Saint Seiya não me pertence... Mas se pertencesse, Seiya ia sofrer tanto...u.u Créditos ao tio Kurumada...
Eis Pure-Petit com uma fic nova! Eu me inspirei em uma coleção de livros que li à alguns dias atrás, Cidade dos Ossos, Cidade das Sombras e Cidade de Vidro. Mudei algumas coisas, mas ainda uso o livro como guia, utilizando algumas situações, nomes e frases, então aqui vai meus créditos à Cassandra Clare, autora do livro.
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Clary andava pelo corredor junto com sua melhor amiga Maia, na verdade uma das poucas amigas que tinha, a conhecia desde pequena, era sobrinha de um amigo de sua mãe, Luke. Ela nem prestava muita atenção no que Maia dizia, estava absorta em pensamentos, ultimamente andava tendo estranhos sonhos com anjos e estranhos seres.
Ao passarem em frente a janela que dava para a quadra, Clary avistou duas silhuetas perto do galpão onde se guardava traves, colchões e bolas usadas nos exercícios. Era um garoto e uma garota, ele tinha os cabelos tingidos de azuis e usava o uniforme despojadamente, ela era alta e esbelta, o que causou um pouco de ciúmes em Clary. "Garotos preferem garotas altas como ela...", pensa num suspiro, ela tinha cerca de 1,55 de altura.
De onde estava, eles pareciam dois minúsculos bonecos, mas dava para perceber que ela usava mangas longas, "nesse calor?", pensa Clary vendo eles entrarem no galpão. Provavelmente iriam dar uns amassos, coisa que a maioria de sua idade fazia, coisa que Clary não sabia o que era, uma vez que nunca teve um namorado ou ficante.
- O que foi Clary?- Pergunta Maia, que era uma garota mais alta que ela, de corpo curvilíneo e sorriso largo, seus cabelos eram castanhos alcançando o meio das costas em pequenas tranças presas com elásticos coloridos.
- Nada não.- Clary estava voltando ao seu caminho quando vê dois garotos vestidos de preto entrarem um tempo depois no galpão, eles tinham estranhas facas nas mãos.
O desespero tomou conta da garota, largando os cadernos ela correu em direção à quadra.
- Clary! Onde você vai?- Grita Maia, vendo a outra sumir escadas à baixo.
Clary chegou à quadra, era melhor era procurar outra maneira de entrar sem ser vista pelos bandidos, procurou por uma janela aberta e logo a encontrou, subindo nas caixas de bolas velhas, ela pula a janela, caindo de bunda sobre os colchões, logo ela ouve vozes e se arrasta rapidamente e lentamente entre as traves e redes.
- O que um demônio nojento faz por aqui?- Diz a garota, ela tinha os cabelos negros, longos e lisos, brilhantes e escorrendo pelos ombros como algas marinhas, seus olhos negros brilhavam, em suas mãos um chicote dourado fosco.
- Shadownhunter...- Rosna o garoto que estava em uma posição meio felina.
A garota de longos cabelos negros chicoteia o chão e um sorriso sádico brota em seus lábios, em um movimento rápido, ela lança o garoto em um dos pilares o prendendo com o chicote, quanto mais o garoto se mexia para tentar se soltar, mas o chicote o apertava, marcando sua pele. Os outros dois garotos estavam perto da garota, o moreno de braços cruzados observava as próprias unhas enquanto o loiro rodava a estranha faca que não tinha cabo, sendo apenas uma lâmina com buraco onde se pode segurar. O loiro usava uma blusa sem mangas, e dava para ver finas marcas brancas como cicatrizes em todo o braço e parte do pescoço.
- Quantas vezes temos que repetir para não mexer com os humanos?- A garota diz cutucando o garoto de cabelos azuis com o salto de sua bota.
- Não adianta Isabelle, demônios são cabeças ocas.- Diz o loiro se aproximando do garoto amarrado e passando a lâmina no pescoço dele. A lâmina tinha um brilho diferente, era de um branco diferente.- Hora de voltar de onde veio!- Diz erguendo a lâmina pronto para acertar o coração do rapaz.
- PAREM!- Clary sai de seu esconderijo.
Os quatro olham assustados para ela, principalmente os três soltos, que se entreolham como se perguntassem como ela entrou.
- Não podem matar ele! Isso é crime! Vou chamar a polícia e os professores! Aliás, é proibido andar por aqui sem os uniformes.- Diz Clary.
- Mundana...- O loiro ergue uma sobrancelha.
- Mundana?- Clary olha feio para ele.- Solte já esse garoto!- Exige.
- Soltar ele? Sem chances! Ele é perigoso, um demônio!- Diz o rapaz moreno, calado até o momento.
- Demônio? Estão viajando! Os únicos demônios aqui são vocês!- Clary tenta se aproximar para ajudar o garoto amarrado, mas ela pára.
O garoto parecia estar passando mal, estava de cabeça baixa e balançando os ombros levemente, mas logo percebeu que ele estava rindo, primeiro baixo para em seguida gargalhar jogando a cabeça para trás, pela primeira vez ela viu seus olhos, de um verde folha fluorescente sem pupilas.
- Humanos são idiotas.- Diz quase que cuspindo a palavra "humanos".
Algo sai de sua boca, uma comprida e fina língua, baba esverdeada escorria dela, com um movimento rápido vai em direção à Clary que dá um grito tentando proteger a cabeça, o rapaz loiro se joga nela, a derrubando, a língua chicote passa de raspão no braço do rapaz, como um ácido, ele queima a pele dele, soltando uma fumaça.
- Milo!- A garota morena grita, mas a língua chicoteia em direção à ela que protege o rosto cruzando as mãos em frente à ela que é jogada para cima de algumas traves de atletismo, com isso, o chicote dourado solta o garoto estranho que pula feito um lagarto para cima do rapaz moreno.
- Alec!- Isabelle grita vendo seu irmão lutando com o garoto estranho que tinha agora garras nas mãos.
Milo pega uma das lâminas do cinto de sua calça e fica de pé.
- SAMIEL!- Ao dizer isso, a lâmina brilha intensamente, Clary protege os olhos da luz.
Milo pula em cima do garoto, o puxando pela gola para longe de Alec, que estava ferido no braço. O garoto loiro e o garoto demônio travam uma luta no chão, agora podia ver garras afiadas nos dedos do que não mais parecia um humano, estava por cima de Milo, passando a língua asquerosa no rosto deste. A lâmina Samiel parecia queimar em um fogo branco, num descuido de Milo, o garoto demônio morde seu pescoço, grudando como uma sanguessuga, fazendo o outro gritar.
Isabelle que estava perto de Alec, puxa seu chicote novamente e enrola no pescoço do garoto demônio, o puxando para trás, Milo aproveita e pula sobre ele novamente, enfiando a lâmina na altura do peito. A criatura grita um tipo de esguicho estridente, se debate e contorce, líquido negro se espalhando pelo chão, enfim ele fica parado, morto.
Clary tenta correr, mas seu caminho é barrada por Isabelle, o comprimento dourado de seu chicote sujo de líquido preto, ela o chicoteia em direção à Clary e prende seu pulso.
- Estúpida mundaninha! Milo e Alec podiam ter morrido!- Isabelle diz entre os dentes.
- Vocês são loucos!- Clary tenta se soltar, mas o chicote picou mais sua pele.- São um tipo de seita maluca ou assassinos vigilantes? A polícia...
- A polícia não está interessada... à menos que você produza um corpo.- Diz Milo, seus cabelos dourados bagunçados em torno de seu rosto lhe lembravam um leão, ele tinha os olhos azuis.
Clary percebe que o corpo do garoto morto havia sumido, nem mesmo havia a marca de sangue negro.
- Eles voltam para sua dimensão.- Disse Milo.- Caso esteja interessada em saber.
- Milo...- Adverte Alec.- Ela pode nos ver, já sabe demais, pode ser perigoso.
- O que fazemos com ela?- Pergunta Isabelle.
- Solte-a.- Isabelle não podia acreditar no que ouvia, mesmo irritada, não desobedeceu, puxou seu chicote para perto de si, liberando o pulso de Clary, uma fina marca vermelha ficou nele.
- Acho que devíamos levar ela para falar com Dohko..- Diz Alec, ele a olhava bravo..
-Levar ela para o Instituto? Nem pensar!- Isabelle diz irritada.- É uma mundana!
- Ou talvez...- O tom de Milo era tranqüilo, ao contrário da raiva de Alec ou a rispidez de Isabelle.- Já teve relações com demônios, garotinha? Já andou com warlocks ou conversou com crianças da noite? Ou você...
- Meu nome não é 'garotinha'!- Interrompe Clary.- Não tenho ideia sobre o que está falando!- Ou tinha? Uma voz disse em sua cabeça. Ela viu o garoto sumir em uma poça negra, eles não eram loucos, apesar dela querer que fossem.- Eu não acredito em demônios!
- Clary?- Era Maia. Clary gira seus calcanhares para encarar a garota, a inspetora estava atrás dela com cara de poucos amigos.- O que faz sozinha aqui?
Sozinha? Clary olha para trás e vê Milo, Isabelle e Alec, o primeiro acenava para ela com um sorriso zombeteiro, estava com manchas de sangue negro nas roupas, o braço machucado e seu próprio sangue escorrendo do ferimento do pescoço. Não parecia surpreso em ver que nem Maia nem a inspetora os via.
- Eu pensei ter visto alguém estranho entrar aqui, mas me enganei.- Clary diz espalhafatosamente.
Atrás dela Isabelle ri.
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- Não acredito!- Diz Maia, andando ao lado de Clary, ambas indo para casa.
- Também não acredito! A inspetora pegou pesado demais! Achar que estava apenas cabulando aula e querer falar com minha mãe... Ela vai me matar...- Clary chutava pequenas pedrinhas.
- Não disso! Sobre as tais pessoas de facas que simplesmente desapareceram.- Diz Maia.
- Talvez eu tenha imaginado coisas... Ultimamente não ando dormindo direito.- Em um certo ponto era verdade, os estranhos sonhos...
- Mas eu vi seu rosto quando entrei, estava assustada como se tivesse visto fantasmas!- Diz Maia.
Por um momento ela pensou em Milo, com suas madeixas douradas e olhar de leão, ela olhou para seu pulso, onde havia a linha fina vermelha deixada pelo chicote de Isabelle, não eram fantasmas, disso ela tinha certeza!
- Foi apenas engano...- Clary diz baixinho, estava pensativa, porque não contava a verdade para Maia, ela era sua melhor amiga não era? Mas aquele estranho garoto de língua comprida, a voz de Milo perguntando sobre crianças da noite... Talvez devesse manter isso para ela mesmo.
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O príncipe negro montou em seu corcel negro, sua capa de zibelina fluindo atrás dele. Um diadema dourado em seus cachos loiros, sua linda face era fria com a batalha, e...
- E seu braço parecia uma berinjela.- Clary murmurou para si mesma rasgando a folha do bloco de notas, amassando como uma bola e jogando contra a parede laranja de seu quarto, no chão havia outras bolas de papel, sinal de que sua criatividade não estava fluindo do jeito que queria. Por um momento pensou ser como Jocelyn Fray, sua mãe, tudo que ela tocava ou desenhava era lindo.
Clary tirou os fones de seu i-phod, cortando a música do The Spill Canvas na metade, e então ela ouviu o telefone tocar, estridente. Indo até a cozinha, ela pegou o antigo telefone vermelho que estava na mesa.
- Alô?- Diz Clary sentando no balcão e pegando uma maçã do cesto.
- Alô! É Clary Fray?- Era uma voz familiar.- Aqui é um dos desordeiros de faca que você viu ontem no colégio, acho que dei uma má impressão à você.
- SHURA!- Clary afasta o telefone do ouvido enquanto ele gargalha.- A Maia contou à você não foi?
- Ela apenas comentou que está preocupada! Eu queria estar lá pra ver sua cara...- Shura continua a rir.
- Não tem graça!- Clary diz brava.
- Mas é claro que tem graça! E além do mais, amigos servem para rir de você em momentos como esse.
- Grande amigo! Vocês dois! Deveriam estar aqui ontem quando minha mãe me deu uma bronca por causa disso!
- Está de castigo?- Pergunta Shura.
- Ainda bem que não! Meus ouvidos já ficaram doloridos o suficiente!- Clary se lembra de ter ficado até tarde ouvindo os sermões.
- Ótimo! Podemos ir ao Rocket Café hoje a noite!- Shura parecia animado.
- Porque Rocket Café?- Pergunta Clary.
- Simples, minha cara Clary, porque hoje é sábado e sábado é dia de apresentação no Rocket!
- Tinha me esquecido disso...- Clary diz com pouco interesse.
- E Eric vai se apresentar hoje.
- Ele vai recitar um dos poemas idiotas dele?
- Temo que sim... Mas você vai não é?- Pergunta Shura.
- Não sei... Talvez minha mãe não deixe...- Diz Clary.
- Ela está aí? Eu falo com ela.
- Não, ela saiu com Luke.
- Diga pra ela, que você vai comigo! E a Maia!
- Ahhhh... É por isso que você quer que eu vá? Por que não quer ficar sozinho com a Maia?- Clary teve sua chance de dar o troco ao amigo, ela sabia que ele tinha uma paixão platônica pela amiga, com certeza Shura deve ter ficado vermelho.
- N..Não é isso!- Shura tenta disfarçar.- É que Maia quer que você vá também!
- Vou ver, não vou dar certeza, talvez minha mãe esteja brava ainda...- Clary diz desanimada.
- Não acho que seja algo tão grave para ela ficar brava tanto tempo.- Shura parecia dizer sério agora.
- Também acho... Nem foi uma suspensão... Mas vai entender... Ela aprece nervosa esses dias...- Nesse momento Clary ouve o som da porta.- Acho que ela chegou! Falo com você depois, tchau!
A porta se abre, um homem alto entrou carregando caixas de papelão, Clary logo reconheceu os cabelos cor de trigo bagunçados e longos, o óculos pendendo na ponta do nariz, ele vestia uma camisa de flanela xadrez, calças cargo e botas de caminhada.
- Luke! Onde está a mamãe?
- Estacionando o caminhão. Me ajude aqui...- O homem entrega algumas caixas para Clary.
- Pra que essas caixas?
- Pergunte à sua mãe.- Diz Luke saindo novamente.
Clary coloca as caixas em um canto da cozinha, do balconi dava para ver a sala, as paredes azuis claras como o céu em um dia ensolarado tinha alguns quadros pintados pela mãe, as ruas sinuosas de Manhattan, cenas do Prospect Park no inverno, as pontas cinzas dos lagos congelados como rendas. Havia outras evidências dos dotes artísticos de Jocelyn, os estofados coloridos e bordados espalhados pelo sofá de madeira, a estante pintada à mão em tom pastel.
Na manta da lareira, uma foto de seu pai emoldurada em um bonito portarretrato branco com detalhes azuis, um bonito homem parecendo pensativo - vestido de militar, seus olhos mostravam vestígio de um sorriso pelas linhas no canto dos olhos. Ele era um soldado que tinha sido condecorado por servir ao exterior, Jocelyn tinha algumas de suas medalhas dentro de uma caixa ao lado da cabeceira. Não que as medalhas tivessem feito algo de bom quando Emilian Clark colidiu seu carro em uma árvore fora de Albany e morreu antes de sua filha nascer.
Jocelyn tinha junto as medalhas, algumas fotos, uma aliança e um cacho de cabelo dourado dentro de uma caixa com as iniciais E.C em sua cabeceira. Várias vezes, Clary viu sua mãe pegar gentilmente o pequeno tufo de cabelos e olhar ternamente para ele, antes de guardá-lo novamente na caixa.
Depois da morte de seu pai, sua mãe havia voltado a usar o nome de solteira, Jocelyn Fray.
O som da porta se abrindo novamente fez Clary voltar à realidade, pulando no sofá, Clary pegou um livro qualquer e fingiu estar lendo, com mais caixas de papelão e conversando com Luke, uma jovem mulher entrou, vestia um vestido de algodão cinza que mais parecia um avental todo manchado de tintas por cima de uma camiseta branca sem estampa, os cabelos ruivos em tom mais escuro que o de Clary e duas vezes mais longo estavam trançados e presos por uma faixa vermelha, suas botas de caminhada estavam com a sola dura de tinta faziam barulho no taco enquanto ela andava.
Por mais que as pessoas dissessem que eram parecidas, Clary não se via em sua mãe, a única coisa similar entre elas talvez fossem suas formas: ambas tinham seios pequenos, quadris estreitos e eram esbeltas. Ela sabia que não era bonita como sua mãe, para ser bonita, você teria que ser alta e esbelta, uma vez que Clary era baixinha, seria apenas bonitinha ou engraçadinha.
- Obrigada por me ajudar com as caixas.- Jocelyn sorri para Luke.
- Pra que essas caixas?- Clary pergunta.
Jocelyn morde seu lábio e olha para Luke, que olha para Clary. Ela senta ao lado da filha no sofá e retira uma mecha do cabelo que teimava em cutucar o rosto. De perto Clary podia ver como sua mãe parecia cansada.
- Nós vamos passar um tempo na casa da fazenda de Luke.- Diz Jocelyn.
- É sobre ontem?- Clary se apóia sobre os joelhos.
- Não... Quer dizer, um pouqinho...
- Já pedi desculpas! Quer me castigar?- Clary se levanta do sofá.
- Não quero te castigar, apenas faça o que digo. Empacote suas coisas.- Jocelyn olhava para algum ponto na sala.
- Nós nem estamos de férias! Eu tenho planos de sair com Maia e Shura! – Clary parecia revoltada.
- Eu conversei com a escola, e Maia e Shura vão entender! É só por um tempo...- Jocelyn parecia cansada para discutir.
- Mas porque? Não é justo! Fala pra ela Luke!
- Eu preciso de quietude para pintar e estamos apertadas de dinheiro.- Jocelyn apertava os lábios.
- Porque não vende as coisas do papai? Você sempre faz isso! Se quer paz, vai sozinha com o Luke! Eu vou ficar!
- Não!- A voz de Jocelyn era dura.- Você não pode ficar sozinha! É muito jovem e é perigoso, pode acontecer algo...
- Acontecer o que? Eu fico na casa da Maia!
Fez se um barulho, Luke havia derrubado um portarretrato que havia na estante, nela foto de Clary junto à Jocelyn e Luke, ela tinha 10 anos na época.
- Acho melhor eu ir...- Luke dá um meio sorriso.
- Espere...- Jocelyn vai para perto dele.
Clary fica onde estava vendo Luke e Jocelyn se afastando caminho à porta, mas podia ouvir sua mãe e Luke, pareciam estar dicutindo, ela se aproxima devagar, conseguindo pegar a palavra "bane".
- Eu liguei para ele, mas sempre cai na caixa eletrônica dizendo que ele está na Tanzânia, o que eu faço?- Jocelyn parecia desesperada.
- Você não pode ficar dependendo dele para sempre!
- Mas Clary...
- Não é Emilian!- A voz de Luke era dura.- Você nunca mais foi a mesma desde o que aconteceu, mas Clary não é Emilian!
"O que meu pai tem haver com isso?", pensou Clary.
- Não posso simplesmente deixá-la presa em casa, ela não vai se pôr com ele.- Diz Jocelyn.
- Claro que não vai! Clary é uma adolescente, não um bichinho de estimação a qual você prende!
- E se nós saíssemos do país?
- Fale com ela! Olha, eu vou indo...- Luke abre a porta, afim de sair.
- Jesus!- Diz Luke com os olhos arregalados, era Shura parado nas escadinhas em frente a porta, era um garoto não magro e franzino, de cabelos pretos e bagunçados e olhos rasgados da mesma cor, seus óculos de grau e a camiseta de uma banda de rock denunciavam o viciado em mangás e RPG, era um nerd otaku.
- Errr.. Desculpe assustar, Luke, vim ver a Clary. Alguma coisa errada?- O garoto sorri meio sem graça.
- Não, pode entrar.- Luke diz sério e passa pelo garoto, descendo as escadas.
- Posso voltar mais tarde se quiser...- Diz Shura vendo Jocelyn parada nas escadas.
- Acho melhor...- A mãe de Clary mal terminou a frase.
- Nem pensar! Estamos de saída! Vamos Shura!- A garota pega sua bolsa tipo carteiro do gancho e sai arrastando Shura.- Te vejo mais tarde mãe!
- Clary, espera! Precisamos terminar nossa conversa!- Diz indo até a porta.
- Nós teremos toda as "férias" para conversar!- Diz venenosamente, ficando feliz em ver a mãe recuar.- Vamos Shura!
- Até mais sra Fray...- Shura olha sem jeito para Jocelyn que parecia tão pequena na porta que se afastava mais e mais enquanto desciam.
O triplex de Clary, como da maioria dos moradores de Park Slope, havia sido a moradia de ricos o século passado, a grandeza ainda podia ser vista nos detalhes dos corrimões da escada, no já gasto piso de mármore da entrada e na faceta da única e grande clarabóia acima. Elas dividiam o lugar com uma mulher misteriosa que ganhava a vida como vidente, na sua porta, uma placa dizia: MADAME HILDA, VIDENTE E PROFETIZA!. Ela pouco saía de casa, apesar da grande clientela, Clary sabia apenas que ainda era jovem. Ao passarem em frente ao seu apartamento, sentiram o doce aroma de incensos.
- Fico feliz que ela esteja expandindo o negócio... É difícil ganhar a vida como vidente hoje em dia...- Diz Shura.
- Você tem que ser sarcástico em tudo?- Pergunta Clary.
- Pensei que você gostasse quando eu era espirituoso e irônico.- Sorri Shura, fazendo Clary virar os olhos verdes escuros.
Nesse momento, a porta de Madame Dorothea se abre, dele sai um homem muito alto, de pele cor de caramelo e dourados olhos de gato, ele olha para Clary e sorri, mostrando os brancos dentes pontiagudos.
- Que cara é essa Clary?- Shura passa a mão na frente do rosto da garota, ela olha para ele incrédula, só ela viu aquilo?
- Nada não... Pensei ter visto o gato da Madame Hilda, mas me enganei...- Disfarça Clary.- Não comi nada desde ontem, acho que estou um pouco tonta...
- Ótimo! Podemos comer alguma coisa antes de irmos ao Rocket!
Clary olha mais uma vez para a porta antes de saírem para a rua.
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Nyahoooo! Utilizei a aparência loira no Milo, porque vou deixar os cabelos azuis e verdes para as fadas, demônios e bruxos...u.u
Talvez tenha muitos erros de ortografia, mas bom, não se pode esperar muito de alguém que está à 9 anos fora da escola, sendo 6 deles no Japão...u.u Preciso de uma beta xD
Deixem uma review e façam uma gata de rua feliz!
Bjnhos x333
