Titulo: Adotando um coração
Autor: Araleh Snape
Status: AUTORIZADO PELA AUTORA!
Tradutor: Mazzola Jackson
Shipper: Severus Snape e Harry Potter
Gênero: romance
Conteúdo: MPREG, morte de personagem
Resumo: Têm passado nuns anos de que a guerra terminou, os sobreviventes fazem sua vida seguindo seus sonhos. Mas para um casal em especial, sua mais terna ilusão foi-lhes negada.
Mesmo assim, seus corações negam-se a renunciar.
… A vida sempre une os caminhos em algum momento, e às vezes há mistérios com os que não esperávamos nos encontrar.
Capitulo um: Dois Pares De Corações
Adiel tinha-se cansado de gritar, agora chorava silenciosamente se abraçando a si mesmo, com as costas apoiadas contra a porta fechada.
— Não me diga que está chorando, marica. —troçou-se uma voz desde de fora, seu tom imitava a voz infantil de Adiel, apesar de que ambos tinham a mesma idade.
Adiel não respondeu, conhecia a Armand à perfeição, chegaram a esse orfanato só com alguns meses de diferença, e desde que tinha uso de cor o garoto loiro se dedicou ao molestar, jamais desaproveitava nenhuma oportunidade, e era feliz ao o ver chorar.
O que lhe enojava a Adiel é que chorava com frequência, não podia o evitar por mais que quisesse, as lágrimas pareciam mandar por si só. Às vezes ansiava ser como Armand, ele jamais chorava por nada, e apesar de que tinha garotos maiores nesse orfanato, ninguém ousaria se meter contra Armand, ele mandava, era o dono e senhor do lugar… Ainda que seu entretenimento principal era molestar a Adiel.
Talvez porque era fácil fazê-lo chorar, talvez porque apesar de tudo, tinham muito em comum, sendo os únicos dois meninos de oito anos suas tarefas eram as mesmas, compartilhavam dormitório, classes, e às vezes até castigos… e tudo porque a cada que descobriam a Armand em alguma travessura, em seguida fazia parecer que Adiel estava envolvido e terminavam encerrados juntos em sua habitação.
Adiel já nem protestava, apesar de que sua convivência com Armand lhe transtornava a vida. Nunca poderia o delatar com ninguém, porque por alguma estranha razão… o amava.
— Porque me faz isso? —atreveu-se a questionar, ainda que fez tão baixinho que achou que seria só para si mesmo.
No entanto, Armand estava tão cerca do outro lado da porta que atingiu ao escutar e bufou com incomodo.
— É divertido fazer-te a vida impossível, ademais, deveria agradecer-me que te encerrasse, assim não voltaria a te levar outra decepção… É demasiado feio para que te adotem, aceita.
Adiel soluçou secando-se as últimas lágrimas, não tinha caso seguir se lamentando, novamente tinha perdido a oportunidade de ser adotado, a essa hora o casal que tinha encontro para escolher a seu filho já devia de se ter ido.
— Deixa-me sair, já te saiu com a sua, Armand.
— É verdadeiro. —respondeu satisfeito. — Mas se quer sair deveria fazer você só… fazendo essas coisas raras que faz, fenômeno.
— Eu não faço coisas raras! —gritou molesto.
Essa era uma das poucas coisas que fazia enfadar a Adiel, não gostava de sentir-se diferente aos demais garotos de sua idade. Felizmente só Armand tinha averiguado que as situações por demais estranhas ocorriam devido a ele. O mais intrigante é que nunca lhe tinha delatado com as cuidadoras do orfanato, pelo menos não quanto a dizer que era estranho, mas lhe engenhava para o culpar.
Como naquele dia em que um menino maior lhe sujou sua tarefa. Adiel estava a ponto de chorar ao ver seu caderno cheio de lodo enquanto o outro garoto ria-se por sua debilidade. E então, justo quando o menino maior se retirava, uma torta de lodo lhe golpeou nas costas.
Felizmente a chegada de uma professora evitou que Adiel sofresse um golpe. E ainda que ele jurava que não tinha sido o responsável, Armand, a única testemunha, afirmou ter visto perfeitamente que seu colega lançasse a pelota de lodo para o outro garoto lhe arruinando o uniforme escolar.
Adiel teve que lavar todos os uniformes dos alunos durante essa semana. Armand manteve-se a seu lado, debochando-se ao vê-lo trabalhar duramente. E foi aí que o loiro lhe confessou ter visto que Adiel tão só apertou seu punho com ira, e o lodo do jardim se aglomerou por si só se lançando em projetil sem que ninguém o tocasse. Tão só seguiu a trajetória de um gesto da mão de Adiel.
Adiel fechou seus tristes olhos verdes recordando que naquele dia sim se tinha imaginado vingando do garoto maior, mas nunca tocou o lodo. Mesmo assim, sentia-se tão culpado que terminou por cumprir com seu castigo sem protestar.
Essa era uma das tantas vezes que ocorriam situações estranhas sem que pudesse lhe explicar. Armand dizia-lhe que era um fenômeno e por isso não merecia ter uma família que lhe adotasse, sempre assegurava que terminaria por horrorizar a qualquer um que quisessem o ter como filho e se debochava dizendo que ao sair do orfanato iria parar em uma cela do manicômio estatal.
Recordar essas palavras voltou a alterá-lo, e com grande susto viu como as ferramentas de jardineira começaram a tremer.
— Armand… deixa-me sair! —suplicou golpeando a porta, tinha medo de que as pás e bicos saíssem voando em qualquer momento para ele.
— Já te disse, saia por sua própria conta, eu estou muito ocupado.
— Não posso! Faz favor, ajuda-me!... N-não sei como parar.
Armand encolheu-se de ombros no exterior. Nesse momento pôde ver à distância como o casal que iria escolher a seu filho saía do Orfanato e com eles levava a um pequeno de três anos que não tinha muito tempo de ter sido recolhido. Suspirou com tristeza, a ele também gostaria de encontrar uns pais que lhe olhassem como aqueles olhavam a esse menino, e queria sorrir como ele, com essa esperança de um destino feliz.
Um forte ruído fez-lhe sair de seu devaneio e olhar para a porta do pequeno quartinho de jardineria onde tinha encerrado a Adiel.
— Que demônios está fazendo?
— Ajuda-me, abre a porta!
Armand escutou como o outro menino puxava a fechadura com desespero. Apoiou a orelha na porta escutando o som de ferros chocando um contra o outro. Já não o pensou mais, tentou abrir sem o conseguir, os ruídos continuaram se intensificando e começou realmente a se preocupar.
— Adiel, empurra forte!
— Não posso mais!
Um grito de dor emergindo do interior do quarto fez que Armand se concentrasse e finalmente a porta cedeu. Com o impulso, Adiel caiu sobre o garoto loiro ao que se abraçou assustado enquanto Armand pateava a porta para a fechar justo a tempo de evitar que as ferramentas voassem para eles.
— Voltaste a fazê-lo, tonto.
Adiel soluçou sem apartar-se de Armand, só em seus braços se sentia seguro, era algo tão paradoxo, mas verdadeiro, e com o rosto escondido no pescoço do loiro pouco a pouco conseguiu se tranquilizar.
— Porque merda não usou esse poder para abrir a porta em lugar de machucar? —repreendeu Armand.
— Não posso o controlar, eu não sei como passam essas coisas.
— É um imbecil, olha, está ferido. —disse notando um pouco de sangue emergindo depois do rasgue da manga.
— Não é nada.
Mas sim doía, e bastante, só que Adiel não queria se separar de Armand para atender sua ferida. Tinha que aproveitar o momento, amava estar abraçado de seu amigo, o cheirar, e o que era melhor, o sentir a ele o abraçando por igual. Quiçá Armand nem conta dava-se, mas continuava mantendo em seus braços a quem dizia odiar, e afundava seus dedos no cabelo escuro de Adiel, penteando com torpeza.
— Tens que ir à enfermaria. —insistiu Armand.
— Não quero, não ainda.
Armand franziu o cenho ao sentir como Adiel lhe estreitava com mais força, e então reagiu joeirando longe para se pôr em pé se limpando a roupa.
— Deixa de abraçar dessa forma, tenho dito mil vezes!
— Sento-o, não quis te enfadar.
O loiro grunhiu. Nesse momento escutaram os passos da Senhorita Perrins, a Diretora do Orfanato.
— Pode-se saber que fazem vocês dois aqui?! —lhes repreendeu atravessando o jardim até onde eles se encontravam, e assim que viu o uniforme arruinado de Adiel suspirou cansada. — Outra vez? E agora que fez?
— Lamento-o, fiquei dormindo e sem querer rompi o uniforme.
— Por isso não assistiram à seleção?
— Foi sua culpa! —gritou Armand assinalando ao outro garoto. — Por buscá-lo já não pude chegar a tempo, Senhorita Perrins, voltei a perder a oportunidade de ter uns pais para mim.
A jovem Diretora arqueou os olhos com dissimulo, conhecia à perfeição a Armand, mas jamais pôde lhe comprovar nada, e tudo graças a que Adiel continuava sem se queixar, tal como voltava a ocorrer agora, viu ao moreno baixar sua mirada a modo de culpabilidade e não teve mais remédio que resignar-se a que novamente Armand se livraria de castigo.
— Está bem? —perguntou cócoras para revisar a ferida do menino.
— Dói-me um pouco nada mais. Perdoe por romper o uniforme, prometo-lhe que o consertarei eu mesmo.
— Isso não o duvide, jovenzinho. Agora vamos a ala enfermaria para que te curem.
A Senhorita Perrins tomou da mão ao pequeno Adiel quem foi depois dela obedientemente. Armand ficou em seu lugar, sorrindo satisfeito, uma vez mais tinha conseguido seu cometido.
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Essa noite, ao chegar a seu dormitório, Adiel encontrou-se a Armand terminando seus deveres sobre a cama. O menino loiro levantou o rosto para sorrir-lhe zombadoramente.
— Soube que a quem adotaram foi a esse menino chamado Brad?
— Sim. —respondeu em um sussurrou indo para sua própria cama para tirar-se os sapatos. — Alegro-me por ele.
Armand riu-se mais forte, era óbvio que Adiel estava triste e mentia.
— Que tonto é! Não sei para que segue ilusionando se ninguém absolutamente ninguém! quereria ter como filho a um fenômeno horrível como você.
— Já te disse que não me chame assim. —sibilou molesto. Foi nesse momento em que se tirou sua camisa remendada deixando ver a venda em seu braço.
Armand deixou de rir ao instante, mas continuou com esse irritante sorriso zombador.
— Te ficará cicatriz, e será mais horrível do que é.
— Já o sei; sei que jamais serei como você, mas não se precisa ser formoso para que alguém queira ser seu pai.
— Equivoca. —explodiu com autossuficiência. — A gente vem aqui buscando perfeição, levam-se sempre aos meninos mais agraciados, os que poderão presumir com seus amigos e família… acha que alguém te escolherá sendo tão insignificante como é?
— Sim. —afirmou tentando não demonstrar sua insegurança. — Quando chegue alguém que esteja destinado para mim, me escolherá e então me irei com eles e não voltarei a te ver nunca mais.
Adiel atirou-se de bruços sobre sua cama, estava tão molesto com Armand que em verdade queria lastima-lo. Armand não disse nada mais, apagou a luz e se escondeu baixo as mantas de sua cama, apertando os dentes para não chorar, ele jamais chorava, muito menos pelas estúpidas palavras de Adiel.
"Eu também não quero te ver nunca!" Pensou furioso "Devi deixar que se fosse, te odeio, te odeio tanto Adiel!".
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Em um lugar muito longínquo, um jovem de vinte e cinco anos chegava a seus aposentos dentro do magnífico castelo de magia e feitiçaria Hogwarts. Deixou os pacotes que levava em uma mesinha próxima enquanto olhava a seu companheiro ler tranquilamente em frente ao fogo.
Tinham cinco anos de casados, e a cada dia sentia-se mais apaixonado desse homem que, com só o ver, lhe provocava uma grande alegria. Carinhosamente foi até ele, lhe tirou o livro que lia sem se preocupar por ser reprendido. Seu esposo jamais se enojaria por ele por isso.
E assim foi, Severus não protestou pela mudança e recebeu gustoso a Harry sentando em suas pernas, lhe atraiu para beija-lo, a cada minuto afastado dele lhe estranhava como se tivessem passado anos.
— Sev… —chamou-lhe sem deixar de beija-lo.
— Diga-me.
Severus também não suspendeu o beijo, amava o sabor desses lábios e podia passar horas desfrutando-os. Mas ao cabo de uns segundos foi Harry quem apartou-se para recostar sua cabeça no peito de seu esposo.
— Tinha algo que queria me dizer? —perguntou o Pocionista intrigado pelo silêncio de Harry, isso não era demasiado normal.
O jovem assentiu e voltou a enfrentar sua mirada direto à escura que sempre conseguia o apaixonar um pouco a cada vez. Severus soube que algo sério ocorria, o sorriso nervoso e o corado de Harry o confirmavam.
— Sev…
— Bem, sabe meu nome, essa parte já ficou clara, Harry, me vai dizer o de uma vez ou terei que usar a oclumência? –caçoou tentando animá-lo.
— Sev… Que opinas a respeito da adoção?
Nota Tradutor:
Hummmm ate eu queria saber o que lhe opina sobre adoção...
Essa é mais uma fic maravilhosa da Araleh Snape... ^^
Espero que vocês gostem e comentem ok? Então vamos embora para os reviews?
Vejo vocês no próximo capitulo!
