. Namorados passam a noite juntos. Você não aceita isso.
- Você é mais nojento do que eu imaginava. Saia daqui, Peter e nunca mais volte. Já que namorados passam a noite juntos, eu não sou mais sua namorada.
Eu fechei a porta na cara dele.
Fim do FlashBack
Depois daquele dia, Peter me procurou somente duas vezes. E eu o ignorei essas duas vezes; até que ele desistiu. Foi bem feito para ele. Ninguém nunca ficou me pressionando desse jeito. Como que a gente consegue pensar em dormir com alguém que só fica te irritando?
A esposa do dono do hotel onde eu ficava havia arranjado uma pequena casinha para mim, na periferia da cidade. Ela estava pagando tudo, não queria me deixar pagar. Ás vezes ser coitadinha compensava. Eu falei para ela que eu podia pagar, mas ela insistiu. E eu cedi, pois sabia muito bem que o meu dinheiro já estava sendo usado em outras coisas.
Eu havia complementado meu guarda-roupa e comprado algumas malas depois de terminar com Peter. Eu estava pensando em viajar por alguns dias, ou meses; quem sabe?
Eu estava chegando das compras – havia comprado alguns salgadinhos e refrigerante de lata (era só o que eu comia há dias). Salgadinhos eram práticos e rápidos, não havia nada melhor.
As sacolas estavam meio cheias e eu estava com dificuldade para abrir aquele portão.
- Abre logo, caramba. Eu não tenho a noite toda.
Olhei por cima dos ombros somente para checar se não havia nenhum homem psicopata/estuprador/serial-killer me seguindo ou se aproximando com um machado.
Balancei a cabeça rindo. As coisas que eu comecei a pensar desde o dia do acidente são muito estranhas.
Finalmente, consegui abrir o portão, entrar e fechá-lo. Coloquei as coisas em cima da mesa, guardando tudo aos seus devidos lugares depois.
Como eu estava sem fome, resolvi assistir um pouco de Tv. Não passava nada de interessante e eu cheguei a pensar que iria dormir ali. Mas, as luzes começaram a piscar e de repente houve uma escuridão total.
E eu estava sem energia.
Se acalme, pensei. É só um corte de energia.
A campainha tocou e eu tive que morder o meu pulso para não gritar. O que me aliviava era que eu sabia que se eu estivesse morando em casa ainda, seria pior. Eu acharia que eram os espíritos de meus pais. Mas, o que me assustava era que eu morava na periferia agora; lugar onde havia muitos crimes, roubos e o estuprador à solta.
- Quem é? – gritei.
- É o técnico da energia elétrica. Eu estou aqui para lhe explicar sobre o corte de energia.
A voz era de um homem e era bem suave. Não seria o meu estuprador, a não ser que ele fosse um ótimo psicopata.
- Tudo bem. Eu preciso ir aí nesse frio? – perguntei com a voz alta.
- Olha, vai demorar um pouco...
- Ok, ok. Eu vou aí abrir o portão e você entra.
Eu estava confiando naquele homem e isso me irritava. Se ele fosse um assassino eu morreria por burrice!
Caminhei lentamente até o portão, levando as chaves comigo. A girei na maçaneta e o portão se abriu.
Primeiro veio a surpresa, depois a admiração. Aquele cara era bonito demais para ser um simples técnico de energia elétrica.
Técnico: http: // www. orkut. com. br/ Main # Album Zoom. aspx? uid= 9232792981758338606& pid= 1245801943990& aid= 1245147461 (junte os espaços)
- Posso entrar agora? – perguntou.
Ele sorriu logo em seguida; um sorriso safado.
Revirei meus olhos.
- Não tenho opção. Estou sem energia.
Eu acenei para a minha casa escura.
- É o seguinte. A nossa companhia elétrica está fazendo umas manutenções por esses bairros, porque alguns moleques deram problemas com os fios. Agora a gente está mexendo com isso à noite, porque é normalmente o horário em que as pessoas dormem e não usam muita energia.
- E vocês saem explicando isso para todos da rua? – perguntei, sarcástica.
Ele passou a mão nos cabelos e eu tive a leve impressão de que ele estava jogando charme.
- Não. Só para os que estavam com a luz acessa no momento de desligar.
- Ah.
Eu mordi meu lábio inferior e fiquei olhando-o, vendo o que ele ia fazer agora que já havia me explicado.
Ele examinou minha sala e fez uma careta.
- Mora sozinha nessa casa, aqui na periferia?
- Yeah. Meus pais morreram faz alguns meses. Eu não queria morar na casa, sabe como é que é.
Eu franzi o cenho e abaixei a cabeça: ainda não havia superado tudo.
- Tudo bem, eu te entendo. Eu tive uma amiga que também sofreu algo desse tipo.
- Eu sei como ela sofreu então. – Dei uma risadinha. – Já que você vai ficar aqui, me acompanhando no escuro, vamos falar de algo mais interessante.
- É. Você tem razão. – Ele abriu outro sorriso torto. – Você tem namorado?
- Uou. Precisa ser tão direto? – Eu ri. – Não, eu não tenho.
- Por que não?
Arregalei meus olhos.
- Ãhn. Eu estava namorando até pouco tempo atrás, mas... Eu terminei tudo.
- Porque? PORQUE ELE É FEIO?
De repente ele estava gritando.
- O quê?
Ele praticamente pulou para o meu lado, agarrou a minha face com suas duas mãos e me beijou, tão forte que eu não conseguia ao menos respirar.
Eu o empurrei e me levantei.
- VAI EMBORA DAQUI! AGORA.
- Não. Você me renegou muitas vezes, Rebecca. Eu fui seu namorado, eu tinha um corpo bonito, e você não me quis. Agora estou aqui, com um outro corpo bonito e você também não me quer. Então você tem algo contra mim, não é? Eu vou conseguir o que eu quero hoje.
- E o que você quer? Me matar, PETER? O que você é exatamente? Como você consegue mudar de corpo?
Essas eram apenas poucas perguntas que eu tinha na minha cabeça. Ele deu outro pulo, fazendo com que eu batesse a cabeça na quina do sofá.
- Eu quero você. Possuir você. Eu sou um anjo: um anjo que muda de formas.
- Se fosse para você parecer algo desse tipo – retruquei -, você seria o demônio; em pessoa!
Suas narinas inflaram e ele bateu minha cabeça uma segunda vez. Só que dessa vez eu desmaiei.
Peter's POV
Ela desmaiou. Fique surpreso com a facilidade que ela me reconheceu. Esse novo corpo não era nem um pouco parecido com o meu de sempre. Gostei desse; acho que seria permanente. Ninguém perceberia que Peter havia sumido: Era só sumir com Rebecca também. As pessoas pensariam que eles haviam fugido. Ninguém notaria que há dois homens iguais, pois o cara que eu copiei era um turista somente; já deveria ter ido embora em uma hora dessas.
Observei o corpo caído ao sofá de Rê e a peguei no colo – este meu novo corpo tinha muitos músculos –, levando-a para a cama, no quarto dela. Amarrei suas mãos, bem devagar. Eu queria um nó bem feito para que ela não escapasse.
Lógico que eu não faria algo com ela desacordada. Eu queria ter o prazer – literalmente – de fazer isso com ela consciente. Aí ela veria o que perdeu esse tempo todo e irá gritar o meu nome na hora H. Farei com que ela peça "bis" e depois eu irei matá-la; assim como fiz com as outras vítimas.
O que diferenciava Rebecca das outras era que Rebecca não deixou que eu me aproximasse. As outras se "jogaram" quando eu – com o corpo de um cara bonito – me "encantava" por elas... Mas Rebecca soube que era eu. Ela não me queria, não importa qual fosse a minha forma ou corpo. Isso me deixou com raiva e eu me controlei para não matar Rê naquele exato momento. Eu queria fazer isso depois; quando ela estivesse ciente da dor.
E então, ela acordou. Já estava na hora, meu amor.
Rebecca's POV
A minha visão estava embaçada, mas não o bastante para que eu deixasse despercebido que eu estava na minha cama, no meu quarto. Olhei imediatamente para ele – com um rosto passivo – e tentei juntar o resto das peças do quebra-cabeça. Aquele cara bonitão sentado na pontinha da cama era Peter, com outro corpo. Ele veio aqui somente para me obrigar a fazer uma coisa que ele já queria me obrigar a fazer a muito tempo, e talvez já tinha conseguido.
Olhei para minha calça, somente para ver se ela estava em seu devido lugar. E ela estava, ainda bem. O que eu não entendia era como ele não havia feito nada ainda, se eu estava mansa quando desacordada.
Tentei levantar-me, mas algo estava prendendo as minhas mãos: Uma corda. Então o desgraçado havia me prendido?
- Porque já não me usou quando eu estava "dormindo", Peter? – resmunguei.
- Vai ser mais gostoso quando eu ouvir você pedindo mais.
Eu ri sobriamente.
- Eu? Pedindo mais? Até um hãmster deve fazer isso melhor que você.
Ele me olhou sério e depois sorriu. Veio se aproximando de mim e eu prendi a minha respiração. Eu preferia morrer a ser obrigada a dar para ele.
- Eu te provo que ganho dele. – Peter segurou minhas mãos e aproximou sua cabeça. – Você não gosta disso? – perguntou, roçando seu membro na minha coxa.
Um arrepio percorreu pela minha espinha. Mas lógico que foi uma reação involuntária.
- Não. Gostaria com qualquer um que não fosse você. Até com aquele psicopata que mata as garotas.
Peter, para a minha surpresa, começou a rir.
- Fique feliz de saber que somos a mesma pessoa. Eu sou o taradão assassino. Eu que estuprei e depois matei aquelas garotas. E, se eu fosse você, ficaria muito deprimido. Foi sua culpa que elas não estão vivas, saltitando por aí. Se você já tivesse me dado o que eu quero há muito tempo, eu não precisaria aliviar a minha tensão sexual desse modo.
- Você as mata, Peter. Você não faz isso só pela tensão sexual; faz porque é louco.
- Eu sou o louco? Você é que é! Esse tempo todo fiquei ao seu lado, agüentei o seu mal-humor, suas TPMs, suas brigas idiotas, sua família ridícula, namorar você... e você nem ao menos me recompensou por tudo isso.
Ele achava a minha mãe ridícula? O meu pai? Aqueles que sempre apoiavam que eu tinha que namorá-lo? Então ele havia mexido na minha ferida.
- Espera aí! Foi você que incendiou minha casa? – gritei.
- Não. – Ele fez um beicinho. – Eu nunca teria feito aquilo: As tortas da sua mãe eram as melhores.
Eu já estava cheia de agüentar tudo o que ele jogava na minha cara. Era melhor ele acabar com tudo aquilo. Seria ótimo voltar a ficar com minha mãe e meu pai novamente, mesmo na morte.
- Sabe como você pode aliviar a sua tensão sexual? Corta a desgraça da sua minhoca e depois cozinha em água fervente, seu idiota.
Senti que meu fim estava próximo. Seus olhos cintilavam de uma raiva indecisa. E ele me deu um tapa na cara.
- Cala a boca, vadia.
- Se quer tanto transar comigo, vai logo – falei.
Ele deu um sorrisinho de canto – aquele sorriso que há uma hora atrás eu achava lindo – e se aproximou de mim.
E, logo depois, o sangue dele estava esparramado por toda a parte.
