Primeira fic NaruHina que escrevo!
Não sei como vou me sair, então leiam e tirem suas conclusões!

PS: Serão apenas dois capítulos!

Disclaimer:

Os personagens, o mundo e alguns fatos são do Masashi Kishimoto.


...


Não podia mais assistir aquela situação, como se não a compreendesse.

Aliás, qualquer pessoa com o mínimo de bom senso não conseguiria.

Havia passado um ano e poucos meses desde "aquele" incidente, e nenhum dos envolvidos se prontificaram em tomar partido a respeito. Estavam muito mais próximos um do outro, era verdade. Tão próximos, que já corriam boatos de que a filha mais velha dos Hyuuga, estava prestes a ficar noiva do filho do Yondaime. E consequentemente, também se tornou uma cena comum, ver Naruto e Hinata para cima e para baixo juntos, pelas ruas de Konoha, sempre mantendo um par de sorrisos amistosos e divertidos nos rostos. Ele até mesmo chegou a presentear a amiga Hyuuga em seu último aniversário, causando um bico nada cortês no rosto carrancudo do sempre cismado, Sr. Hiashi.

Segundo ele, o presente era muito íntimo. Em que mundo o Sr. Hyuuga vive, que um singelo colar, seria sinônimo de uma impetuosa intimidade entre duas pessoas? Talvez fosse o fato, de que o garoto teria feito o colar com as próprias mãos, ou talvez fosse porque insistiu em querer colocá-lo no pescoço da filha, ele mesmo.

Afinal, que tipo de sujeito atrevido era aquele, que apareceu colocando as mãos em cima de sua primogênita, assim tão audaciosamente?

Mas nada disso significava que Uzumaki Naruto e Hyuuga Hinata, haviam tomado qualquer atitude a respeito daquele dia trágico, que hoje vivia apenas entranhado nas memórias mais sigilosas dos dois.

Era um segredo velado, que existia apenas entre eles.

Bom, assim pensava Naruto. Mas ele não sabia que há muito tempo atrás, alguns meses, nem mesmo Hinata sabia dizer ao certo, de que ela havia desabafado tudo a respeito do episódio confidencial daquele dia, com Sakura. Ora, encontrava-se numa oportunidade propícia, onde a conveniência do ambiente ajudou seus sentimentos a falarem mais alto, do que os motivos os quais ainda segurava em vão, para manter o segredo intacto entre ela e Naruto.

Mas o que a inocente Hyuuga não sabia, era que a rosada também não conseguiu guardar absoluto sigilo de sua confidência. Não, Sakura não fez por maldade. Muito pelo contrário, como foi dito logo no começo: "Ela não podia mais assistir aquela situação, como se não a compreendesse."

E a terceira a tomar conhecimento da confissão, foi ninguém menos que a pessoa de maior confiança da Haruno. E num dia onde o movimento do hospital era baixo, a ponto dela resolver tirar o dia de folga, e após uma série de debates com a godaime, juntamente com idéias sem cabimento, eis que ambas chegaram num consenso. Não que Sakura prestasse total apoio naquele plano, mas no fundo tinha a típica confiança de sempre, no que sua sensei fazia. E bem, convenhamos de que ela só estava dando um pequeno empurrãozinho, para o próprio bem daqueles dois.

– Tsunade-sama, tem certeza disso? – Ela perguntou, temendo que a atitude não fosse a mais cabível, estando sua mestra no posto de hokage. Afinal, missões deveriam ser tratadas com seriedade, e não como escusa para solucionar casos de amor sigilosos.

– Já me viu tomar decisões a esmo? – Tsunade engrossou a voz. – Mas é claro que tenho certeza! Agora vá chamar aqueles dois. – Pediu ela, forçando a xícara vazia contra a mesa, sem nem dar tempo da pupila se desculpar.

Quando Sakura deixou a sala, a Hokage girou a cadeira de frente para a janela, percorrendo os olhos cerrados pela vila a procura de suas vítimas, erguendo os cantos dos lábios num sorriso malicioso, e ao mesmo tempo divertido, quando viu Sakura lá em baixo, próxima a banca do Ichiraku conversando com a Hyuuga, acompanhada do seu atual e fiel companheiro de sempre.

Lá fora, o sol do finalzinho da manhã penetrava forte por entre as copas das árvores, clareando as expressões confusas dos rostos dos jovens, após ouvirem atentamente o pedido da Haruno. O que a Hokage poderia querer especialmente com os dois, com tamanha urgência? Haviam feito algo de errado? Ou quem sabe fosse um aviso ríspido de Hiashi, avisando aqueles dois, de que a honra de sua filha estava sendo comentada por toda a vila, desde que pareciam não se desgrudar sempre que tinham a oportunidade, pelos cantos mais isolados de Konoha.

Dois jovens não poderiam simplesmente apreciar a paz e o sossego, em um lugar afastado enquanto trocavam algumas palavras amistosas, que no dia seguinte já saiam comentando sobre a honra das garotas da vila?

Céus, aquele mundo estava perdido! Onde estaria a inocência das pessoas?

Naruto e Hinata trocaram olhares sobrecarregados, e sabiam que naquela fração de segundo, pensaram exatamente na mesma coisa. Mas tentaram disfarçar, desajeitados mas tentaram. E em meio a um surto de sorrisos ansiosos, seguiram Sakura até a sala da Hokage.

A Hyuuga suava frio nas palmas das mãos, e a todo segundo as enxugava nos bolsos do casaco. O loiro notou o nervosismo da amiga, e espontaneamente encaixou a própria mão, também úmida e gelada, na dela. Bem assim, sem rodeios.

Alguns meses atrás, ela teria ficado ligeiramente corada com aquela atitude. Mas depois de tanto conviver com Naruto, depois de tanta intimidade que criaram, num laço que fazia inveja até mesmo a Sakura e Sasuke, Hinata aprendeu por instinto a controlar seus sentimentos de dentro para fora. Além do que, ela havia amadurecido bastante, não caia mais na bobeira de se auto denunciar numa maneira tão ingênua.

Mas ainda não conseguia controlar o coração que batia tão acelerado, que num raio de segundo pensou se o tum-tum-tum, não estaria audível o suficiente para que ele o ouvisse, disputando espaço com o som de seus passos arrastados, amassando as folhas secas de outono enquanto caminhavam. Mas logo o pensamento tolo veio, logo ele foi embora. E ela então, levou a mão livre na altura dos seios, agarrando o colar que ele lhe dera em seu aniversário de dezessete anos, e riu baixinho, com a cabeça mergulhada detrás das mechas escuras de cabelo que salpicavam seu rosto delicado.

– Disse alguma coisa, Hinata-chan? – Naruto perguntou, ouvindo sons quase inaudíveis vindos de dentro do véu de fios negros e brilhantes, que ele tanto adorava.

– Eu? Não... Não disse nada. – Ela respondeu, encarando o par de olhos azuis mais gentis de que ela já teve notícia, e contendo uma risada ainda maior.

Ele retribuiu a resposta com um sorriso, e sentiu a garota apertar os dedos contra os seus.

A rosada que seguia na frente, observou pelo canto do olho a cena atrás dela.

Os lábios se espicharam num tênue sorriso. Sentia-se feliz por vê-los se dando tão bem, ao mesmo tempo em sentia uma aflição insuportável, em ter que assistir aquela penúria dos dois, fingindo não querer algo mais do que manter aquela amizade apenas por conveniência. Bem, conveniência não é a palavra mais adequada, mas talvez o motivo pudesse ser igualmente retratado como: Recato, compostura, modéstia, medo, etc.

No fundo não importa o termo, quando a compreensão verbal vai além do que os olhos conseguem absorver. E o que eles absorviam, era mais do que óbvio.

Depois de subir as escadas, e contornarem o corredor arqueado do prédio, Sakura abriu a porta da sala da Godaime, quando teve um salto inesperado no coração. Seus olhos verdes brilharam, mas ela precisava conter o impulso de abraçar Sasuke ali mesmo. Afinal estavam dentro da sala da Hokage, e mais do que qualquer outro lugar na vila, ali dentro precisavam ser contidos e repreender ao máximo todo tipo de ousadia daquele gênero. O que nunca foi regra para Naruto. Mas isso não vinha ao caso nesse momento.

Entretanto, ela ficou feliz. Soltou um suspiro de alívio, agradecendo mentalmente por ele ter voltado são e salvo da missão, mesmo que tivesse total certeza de que era praticamente impossível, seu namorado ser derrotado assim tão facilmente. E além disso, ele tinha Kakashi ao seu lado. Mas a preocupação ainda assim, era automática.

Entreolharam-se rapidamente, como se o rosto do Uchiha mostrasse um ínfimo esboço de sorriso, que só ela era capaz de enxergar por trás daqueles olhos impassíveis, e foram imediatamente cortados pela voz de Tsunade.

– Sakura disse porque os trouxe aqui?

Os dois, agora mantendo uma distância segura um do outro, balançaram a cabeça em negativa, sem pronunciar uma palavra. Ainda estavam receosos com o convite suspeito.

Kakashi e Sasuke apenas esperavam, a fim de concluírem o relato da missão com a hokage, após ela terminar de tratar daquele assunto com Naruto e Hinata.

– Eu tenho uma missão para vocês dois. – A godaime avisou, tomando a palavra mais uma vez.

Os dois soltaram ruídos audíveis de alívio. Todavia, ninguém pareceu estranhar.

– E sobre o que é essa missão, Tsunade-sama? – A voz doce e inconfundível da Hyuuga, tomou conta da sala.

Sakura riu atrás deles, mas imediatamente consertou sua postura, quando Sasuke a encarou com estranheza.

– Mercenários e assassinos. Sete deles. – A hokage disse, se esforçando para manter o tom sério. – Estão rondando pequenas cidades ao redor de Konoha. Parece que estão a mando de alguém muito poderoso. A missão é encontrar esse mandante, e neutralizar seus subordinados.

– Só isso? – Naruto falou, levando as mãos na nuca, em sua típica entoação extravagante. Ficou ainda mais despreocupado, subestimando altamente o nível da missão.

– É uma missão Rank S! – A Hokage bradou.

A feição do loiro mudou imediatamente. Hinata engoliu um bolo seco na garganta. Sasuke fez menção de falar algo a respeito, mas Sakura foi mais rápida em amassar a ponta de seus dedos dos pés, num golpe certeiro com o calcanhar. Kakashi entendeu o aviso como se também fosse para ele, e manteve-se calado.

– Ah entendi! – Naruto disse, como se compreendesse a situação. – Kakashi e Sasuke estão aqui porque também vão com a gente, não é?

Tsunade mordiscou o canto do lábio inferior, e riu.

– Não.

– Hãm? – O loiro mostrou-se confuso. Típico.

– São só vocês dois, Naruto. – Sakura surgiu na frente dele.

– Rummm. – O amigo rosnou em resposta, e demorou a concluir o que estava prestes a dizer. – Então tá. – Disse por fim, seguro de si que tiraria a missão de letra em dois tempos.

Hinata só fez arregalar ainda mais os olhos.

Missão rank S, e apenas ela e Naruto estavam sendo enviados? E ao que parece, teriam sete inimigos de alto nível para lutarem, sem contar no peixe grande por trás disso tudo. Soava cômico se não fosse trágico. Até aquele dia, na concepção da garota, aquele tipo de missão era tarefa encarregada aos Anbus. Mas ficou bem quietinha, quem era ela para desafiar as ordens da Hokage? Ela apenas perguntou:

– Quando partimos?

– Amanhã. As sete horas da manhã.

Naruto fez uma tromba, em protesto contra o horário.

E logo após terminarem de receber as informações necessárias, a Godaime deu um último alerta.

– A missão é ultra secreta. Vocês não estão autorizados a falarem a respeito dela com mais ninguém. Nem mesmo com seus pais, Hinata. Ninguém além dos presentes nessa sala, deverá saber para onde, e principalmente com quem vocês vão.

Assentiram ao recado, embora o achassem ainda mais estranho do que a missão em si, se despediram de Kakashi e Sasuke, e saíram da sala acompanhados de Sakura.

Enquanto desciam as escadas do prédio, a rosada apoiou de leve uma das mãos sobre o ombro da Hyuuga e disse:

– Não se preocupe Hinata. Naruto está ao seu lado, e você não tem nada a temer.

– Eu sei Sakura. – A outra respondeu baixinho. – Mas não quero ser uma ninja qualquer, que precisa ser protegida por ele a vida toda.

– Então mostre seu melhor nessa missão! – Haruno a incentivou com um sorriso largo. – Quanto mais de si mesma você puder oferecer, melhores serão os resultados. – Finalizou ela, num tom quase maroto.

– Sakura-chan! – Hinata também sorriu. – Obrigada pelas palavras de incentivo.

As duas se despediram, e a rosada observou os outros dois, até desaparecerem nas ruas, cada um para seu respectivo rumo.


No outro dia bem cedinho, bem aos pés dos portões de Konoha, e quando o sol mostrava seus primeiros raios ao leste das montanhas, uma Hinata sonolenta esperava pacientemente por Naruto, que por acaso, estava atrasado. O que não era mais novidade nem mesmo para ela.

Nesse meio tempo, de dentro da sala da Hokage, Sakura e Tsunade olhavam de longe a cena.

– Acha que vão demorar a descobrir? – A pupila perguntou.

– Talvez demorem uns três ou quatro dias. – Respondeu a Hokage, fazendo sua estimativa.

– Quatro dias é muito, até mesmo para o Naruto. – Discordou a outra.

– Vai saber, não é mesmo?

– Ele vai ficar uma fera. – Sakura disse maliciosa.

– Ah vai! Vai sim.

As duas notaram que o loiro havia chegado nos portões, e como se adivinhassem que elas estavam ali na espreita, viraram-se sacudindo os braços num adeus, que foi discretamente respondido por Sakura.

Ao longe podiam adivinhar que Naruto se enrolava em procurar desculpas para justificar seu atraso, enquanto Hinata tentava apaziguá-lo, de que não havia se importado com isso. Quando finalmente desapareceram aos tropeços do campo de visão, as duas voltaram para seus afazeres, aguardando o resultado inesperado que entraria por aqueles mesmos portões, três ou talvez quatro dias depois.


...


E então?
Como me sai?
HAHAHA.

Em breve posto o último e segundo capítulo.
Até breve o/

Ps: Eu preferi NÃO explicar os motivos do retorno do Sasuke. Se acharem estranho, saibam que foi proposital!